quarta-feira, 17 de julho de 2013

SEGURANÇA NACIONAL BLOG

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SEGURANÇA NACIONAL BLOG

Gastar R$ 100 mi em ciberdefesa significa comprar tecnologia de fora, diz Amorim

ISABEL FLECK
DE SÃO PAULO

O ministro da Defesa, Celso Amorim, sugeriu que os gastos, até agora, de menos de 10% do orçamento de R$ 90 milhões reservado para a defesa cibernética se justificam, em parte, pela dificuldade em fazer avançar rapidamente o desenvolvimento de tecnologias nacionais na área.
Segundo o ministro, hoje "muitas poucas áreas das redes do país têm tecnologia nacional".
"Se você for gastar 100 milhões [de reais] agora, você vai comprar tecnologia estrangeira. Então tem que ir trabalhando aos poucos nessa área", disse Amorim, durante palestra na noite de terça-feira na Universidade Federal do ABC em São Bernardo do Campo.
O ministro lembrou que garantir a defesa cibernética no país é um "processo" e defendeu "investimentos fortes e pesados" para desenvolver, primeiro, tecnologia de defesa brasileira.
"Nós nunca poderemos defender tudo, obviamente. Nem os EUA conseguem. Mas temos que estar capacitados a defender as nossas estruturas críticas, os nossos interesses principais e isso exige, sim, investimentos fortes e pesados na área de ciência e tecnologia", disse.
Amorim afirmou que o Brasil tem que trabalhar com outros países da América do Sul na área de defesa -inclusive a cibernética, sugerindo que os países da região unam esforços para proteger seus sistemas.
"Temos que pegar essa inteligência, juntar e avançar na área de tecnologia", disse.
DIREITOS HUMANOS
Amorim, que foi convidado para falar na conferência "2003-2013: Uma nova política externa" sobre os oito anos em que esteve à frente do Itamaraty no governo Lula, defendeu as relações do Brasil com países que têm sua política de direitos humanos questionada, como o Irã.
"Nas relações internacionais, se só formos ter relações com os países que consideramos que têm um comportamento perfeito em matéria de direitos humanos, provavelmente não vamos nos relacionar com ninguém", disse o ministro, sendo aplaudido pelo público --formado, em sua grande maioria, por universitários.
Amorim citou a recente criação da Aliança do Pacífico -formada por Chile, Colômbia, México, Peru e Costa Rica-, que ameaça rivalizar com o Mercosul no continente, e criticou a escolha do nome do bloco.
"Menos agradável, a meu ver, não é a realidade, mas o nome 'Aliança do Pacífico', que dá a ideia de que você está dividindo [a região]. Ao mesmo tempo, a palavra 'aliança' dá a ideia de que você é contra alguma coisa, que precisa se defender de alguma coisa", disse.
O ministro falou ainda sobre a atuação do Brasil em temas controversos durante o início do mandato de Lula: a discussão para a formação da Alca, a crise política na Venezuela após a tentativa de golpe contra Chávez, em 2002, e o início da guerra no Iraque. Os três temas são a base de seu novo livro "Breves Narrativas Diplomáticas", lançado no último mês.
FOLHA...SNB

Defesa confirma revista não autorizada ao avião de Amorim pela Bolívia em 2011

O Ministério da Defesa confirmou, nesta terça-feira, que um avião da FAB (Força Aérea Brasileira) que levou o ministro Celso Amorim à Bolívia foi revistado por autoridades do país.
No entanto, a inspeção -que não foi autorizada pelo ministro, segundo nota da Defesa- teria ocorrido em outubro de 2011 e não de 2012, como foi noticiado nesta terça-feira pelo jornal "Valor Econômico", citando o site "Diário do Poder", do jornalista Cláudio Humberto.
Portanto, a revista foi feita antes de o Brasil conceder asilo, em maio de 2012, ao senador de oposição Roger Pinto. O político boliviano está até hoje na embaixada brasileira em La Paz, aguardando um salvo-conduto por parte do governo de Evo Morales para deixar o país em segurança rumo ao Brasil.
O Ministério da Defesa disse à Folha que o motivo da inspeção de 2011 não foi informado ao ministro Amorim.
"Houve, no segundo semestre de 2011, ações por parte de autoridades bolivianas que configuraram violações de imunidade de aeronaves da FAB, uma delas envolvendo o avião que levou o ministro da Defesa em viagem oficial à La Paz no final de outubro de 2011", diz o comunicado divulgado pelo ministério.
Após a revista não autorizada, o Itamaraty, por meio da embaixada do Brasil em La Paz, encaminhou uma "nota de reclamação" à chancelaria boliviana.
"No documento, a embaixada informou que a repetição de tais procedimentos abusivos levaria à aplicação, pelo Brasil, do princípio da reciprocidade", diz o texto.
Amorim viajou a Santa Cruz de La Sierra em 3 de outubro de 2012 para a doação de dois helicópteros da FAB ao governo da Bolívia. O Ministério da Defesa garante que, nesta viagem, não houve revista do avião da FAB.
No começo de julho, o avião de Evo Morales foi impedido de sobrevoar países europeus e teve de passar por uma revista na Áustria sob a suspeita -segundo o governo boliviano- de que estaria levando o ex-técnico da CIA Edward Snowden, procurado pelos EUA.
Logo após o episódio com o avião de Evo, a presidente Dilma Rousseff se manifestou, condenando de forma dura a ação dos países europeus.
"O constrangimento ao presidente Morales atinge não só à Bolívia, mas a toda América Latina", disse Dilma, na época.
FOLHA ,...SNB

Amorim diz que só soube de revista da Bolívia a seu avião quase 2 anos depois

ISABEL FLECK
DE SÃO PAULO

O ministro da Defesa, Celso Amorim, disse nesta terça-feira que só soube agora, quase dois anos depois, da revista não autorizada de seu avião durante visita à Bolívia em 31 de outubro de 2011.
"Na época eu não soube [da revista]. Eu só fiquei sabendo agora --ontem, hoje. Na época, houve uma comunicação do nosso adido aeronáutico para a embaixada [em La Paz] e a embaixada fez uma nota de protesto. Nunca fiquei sabendo e nunca me deram nenhuma explicação [o governo boliviano]", disse Amorim à Folha antes de palestra na Universidade Federal do ABC, em São Bernardo.
Segundo ele, a embaixada brasileira em La Paz fez o seu pedido de explicações na época "porque havia outros episódios ligados a imunidades". "A nota já era uma nota de protesto. Depois da nota, nunca mais ocorreu", afirmou.
Amorim disse que a revista não autorizada no avião da FAB (Força Aérea Brasileira) fere as "imunidades diplomáticas" do Brasil.
Questionado se o episódio pode azedar ainda mais as relações entre Brasil e Bolívia, ele respondeu apenas que "isso é o que alguns desejam".
As relações entre os dois países estão estremecidas desde que o Brasil decidiu conceder asilo ao senador de oposição boliviano Roger Pinto, há mais de um ano, e com a prisão de torcedores brasileiros presos em Oruro sob suspeita de participação na morte de um jovem durante um jogo de futebol na Bolívia.
Mais cedo, o Ministério da Defesa havia confirmado, em nota, que um avião da FAB que levou o ministro Celso Amorim a La Paz foi revistado por autoridades do país em 2011.
A inspeção não teria ocorrido em 2012, como foi noticiado nesta terça-feira pelo jornal "Valor Econômico", citando o site "Diário do Poder", do jornalista Cláudio Humberto.
Portanto, a revista foi feita antes de o Brasil conceder asilo, em maio de 2012, a Roger Pinto. O político boliviano está até hoje na embaixada brasileira em La Paz, aguardando um salvo-conduto por parte do governo de Evo Morales para deixar o país em segurança rumo ao Brasil.
Amorim viajou a Santa Cruz de La Sierra em 3 de outubro de 2012 para a doação de dois helicópteros da FAB ao governo da Bolívia. O Ministério da Defesa garante que, nesta viagem, não houve revista do avião da FAB.
No começo de julho, o avião de Evo Morales foi impedido de sobrevoar países europeus e teve de passar por uma revista na Suíça sob a suspeita -segundo o governo boliviano- de que estaria levando o ex-técnico da CIA Edward Snowden, procurado pelos EUA.
Logo após o episódio com o avião de Evo, a presidente Dilma Rousseff se manifestou, condenando de forma dura a ação dos países europeus.
"O constrangimento ao presidente Morales atinge não só à Bolívia, mas a toda América Latina", disse Dilma, na época.
FOLHA...SNB

Presidente eleito do Irã rebate ameaças de ataque israelense

SAMY ADGHIRNI
DE TEERÃ

O presidente eleito do Irã, Hasan Rowhani, rebateu nesta quarta-feira ameaças de ataque israelense e zombou do Estado judaico.
"Quando um país regional miserável diz que todas as opções estão sobre a mesa, dá vontade de rir", afirmou Rowhani em Teerã, durante evento em homenagem aos veteranos da guerra Irã-Iraque (1980-1988).
"Quem são os sionistas para nos ameaçar?", indagou o presidente eleito, que assume em agosto no lugar de Mahmoud Ahmadinejad.As declarações aparentam ser uma resposta ao primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, que no domingo voltou a deixar no ar a possibilidade de ordenar um bombardeio ao Irã e criticou Rowhani.
Em entrevista à emissora americana de TV CBS, Netanyahu disse que o Irã está "se aproximando da linha vermelha" pela qual, segundo o premiê, Teerã terá urânio enriquecido suficiente para fabricar a bomba atômica, limiar considerado inaceitável para o governo israelense.
Apesar de ser a única potência nuclear do Oriente Médio, Israel diz encarar o programa nuclear iraniano como ameaça existencial e questiona a eficiência das negociações diplomáticas com o regime iraniano.
Teerã nega querer um arsenal nuclear e usa a seu favor o argumento de que tratados internacionais lhe garantem o direito de enriquecer urânio para fins energéticos e medicinais.
Rowhani, que foi negociador nuclear chefe do Irã ate 2005, despertou entusiasmo em setores do Ocidente ao prometer mais flexibilidade nas conversas com as potências. Especula-se que o novo presidente eleito esteja disposto a diminuir o grau de pureza do enriquecimento de urânio, o que aumentaria garantias de que o programa nuclear iraniano não será desviado para fins militares.
Rowhani está submetido à autoridade do líder supremo, aiatolá Ali Khamenei, mas especula-se que os dois tenham acordado retomar uma abordagem mais conciliadora no dossiê atômico.
Mas Netanyahu disse à CBS que Rowhani é um "lobo em pele de cordeiro", que "sorri enquanto constroi a bomba".
Há temores de que um eventual fracasso na próxima rodada de negociações nucleares, ainda sem data, leve Israel a atacar o Irã, o que poderia gerar consequências devastadoras em todo o Oriente Médio.
ACENO AOS LINHA-DURA
Cerca de cinco semanas após triunfar nas urnas, o presidente eleito do Irã vem manobrando para costurar alianças necessárias à implementação de sua agenda, que tem viés reformista.
Após sugerir que buscará melhor relação com o Ocidente e dará maiores liberdades individuais aos iranianos, Rowhani adotou retórica mais sintonizada com as forças conservadoras que dominam o regime e cujo apoio político é necessário ao novo governo.
Além das críticas a Israel, ele deixou claro anteontem que manterá o apoio de Teerã ao regime sírio de Bashar Al Assad e ao grupo xiita libanês Hizbullah.
FOLHA...SNB

A devastação Canhão atômico! Full HD!

SNB

terça-feira, 16 de julho de 2013

"Documentário Militar" 20120723 seguido pelo submarino foi para o mar Episódio 1

Northrop X-47B Assembly And Testing

UCAS X 47B

SNB

A Pacific navio de abastecimento da frota russa resgatou uma escuna norte-coreano

RIA Novosti) - A Pacific navio de abastecimento da frota russa resgatou uma escuna norte-coreano no Mar do Japão e trouxe-o para o porto de Nakhodka na terça-feira, disse marinha e funcionários do Ministério da Defesa.
Russos da Frota do Pacífico marinheiros estavam em uma missão para reabastecer navios sul de Nakhodka Bay como parte de exercícios navais em grande escala realizados no Extremo Oriente, quando recebeu um sinal de socorro de uma escuna norte-coreano que havia se afastado do curso.
O navio de abastecimento localizado a escuna, ofereceu assistência médica e comida para os marinheiros norte-coreanos a bordo, e rebocou a embarcação no porto.
"Agora o navio está nas mãos das autoridades locais. O navio da Frota do Pacífico vai voltar a realizar as tarefas definidas durante as inspeções pressão para testar a prontidão de combate do Distrito Militar do Leste ", disse o porta-voz da frota Capitão Primeira Posição Roman Martov.
Uma ampla seleção de prontidão pressão no Extremo Oriente - o maior teste de prontidão de combate das forças armadas russas, no período pós-soviético - foi ordenada pelo presidente Vladimir Putin na sexta-feira para começar na madrugada de sábado.
O exercício, que envolve cerca de 160.000 soldados, 5.000 tanques e veículos blindados, 130 aviões e 70 navios de guerra da Frota do Pacífico, deve terminar 20 de julho.
SNB

Wayward satélite russo queimado na atmosfera - Roscosmos

RIA Novosti) - Um satélite militar russo rebelde completamente queimado na atmosfera e não caiu no noroeste da China, ao contrário de relatos anteriores, a agência espacial russa Roscosmos, disse terça-feira.
Porta-voz da Anna Vedishcheva disse que o satélite, projetado para ajudar a localizar com precisão alvos militares, entrou na atmosfera em torno de 06:00, horário de Moscou no dia anterior e "deixou de existir", tendo "queimado completamente."
Relatórios anteriores de mídia disse que o satélite Geo-IK-2, que não respondeu aos comandos no início de 2011 , devido à perda de potência e foi localizado meses depois, em uma órbita diferente, caiu na província de Qinghai, China.
SNB

Golpistas aproveitam shows e futebol para espalhar vírus de celular

Um estudo de uma companhia de segurança digital revela que criminosos digitais têm se aproveitado do uso de celulares em grandes eventos, como shows e jogos de futebol, para infectar os aparelhos e roubar dados. A pesquisa da Norton, da Symantec, indica que o crescimento do uso dos dispositivos móveis nessas ocasiões tem chamado a intenção dos golpistas, que se aproveitam para espalhar softwares maliciosos.
No relatório Modern Fan (Fã Moderno, em tradução literal), a empresa observou que 88% dos brasileiros considera que o celular é o item pessoal que mais se leva para grandes eventos. Desse total, 87% usa o aparelho para fazer fotos e vídeos, e 71% compartilham os momentos em redes sociais como Facebook, Instagram, Twitter e Foursquare.
Outro estudo da Symantec indica que os malwares para dispositivos móveis cresceram 58% nos últimos 12 meses.
TERRA..SNB

Tribunal dos EUA abre caminho para fim de sigilo de dados do Yahoo!

Um tribunal dos Estados Unidos responsável por supervisionar os programas de vigilância revelados por Edward Snowden determinou ao governo que decida quais documentos podem perder o sigilo no que diz respeito ao grupo Yahoo!.
Deppois das revelações do ex-consultor de inteligência, o Yahoo!, assim como outros grupos de internet, solicitou a divulgação das decisões desse tribunal secreto, denominado Tribunal de Vigilância de Inteligência Estrangeira (FISC, na sigla em inglês).Mas o Departamento de Justiça não adotou nenhuma posição sobre o pedido, de acordo com um documento divulgado na segunda-feira pelo FISC. O juiz do FISC Reggie Walton afirmou que o Departamento de Justiça deve tratar o caso com "prioridade".
Em 2008, o FISC ordenou a vários grupos de Internet - incluindo o Yahoo! - que permitissem o acesso do governo a seus dados, por meio do programa de monitoração chamado Prism, revelado por Snowden. Outros grupos como Google e Microsoft também exigem o fim do sigilo das decisões do FISC.
Os grupos informaram que permitiram o acesso do governo a seus dados em resposta aos pedidos do FISC, mas negaram que o governo dos Estados Unidos tenha um acesso amplo e direto a seus servidores.
Snowden revelou em particular a existência de dois programas de vigilância dos Estados Unidos: um que compila os dados das comunicações telefônicas de milhões de americanos e outro, denominado Prism, vigia as comunicações eletrônicas de estrangeiros.
AFP

...SNB

Google é processado por coleta de dados de brasileiros no Street View

O Instituto Brasileiro de Política e Direito da Informática (IBDI) entrou na justiça para obter esclarecimentos do Google sobre a coleta de informações sigilosas de brasileiros, pelo Google, durante o mapeamento das ruas para o serviço Street View. Segundo o órgão, a justiça concedeu uma liminar no último dia 9 obrigando a companhia americana a fornecer as informações em até cinco dias após a intimação pessoal, que ainda não aconteceu.
Os carros do Google Street View começaram a circular no País em 2009. Segundo o IBDI, "por meio do acesso a redes de internet sem fio abertas, a empresa coletou dados sigilosos e pessoais de brasileiros, assim como fez em cerca de 30 países onde já há denúncias similares". "A empresa americana já foi condenada no exterior por interceptar comunicações eletrônicas, e-mails, senhas, fotos e dados pessoais nas cidades em que os automóveis circularam, e assumiu ter feito o mesmo no Brasil", afirmou o instituto em nota.O IBDI afirma que já havia notificado extrajudicialmente o Google para saber se a mesma coleta indevida de informações havia ocorrido no Brasil, o que teria sido confirmado pela empresa, "mas disse que havia desinstalado os equipamentos dos carros em maio de 2010, alegando que o objetivo deles era apenas ter acesso a redes de internet sem fio. Segundo o Google, as informações foram coletadas sem intenção e estão guardadas de modo inacessível".
O IBDI resolveu acionar a Justiça após ter negado o acesso a detalhes dos equipamentos utilizados e dos locais em que as informações sigilosas estavam armazenadas. O advogado do IBDI responsável pelo caso, Sérgio Palomares, disse ao Terra que, caso o Google não forneça as informações, o órgão irá ajuizar uma ação coletiva contra a companhia.
"O Google sempre se preocupa com o respeito à privacidade. Todos os aspectos relacionados à coleta de dados no projeto Street View foram endereçados tão logo identificados em 2010, e não há nenhum fato novo", afirmou a empresa em nota enviada ao Terra.
No começo deste ano, o IBDI entrou com um processo contra a Apple por "obsolência planejada". O foco da ação era o iPad 4, lançado em 23 de outubro do ano passado, sete meses depois da geração anterior. Segundo o órgão, a Apple lançou um aparelho sabendo que ficaria ultrapassado num tempo menor que o usual. 
TERRA...SNB

Hackers vendem brechas a governos interessados em ciberespionagem

Da África do Sul à Coreia do Sul, o negócio de descobrir brechas de seguranças e bugs em sistemas está crescendo para os hackers, segundo reportagem do The New York Times. As falhas encontradas pelos programadores podem dar acesso a sistemas como o Windows, da Microsoft, e permitir ao comprador do segredo acesso ao computador de qualquer companhia ou governo que use o sistema.
Até alguns anos atrás, os bugs descobertos eram vendidos às próprias fabricantes do software defeituoso. Microsoft e Apple, por exemplo, pagam por essas informações - e Redmond inclusive aumentou o valor máximo por erro para US$ 150 mil no mês passado. O Facebook gastou US$ 1 milhão desde 2011, quando iniciou seu programa de recompensas, e o Google paga até US$ 20 mil por falhas encontradas no navegador Chrome. A Apple não tem uma iniciativa de recompensa, e diz-se no ramo que uma falha no iOS uma vez foi vendida por US$ 500 mil.​Mas atualmente os governos pagam por esse tipo de informação do que as companhias desenvolvedoras dos softwares, uma vez que países podem explorar os dados para conseguir estar à frente - ainda que por tempo limitado - de nações rivais com que travam disputas. De acordo com companhias do setor, uma falha custa hoje, em média, entre US$ 35 mil e US$ 160 mil. Um dos modelos de negócio exige US$ 100 mil de assinatura anual, para olhar o "catálogo" de falhas e, uma vez escolhida a brecha desejada, cobra por cada item separadamente.
Os profissionais do ramo chamam essas falhas de "zero days" - algo como "tempo zero", em tradução livre -, em referência ao fato de que o usuário não tem tempo nenhum de se proteger: a falha vendida pode ser usada imediatamente por quem a comprar.
"Governos estão começando a dizer, 'para proteger meu país, preciso encontrar vulnerabilidades em outras nações'", afirma Howard Schmidt, ex-coordenador de cibersegurança da Casa Branca. "O problema é que estamos essencialmente ficando menos seguros", contrapõe.
O jornal americano cita dados da Symantec de que falhas 'zero days' persistem por cerca de 312 antes de ser detectada - nesse tempo, a brecha pode ser explorada por golpistas ou governos. Os Estados Unidos seriam um dos países compradores desse tipo de informação, de acordo com os dados vazados pelo ex-agente da CIA Edward Snowden sobre o esquema de vigilância em massa do governo americano através da agência nacional de segurança ianque (NSA).
Mas os EUA não estariam sozinhos. Israel, Reino Unido, Rússia, Índia e Brasil investiriam pesado na compra desses bugs. A Coreia do Norte e agências de inteligência em alguns países do Oriente Médio também, segundo Luigi Auriemma e Donato Ferrante, dois profissionais do ramo que moram em Malta e falaram ao NYT. De acordo com o Centro para Estratégias e Estudos Internacional, de Washington, países da Ásia como Malásia e Singapura, completam a lista.
A negociação entre hackers e governos é feita por corretores, que cobram 15% do valor do negócio em comissão. Em alguns casos, o programador que descobre a falha ganha um adicional por cada mês em que o bug não é arrumado - ou seja, em que a brecha continua aberta ao invasor.
Mas o lado confidencial é essencial ao negócio desses corretores. Um dos mias famosos, que atua de Bangcoc e atende na conta Grugq do Twitter, deu entrevista à revista Forbes no ano passado e viu as transações diminuírem, porque os clientes ficaram desconfiados.
Apesar disso, de acordo com o jornal americano, a abordagem não precisa ser discreta. A reportagem cita quatro startups que anunciam que vendem vulnerabilidades para fins de ciberespionagem e, em alguns casos, ciberataque.
Uma delas, onde atua um ex-gerente da NSA, afirma que oferece suas ferramentas para encontrar brechas primeiramente ao governo americano. Outra, diz que todos os seus clientes são americanos. Uma terceira alega que não vende a países com os quais a União Europeia, os EUA ou a ONU têm embargo.
O mercado, alegam todos os players, começou a crescer em 2010, quando Estados Unidos e Israel compraram falhas para atacar o sistema iraniano de enriquecimento de uranio. Agora, mais países pagam, e pagam melhor, para obter essas informações. Hackers afirmam que não é possível escolher os clientes, ou o profissional acaba "escanteado". Alguns, inclusive, defendem que não se deve entregar de graça conhecimento profissional. "Há sempre alguém interessado em pagar", lamenta Schmidt, ex-Casa Branca.
TERRA..SNB