sábado, 18 de maio de 2013

ÁGATA 7 - Forças Armadas iniciam operação em 16,8 mil km de fronteira



As Forças Armadas iniciaram na manhã deste sábado a Operação Ágata 7 em toda extensão da fronteira brasileira com os dez países sul-americanos. Com o emprego de 25 mil militares e a participação de agentes das polícias federal, rodoviária federal, militar e de agências governamentais, esta edição é a maior mobilização realizada pelo governo brasileiro no combate aos ilícitos entre Oiapoque (AP) e Chuí (RS). 
Antes de a operação ser deflagrada, o governo manteve contatos com os países vizinhos para o repasse de informações sobre o emprego do aparato militar. A Ágata integra o Plano Estratégico de Fronteiras (PEF) sob a coordenação do Ministério da Defesa e comando do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA). A execução cabe à Marinha, ao Exército e à Força Aérea Brasileira (FAB).
A Ágata 7 acontece às vésperas da Copa das Confederações, competição esportiva que será realizada em seis cidades-sede – Belo Horizonte, Brasília, Fortaleza, Recife, Rio de Janeiro e Salvador. Em função deste evento, o Ministério da Defesa optou por uma mobilização que envolvesse os 16,886 quilômetros de fronteira. Nas edições anteriores, as ações ocorreram em trechos da divisa do Brasil com os países sul-americanos.
Durante a mobilização, militares estarão atentos aos principais crimes transfronteiriços como narcotráfico, contrabando e descaminho, tráfico de armas e munições, crimes ambientais, contrabando de veículos, imigração ilegal, problemas indígenas e garimpo.
A operação foi instruída por meio do Plano Estratégico de Fronteiras (PEF), criado por decreto da presidenta Dilma Rousseff, em junho de 2011. Atualmente, a Ágata conta com a participação de 12 ministérios e 20 agências governamentais, além de aglutinar instituições dos 11 estados da região de fronteira.
Forças Armadas
Como a operação se desenvolve ao longo de toda a fronteira terrestre, as tropas contarão com os centros montados nos Comandos Militares da Amazônia (CMA), em Manaus (AM); do Oeste (CMO), em Campo Grande (MS); e do Sul (CMS), em Porto Alegre (RS). Nesses locais atuarão militares da Marinha, do Exército e da Aeronáutica. No entanto, as três Forças utilizarão homens e equipamentos das Organizações Militares, além de poderem contar com reforço de outras regiões.
A Marinha fará uso de navios patrulha fluvial, helicópteros UH-12, navios de assistência hospitalar e lanchas. Participam da operação destacamentos operacionais dos fuzileiros navais do Batalhão de Operações ribeirinhas, capitanias, agências e destacamentos fluviais.
O Exército fará o emprego de aeronaves, além de blindados e veículos leves para o transporte das tropas. A Força terrestre desenvolverá ações de bloqueios de rodovias montados em pontos estratégicos da fronteira brasileira.
No caso específico da Força Aérea Brasileira (FAB), o centro de operação ficará no Comando Geral de Operações Aéreas (COMGAR), com sede em Brasília. Para tanto, a Aeronáutica tem à disposição os aviões Super Tucano (A-29), os caças F5EM, os aviões radares, os VANTs e os helicópteros.
Os agentes governamentais, como as Polícias Federal e Rodoviária Federal, Receita Federal, bem como Anatel, Aneel, ANP, DNPM, ICMBio, Funai e Ibama, atuarão em conjunto em suas respectivas áreas.
Operação Ágata
Em quase dois anos, o Ministério da Defesa, por meio do EMCFA, já realizou seis edições da Operação Ágata. A faixa de fronteira situa-se 150 quilômetros a partir da divisa. Esse território compreende 27% do território nacional onde estão 710 municípios, sendo 122 cidades limítrofes e 588 não limítrofes.
A fronteira tem 16.886 quilômetros de extensão, sendo 7.363 quilômetros de linha seca e 9.523 quilômetros de rio, lagos e canais. São 23.415 quilômetros de rodovias federais. Os estados de fronteira são: Amapá, Pará, Roraima, Amazonas, Acre, Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Os países vizinhos são: Guiana Francesa, Guiana, Suriname, Venezuela, Colômbia, Bolívia, Peru, Paraguai, Argentina e Uruguai.
Além do combate aos ilícitos, a Ágata contempla também Ações Cívico-Sociais (Acisos), que consistem em levar o atendimento médico, odontológico e hospitalar aos locais onde concentram famílias carentes. De acordo com o balanço integrado, as seis edições da Ágata resultaram em 59.717 procedimentos, 18.304 atendimentos médicos e 29.482 odontológicos. Cerca de 9 mil pessoas foram vacinadas e distribuídos 195.241 medicamentos.
Fonte: MD...SNB

ÁGATA 7 (Vídeo) - Veja como será a atuação das Forças Armadas

As Forças Armadas iniciaram na manhã deste sábado a Operação Ágata 7 em toda extensão da fronteira brasileira com os dez países sul-americanos. Com o emprego de 25 mil militares e a participação de agentes das polícias federal, rodoviária federal, militar e de agências governamentais, esta edição é a maior mobilização realizada pelo governo brasileiro no combate aos ilícitos entre Oiapoque (AP) e Chuí (RS). Veja no vídeo:

Fonte: Agência Força Aérea ..SNB

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Por que a Rússia continua vendendo armas à Síria?

Em uma feira de armas nos arredores de Moscou, cinco tanques russos movimentam-se graciosamente para frente e para trás, com seus canhões subindo e descendo com marcações típicas de uma valsa. Esse atípico “balé dos tanques” foi criado por um coreógrafo do prestigiado Balé Bolsho
Mas essas armas não foram concebidas para dançar.

De uma hora para outra, os mesmos tanques começam a performance esperada por todos os presentes: milhares de balas são lançadas em uma fração de segundos e o local de demonstração praticamente desaparece em uma grande nuvem de fumaça.
Observando das arquibandas estão potenciais clientes: delegações da África, Ásia, Oriente Médio e Golfo.
A Rússia é hoje o segundo maior exportador de armas do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos.
Um dos clientes é especialmente polêmico. Nesse ano, a Síria deve encomendar as baterias antiaéreas russas Buk-M2E, sistemas de defesa antiárea Pansir-S1, segundo alguns relatos, caças Mig-29.
Os negócios foram fechados antes do pico de violência na Síria, mas, apesar do conflito que se arrasta por mais de dois anos, a Rússia nunca demonstrou a intenção de cancelar esses contratos.
"Se o contrato foi assinado antes, precisamos cumpri-lo", argumenta Igor Sevastyanov, vice-presidente da Rosoboronexport, a exportadora de armas estatal do país. "Nós cumprimos nosas obrigações internacionais de acordo com as regras internacionais".

Dois pesos, duas medidas?

A Rússia recorre ao mesmo argumento para os helicópteros militares que está tentando enviar para a Síria.
São helicópteros de ataque da era soviética que os russos estão reformando. Na semana passada, um navio cargueiro do país que estava transportando as aeronaves foi impedido de entrar em águas britânicas e teve de retornar a Moscou, embora a Rússia esteja determinada a realizar a entrega.
Países como a Grã-Bretanha e os Estados Unidos vêm acusando a Rússia de apoiar o presidente da Síria, Bashar al-Assad, com carregamentos de armas. Já a Rússia rebate a acusação dizendo que o Ocidente trabalha com "dois pesos e duas medidas"
"Por que os Estados Unidos estão determinados em vender armas para o Bahrain depois que as autoridades bahrenitas, com a ajuda dos sauditas, sufocaram a Primavera Árabe no país?", questiona Ruslan Pukhov, analista de comércio de armas do centro de estudos russo CAST.
"A Rússia não vê nenhum problema em vender armas para a Síria uma vez que a CIA (agência de inteligência americana) e os serviços secretos da França e da Inglaterra suprem os rebeldes com armas via Turquia".
Os contratos de armas entre a Rússia e a Síria são avaliados em bilhões de dólares. Mas Moscou nega que o dinheiro seja a principal razão para continuar enviando carregamentos militares às autoridades sírias.
Autoridades russas temem que se os rebeldes tirarem Assad do poder, radicais islâmicos podem tomar seu lugar e representar uma ameaça à segurança nacional da Rússia.
"Não se trata de kalashnikovs ou helicópteros. Trata-se de coisas muito perigosas batendo à nossa porta", argumenta Andrei Klimov, vice-presidente do Comitê de Relações Exteriores do Parlamento russo. “Essa área é muito próxima ao nosso país e queremos evitar qualquer agressão vinda do exterior. Do contrário, podemos ter um problema sério perto das nossas fronteiras".

Jogo de poder

A geopolítica também é um ponto crucial. A Rússia teme que se Assad renunciar ou for deposto, a influência do país no Oriente Médio desaparecerá com ele.
"Síria é o único país no Oriente Médio que segue os nossos conselhos, esse é um país onde nós podemos exercer certa influência tangível", disse Pukhov.
"Claro, a perda da Síria significará uma perda completa da influência na região. Isso terá um valor simbólico para as autoridades russas e o estabelecimento da política externa como um sinal da Rússia como uma grande potência".
A Rússia ainda se vê como uma superpotência, como um país que possui tantos direitos como os Estados Unidos para vender armas para quem quer que seja, e ainda ganhar a influência onde puder.
Mas o Kremlin é pragmático. Se Moscou começar a sentir que há mais perdas do que ganhos em apoiar o presidente Presidente Assad, o líder sírio poderá sofrer pressão tanto do Ocidente quanto do Oriente.
"Nós na Rússia não temos ilusão sobre esse regime", afirmou o parlamentar russo Andrei Klimov, "A única coisa que nós queremos é ter uma saída pacífica para esse problema. Não queremos prolongar o regime por décadas ou por séculos. Nosso objetivo é achar uma solução pacífica para isso o mais breve possível."
BBC BRASIL ..SNB

Os Riscos Para Lançamento do CBERS em 2013


A detecção de falhas em alguns conversores de energia do satélite CBERS-3 durante sua campanha de integração na China, levou à suspensão das atividades de montagem e teste do satélite no início do ano.

Desde o mês de março, o INPE vem realizando testes térmicos com os equipamentos e componentes sobressalentes do lote de conversores DC/DC que apresentou problemas.

Os resultados obtidos, entretanto, não foram nada animadores. Enquanto as normas técnicas aplicáveis exigem que nenhum componente de um determinado lote deixe de funcionar quando submetido a testes ambientais, vários componentes (incluindo um equipamento) não resistiram e falharam.

Apesar destes resultados, setores do governo (incluindo a AEB e o próprio MCTI) continuaram pressionando nos bastidores para que o lançamento do satélite não fosse mais adiado.

No início de abril, uma delegação brasileira, composta por representantes do INPE e da AEB, esteve na China para apresentar os resultados dos testes realizados no Brasil, bem como discutir com os parceiros chineses como proceder diante desta situação.

Na ocasião, duas possibilidades foram consideradas: 1ª) adiar por tempo indeterminado (no mínimo dois anos) o lançamento do CBERS-3, até que todos os componentes que vêm apresentando problemas fossem substituídos por outros fornecidos por outro fabricante, ou 2ª) implementar apenas as correções estritamente necessárias nos equipamentos considerados “vitais” para a missão do satélite, de forma a viabilizar o lançamento do mesmo até o final de 2013.

Ao final, acabou-se optando pela segunda alternativa, mas, na verdade, ambas apresentavam seus riscos.

Caso se optasse por um adiamento muito longo do lançamento, de forma a viabilizar a substituição completa dos componentes que vêm apresentando falhas, poderia haver à necessidade de substituição ou retrabalho de outros equipamentos do satélite, que teriam suas vidas-úteis atingidas, tornando o prejuízo ainda maior.

Por outro lado, a opção de se substituir ou reparar apenas os equipamentos “vitais” do satélite, além de não reduzir significativamente os riscos de falha, poderá levar o satélite a cumprir apenas “parte” de sua missão. Ou seja, a opção parece ter se baseado na teoria do “mal menor”.

Sabe-se que a AEB já assinou contratos complementares com as empresas que fornecem equipamentos para o CBERS para que implementem o retrabalho e testes necessários. Também se sabe que o acordo firmado entre o Brasil e a China para se lançar o CBERS-3 este ano pressupõe uma total revisão do projeto do satélite CBERS-4, de forma a não se transferir também para este satélite os riscos detectados no CBERS-3.

Fato é que até o momento o futuro da parceria entre Brasil e China na área espacial, que já dura mais de duas décadas, continua incerta e dependerá fundamentalmente do sucesso, ainda que parcial, da missão do CBERS-3.

Caberá ao INPE, por sua vez, fazer uma profunda avaliação deste programa, de forma a evitar que problemas como estes voltem a se repetir.
SNB

O MELHOR BLOG DE DEFESA DO BRASIL


Crise de espionagem: falta de agentes faz dobrar o preço

Nikita Sorokin

Na história da captura em Moscou do agente da CIA Ryan Fogle o que mais intriga não é o equipamento arcaico do espião norte-americano, mas o montante do contrato por traição.

Ryan Fogle prometeu à pessoa que pretendia recrutar 100 mil dólares adiantados pela vontade de colaborar, mais um pagamento anual de um milhão de dólares. A potencial “toupeira” era um oficial do FSB com um excelente histórico de operações antiterroristas no Cáucaso do Norte.
O conjunto antiquado de objetos de espionagem que Fogle tinha consigo (um mapa em papel, uma peruca, uma bússola) e o alto montante da remuneração prevista causaram uma reação mista na mídia. Muitos dos meios de comunicação mundiais viram inicialmente no caso um escândalo de espionagem artificialmente inflado.
A experiência mostra que não se deve exagerar nem minimizar a eficácia dos métodos de obtenção de informações utilizados pelas agências de inteligência, diz o cientista político Vladimir Slatinov, perito do Instituto de Estudos Humanitários e Políticos. Ele lembrou uma história bastante recente, quando o canal de televisão Rossiya, uns anos atrás, transmitiu uma reportagem sobre as “pedras de espionagem”, colocadas num jardim e recheadas com dispositivos eletrônicos. Grande parte do público também encarou o caso de forma irônica. Mas depois, foram obtidas provas claras de que “pedras de espionagem” existiram, e de que eram realmente utilizadas pela inteligência britânica para transmitir e receber informações.
Na recente história de Ryan Fogle, as piadas e comparações com uma simples comédia de espionagem terminaram quando o FSB revelou que a situação atual repetiu, quase que seguindo o mesmo padrão, outra história que teve lugar apenas quatro meses atrás. No início do ano, a contraespionagem russa apanhou o agente da CIA Benjamin Dillon, que também trabalhava sob a cobertura de terceiro secretário da embaixada dos EUA e que também tentou recrutar um oficial do FSB. Ou seja, os agentes da CIA em Moscou tiveram a imensa “sorte” de “dar um tiro no pé” duas vezes em poucos meses.
Quanto ao montante do adiantamento e do “subsídio” anual que Fogle propôs ao oficial russo, os números são realmente bastante altos, notou Vladimir Slatinov em entrevista à Voz da Rússia:
"Isso pode ser explicado, por um lado, pelo fato de os serviços (dos agentes) estarem realmente ficando mais caros, e o dólar dos EUA se estar desvalorizando. Por outro lado, isso pode ser explicado pelo fato de as agências de inteligência dos Estados Unidos não pouparem dinheiro para obter informação muito importante para elas."
O fabuloso pagamento prometido pelo agente da CIA ao oficial do FSB não é razão para piadas, diz o diretor do Centro de Análise Geopolítica Valeri Korovin, especialmente quando se trata de estabilidade no Cáucaso do Norte e da obtenção de informações da parte de pessoas que trabalham no principal serviço secreto da Federação Russa:
"Os americanos não poupam meios, não poupam dinheiro, e tenho certeza de que o processo de recrutamento de membros de nossos serviços especiais envolve todos os funcionários da embaixada começando por McFaul e terminando no terceiro secretário, que é a figura menor na hierarquia diplomática da embaixada americana em Moscou."
Os serviços de inteligência das grandes potências nunca tiveram tarifas rígidas para os serviços dos agentes recrutados. Provavelmente, agora também não existem, disse à Voz da Rússia um coronel aposentado, um ex-oficial de inteligência da KGB da União Soviética, e atualmente famoso escritor, Mikhail Lyubimov. Muitos agentes estrangeiros trabalhavam para a inteligência soviética por convicção ideológica. Mas, mesmo aos agentes pagos, o KGB nunca pagou verbas tão exorbitantes. Tudo dependia da situação particular.
No entanto, de acordo com Mikhail Lyubimov, as agências de inteligência ocidentais tão pouco demonstravam grande generosidade aos traidores da URSS. Continua desconhecido por que montante a inteligência britânica “comprou” o famoso desertor da KGB Oleg Gordievsky. Mas a pensão anual de 40.000 libras esterlinas que lhe foi atribuída pelo governo britânico chegou a ser discutida quase no parlamento. Na altura, e, mais ainda, nos tempos de hoje, esta não é uma soma muito significativa.
O agente mais bem pago do serviço de inteligência da Rússia (SVR, na sigla russa) é um ex-agente sênior da CIA, o “super-espião” Aldrich Ames que foi descoberto nos Estados Unidos em 1994. Durante nove anos de trabalho para a SVR, as contas bancárias de Ames acumularam um milhão e meio de dólares, de acordo com relatos da mídia norte-americana.
Mas, em geral, um dos espiões mais “económicos” ainda é considerado o cidadão do Líbano, um ex-membro do conselho da cidade de Baalbek, Ali Taufiq Yari. Preso pelos serviços secretos libaneses por trabalhar para a Mossad, este espião teria recebido de Israel um total de 600 mil dólares.
Talvez, na Rússia os traidores estejam a esgotar-se e, por isso oferecem-lhes o dobro do preço...
VOZ DA RU....SNB

Serão Rússia e EUA amigos no ciberespaço?


Os EUA não estão em condições de enfrentar sozinhos as ameaças cibernéticas. Em função disso, Moscou e Washington estão concluindo a preparação de um acordo visando a segurança no ciberespaço.

O documento poderá ser assinado ao mais alto nível já em junho, no âmbito da cúpula do G8, a realizar na Irlanda do Norte. A questão da elaboração e da introdução de regras gerais referentes à conduta na Internet, incluindo as normas viradas contra ameaças cibernéticas, foi colocada pela Rússia reiteradas vezes. A iniciativa foi posta à discussão da ONU, tendo-se, porém, deparado com a resistência dos EUA. Agora, a Casa Branca está disposta a firmar um acordo bilateral com a Rússia, encarada, até há pouco tempo, como uma segunda fonte de ataques cibernéticos. Segundo revelou à Voz da Rússia o dirigente da companhia DialogNauka, Andrei Masalovich, os EUA têm vindo a assumir um posicionamento diametralmente oposto para se defender:
“A administração norte-americana se enganava muito ao considerar que a Rússia não estava pronta a dar passos significativos no ciberespaço. Todavia, desde o verão passado, a situação se alterou e, por iniciativa de Dmitri Rogozin e Serguei Shoigu, o está sendo criado na Rússia um cibercomando, o que quer dizer que a Rússia se tornará um jogador autônomo a merecer respeito. Por isso, é melhor chegar a acordo do que defrontar-se com surpresas.”
A Rússia poderá tirar proveito deste novo acordo. Antes de mais, tal poderá consolidar as posições políticas da Rússia na arena mundial. Além disso, o acordo nessa área poderá estreitar a cooperação russo-norte-americana no domínio de combate ao terrorismo, afirma Andrei Masalovich.
“Hoje só se pode falar de vantagens políticas. A Rússia já é encarada como um jogador, pelo que tais convênios, incluindo os acordos-quadro, serão aperfeiçoados. Importa o fato de sermos respeitados, sendo útil qualquer interação ou colaboração nessa esfera. Em segundo lugar, através dos acordos como esse se vai formando um sistema de ações coordenadas. Existem inimigos comuns, a começar pelo terrorismo, dispostos a desestabilizar a situação em vários países. Os serviços secretos não estão prontos para fazer frente a toda e qualquer ameaça terrorista. Por isso, quaisquer regras novas serão úteis."
Mas tal enfoque não é partilhado por todos os peritos na matéria. Segundo disse Alexander Panov, da companhia Hosting Community, os benefícios que a Rússia pode vir a obter nos marcos desse acordo são vagos, sem ter ainda qualquer projeção política.
“Creio que tais acordos estão fora da política e serão cumpridos de uma ou outra maneira. É difícil prever que vantagens terá a Rússia. No entanto, as tecnologias de combate ao cibercrime nos EUA estão mais desenvolvidas, podendo, através do acordo, chegar ao nosso país."
Em geral, seria prematuro fazer previsões nessa área importante, frisam peritos. A assinatura do acordo por Washington não garante, de forma alguma, que este seja observado na íntegra. A experiência dos últimos anos demonstra que os EUA, nos quadros de qualquer interação, costumam respeitar aquelas cláusulas que lhes são convenientes. Quando não o são, Washington ignora todas as normas, inclusive resoluções do Conselho de Segurança da ONU.
SNB

DOMINÓ ÁRABE - RÚSSIA ENVIA MÍSSEIS AVANÇADOS EM APOIO A ASSAD NA SÍRIA


A Rússia enviou avançados mísseis antinavais de cruzeiro para a Síria, uma medida que ilustra a profundidade de seu apoio ao governo liderado pelo presidente Bashar al-Assad, disseram funcionários dos EUA na quinta-feira.
Previamente a Rússia já havia fornecido os mísseis Yakhont, como a arma é conhecida, à Síria. Mas os mísseis recentemente entregues contêm um radar avançado que os torna ainda mais eficientes, de acordo com funcionários americanos familiarizados com informações confidenciais de inteligência que falaram sob condição de anonimato.
O fornecimento dos mísseis Yakhont “contribui para as capacidades militares gerais da Síria, mas especificamente isso pressionaria a atividade naval Ocidental ou de seus aliados para mais longe da costa", disse Jeffrey White, membro do Instituto de Washington para a Política do Oriente Médio e ex-funcionário graduado de inteligência dos EUA. O fornecimento, acrescentou, também era "um sinal do compromisso russo com o governo sírio".
A informação sobre o fornecimento surge enquanto EUA e a Rússia planejam reunir uma conferência internacional com o objetivo de pôr fim ao brutal conflito sírio , que deixou mais de 70 mil mortos. Espera-se que essa conferência ocorra no início de junho e inclua representantes do governo Assad e da oposição síria.
O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, repetidamente disse que esse encontro é a esperança de Washington de mudar os "cálculos" de Assad sobre sua habilidade de manter-se no poder, abrindo caminho para que possam ser negociados os passos para que um governo transitório governe a Síria no período pós-Assad.
Mas o fluxo de armas iranianas e russas à Síria, disseram funcionários americanos, estimulou a aparente crença de Assad de que pode vencer militarmente.

A Rússia vem apoiando o governo de Assad diplomaticamente e tem interesses antigos na Síria, incluindo uma base naval em Tartus. Na ONU, os russos recentemente bloquearam propostas para que o Conselho de Segurança montasse uma viagem de verificação de fatos a Jordânia , Turquia e Líbano para investigar a onda de refugiados, de acordo com diplomatas ocidentais.

A Jordânia solicitou a visita da ONU para reforçar o argumento de que a situação dos refugiados era uma ameaça à estabilidade na região, mas a Rússia disse que a viagem estava além do mandato do Conselho de Segurança, afirmaram diplomatas.
Quando alegações de que o regime de Assad usou armas químicas surgiram, a Rússia também apoiou a recusa do governo sírio de permitir que a ONU lançasse uma ampla investigação no país, com o chanceler russo, Serguei V. Lavrov, afirmando que isso era uma tentativa de "politizar" a questão e impor o "cenário iraquiano na Síria".

A Rússia também forneceu apoio militar à Síria. Autoridades russas repetidamente disseram que estão meramente respeitando seus contratos. Mas funcionários dos EUA temem que os suprimentos têm a intenção de limitar as opções dos EUA se decidir intervir em apoio dos rebeldes.

A Rússia, por exemplo, previamente enviou mísseis terra-ar SA-17 para a Síria. Israel lançou um ataque aéreo que atingiu caminhões que transportavam essas armas perto de Damasco em janeiro. Israel não reconheceu a ação oficialmente, mas afirmou estar preparado militarmente para evitar que armamento estratégico seja enviado ao grupo militante libanês Hezbollah .
Mais recentemente, autoridades israelenses e dos EUA conclamaram a Rússia a não prosseguir com a venda de avançadas armas de defesa aérea S-300. O Kremlin acatou o pedido dos EUA de não fornecer as S-300s ao Irã, mas a negativa a essa venda, disseram analistas, aumentou a pressão dentro do Exército russo para manter a venda para a Síria.
Diferentemente do arsenal sírio de Scuds ou de outros mísseis terra-terra que o governo Assad disparou contra as forças de oposição, os mísseis antinavais Yakhont poderiam providenciar para o Exército sírio uma arma formidável para conter as forças internacionais que buscam reforçar os rebeldes da oposição por meio da imposição de um embargo naval, do estabelecimento de uma zona de exclusão aérea ou do lançamento de ataques aéreos limitados.
“Permite ao regime deter as forças estrangeiras que avaliam enviar suprimentos à oposição pelo mar ou adotar um papel mais ativo se uma zona de exclusão aérea ou um embargo naval forem declarados em algum momento", afirmou Nick Brown, editor-chefe na Revisão de Defesa Internacional do IHS Jane. “Os mísseis realmente são matadores de navios."
Enquanto a crise síria entrava em uma escalada, a Rússia gradualmente aumentou sua presença naval na região. Em janeiro, dezenas de navios foram para os mares Negro e Mediterrâneo para participar no que o Ministério da Defesa disse ser o maior exercício naval do país em décadas, testando a habilidade das embarcações de se posicionar fora das águas russas.
Um mês mais tarde, quando os exercícios acabaram, a agência de notícias do ministério disse que quatro grandes navios estavam a caminho de operações na costa síria. "Com base nos resultados dos exercícios navais", disse o ministério na época, "tomamos a decisão de manter a atividade de combate dos navios de guerra russos no Mediterrâneo".
SNB

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Lavrov nega ligação entre fornecimento de mísseis S-300 à Síria e ataques aéreos de Israel


A decisão de fornecer à Síria mísseis antiaéreos S-300 não está ligada aos ataques aéreos de Israel a esse país; ela foi tomada muito antes desses acontecimentos, declarou o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov.

“Basicamente, os sistemas antiaéreos são fornecidos para proteger o país-cliente de ataques aéreos. Mas esses contratos tinham sido celebrados muito antes da altura em que a Síria foi atacada pelo ar, no ano passado e agora”, disse ele em entrevista ao canal de TV libanês Al Mayadin.
SNB

Mundo está à beira de uma pandemia dupla


Ao que tudo indica, o mundo está perante uma nova ameaça. É provável que possa eclodir uma pandemia dupla, provocada por novas variedades de vírus.

O novo coronavírus foi detetado na Jordânia, Inglaterra, Alemanha e França. Na Arábia Saudita, onde foi registrado o primeiro surto da doença, decorreu uma conferência especial, cujos participantes não dissimularam a sua preocupação: há cada vez mais dados que testemunham a hipótese de que o novo coronavírus possa ser transmitido de pessoa para pessoa.
Haled Margalani, conselheiro do ministro da Saúde da Arábia Saudita, disse à Voz da Rússia:
“Este coronavírus, responsável pela morte de 15 pessoas na Arábia Saudita, é diferente de todos os vírus conhecidos. Não existem vacinas ou medicamentos eficazes para combatê-lo. Por outro lado, a nossa medicina é incapaz por enquanto de diagnosticá-lo. Isso é o mais terrível, porque não conhecemos os sintomas que devem ser comunicados à população”.
Todos os pacientes que recorrem aos serviços médicos têm febre alta e uma tosse muito forte. O exame médico sempre revela uma insuficiência respiratória dos dois pulmões ao mesmo tempo. Passado um tempo, os doentes precisam de terapia intensiva e de oxigênio artificial.
O doutor Gregory Hartl, porta-voz da Organização Mundial de Saúde, aponta:
“O enigma principal é por quem e como se transmite a infeção. Não conseguimos esclarecê-lo em oito meses de pesquisas. E enquanto não descobrirmos isso, será impossível intervir no processo de transmissão do vírus de pessoa para pessoa. O vírus é muito perigoso, porque a taxa de mortalidade supera os 60 por cento”.
O virologista Yuri Guendon destaca a principal, em sua opinião, causa de alarme:
“Os antigos vírus também se transmitiam de pessoa para pessoa. Mas eles provocavam doenças de média gravidade e de baixa mortalidade. Este vírus, porém, causa doenças muito sérias que podem ser letais”.
Outro perigo aproxima-se da China. Trata-se novamente da chamada gripe aviária, provocada contudo por uma nova estirpe, denominada H7N9. Este vírus não se transmite por enquanto de pessoa para pessoa, mas isso, como se diz, é uma questão de tempo.
Deste modo, o mundo está ameaçado por uma pandemia dupla: o coronavírus oriental e a gripe aviária chinesa. Alguns peritos consideram que coincidência não é casual. Alexander Duguin, filósofo e politólogo, disse à Voz da Rússia:
“Tradicionalmente, a exterminação de pessoas sempre foi uma forma de obter lucros para aqueles que desencadeiam e financiam guerras. Por isso, não há nada de surpreendente que algum vírus tivesse sido desenvolvido artificialmente”
Entretanto, alguns cientistas sustentam que as causas de novas doenças mortais têm um caráter natural. A natureza, como se sabe, sempre tende a um equilíbrio. E se uma espécie animal (neste caso, a espécie humana) começa a predominar excessivamente no planeta, a natureza faz os possíveis por reduzir o seu número.
POR Serguei Duz .... VOZ DA RUSSIA
SNB

X-47B Catapultas Em História

SNB

quarta-feira, 15 de maio de 2013

FAB TV -- Especialistas da FAB -- Conheça os especialistas da Infantaria


FAB TV...SNB

Petrobrás lidera disputa por áreas licitadas pela ANP


RIO - A Petrobrás, mais uma vez, liderou a disputa por áreas licitadas pela Agência Nacional do Petróleo (ANP). A estatal arrematou 34 blocos, 12 deles como operadora - sete atuando sozinha. O total investido junto com seus parceiros, na 11ª rodada, foi de R$ 1,46 bilhão, dos quais R$ 537,9 milhões caixa próprio da companhia. Petrobrás, Total e BP estão entre as que concentrarão mais investimentos nas áreas licitadas. Em relatório, o Credit Suisse disse que os 34 blocos arrematados pela Petrobrás mostraram mais apetite da empresa do que o esperado pelo mercado, embora boa parte deles tenha sido feita em parceria.
Multinacionais de peso, como Repsol, Shell e Conoco estão entre as que nada levaram. Fizeram lances por poucos blocos (7, 6 e 2 blocos, respectivamente), mas não ganharam. A brasileira HRT nem tentou. Barra Energia tampouco, mas informou que seu foco será no leilão do pré-sal em novembro.
Petra Energia, com foco em blocos menores em terra, foi a segunda a arrematar o maior número de áreas, 27. A BP levou oito blocos em águas profundas. A empresa está no consórcio responsável pela maior oferta do leilão, R$ 345,9 milhões pelo bloco em mar do Foz do Amazonas número 57 que compartilhará com a operadora Total (40%) e Petrobrás (30%).
Também participa do consórcio, de mesma composição, que pagou R$ 214,4 milhões pelo bloco 88 da mesma bacia. "A BP está muito satisfeita com o resultado. Com essas aquisições, aumentaremos nossa presença exploratória em áreas de fronteira ao longo da margem equatorial brasileira", afirmou, em nota, Mike Daily, vice-presidente executivo de exploração da BP.
A OGX levou sete blocos na margem equatorial. Fez lances por 33 blocos e acabou investiu R$ 376 milhões por sua participação em 13 blocos. Em dez deles, estará sozinha, sem parceiros. É bem menos dos R$ 1,4 bilhão investidos pela OGX em 21 blocos na 9ª Rodada, em 2007, quando a petroleira de Eike Batista despontou no mercado. Apenas em um deles, na Bacia de Santos, a OGX ofertou R$ 344 milhões. Acabou não encontrando petróleo e tendo que devolver a área à União.
Desta vez, o maior lance que teve sucesso foi de R$ 80 milhões, para um bloco em Barreirinhas. A participação da petroleira, embora menos agressiva, surpreendeu, pois a companhia enfrenta restrições de caixa e produção abaixo do esperado. A OGX comprou sete blocos em águas profundas e dois em águas rasas localizados na Margem Equatorial, além de 4 blocos terrestres situados na Bacia do Parnaíba. Em dois deles, terá parceria com a ExxonMobil, que será operadora.
Bacias
Duas bacias sedimentares do Norte do País, de um total de 11 ofertadas, concentrarão cerca da metade da arrecadação e dos R$ 7 bilhões de investimentos da 11.ª rodada de licitações da Agência Nacional do Petróleo (ANP). Foz do Amazonas, na costa de Amapá e Pará, e Barreirinhas, na costa de Maranhão e Piauí - áreas tidas como nova fronteira na exploração de petróleo - arrecadaram R$ 1,589 bilhão de bônus pela concessão de 33 blocos. O total arrecadado no leilão em bônus para 142 blocos foi de R$ 2,8 bilhões. Foram R$ 802,7 milhões na Foz e R$ 786,9 em bônus no Maranhão.
As duas bacias demandarão mais de R$ 3 bilhões de investimentos mínimos por cinco anos na fase de exploração, quase metade de todo o investimento previsto após a rodada. As 30 empresas que levaram ao todo 142 blocos ontem terão que investir ao todo, no mínimo, R$ 7 bilhões, segundo a ANP.
Em média, as empresas pagaram nessa região cerca de R$ 48 milhões pelo direito de explorar cada bloco, dando a dimensão de que a região ganha relevância no mapa exploratório. A diretora-geral da ANP, Magda Chambriard, disse que a rodada tinha como um de seus objetivos descentralizar investimentos no País, hoje focados no Sudeste
SNB

Marinha russa aumenta controle do Mediterrâneo

Nikita Sorokin

A esquadra do Mediterrâneo da Marinha de Guerra russa irá incluir submarinos e porta-aviões. Na prática, se trata do ressurgimento da 5ª Esquadra do Mediterrâneo.

Em janeiro deste ano, no Mar Negro e no Mediterrâneo tiveram lugar grandes manobras aeronavais da Marinha de Guerra Russa com a participação da aviação estratégica. Algum tempo depois, o ministro da Defesa Serguei Shoigu se pronunciou a favor da formação de um comando operacional independente da Marinha de Guerra para o Mediterrâneo com caráter permanente. Em fevereiro foi divulgado que o Estado-Maior General russo estava a estudar o estacionamento no Mediterrâneo até 2015 de uma formação operacional permanente da Marinha de Guerra.
Há dias, o comandante da Marinha russa, almirante Viktor Chirkov, anunciou que a força prevista para a Esquadra do Mediterrâneo iria consistir em cinco ou seis navios. O almirante não especificou se esse número incluía apenas os navios de guerra ou se também abrangia os navios de apoio como petroleiros e navios-oficina. Está garantido que a esquadra irá incluir submarinos e não se descarta a possibilidade de vir a englobar porta-helicópteros da classeMistral,comprados pela Rússia em França.
De acordo com Chirkov, a esquadra do Mediterrâneo será formada com base na rotação dos navios de combate e auxiliares das frotas do Mar Negro, do Norte, do Báltico e do Pacífico da Marinha russa. Neste momento já arrancou o programa de formação dos oficiais de estado-maior que irão ocupar permanentemente as funções de comando operacional da Esquadra do Mediterrâneo.
A presença permanente no Mediterrâneo de uma força naval russa é uma decisão plenamente justificada por vários motivos, referiu à Voz da Rússia o editor principal da revista Export Vooruzheny (Exportação de Armamento) Andrei Frolov:
“O primeiro é a Rússia continuar a ter interesses na bacia do Mediterrâneo, que é uma região em ebulição. Surge com frequência a necessidade de reagir de uma forma rápida e operacional e, se for necessário enviar navios das frotas do Norte, do Báltico ou do Mar Negro, isso pode demorar bastante tempo. Já quando os navios se encontram nessa área de forma permanente, as margens de manobra, políticas inclusivamente, são muito maiores. O segundo motivo são as razões políticas, mostrar a bandeira, ou seja as capacidades da Rússia. Isso é válido não só para os países do Oriente Médio, mas também para os Estados europeus.”
Além disso, os navios de guerra russos patrulham, já há vários anos, as zonas mais perigosas junto às costas africanas, protegendo dos piratas as rotas de navegação comercial, nomeadamente, junto à Somália. De acordo com Andrei Frolov, a esquadra do Mediterrâneo poderá funcionar como uma reserva para as missões de combate à pirataria nos Oceanos Pacífico e Índico.
O perito duvida, no entanto, que uma presença permanente da Marinha russa, em particular, no mar Mediterrâneo seja capaz de reduzir ou evitar situações de conflito. Os planos de Moscou para criar uma força naval na região não ameaçam, por enquanto, envolver a Rússia em qualquer conflito armado localizado, visto que a presença ou ausência de uma esquadra não irá influenciar de maneira nenhuma a tomada pelo Kremlin de decisões fundamentais.
Simultaneamente, considera Frolov, um destacamento de navios de guerra russos no Mar Mediterrâneo pode, sem dúvida, ser encarado como um elemento integrante dos esforços internacionais para o aumento da estabilidade na região.
Uma presença permanente de navios russos no Mediterrâneo irá ter elevados custos materiais, intelectuais e outros, refere o copresidente da Associação de Cientistas Políticos e Militares, Vasili Belozerov:
“Esses custos serão justificados se for evidente quais são os interesses do nosso país nessa região e que eles devem ser defendidos com o uso de uma força naval. Quanto aos porta-helicópteros Mistrale à sua inclusão nessa esquadra, há que considerar que estes são navios de desembarque. Se a Rússia planejar possíveis operações de desembarque, é possível que eles sejam necessários. De qualquer forma, a presença dessa esquadra na região não será barata e é necessário esclarecer com que finalidade o país e os contribuintes irão ter essa despesa.”
É do conhecimento geral a situação na Síria, onde, no porto de Tartus, está localizado o único ponto de apoio técnico e de abastecimento da Marinha russa no Mediterrâneo. O comando-geral russo não esconde que a formação desta força naval moderna no Mediterrâneo será inspirada na 5ª Esquadra da Marinha soviética. A ideia da sua criação em 1965 foi apresentada pelo então comandante da Marinha de Guerra da URSS, almirante Serguei Gorshkov.
Imediatamente antes da Guerra dos Seis Dias israelo-árabe de 1967, no Mediterrâneo estavam concentradas dezenas de navios de guerra de superfície, submarinos e navios de apoio soviéticos. Até essa altura, tinha sido desenvolvido o padrão de formação e de comando dessas esquadras: as quatro frotas soviéticas destacavam para a região três a quatro navios que aí formavam uma esquadra, recebendo esta a respetiva designação e número de ordem.
A base para a formação da 5ª Esquadra, criada a 14 de julho de 1967, foi a 14ª Esquadra Mista. A sua presença e as ações dos seus navios e destacamentos na monitorização da esquadra britânica e da 6ª Esquadra dos EUA não permitiram aos aliados participar na Guerra dos Seis Dias do lado de Israel.
Como recorda o capitão de mar-e-guerra e candidato a Doutor em Ciências Políticas Serguei Gorbachov, uma avaliação rigorosa do papel da 5ª Esquadra nos anos da Guerra Fria foi feita por um dos seus últimos comandantes, o almirante Yuri Sysuev: “Estando no epicentro das guerras e conflitos armados de 1967 e 1973 entre Israel e os países árabes, dos confrontos no Chipre em 1974 e no Líbano em 1982, e do uso da força militar pelos EUA contra a Líbia em 1986, os navios da esquadra foram um importante fator dissuasor para os planos e tendências de agressão”.
SNB

Rússia na feira SITDEF 2013: novos equipamentos e esquemas de interação

Oleg Nekhai .....  VOZ DA RU

A Rússia apresenta mais de 300 tipos de armamentos promissores para tropas terrestres, aviação e marinha na feira internacional de tecnologias defensivas SITDEF 2013, a decorrer na capital do Peru entre 15 e 19 de maio, entre eles o tanque T-90S, a bateria antiaérea Pantsyr S1, o caça Su-30MK2 e o sistema de lança-foguetes múltiplo mais potente no mundo Smerch.

A América Latina é um grande e promissor mercado para armamentos russos. Ultimamente, a Rússia enfrenta problemas em mercados clássicos, aos quais fornecia material bélico nos anos 90 – inícios dos anos 2000. Tal, em primeiro lugar, diz respeito, ao mercado chinês, porque a China produz independentemente a maioria de sistemas de armamentos, aponta Serguei Denisentsev, perito do Centro de Análise de Estratégias e Tecnologias:
“Em parte considerável, isso também diz respeito ao mercado indiano. Embora continuem a ser fornecidos grandes volumes de equipamentos militares, a Rússia, no entanto, depara-se aqui com sensível concorrência. Nestas condições, ganham grande importância os mercados de armamentos do Sudeste Asiático e da América Latina. Anteriormente, o principal parceiro nesta área foi a Venezuela. O Peru é também um mercado bastante importante. Um surto da cooperação militar-técnica está ligado, inclusive, à feira em Lima, em que a Rússia prevê propor o tanque T-90S ao Peru”.
O parque de tanques do Peru, composto principalmente por T-55 de produção soviética, tornou-se antiquado e está previsto renová-lo. Para além de T-90S, estuda-se a possibilidade de adquirir máquinas americanas Abrams e tanques Leopard de produção alemã. Contudo, a máquina russa ultrapassa os concorrentes pela fórmula eficácia-preço, aponta o porta-voz da empresa Rosoboronexport, Viacheslav Davydenko:
“Hoje em dia, o T-90S é o tanque mais competitivo. Suas caraterísticas, a potência do fogo, a capacidade de manobras e o grau de proteção foram avaliadas dignamente em todo o mundo. Mais de um milhar de T-90 já foi fornecido a clientes estrangeiros”.
Na feira em Lima, a Rússia apresenta o último modelo de helicóptero militar de transporte Mi-171Ch. Na América Latina estão a ser explorados na totalidade 500 helicópteros russos, assim como aviões de transporte e de combate, diz Serguei Denisentsev:
“Os helicópteros da família Mi-8, da qual faz parte também o Mi-171Ch, têm grande popularidade no mercado mundial, inclusive na América Latina. Naquela região, restam não muito grandes países, aos quais não foram fornecidas máquinas dessa família. O Mi-171Sh continua esta linha e é lógico grande interesse manifestado a este helicóptero”.
A Rússia propõe aos parceiros peruanos abrir um centro de serviços pós-venda de helicópteros russos. Deste modo, a Rosoboronexport não apenas fornece equipamentos militares ao mercado do Peru, mas também propõe uma cooperação mais larga, destaca Viacheslav Davydenko:
“A abertura de um centro de serviços é condicionada pelo fato de muitos países da América Latina terem explorado estes tipos de helicópteros e suas modificações. Por esta causa, seria justo organizar a manutenção no local”.
Este centro permitirá utilizar tecnologias de produtores de helicópteros russos, assim como criar no Peru novos postos de trabalho. A Rosoboronexport tem a certeza de que a participação da SITDEF 2013, encontros e conversações no âmbito da feira permitirão que a companhia alcance um novo nível da cooperação militar-técnica na América Latina.
SNB