sábado, 13 de maio de 2017

O mais rápido e o mais silencioso: EUA apresentam novo submarino

O novo submarino representa uma "resposta" de Washington aos planos da Rússia de construir um submarino ainda mais comprido que os famosos Akula (Tubarão), segundo informou o correspondente da CBS, Don Dahler.

O novo submarino norte-americano será o mais rápido e, ao mesmo tempo, o mais silencioso da Marinha dos EUA. Os submarinos da classe Virginia são capazes de lançar mísseis de cruzeiro Tomahawk, assim como realizar operações de desembarque submarinas de fuzileiros navais de forças especiais, os SEAL. Por suas características gerais, o novo submarino figura entre os equipamentos bélicos navais mais letais dos EUA.
Segundo declarou à mídia o capitão Brian Sittlow, "o oceano se está tornando um elemento cada vez mais crítico para a nossa segurança nacional e nossa capacidade de influenciar e proteger os nossos interesses vitais em todo o mundo".
O militar disse que Washington, para o desenvolvimento da sua indústria submarina, se foca principalmente no controle dos oceanos mundiais, e não na concorrência com a China ou a Rússia.
"O oceano ocupa 70% do globo terrestre. Mais de 80% do comércio mundial flui através dos oceanos", salientou Sittlow
Em um futuro próximo, os EUA planejam dobrar seu número de submarinos da classe Virginia. A cada ano são produzidos dois navios deste tipo, cada um com um custo de 2 milhões de dólares. Apesar de esse ser um preço bastante elevado, Sittlow assegura que "é o preço que temos que pagar pela capacidade que nos dão estes submarinos".
Estes navios avançados são propulsados por reatores nucleares e são capazes de obter oxigênio de forma autônoma e dessalinizar a água marinha. Segundo declarou à CBS o comandante Dan Reiss, os novos submarinos já não precisam de periscópios tradicionais, em vez disso, estão equipados com um avançado sistema de vigilância controlado por um "joystick". Além disso, as imagens obtidas podem ser observadas por toda a tripulação.
Os futuros tripulantes do navio têm que passar por treinamento em um simulador virtual, assim como fazer exercícios em uma torre de 12 metros, cheia com 300.000 litros de água, em que praticam como escapar do navio em caso de acidente.
O comandante Sittlow acredita que "nenhum país do mundo pode influenciar a Marinha dos EUA".
Em 31 de março, na Rússia foi lançado o novo submarino nuclear de quarta geração Kazan, construído segundo o projeto aperfeiçoado Yasen-M. O poderoso submarino russo é capaz de lançar ataques de torpedos e mísseis contra alvos navais e destruir alvos em terra com mísseis de cruzeiro de vários tipos. Atualmente, é um concorrente direto dos submarinos norte-americanos.

Na rota das Malvinas: Por que o Brasil deixa pousarem aviões britânicos?

Embora tenha apresentado protestos ao Brasil por haver permitido o pouso de aviões militares do Reino Unido em trânsito de e para as Ilhas Malvinas, a Argentina parece ter aceitado as explicações do Governo brasileiro para essa autorização.

Os fatos foram questionados pela ministra das Relações Exteriores da Argentina, Susana Malcorra, junto a Brasília. Segundo a chanceler, há um compromisso de todos os países do Mercosul e da Unasul de não permitir que navios e aviões militares na rota das Malvinas utilizem portos e aeroportos como escala.
Para Roberto Godoy, especialista em assuntos militares, na realidade não existe um compromisso formal desses países (do Mercosul e da Unasul) com os argentinos, mas, sim, um acordo de modo a demonstrar a solidariedade dos países da América do Sul com a Argentina pelo fato de ela ter perdido a soberania das Malvinas para o Reino Unido durante o conflito militar de 1982, em que o Reino Unido levou a melhor e assumiu de vez a soberania sobre as Ilhas Falkland (ou Malvinas) para os britânicos.
Portanto, para Roberto Godoy, o Brasil não cometeu qualquer transgressão ou qualquer violação ao acordo ao permitir o reabastecimento dos cargueiros britânicos em solo brasileiro:Os aviões do Reino Unido que eventualmente tenham feito escalas aqui [no Brasil] são aviões cargueiros transportando víveres e coisas do gênero. São cargueiros Hércules C-130, com capacidade para transportar 20 (ou um pouco mais) toneladas de carga, e os pousos que fazem aqui são por uma razão universal, razões humanitárias. Normalmente, os pilotos desses aviões se declaram em pane seca, ou seja, com pouquíssimo ou quase nenhum combustível para seguir viagem. Eles então pedem autorização para pousar, e quando pousam têm os aviões inspecionados pelas autoridades brasileiras, que confirmam a falta de combustível bem como a ausência de armas, munições e outros recursos militares a bordo."
Ainda de acordo com Roberto Godoy, se esses aviões estiverem transportando armas, munições ou qualquer outro material bélico, os tripulantes serão obrigados a se desfazer da carga antes de efetuar o pouso.

Grande ciberataque atinge Ministério do Interior da Rússia

Grande ciberataque de escala global atingiu diversos países nesta sexta-feira (12).

O Departamento de Tecnologia da Informação do Ministério do Interior da Rússia informou que um grande ciberataque atingiu os computadores do órgão que operam com o sistema Windows nesta sexta-feira (12). O Ministério detectou um ataque de vírus contra os computadores pessoais do departamento equipados com o sistema operacional Windows", disse a porta-voz da pasta, Irina Volk.
Ela observou que todas as máquinas que foram infectadas — um total de mil — já foram bloqueadas. Segundo a porta-voz, os computadores atingidos representam menos de 1% das máquinas do órgão.
O ataque cibernético mundial também chegou ao Brasil, tirando do ar os sites do Tribunal de Justiça e do Ministério Público de São Paulo. 
O ciberataque desativou hospitais, universidades e companhias de comunicações de 74 países. De acordo com a empresa russa de cibersegurança Kaspersky, a Rússia foi o país mais atingido em número de máquinas afetadas.

Exército russo vai ser equipado com tanques superpotentes

Segundo as previsões, os primeiros tanques de nova geração T-14 Armata serão postos à disposição do exército russo após 2020.

Os primeiros tanques da nova geração T-14 Armata serão postos à disposição do primeiro regimento de tanques da Divisão Tamanskaya após 2020, anunciou o Comando Geral das Forças Terrestres da Rússia. 
"O primeiro regimento de tanques de combate da Divisão Tamanskaya será uma das primeiras unidades militares a ser equipada com os caças de nova geração T-14 Armata. Se prevê que isso aconteça não antes de 2020, após o que os tanques passarão os testes e serão adotados pelo exército", precisou o Comando.
O T-14 Armata é um tanque único de terceira geração. Ele foi desenvolvido com base em uma plataforma universal, comum a diversos modelos de tanques, veículos de combate de infantaria, veículos de engenharia, veículos blindados de transporte das tropas e outro equipamento.

Mídia: ferramenta roubada da NSA foi usada em ciberataque global desta sexta-feira

Uma ferramenta de hacking roubada da Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos (NSA, na sigla em inglês) foi usada em um grande ataque cibernético contra organizações em todo o mundo, segundo relatos da mídia nesta sexta-feira.

De acordo com o Financial Times, que citou analistas de segurança cibernética, os hackers usaram uma ferramenta conhecida como Eternal Blue, desenvolvida pela NSA, bem como ransomware conhecido como WannaCry.
A ferramenta Eternal Blue permite que o malware, que criptografa dados em computadores, se espalhe através de protocolos de compartilhamento de arquivos configurados entre organizações, de acordo com a fonte de notícias.
A mídia informou no início do dia que o ataque afetou organizações em dezenas de países, incluindo pelo menos 16 instituições do Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido, o principal provedor de serviços de telecomunicações da Espanha, a empresa Telefonica e o jornal chinês The People's Daily.
De acordo com o SonicWall Annual Threat Report, em 2016 o número de ataques de ransomware aumentou em mais de 100 vezes.

Brasil surpreende Suécia com contraoferta à Saab sobre venda de aeronaves

O grande acordo da Suécia com o Brasil para a entrega de aviões Saab está avançando, apesar da crise econômica. No entanto, o Brasil surpreendeu a Suécia com uma contraoferta intrigante.

Os problemas econômicos do Brasil punham em questão o grande acordo do país com a Saab estimado em R$ 14,5 bilhões e que, segundo relatos, representa um dos maiores acordos de exportações da Suécia durante os últimos anos. O acordo também prevê uma cooperação industrial intensiva, especialmente entre a Saab e a corporação aeroespacial brasileira Embraer.
Durante uma visita à sede da Saab na cidade sueca de Linkoping, o brigadeiro-general Márcio Bruno Bonotto, chefe do departamento de compras da Força Aérea Brasileira, disse que o projeto em questão tem alta prioridade e vai continuar sendo realizado por causa de forte apoio político.
Apesar do fato de enfrentarmos uma crise financeira, o acordo de Gripen é prioritário. Nós também temos o apoio financeiro para garantir as entregas de Gripen a tempo e de acordo com o planejado", disse Márcio Bruno Bonotto citado pelo jornal sueco Svenska Dagbladet.
Além de reforçar e melhorar a Força Aérea do país, os políticos brasileiros também esperam receber no âmbito do acordo conhecimentos técnicos da Saab. Em longo prazo, o Brasil quer aumentar significativamente a quantidade de caças encomendados Gripen. Anteriormente foi indicado que, segundo estimativas dos militares, o Brasil precisa por volta de 100 unidades.
Entretanto, os caças encomendados não vão ser produzidos na fábrica da Saab em Linkoping. A decisão final sobre o número total de aviões será feita quando os primeiros 36 caças forem fornecidos ao Brasil.
Márcio Bruno Bonotto também expressou o descontentamento com a anterior política de aquisição do seu país, que levou à necessidade de comprar armas estrangeiras sem acordos recíprocos. Para compensar este fato, ele propôs que a Suécia adquirisse a nova aeronave de transporte KC-390 Embraer para substituir os envelhecidos C-130 Hercules.

"Não queremos estar numa posição em que os nossos parceiros nunca compram nossos produtos e queremos fazer uma oferta. A aeronave KC-390 é muito impressionante e seria ótimo se Suécia a comprasse", disse Márcio Bruno Bonotto.
Agora a Suécia está realizando uma modernização da sua frota de aeronaves Hercules, o que vai prolongar seu prazo de serviço até 2030.
O Embraer KC-390 é um avião de transporte militar de tamanho médio, capaz de realizar reabastecimento aéreo e transportar até 29 toneladas de carga e tropas, incluindo veículos blindados de combate.
O Saab JAS 39 Gripen é um caça multifuncional monomotor, da mesma classe que o Airbus Eurofighter Typhoon e que os russos MiG-29 e Su-35.
Enquanto isso, funcionários da Saab são otimistas sobre suas vendas em ambiente de crescentes tensões internacionais e ameaças terroristas, informou o Svenska Dagbladet. De acordo com o CEO da Saab, Hakan Buskhe, as vendas de equipamentos de defesa podem aumentar em 20 a 30 por cento apenas na Europa. Ele também identificou os EUA e a OTAN como os maiores mercados para exportações de produtos de defesa.
Agora Saab está realizando vários projetos importantes, como o desenvolvimento de novos submarinos para a Suécia, novos aviões de combate da família Gripen e, em conjunto com a Boeing, realizará um projeto para a Força Aérea dos EUA.

quinta-feira, 11 de maio de 2017

SGDC DEVE ALCANÇAR ÓRBITA FINAL NOS PRÓXIMOS DIAS

Lançado ao espaço na última quinta-feira (4) a partir do Centro Espacial de Kourou, na Guiana Francesa, o Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC) está sendo configurado para entrar em operação. A primeira etapa a ser vencida é levar o satélite para a órbita final, a 36 mil quilômetros de altitude em relação à superfície da Terra. Até o fim desta semana, o SGDC será propulsionado para alcançar o posicionamento geoestacionário, em um processo gradual.
“Quando você lança um satélite geoestacionário, isso é feito em uma órbita de transferência, que chamamos de GTO. Hoje [segunda-feira,8], ele está na segunda elevação dessa órbita e amanhã [terça-feira,9] vai dar o último ‘tiro’. No perigeu [ponto mais baixo da órbita], está a 24 mil quilômetros da superfície. No apogeu, chega a 36 mil quilômetros”, explica o gerente de Projeto do SGDC, Mario  Quintino.
Depois de posicionado na órbita final, todos os painéis solares serão abertos para carregar as baterias do SGDC, permitindo o funcionamento das antenas de comunicação do equipamento. Os dados de telemetria serão recebidos pela Thales Alenia Space, na Europa, pelo Centro de Operações Aeroespaciais (Comae), em Brasília, e pela Estação de Rádio da Marinha, no Rio de Janeiro. Esse trabalho é acompanhado por engenheiros da Visiona, uma joint venture entre a Telebras e a Embraer.
A partir daí, equipes em terra vão enviar telecomandos para avaliar o funcionamento dos subsistemas do satélite. Serão checados itens como a capacidade de fornecimento de dados dos transponders, dos feixes e das bandas X e Ka, que vão prover acesso a banda larga e assegurar as comunicações estratégicas do governo e das Forças Armadas. A expectativa é que esse trabalho dure cerca de 30 dias.
“Com o funcionamento pleno das funções do satélite, vamos poder efetivar os testes da banda X e da banda Ka, para verificarmos o funcionamento do satélite. Esse processo é trabalhoso e demorado e deve ser feito com muito critério, para garantirmos que tudo está funcionando perfeitamente”, afirma o presidente da Visiona, Eduardo Bonini.
Caso tudo transcorra dentro da normalidade, a operação do SGDC será entregue à Telebras e ao Ministério da Defesa em meados de junho.
O satélite
O SGDC é o primeiro satélite geoestacionário brasileiro de uso civil e militar e recebeu R$ 2,7 bilhões em investimentos numa parceria do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações com o Ministério da Defesa. Adquirido pela Telebras, tem uma banda Ka, que será utilizada para comunicações estratégicas do governo e implementação do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) – especialmente em áreas remotas –, e uma banda X, que corresponde a 30% da capacidade do equipamento, de uso exclusivo das Forças Armadas.
A aquisição do satélite da Thales Alenia Space ocorreu após uma competição internacional, via contrato com a Visiona, criada em 2012 para atender ao Programa Nacional de Desenvolvimento das Atividades Espaciais (PNDAE) e da Estratégia Nacional de Defesa (END).
 FOTO: Centro de Operações Aeroespaciais (Comae), em Brasília (DF), é a principal estação controladora do SGDC.
Crédito: Ascom do MCTIC
Fonte: MCTIC

Rússia tem antídoto para o porta-aviões norte-americano Abraham Lincoln

O porta-aviões USS Abraham Lincoln da Marinha dos EUA, após uma grande modernização, começou seus testes de mar. O analista militar Dmitry Litovkin destacou, no ar do serviço russo da Rádio Sputnik, que o porta-aviões modernizado está destinado a se tornar em uma campanha publicitária para os parceiros na OTAN.

O porta-aviões nuclear da Marinha dos EUA Abraham Lincoln começou na terça-feira (9) os testes de mar após uma reparação demorada, informa a assessoria de imprensa da Marinha dos EUA.
O comunicado diz que o navio permanecerá no mar durante alguns dias para realizar testes, voltando depois a fazer parte da frota.
Em resultado da modernização, que decorreu desde 2013 e custou ao governo norte-americano 2,6 bilhões de dólares (R$ 8,2 bilhões), o porta-aviões foi reequipado para poder transportar caças-bombardeiros de quinta geração F-35C, projetados com uso das tecnologias furtivas e capazes de levar ogivas nucleares.
O porta-aviões Abraham Lincoln é o quinto navio da classe Nimitz, que sofreu uma significativa modernização e a recarga de seus reatores. Supõe-se que durante os próximos 25 anos o porta-aviões não precisará nem de conserto sério, nem de recarga dos reatores com combustível novo.
Segundo pensa o especialista, capitão-de-corveta Dmitry Litovkin, a modernização do porta-aviões não só significa o aumento de capacidades da Marinha norte-americana, mas é também uma campanha de publicidade perante os parceiros da OTAN.
Este será o primeiro navio norte-americanos que poderá usar aviões de quinta geração. Os EUA têm muitas esperanças quanto a estes aviões: o F-35 será o principal meio de ataque a curto prazo, sendo adquirido por muitos aliados da OTAN, e a demonstração da capacidade deste avião é mais um estimulo para os aliados comprarem este equipamento caro. Por isso, a modernização do porta-aviões não é apenas o aumento das potencialidades militares da Marinha norte-americana, mas, ao mesmo tempo, uma boa publicidade para os parceiros da OTAN que, ora querem, ora hesitam em comprar os F-35, porque o último é muito caro, e seu lugar no sistema da OTAN e dos outros países não é muito claro", disse Dmitry Litovkin em entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik.
De acordo com o analista militar, a Rússia tem um meio de resposta assimétrica.
"Temos um único cruzador porta-aviões Admiral Kuznetsov, sendo seu grupo aéreo muito mais pequeno do que o de qualquer porta-aviões norte-americano. Em compensação, temos um meio de resposta assimétrica, que tem sido desenvolvido desde a época da União Soviética. São os submarinos nucleares com mísseis de cruzeiro, ou seja, o projeto 949 Granit. Agora estão sendo modernizados radicalmente e, como resultado desta modernização, o número de mísseis transportados aumentará de 24 para quase três vezes mais. Isto é, em cada silo do Granit serão instalados três mísseis tipo Oniks (Yakhont), que são os nossos mísseis antinavio mais modernos", frisou Dmitry Litovkin.

segunda-feira, 8 de maio de 2017

IAI ISRAEL AEROSPACE

Projeto Ofek 11 O lançador SHAVIT


O lançador SHAVIT, desenvolvido e fabricado pela IAI, é usado para lançar os satélites OFEQ de Israel. IA lidera a indústria espacial israelense no mercado internacional de lançamento de satélites comerciais através de alianças estratégicas, melhoria constante da diversidade de seus lançadores e competitividade.
Para maiores informações,

domingo, 7 de maio de 2017

EUA não vão defender Seul?

No dia 25 de abril, começou a retirada do 8º exército das forças armadas dos EUA da zona desmilitarizada. Até o final deste ano, o comando e algumas unidades, que estão tanto ao norte de Seul como no centro da cidade na base militar de Yongsan, devem se deslocar para a base de Camp Humphreys na cidade de Pyeongtaek.

A própria retirada das tropas americanas não é uma novidade, as negociações sobre isso têm decorrido desde 2003. No entanto, o início de uma movimentação de tal envergadura num período em que a Coreia do Norte e os EUA estão à beira de um conflito armado faz pensar.
Primeiro, devemos notar que a retirada dos EUA é taticamente viável. As duas brigadas americanas ao norte de Seul são claramente insuficientes para conter um possível avanço norte-coreano, além disso, elas poderiam ser simplesmente destruídas com um ataque inesperado da artilharia de longo alcance. É notável que as unidades retiradas estão situadas precisamente na rodovia e ferrovia que ligam Seul a Wonsan, onde recentemente foram realizados os exercícios de tiro do exército da Coreia do Norte. A distância entre as forças avançadas da 2ª divisão de infantaria dos EUA e a zona desmilitarizada era de cerca de 20 quilômetros. Agora elas estarão a mais de 100 quilômetros dessa zona.
Quanto às brigadas que estão aquarteladas em Seul, em caso de um possível início da guerra elas ficariam bloqueadas na cidade. Enquanto que a partir de Pyeongtaek as forças americanas podem rechaçar as tentativas norte-coreanas de envolver Seul por leste ou de efetuar um desembarque no litoral na área de Inchon, ou seja, não permitir aos norte-coreanos cercar a cidade e garantir os abastecimentos às tropas que defendem a capital. Deste ponto de vista a nova localização das unidades americanas é mais razoável e dá oportunidades para ações eficientes.
Mas temos de reconhecer que a retirada do estado-maior do 8º exército de Yongsan significa que o comando americano admite aparentemente que, em caso de assalto a Seul pelo exército norte-coreano, será extremamente complicado manter a parte setentrional da cidade, por isso ele está disposto a sacrificá-la para preservar a possibilidade de realizar um contra-ataque subsequente.
No caso de início de uma invasão norte-coreana, os EUA provavelmente vão aguardar, porque eles precisam de tempo para concentrar e organizar os restos do exército sul-coreano, aproximar a aviação e a marinha, bem como obter reforços do Japão e EUA. Eles têm que envolver os norte-coreanos em combates urbanos e não permitir que eles desenvolvam seu avanço para sul. Para estes fins, do ponto de vista da estratégia militar, a entrega parcial de Seul é completamente justificada.
Entretanto, para os cidadãos comuns isso será uma catástrofe. Para eles a guerra vai começar provavelmente por uma onda de rumores muito alarmantes e mensagens na Internet. As ruas serão rapidamente entupidas por carros e pessoas tentando abandonar a cidade. Depois, aos bairros suburbanos setentrionais fluirão em desordem os soldados sul-coreanos das unidades derrotadas e parcialmente aniquiladas. Ao mesmo tempo, os sul-coreanos ouvirão o troar da artilharia norte-coreana. Durante a noite, ou na manhã seguinte, nos subúrbios nortenhos de Seul surgirão as divisões de assalto norte-coreanas e começará um combate urbano, espontâneo e bem violento.
As vítimas deste tipo de batalha por Seul serão provavelmente incontáveis, mas a guerra tem sua própria lógica cruel, e os EUA parecem tencionar segui-la rigorosamente.
Matéria preparada pela Sputnik Coreia 

Exclusivo: Os Estados Unidos ainda espionam o Brasil, diz especialista americano

Quase quatro anos após o incidente diplomático envolvendo espionagem do governo dos Estados Unidos contra o Brasil, é muito provável que os norte-americanos continuem a espionar a política e a economia brasileira, de acordo com o jornalista norte-americano James Bamford.

Em entrevista exclusiva à Sputnik Brasil, o especialista que escreve há 35 anos sobre órgãos de inteligência do seu país, incluindo a Agência de Segurança Nacional (NSA), avaliou que é “provável” que a Casa Branca ainda esteja interessada em dados do mundo político e econômico bra“Eu acho que provavelmente [a espionagem] ainda continua. Eu me lembro quando aquilo aconteceu [em 2013], que havia esse plano da NSA de espalhar ‘malwares’ por todo o Brasil”, disse Bamford, em referência aos documentos divulgados pelo ex-funcionário da NSA, Edward Snowden, que davam detalhes sobre os métodos de espionagem dos norte-americanos.sileiro.
Os documentos divulgados por Edward Snowden mostraram que o plano era espalhar ‘malwares’ por todo o mundo, desde país nos quais você esperaria como Rússia, China e Coreia do Norte, mas também em países amigos dos Estados Unidos como o Brasil”, relembrou o jornalista, que está no Brasil para o evento CryptoRave, em São Paulo.
Em 2013, documentos divulgados por Snowden mostravam que Washington tinha acesso às comunicações – redes de telefonia, Internet, servidores de e-mail e redes sociais – da então presidente Dilma Rousseff (PT) e seus principais assessores. O episódio fez com que a petista cancelasse uma viagem para se encontrar com o então presidente dos EUA, Barack Obama.No começo foi difícil, quando foi descoberto isso a presidente Dilma Rousseff se recusou a vir à Casa Branca para uma jantar oficial, o que é uma decisão de momento. As relações melhoraram quando os Estados Unidos disseram que iriam diminuir o nível de espionagem que estavam fazendo. De uma forma ou outra as relações melhoraram de lá para cá”, analisou Bamford.
Embora a NSA e a Casa Branca tenham se comprometido a diminuir os níveis de interceptações, o especialista crê que um país como o Brasil sempre estará no radar da atuação da agência.
“Os Estados Unidos estão sempre interessados no que outros países estão fazendo. E no Brasil especialmente, que é um país muito importante na América do Sul. O que acontece no Brasil afeta muito o que acontece nos demais países da região. Os Estados Unidos estão interessados nos aspectos políticos e econômicos do Brasil, acredito que seja por isso que eles fizeram o que fizeram”.
Guerra cibernética
O cenário de espionagem cibernética não se resume a Estados Unidos e Brasil. Questionado se o planeta hoje vê em andamento uma guerra cibernética na rede mundial de computadores, Bamford disse acreditar que esse conflito existe e afeta a todos que estão conectados, de uma maneira ou de outra, com a Internet. E Washington está no centro disso.
Neste momento os Estados Unidos são o principal envolvido em guerras virtuais, já que é o único país que realmente atacou outro país para destruir a sua infraestrutura física, como aconteceu quando houve o ataque contra o Irã e suas instalações [entre 2010 e 2011, os EUA criaram um vírus chamado Stuxnet, que infectou os sistemas de operação de uma usina de enriquecimento de urânio iraniana localizada em Natanz, inutilizando cerca de 1.000 das 5.000 centrifugas em operação]”.
Ainda segundo o jornalista, o principal objetivo de conflitos virtuais é destruir estruturas físicas reais. “Mas há outros tipos de ataques acontecendo. Os Estados Unidos acusam os russos de ataques, de invasões de e-mails e a divulgação dos mesmos, então se isso for verdade é um outro tipo de guerra virtual em andamento. Outros se focam no roubo de dados e assim por diante”.
Falando nos russos, Bamford minimizou o comentário feito nesta semana pelo diretor do FBI James Comey, que afirmou que a Rússia “é a maior ameaça para qualquer país no mundo”, em referência ao suposto envolvimento do Kremlin com a corrida presidencial dos Estados Unidos no ano passado.
“Acho que qualquer país que possua uma capacidade cibernética muito sofisticada representa um perigo. Veja os Estados Unidos como foram perigosos quando atacaram o Irã. E o Irã contra-atacou os Estados Unidos por conta disso. A Rússia possui uma capacidade cibernética vibrante e eles podem ser considerados perigosos, assim como outros países também podem”, afirmou.
Dentro dos Estados Unidos, a questão da espionagem e interceptação de dados ainda gera controvérsias. Dados oficiais divulgados nesta semana apontam que a NSA teve acesso a 151 milhões de registros telefônicos apenas em solo norte-americano em 2016, embora tivesse autorização judicial para interceptar apenas 42 suspeitos de terrorismo.
“Eu acho que isso surpreendeu muita gente porque depois que a NSA diminuiu o tamanho da espionagem nos Estados Unidos, há ainda uma quantidade muito grande de dados interceptados pela agência”, comentou Bamford, que disse ainda que tal ação de inteligência tem, inevitavelmente, impacto sobre outros países.
“O que se deve ter em mente é que se há esse tamanho de comunicação interceptada nos Estados Unidos, onde existem leis rígidas, você pode imaginar o tamanho das interceptações em países como o Brasil, que não possuem leis tão rígidas. A maneira com que as comunicações funcionam [no mundo], boa parte dos equipamentos como cabos para todas as partes do mundo, passam pelos Estados Unidos, então existe uma grande oportunidade aí para a NSA atuar”.
Um outro aspecto da guerra cibernética em andamento é a difusão de notícias falsas, as populares ‘fake news’. Na opinião de Bamford, o fenômeno é muito difícil de ser vencido, sobretudo por não ser crime em países como os Estados Unidos a produção de notícias falsas. Mas há como combatê-lo, de acordo com o jornalista.
É muito difícil de derrotar por conta das leis, como as que envolvem liberdade de expressão nos Estados Unidos. Não é contra a lei criar notícias falsas, por mais bobo que isso possa parecer. Então eu acho que é possível diminuir, mas não eliminar. Acho que as pessoas precisam ser mais inteligentes com o que elas leem ou entendem, mas não acho que as notícias falsas vão desaparecer em um futuro próximo”, concluiu.