domingo, 18 de junho de 2017

O IA2 como armamento de dotação dos Fuzileiros Blindados no combate de 4ª geração

Felipe Ferreira Lima Vicente – 1º Ten

O evoluir dos conflitos nas suas quatro gerações impulsionou uma primavera de mudanças nos conceitos básicos daquilo que se considerava um armamento ideal para a guerra. Os grandes campos de batalha deram lugar à estreitas ruas e vielas das cidades do mundo moderno e o blindado passou a ser uma figura muito mais presente nesse ambiente operacional.

Características como portabilidade, tamanho e peso se tornaram cada vez mais relevantes na concepção do armamento ideal para o soldado de hoje. Dentro deste contexto a Industria de Material Bélico do Brasil, IMBEL anunciou em 2008, aquele que seria o seu projeto mais desafiador, um fuzil totalmente novo, concebido e produzido inteiramente em território nacional, o IA2.

Voltado para o combate moderno, o IA2 é o substituto oficial do Fuzil Automático Leve (FAL), armamento adotado desde a década de 60 pelo Exército Brasileiro. O IA2 conta com trilhos picatinny, materiais poliméricos, coronha rebatível, calibre 5,56x45mm e um tamanho adequado para o combate em ambiente confinado.

O projeto encontra-se aprovado e pronto para dotar as diversas organizações militares do Exército. No entanto, o fato de ser totalmente desenvolvido pela IMBEL garante ao IA2 o aperfeiçoamento constante, algo que já aconteceu diversas vezes desde o seu anúncio oficial.
INTRODUÇÃO

Em 1648, foi firmado pelas principais potências mundiais o Tratado de Westphalia, tratado este que findou a guerra dos trinta anos e “estatizou as batalhas”.

De lá para cá, o combate passou por um processo constate de mutação, sendo dividido em quatro gerações pelo Sr. William S. Lind, no seu artigo The Changing Face of War - Into the Fourth Generation.

A evolução da Guerra sempre andou paralela à evolução do principal meio de fazer a guerra: a arma. As antigas espadas e mosquetes deram lugar a modernos e precisos armamentos, potencializando o poder de combate do militar da 1ª a 4ª Geração.

O Exército Brasileiro (EB), seguindo a evolução mundial do armamento, introduziu em 1964 o Fuzil Automático Leve (FAL), armamento extremamente rústico, de origem Belga, que dota os militares brasileiros até os dias atuais.

No intuito de acompanhar a evolução dos armamentos em todo o mundo, o Exército, em parceria com a Industria de Material Bélico do Brasil (IMBEL), iniciou em 1995, com o MD97L, a criação de um novo fuzil, fato que foi consolidado em 2008 com o início do desenvolvimento do IA2.

O combate moderno também se mostrou ideal para o emprego do blindado, principalmente por acontecer em cidades, onde a posição do inimigo é, muitas vezes, desconhecida, algo que faz a proteção blindada se tornar ainda mais importante.

No Exército Brasileiro, a importância dada às tropas blindadas é expressa com a modernização das Viaturas Blindadas de Transporte de Pessoal (VBTP) M113-B e com a aquisição das novas Viaturas Blindadas de Combate Carros de Combate (VBCCC) Leopard 1 A5 BR.

O presente trabalho procurou relacionar o combate da 4ª Geração, o advento do IA2 e o emprego do blindado na guerra moderna, tudo com base nas informações oficias da IMBEL, de artigos das Campanhas de Beirute, Grozny e Bagdá, e do conceito das quatro gerações da guerra, criado pelo Sr. William S. Lind em sua obra The Changing Face of War: Into Fourth Generation, publicada em 1989.
DESENVOLVIMENTO

Metodologia

O presente estudo foi realizado dentro de um processo científico e procedimentos metodológicos. Assim, iniciou-se com a realização de pesquisas documentais e bibliográficas, onde, primeiramente, foram analisados textos referentes à evolução dos conflitos armados desde o Tratado de Westphalia, fazendo uma breve análise da consequente evolução dos armamentos.

Em seguida, visando relacionar esses fatos com a substituição do FAL pelo IA2 como armamento de dotação do EB, foi realizada uma revisão teórica do assunto, por meio de documentos e trabalhos científicos (artigos, trabalhos de conclusão de curso e dissertações), a qual prosseguiu até a fase de análise dos dados coletados neste processo (discussão de resultados).

Por fim, foi analisada a documentação obtida, relativa ao emprego de blindados no combate moderno, em especial nas campanhas de Beirute, Grozny e Bagdá.

As informações obtidas foram submetidas a uma apreciação da utilização do IA2 como dotação do fuzileiro no combate de 4ª Geração, a fim de se obter a resposta à questão: O IA2 pode ser considerado um bom substituto do FAL para o emprego da tropa blindada no combate de 4ª Geração?
Resultados e Discussão

A pesquisa bibliográfica possibilitou: relatar evolução das guerras desde o Tratado de Westphalia; relatar evolução dos armamentos nesse mesmo período; descrever as principais características do IA2; comparar as principais características do IA2 com o FAL; relatar a evolução do blindado no combate moderno; ajuizar se o IA2 pode ser considerado um bom armamento para dotar as tropas blindadas nos conflitos de 4ª Geração.

Sobre tudo o que foi exposto, em particular na evolução das guerras, podemos observar que o combate sofre uma metamorfose constante, se adaptando às missões, ao inimigo, ao terreno, aos meios, ao tempo e aos assuntos civis, o que conhecemos como fatores da decisão.

Dentro desse constante evoluir da guerra, o seu símbolo maior, a arma, não deixou de mudar. A Guerra Moderna tem início em 1648, com o Tratado de Westphalia, onde, além de marcar o fim da Guerra dos Trinta Anos, o Estado assumiu a administração dos conflitos internacionais, o que, por vezes, acontecia entre famílias, tribos, religiões, cidades e empresas.

Desde o Tratado de Westphalia até os dias atuais, podemos dividir a guerra em quatro fases distintas. A 1ª Geração da guerra, entre 1648 e 1860, ficou conhecida como guerra de linha e coluna. Naquela época, eram travadas em grandes campos, de maneira formal e ordenada.

Esse período foi fundamental para o desenvolvimento dos Exércitos pois foi quando foram introduzidos os uniformes, continências, graus hierárquicos, criando uma cultura militar.

A 2ª Geração foi resumida pelos franceses como “a artilharia conquista – a infantaria ocupa”. O comandante da tropa passou a ser um grande maestro, que orquestrava seus meios (artilharia, infantaria e carros de combate) de acordo com o andar do conflito.

Naquela época prezava-se muito a disciplina, onde iniciativas não eram toleradas pois poderiam por em risco o restante da tropa. A 3ª Geração da guerra é também uma herança da Primeira Grande Guerra.

Desenvolvida pelo Exército Alemão, a Blitzkrieg, ou guerra de manobra, é baseada na velocidade, surpresa e no deslocamento mental e físico, não no poder de fogo propriamente dito. A guerra de 3ª Geração não é linear e passa a exigir uma capacidade de planejamento e coordenação muito maior aos seus comandantes.
A iniciativa era mais importante que a obediência, desde que voltada para o cumprimento da missão. A 4ª Geração talvez seja a mais diferente e complexa das gerações pois a maior conquista do Tratado de Westphalia é perdida: a administração da guerra pelo Estado.

Dessa forma, os conflitos que se caracterizavam por serem atos políticos envolvendo a luta de interesse entre duas nações, passaram a ser uma questão ideológica a ser administrada por qualquer um que queira lutar por qualquer motivo.

A guerra perdeu o mínimo de ordem que existia através das Convenções de Genebra e do Direito Internacional dos Conflitos Armados, pois os seus participantes deixaram de ser exclusivamente militares.Outra característica marcante da 4ª Geração é que boa parte dos conflitos migraram para as cidades, em meio a população, onde grupos terroristas e revolucionários, podem cooptar integrantes e se sustentar mais facilmente.

Paralelamente à evolução das guerras, os armamentos também evoluíram, ficando mais leves, menores e com seu calibre reduzido. Isso se deve basicamente por dois motivos: o deslocamento da guerra do campo para as cidades; e do aumento na quantidade de materiais transportados por um soldado dos dias de hoje.

Durante as quatro gerações da guerra, o seu ambiente foi sendo alterado aos poucos, partindo dos grandes campos do passado até os becos, ruas e vielas dos dias atuais. O combate à curta distância não exige um armamento com grandes alcances, característica que é obtida, dentre outras maneiras, com um alongamento do cano. Esse fato permitiu que as armas encurtassem com o passar dos tempos, chegando ao tamanho médio de 850 mm dos dias atuais.

Outra questão importante envolvendo a evolução do combate é a quantidade de material carregado por um soldado. Durante a 1ª Geração das guerras, os militares carregavam basicamente seu armamento e sua munição.

Hoje em dia, além do armamento e da munição, o soldado moderno carrega consigo computador, equipamento de visão noturna (EVN), máscara contra gases, capacete balístico, colete balístico, armamento não letal, granadas diversas, marmita, caneco, ração operacional, roupas de muda, kits diversos, entre outros, fazendo seu aprestamento girar em torno de 30kg.

Todos esses materiais estão em constante evolução para se tornarem mais leves e mais fáceis de serem carregados. Com o armamento não poderia ser diferente, sendo constantemente objeto de estudos para ter seu peso reduzido.

Acompanhando a evolução mundial dos armamentos o EB, em parceria com a IMBEL, iniciou em 2008 o projeto de desenvolvimento do seu novo armamento de dotação. O fuzil IA2 é, no entanto, uma evolução do Fuzil 5,56 MD97L, projeto iniciado em 1995 e testado em 1997, daí o seu nome.

O processo de homologação do MD97L como Material de Emprego Militar (MEM) deu-se no final de 2002 e início de 2003. A primeira grande aquisição do MD97L foi feita pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP) para equipar a Força Nacional de Segurança (FNSP).

Após a aquisição do lote piloto deu-se início à sua efetiva avaliação, que foi interrompida em 2008 em virtude de alguns defeitos encontrados no projeto. Naquele momento, então, iniciou-se efetivamente o desenvolvimento do fuzil IA2.

Ainda como consequência do combate moderno, o blindado tornouse um meio comum no ambiente urbano, em especial quando empregado formando o combinado carro de combate – fuzileiro (CC-Fuz). Por suas características, das quais se sobressaem a mobilidade, o sistema de comunicações amplo e flexível e a proteção blindada, o emprego da forçatarefa (FT) tornou-se comum na guerra atual.

Como parte do processo de transformação do EB, o IA2 tornou-se o armamento de dotação oficial de seus militares. Em uma tropa que atua embarcada em blindados, assim como em aeronaves, é fundamental que o armamento seja pequeno ou que tenha sua coronha rebatível, ambas características presentes no IA2 e ausentes no FAL.

O motivo de tais exigências deve-se ao fato do interior do blindado ser um local relativamente apertado para acomodar os fuzileiros, bem como seus materiais específicos, que não podem ficar do lado de fora junto às mochilas (EVN, notebook, rádios etc).

Além disso, aliado ao que foi exposto anteriormente, o blindado é cada vez mais utilizado em ambiente urbano, ambiente este que exige um armamento leve, pequeno e de fácil manuseio. Ambas as situações, o ambiente urbano e o emprego do blindado nesse ambiente, tornam o IA2 um excelente armamento para dotar os fuzileiros em detrimento do FAL.CONCLUSÃO

Este trabalho se propôs a responder um problema: O IA2 pode ser considerado um bom substituto do FAL para o emprego da tropa blindada no combate de 4ª Geração?

Após uma avaliação sistematizada e acadêmica, a questão é respondida de forma afirmativa: o IA2 tem condições de dotar os fuzileiros blindados em substituição ao FAL no combate de 4ª Geração. A cidade é um fato, quando se fala em combate moderno.

A 4ª Geração levou a guerra para um lugar estreito, confuso e perigoso. As características da tropa blindada, tais como, proteção blindada, mobilidade e sistema de comunicações amplo e flexível, a tornaram uma poderosa alternativa para enfrentar os percalços do ambiente urbano.

Acompanhando a evolução da guerra, os armamentos evoluíram, um como consequência do outro, a guerra evoluindo através das armas e as armas evoluindo por meio da guerra.

O fato é que o Exército acompanhou essa evolução e o IA2 é uma realidade. Um projeto moderno, bem estudado, bem avaliado e brasileiro. Essa última talvez, sua característica mais importante, o que possibilita o seu constante aperfeiçoamento, além do desenvolvimento da indústria nacional.

Os rumos do combate tornaram o IA2 um bom substituto para o FAL. Suas características, em especial seu tamanho e seu peso, são a chave para o seu sucesso e o caminho para sua entrada no hall das principais armas do mundo. O projeto ainda tem muito a evoluir, algo que nunca deixará de acontecer, especialmente quando falamos na guerra.

Suécia apresenta seu caça de combate mais moderno (VÍDEOS)

O grupo industrial sueco SAAB anuncia primeiro voo bem-sucedido do protótipo de seu caça mais moderno Gripen E, com uma profunda modernização da plataforma JAS-39, projetada na década de oitenta.

O primeiro voo foi realizado em 15 de junho. Esperava-se testar a aeronave antes do final de 2016, no entanto, o evento demorou meio ano. O vídeo foi publicado na conta oficial da SAAB no Youtube.Gripen é um caça polivalente de quarta geração, que reúne em uma aeronave as características de caça, avião de ataque e reconhecimento.
A Força Aérea da Suécia incorporou a primeira versão do avião em 1997.O projeto de modernização do Gripen começou em 2013. O objetivo inicial era produzir três protótipos para testes, sendo o terceiro o caça mais "próximo" da versão de série. A produção em série deve ser lançada em 2019.
O Gripen E é apresentado como "um combatente inteligente", dotado de modernos radares e sistemas radioeletrônicos. O avião pode usar um amplo leque de armas de acordo com a missão, sendo os armamentos instalados em dez pontos de fixação na fuselagem. A velocidade do novo avião atinge os 2.000 quilômetros por hora.O exército sueco já encomendou 60 aeronaves para 2026. O Brasil está disposto a comprar 36 aeronaves e Suíça está negociando o fornecimento do novo avião.A indústria militar da Suécia, embora menos conhecida que a dos EUA, Rússia, França ou do Reino Unido, é robusta e capaz de produzir armamentos modernos.
Por exemplo, recentemente a SAAB apresentou um projeto de submarino diesel-elétrico armado com mísseis de cruzeiro Tomahawk, o primeiro submarino não nuclear com tais capacidades. No ano passado foi anunciado o projeto do poderoso míssil ar-ar Meteor.

Já são conhecidas características do novo tanque ligeiro de Israel

Na conferência International Ground Warfare & Logistics, o ex-general de brigada do Ministério da Defesa de Israel apresentou o programa Carmel, que prevê o desenvolvimento de um mini tanque.

Segundo Michael Peck, autor do artigo para o jornal norte-americano National Interest, a tripulação do novo veículo será reduzida a dois homens.
Israel tem a intenção de desenvolver um tanque ligeiro, capaz de funcionar em zonas urbanas", sublinhou.
Além disso, o veículo contará com um motor híbrido e um sistema universal de defesa.
"Seu sistema de proteção ativa poderá incluir mísseis antitanque, mas sua blindagem não protegerá dos canhões pesados de tanques como o T-72. O modelo russo mais parecido com o Carmel poderia ser o BMPT/BMPT-72 Terminator", cita o autor os especialistas.
O mini tanque israelense pesará entre 34 e 40 toneladas, em comparação com as 68 toneladas do norte-americano M-1 Abrams. O veículo israelense é também significativamente mais pequeno do que o Armata russo de nova geração, que pesa 48 toneladas, escreve o jornalista.
De acordo com Peck, o novo tanque de Israel não substituirá o atual Merkava 4, que está previsto permanecer em produção até 2020.
"O pequeno tanque, protegido por uma blindagem média e armado com um autocanhão e mísseis, parece ter seu próprio nicho como veículo de apoio à infantaria", conclui Michael Peck.

sexta-feira, 16 de junho de 2017

O veículo aéreo não tripulado russo, de tipo helicóptero, Voron 777-1Pequeno, mas valente: Rússia cria helicóptero de combate não tripulado

A Rússia criou o veículo aéreo não tripulado (VANT), de tipo helicóptero, Voron 777-1 destinado à guerra eletrônica e uso de armas de pequeno calibre, informa a Sputnik, citando uma fonte da indústria militar.

A Rússia criou o veículo aéreo não tripulado (VANT), de tipo helicóptero, Voron 777-1 destinado à guerra eletrônica e uso de armas de pequeno calibre, informa a Sputnik, citando uma fonte da indústria militar.O Voron 777-1 foi desenvolvido com base no modelo anterior, o Voron 700. Os veículos não tripulados da classe Voron já estão no serviço das Forças Armadas da Rússia, nomeadamente, no Serviço Federal de Segurança, para tarefas como inteligência e monitorização.
O novo modelo de VANT do tipo helicóptero foi desenvolvido pela construtora Iskatel do Instituto de Aviação de Moscou. O drone, capaz de transportar um sistema de guerra eletrônica, já passou em todos os testes. Espera-se que as primeiras entregas do VANT aos clientes interessados comecem em 2018-2019", disse o interlocutor da agência.
De acordo com o conhecido especialista russo na área de veículos não tripulados, Denis Fedutinov, a instalação de armas em tais veículos, inclusive ligeiros, é uma das tendências dos últimos anos.
Os pedidos, expressados diretamente ou não pelos clientes, fazem com que as empresas construtoras ofereçam variantes possíveis de tais sistemas, como mostram já muitos exemplos, não apenas nos EUA e Israel, mas em outros países, incluindo alguns bastante inesperados, como a Bielorrússia", acrescentou o especialista.
A unidade propulsora do Voron 777-1 é constituída por um motor de pistão com uma potência de cerca de 30 cavalos-vapor. O drone utiliza um rotor principal com pás em X. Essa tecnologia, patenteada pelo Instituto de Aviação de Moscou, permitiu melhorar a carga máxima do drone sem perder as elevadas capacidades de manobra, assegurando um baixo nível acústico.
O peso máximo à decolagem do VANT é de cerca de 90 quilogramas, incluindo uma carga útil de até 50 quilogramas.

quinta-feira, 15 de junho de 2017

Maior aerodeslizador do mundo será 100% russo

Forças Armadas da Rússia decidiram reiniciar a produção dos aerodeslizadores militares Zubr. Este mítico navio de origem soviética obterá pela primeira vez peças totalmente russas.

A construção do primeiro Zubr totalmente russo está prevista para 2018, informa o jornal Izvestia.
Este navio de desembarque anfíbio é considerado como o maior do mundo: seu deslocamento é de 535 toneladas e ele é capaz de transportar três tanques de até 150 toneladas de peso total.
Os Zubr devem substituir as lanchas de desembarque Dyugon e as lanchas blindadas Gurza, que têm um tamanho muito mais modesto. Não são suficientes para fazer frente aos retos que enfrentam as Forças Armadas e a Marinha, destacou ao Izvestia o especialista militar Andrei Frolov.
De acordo com as suas palavras, o reinício da construção dos Zubr está associado principalmente ao início da produção das turbinas de gás na fábrica Saturn, no rio Volga.
Se trata de bons navios que sempre encontrarão seu nicho. O aerodeslizador mencionado de alta velocidade terá demanda lá onde as águas normalmente são calmas, como nos mares Negro, Báltico e Cáspio", explica o especialista.
Ainda não se sabe onde se construirá o primeiro Zubr 100% russo. Essa capacidade existe na fábrica Almaz, sediada em São Petersburgo, na fábrica More, na Crimeia, e na fábrica Yantar, da região de Kaliningrado.
História
Os Zubr foram projetados nos anos 1970 como os aerodeslizadores maiores e mais velozes, em comparação com outros navios soviéticos deste tipo. O "pai" do Zubr é considerado o engenheiro German Koronatov, que trabalhava sobretudo na Almaz.
O primeiro Zubr foi lançado em 1986 e, depois de uma série de ensaios, finalmente foi incorporado nas Forças Armadas Soviéticas em 1988.
Navio único
Os navios de desembarque anfíbio do projeto 12322 Zubr podem efetuar desembarques em 70% do total da linha costeira dos mares e oceanos do planeta.
As três hélices do Zubr permitem a este veículo anfíbio alcançar uma velocidade de 70 nós, sem precedentes para navios (130 quilômetros por hora, enquanto normalmente uma lancha blindada se desloca a 35 nós).
Além disso, os Zubr são invisíveis para os radares. Este efeito foi conseguido por causa do fato que durante seu movimento esta nave produz uma enorme nuvem de água que "apaga" sua forma no monitor de radar.

EUA acusam Irã de comportamento 'perigoso' no estreito de Ormuz

A Marinha dos EUA declarou que um navio iraniano apontou com laser para um helicóptero americano que estava escoltando navios estadunidenses no estreito de Ormuz, classificando tal comportamento como perigoso para a navegação, informa a agência AFP.

O incidente ocorreu no dia 13 de junho quando o grupo de navios americanos estava nas águas internacionais do estreito de Ormuz. Como declarou o representante da Marinha dos EUA, Bill Urban, um navio iraniano se aproximou dos navios americanos, mirando para um helicóptero dos EUA posteriormente.
Depois [de se aproximar], o navio iraniano apontou um laser para nosso helicóptero CH-53E, que estava escoltando o grupo de navios", declarou o militar.
De acordo com ele, posteriormente, o navio iraniano iluminou mais um navio americano, chegando muito perto do navio dos EUA, mais precisamente a 800 metros.
Como foi escrito no comunicado da Marinha dos EUA, "iluminar helicópteros com lasers durante a noite é perigoso, pois cria ameaça para o veículo aéreo".

China trabalha em mísseis hipersônicos para atingir mais de 6.000 km/h (FOTO)

Os caças chineses serão equipados no futuro com estes mísseis, que permitirão alcançar alvos a 320 km. Em maio, Pequim, que desde 2000 está desenvolvendo o motor para projéteis hipersônicos, levou a cabo dois voos testes.

Os mísseis, desenvolvidos pela China, contam com um motor a jato (ramjet) que utiliza o oxigênio presente na atmosfera para não levar seu próprio, tornando-os, assim, em uma opção promissora. Os testes foram concluídos com sucesso, de acordo com os pesquisadores da Corporação Científica Aeroespacial da China, qualificados por especialistas militares como "destaque na área do desenvolvimento de motores".
O novo motor dos mísseis chineses permitirá aos caças J-20 lançá-los a mais de 6.000 km por hora a uma distância três vezes superior à atual, o que aumentará significativamente o raio de alcance, sendo uma opção ar-ar de grande mobilidade, explica Song Zhongping, um especialista militar, ao jornal Global Times.
Nos últimos anos, a China tem atingido importantes avanços militares. O orçamento do gigante asiático para fins militares subiu para 144 bilhões de dólares (R$ 471,4 bilhões), e há quem teme o desenvolvimento técnico-militar das Forças Armadas da China.
A China não é o único país que está desenvolvendo atualmente tecnologias hipersônicas. A Rússia criou o míssil hipersônico Tsirkon, que conseguiu alcançar uma velocidade de Mach 8 (cerca de 9 800 km/h). Os EUA também estão testando projéteis deste tipo, mas vários especialistas afirmam que neste campo, o país norte-americano é superado pela Rússia e China.

Rússia vs EUA: o que aconteceria se se enfrentassem os 2 melhores submarinos do mundo?

Rússia e EUA competiram entre si durante muito tempo no desenvolvimento de novas armas. O equilíbrio de forças entre ambas as potências no ar e em terra está mais ou menos claro, porém, qual é a situação por baixo de água?

A respeito, o jornalista da revista estadunidense The National Interest, Kyle Mizokami, analisou o equilíbrio de forças entre ambos os países no mundo subaquático, comparando o submarino nuclear russo Severodvinsk e os submarinos estadunidenses da classe Virginia.
O gigante russo – que alcança 118 metros de comprimento e tem um deslocamento de 13.800 toneladas – tem pelo menos 90 tripulantes a bordo, enquanto seus equivalentes estadunidenses são capazes de alojar um número maior de pessoas.
De acordo com os dados citados no almanaque Combat Fleets of the World, o Severodvinsk conta com um reator nuclear de 200 megawatts, graças ao qual pode alcançar uma velocidade de mais de 16 nós à superfície e mais de 30 nós debaixo de água.
O armamento do submarino russo inclui quatro tubos de torpedos de 533 milímetros de diâmetro e quatro tubos de torpedos de 650 milímetros. Estes tubos podem lançar tanto torpedos, como misseis russos da série 3M-54 Club.
Para aumentar o poder de fogo do navio, os engenheiros russos equiparam o Severodvinsk com sistema de lançamento vertical que pode disparar mísseis antinavio P-800 Ónix.
Os submarinos estadunidenses da classe Virginia podem alojar a bordo até 113 tripulantes. Propulsados por um reator nuclear General Electric SG9, estes submarinos são capazes de alcançar uma velocidade até 25 nós à superfície e 35 nós debaixo de água.
A classe de submarinos Virginia tem apenas 4 tubos lançadores de 533 milímetros que disparam torpedos pesados Mark 48 ADCAP – se utilizam contra submarinos e navios de superfície – assim como lançam mísseis antinavio Harpoon.
Segundo o jornalista, o Severodvinsk e os submarinos da classe Virginia representam os pináculos da tecnologia submarina de ambos os países. Desenhados para rivalizar, estes dois tipos de navios são perfeitamente comparáveis.
A diferença entre ambos consiste em que o Severodvinsk é mais lento, porém, ele é capaz de submergir a águas mais profundas. Por sua parte, os submarinos da classe Virginia podem ser mais rápidos, mas os ensaios revelaram que só podem submergir até uma profundidade máxima de 488 metros.
Falando a respeito de seu armamento, ambos os tipos de navios são mais ou menos equiparáveis. O submarino russo pode responder rapidamente ao aparecimento de um alvo potencial graças aos mísseis 3M-54 Club.

segunda-feira, 12 de junho de 2017

Irã prepara seus próprios submarinos para guerra defensiva no golfo Pérsico' (VÍDEO)

Teerã passou anos se preparando para uma guerra naval defensiva no golfo Pérsico, escreve o especialista em defesa, Sebastien Roblin.

Em seu artigo para a revista The National Interest, o autor aponta que, nesta possível guerra, Irã usará sua grande frota de navios de ataque rápido para lançar mísseis antinavio contra adversários a fim de bloquear a passagem através do estreito de Ormuz.
Capacidades navais
O país dispõe de 21 minisubmarinos da classe Ghadir que são de produção nacional, mas construídos em conformidade com os submersíveis norte-coreanos da case Yono. São barcos de 120 toneladas, capazes de se deslocar a uma velocidade de 11 nós (21 km/h). Além disso, cada submarino pode levar dois torpedos de 533 mm.
Em geral, as águas costeiras pouco profundas são muito favoráveis para operações minisubmarinas, com interferências de zonas rochosas superficiais e fortes maresias que reduzem o alcance de detecção do sonar", diz Roblin.
Segundo acrescenta o especialista, essas águas também oferecem aos minisubmarinos "abundantes oportunidades para se esconder e esperar em uma emboscada".
Além dos submersíveis de pequeno tamanho, o Irã dispõe de três submarinos diesel-elétricos maiores e mais capazes de classe Kilo, comprados da Rússia na década de 90. Estes barcos, por sua vez, podem navegar confortavelmente pelas águas do oceano Índico, aprofundando-se.
Em 2013, Teerã lançou seu próprio submarino da classe Fateh. Embora este navio, de fabricação nacional, careça de algumas características modernas como mísseis antinavio ou o sistema de propulsão independente, é verdadeiramente uma "peça genuína", indica o autor.
Mas, por que Irã investe somas consideráveis na construção de seus próprios submarinos ao invés de adotar esquemas já desenvolvidos por Rússia e China?
Aspiração à autossuficiência
A razão consiste em que Teerã já se dá conta de como as parcerias internacionais em mudança podem desviar o planejamento da defesa. Assim, antes da revolução no país, seu governo recebia "grandes quantidades de armas" dos EUA.
No entanto, continua Roblin, este armamento norte-americano "foi bastante difícil de manter, depois de um pequeno incidente em 1979 na embaixada dos EUA", trata-se da crise dos reféns no Irã, durante a qual um grupo de estudantes iranianos tomou como reféns dezenas de diplomatas norte-americanos.
Depois de o Iraque invadir Irã em 1980, Teerã se encontrou em más relações tanto com os EUA, como com a União Soviética, por isso se dirigiu para a China em busca de armas. Além disso, envolveu-se em "relações clandestinas" com a administração de Reagan.
Esta tumultuada história criou um tremendo impulso para a autossuficiência militar do Irã, mesmo que os resultados de curto prazo não sejam nada especiais com os sistemas estrangeiros de armas existentes", salienta Roblin.
Guerreiros" submarinos
O submarino Fateh mede entre 40 e 48 metros de comprimento e, segundo informações, é capaz de levar cerca de 600 toneladas em posição paralela. Assim, compartilha características com os submarinos de defesa costeiros alemães desenvolvidos nos anos 1960 e 1970.
Além disso, Fateh dispõe de quatro tubos de torpedos para a proa, com acesso potencial entre seis e oito recargas, e um arranjo soar circular situado sob os tubos. O submarino Fateh é capaz de operar a uma profundidade de até 200 metros abaixo d'água, o que é mais do que suficiente para as águas rasas do golfo Pérsico. Acredita-se que sua velocidade máxima em posição submersa alcance de 14 a 24 nós (entre 26 e 42 km/h).
Roblin indica que, segundo a mídia local, o Fateh é capaz de estar em alto-mar durante cinco semanas e cobrir uma distância de 5.000 km, o que lhe fornece a capacidade de penetrar no mar da Arábia.
Teerã também planeja fabricar dois submarinos da classe Besat (ou Qaem), cada um de 60 metros de comprimento e equipado com seis tubos de torpedos. É provável que tenham uma capacidade de mergulho de 300 metros e uma velocidade máxima de 37 quilômetros.
No entanto, a falta de novos relatórios sobre o seu desenvolvimento sugere que o projeto foi abandonado e atrasado.
Ao mesmo tempo, o Escritório de Inteligência Naval dos EUA informou, em março, que os submarinos da classe Besat terão capacidade de lançar mísseis de cruzeiro em cinco anos.
A arma iraniana que pode entrar em serviço o mais rápido possível é o torpedo supercavitante Hoot (ou Baleia), que, segundo informado, é capaz de alcançar uma velocidade de mais de 321 km/h, ou quatro vezes mais do que um típico torpedo moderno.
O autor explica que tal façanha é alcançada através do uso do calor, do sistema de escape do foguete, o que lhe permite viajar em uma bolha de gás com resistência ao arraste mínimo.
As provas do Hoot foram realizadas em 2006, 2015 e em maio de 2017. Na opinião do analista de defesa, o torpedo foi desenvolvido levando em consideração o torpedo russo Shkval.
Roblin destaca que, embora o estado de algumas das armas iranianas ainda seja desconhecido, a sua implantação, marcará melhorias significativas no potencial naval do país.
[…] O esforço consistente do Irã para produzir em casa submarinos maiores e mais capazes e armas utilizadas em selos, fornece mais provas de que Teerã está investindo a longo prazo para se tornar uma potência militar autossuficiente", conclui o analista.

domingo, 11 de junho de 2017

Exército Brasileiro missão Haiti MINUSTAH

4ª Frota da Marinha dos EUA, uma ameaça à soberania do Brasil?

Caçador do Exército Brasileiro - Cursos Militares

Vídeo: Modernização da Artilharia com novos Obuseiros M 109


O Exército Brasileiro apresenta o obuseiro autopropulsado M109 A5 “Plus” BR, ampliando assim a capacidade da Artilharia brasileira. O novo modelo do M109 tem maior alcance e reduz o tempo entre o recebimento da missão tiro e o disparo em mais de 80% em relação aos modelos anteriores.

Vídeo: EUA incendeiam Raqqa com fósforo branco

Um novo vídeo mostra como os militares dos EUA usam munição de fósforo branco inflamável em seus ataques às cidades controladas por radicais na Síria.

O vídeo foi divulgado pela mídia síria. De acordo com a imprensa local, as tropas dos EUA usaram essa tática durante o bombardeio da cidade síria de Raqqa.
Comentários no vídeo indicavam que havia entre 70.000 e 100.000 civis na cidade no momento do ataque. As filmagens mostram ataques noturnos durante os quais a munição explode no ar antes de um banho de fogo cair sobre edifícios.
Ataques semelhantes foram relatados durante os combates na cidade iraquiana de Mossul, também ocupada pelo Daesh (grupo terrorista autodenominado Estado Islâmico, proibido na Rússia e em vários outros países).
A sua utilização de fósforo branco como componente de armas químicas é proibida pelas Convenções de Genebra, mas o elemento em si não é considerado uma arma química. Especialistas, porém, discordam da classificação porque em contato com ar, a substância entra em combustão e ataca o sistema respiratório. Os EUA já usaram o componente na Guerra do Vietnã e na Guerra do Iraque.

sábado, 10 de junho de 2017

Produtos Santos Lab

Não importa qual é a direção: eis o primeiro drone 'omnidirecional' (VÍDEO)

Dê uma olhada ao Voliro – um drone acrobata que pode voar em qualquer ângulo graças aos movimentos independentes dos eixos dos seus hélices.

Um grupo de estudantes da Escola Politécnica Federal da Suíça e da Escola Superior de Artes de Zurique apresentou o drone hexacóptero omnidirecional Voliro.
Este aparelho demonstra uma capacidade avançada para realizar manobras.
Os fabricantes do Voliro afirmam que graças aos novos componentes, seu drone é capaz de voar mesmo em posição vertical.
O grupo de estudantes, composto por 11 pessoas, trabalhou durante nove meses para completar este projeto.
Bom amigos os suíços esqueceu que a santos lab ja desenvolveu alugo parecido  VEJA 
 DRONE ORBIS VTOL - Maior autonomia que um multirotor e maior praticidade do que um avião
SANTOS LAB UMA BRASILEIRA DE DRONE   

Submarino nuclear ou a diesel, qual é o melhor?

Triomphant, os submarinos mais caros do mundo

Malvinas ou Falklands? Por que a guerra começou?

HMS Conqueror, o carrasco dos argentinos na Guerra das Malvinas

Malvinas: uma ferida que insiste em não fechar

Neste sábado, 10 de junho, a Argentina comemora uma data com um sabor amargo, o Dia da Afirmação dos Direitos Argentinos sobre as Ilhas Malvinas, Geórgias do Sul e Sandwich, áreas controladas pelo Reino Unido desde a invasão de 1833 e que se tornou um impasse entre os dois países desde a década de 80.

Nem mesmo as tentativas de mediação da Organização das Nações Unidas (ONU) e a assunção de Maurício Macri à presidência conseguiram demover a Grã-Bretanha de devolver os arquipélagos à Argentina. Para muitos especialistas, o impasse parece estar muito longe do fim, uma vez que, embora sem a justificativa de ordem econômica — a região não tem reservas significativas nem de pesca, nem de hidrocarbonos — Malvinas e adjacências têm um valor geopolítico estratégico: estão a pouco mais de 1 mil quilômetros da Antártida e do Estreito de Magalhães, sendo assim um posto importante para o controle da navegação não só nos oceanos.
Para o professor de Relações Internacionais da Universidade de São Paulo (USP) Rafael Villa, apesar do significado do 10 de junho, são poucas as possibilidades de a Argentina reaver algum dia a posse das Malvinas e dos arquipélagos adjacentes. O professor observa que após o fim da Guerra das Malvinas a população das ilhas é eminentemente britânica, e o que o referendo realizado pelo Reino Unido, há alguns, anos consultando a população se ela queria permanecer sob o governo inglês ou voltar ao argentino foi meramente pró-forma, um recado indireto, segundo ele, dado por Londres a Buenos Aires.
Questionado sobre como é possível, em pleno século 21, uma nação ter direito sobre uma porção territorial a 12 mil quilômetros de distância de suas fronteiras, Villa diz observa que, do ponto de vista geoestratégico, a região é bastante importante.
"Lá é um ponto de passagem entre três oceanos, o Índico, o Atlântico e o Pacífico, o que faz com qualquer país pense duas vezes antes de se retirar da região. Ambos (Reino Unido e Argentina) têm interesses importantes na Antártida. Três países podem ser considerados como tendo forte reivindicação quanto ao território da Antártida: Argentina, Chile e Inglaterra. Ter uma soberania numa região como a das Ilhas Malvinas sempre vai ser bastante estratégico", diz o professor da USP.
Na visão de Villa, desde o fim da Guerra das Malvinas, a Argentina sofreu as piores consequências, em especial para os jovens envolvidos no conflito, porque foram marginalizados no retorno e estigmatizados pela sociedade como perdedores.
As lembranças de um jovem fuzileiro argentino
Para lembrar aquele tempo de combates, perdas e transformações na vida política e social da Argentina, a Sputnik Brasil ouviu uma das testemunhas do conflito, Carlos Jorge Sili, membro da Associação dos Veteranos da Guerra das Malvinas, à época com 18 anos e integrante dos Fuzileiros Navais, os primeiros a desembarcar na zona de conflito.
Minha unidade era o Batalhão de Infantaria da Marinha Nº 5, que chegou às Malvinas em 5 de abril para formar parte da defesa das ilhas. Ocupamos as posições principais em Puerto Argentino, onde as primeiras baixas foram nossas. Eles (ingleses) tinham maior número de efetivos e de equipamentos, mas nós dominávamos os terrenos. E tanto foi assim que, quando houve a rendição em 14 de junho, eles ficaram surpresos, porque estavam quebrados em termos de logística. Eles perderam barcos importantes, que foram postos a pique."
Sili reconhece que, apesar das desvantagens, inclusive numéricas, a moral da tropa era elevada. A volta, porém, foi problemática.
"O retorno foi caótico, porque a sociedade naquele momento não queria saber de nada, tínhamos sido derrotados, ela não queria reconhecer o veterano de guerra, e por isso custou muito a reinserção à sociedade."
Apesar de ter testemunhado a violência do conflito, Sili, hoje com 53 anos e jubilado, defende o serviço militar obrigatório para todos os países, mas reconhece que, naquele momento, o regime militar não podia continuar, porque era necessária a volta da democracia."Nenhum país que tem um governo militar tem boa condução, porque o militar não está preparado para conduzir um país. O militar é para cuidar do país, não conduzi-lo.” 
Passadas mais de três décadas, o veterano das Malvinas defende a invasão, mesmo reconhecendo o alto preço que o país pagou.
O conflito teria que acontecer em algum momento, porque a Inglaterra, como é de conhecimento de todos, é um país invasor, não tem territórios próprios e por isso busca os distantes. Vão se cumprir 150 anos de usurpação permanente das Malvinas. Se a Argentina não tomasse a iniciativa de recuperar o que é nosso, a ilha ficaria permanentemente para a Inglaterra. Trinta e quatro anos depois sabemos que nenhuma guerra é boa, porque deixa sequelas, perda de vidas e muita dor entre os familiares. Cabe a este Governo ou a outro que venha, de forma diplomática, recuperar o que nos pertence."
O conflito em torno das Malvinas começou quando tropas argentinas tomaram Puerto Argentino (Port Stanley), a capital do arquipélago, em 2 de abril de 1982. A resposta da Grã-Bretanha foi imediata, deslocando para o Atlântico Sul uma força-tarefa com 28 mil homens, quase quatro vezes maior do que o contingente argentino. O saldo final dos combates para a Argentina foi de 649 mortos e um número não revelado de feridos. Os britânicos contabilizaram 255 mortos e 777 feridos. O custo da campanha foi avaliado em US$ 5 bilhões. Politicamente, a Primeira-Ministra Margareth Thatcher consolidou seu poder de influência na Europa, e do lado argentino a derrota contribuiu para acelerar a queda da ditadura militar.