quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Reportagem sobre o projeto MMM em jornal gaúcho

Projeto pretende por em órbita primeiro satélite gaúcho



Empresas, universidades e instituições públicas planejam disputar verba federal para projetar e lançar equipamento

Cadu Caldas e Demétrio Rocha Pereira

Uma parceria entre empresas e universidades pretende criar um polo espacial no Estado e colocar em órbita o primeiro satélite gaúcho. A velocidade com que o projeto vai sair do papel, no entanto, depende de apoio do governo federal.

Propostas de várias regiões do país tentam abocanhar parte dos R$ 2,9 bilhões que a Agência Brasileira da Inovação (Finep) terá para financiar projetos na área de defesa e aeroespacial. De olho nos incentivos do Planalto, um grupo de empresas no Estado planeja construir um microssatélite de uso militar. O valor solicitado é de R$ 43 milhões.

De pequeno porte – não muito maior que uma caixa de sapato – e pesando cerca de 20 quilos, o equipamento representa um grande desafio tecnológico. Poucos países dominam o conhecimento para fabricação de estruturas tão compactas para atividade de defesa. No país, a iniciativa é inédita. O polo de São José dos Campos (SP), maior centro de excelência em ciência aeroespacial do país, se dedica à fabricação do primeiro grande satélite brasileiro, voltado para a área de comunicações, como televisão e banda larga. Ontem, o Ministério das Comunicações anunciou que o consórcio europeu Thales Alenia Space foi o escolhido para a construção do equipamento, que deve ser lançado em dois anos.

– Vamos apostar em um novo nicho, em algo que ainda não é produzido no Brasil. Apesar de disputarmos recursos federais, não somos concorrentes no mercado – explica Aloísio Nóbrega, diretor de promoção comercial da Agência de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (AGDI), responsável por realizar o mapeamento das empresas que vão atuar no polo gaúcho.

Composto, inicialmente por quatro empresas e quatro universidades, o projeto será conduzido pela AEL, que atua no ramo de sistema de segurança eletrônica há 30 anos. Serão pelo menos 50 profissionais envolvidos.

A expectativa é que 80% dos componentes do satélite sejam produzidos por empresas instaladas no Rio Grande do Sul. O restante pode vir de outros Estados, mas a tendência é que venha por meio de parcerias internacionais. Em abril, uma comitiva gaúcha foi a Israel para tratar do tema. Em setembro, está agendada uma viagem para o Canadá.

– O Ministério da Defesa vai se tornar o primeiro cliente do satélite. Mais tarde, o objetivo é vender a plataforma no mercado internacional – diz Marcos Arend, diretor de tecnologia da AEL.

Confiante da vitória no edital, Arend afirma que uma eventual derrota não enterra o projeto mas pode acarretar mudanças no cronograma.

– Investimentos em tecnologia têm um certo risco. Sem apoio fica mais complicado, mas a ideia é grande e iremos em frente. É importante para o Estado investir em sistemas de defesa próprio e o governo já entendeu isso – acrescenta.

Lançamento para 2015

Âncora de um projeto que deve mobilizar oito PhDs, 32 engenheiros e três institutos, além de universidades e empresas, a AEL Sistemas, de Porto Alegre, pretende lançar seu primeiro microssatélite em 2015, na base de Alcântara (MA), considerada uma das melhores do mundo pela localização próxima à Linha do Equador.

O MMM-1 não terá controle de órbita, quer dizer, não poderá ser "manobrado" para garantir orientação correta em relação à Terra. Ainda assim, os desafios são vários, entre os quais o de lidar com a temperatura no vácuo: o satélite pode se aquecer por causa do sol, mas o frio chega a -270°C, muito perto da temperatura considerada a menor possível. Também não dá para deixar o satélite cair: o equipamento estará sujeito a forças como a gravidade e a pressão solar, que o "empurram" para baixo.

A ideia é projetar, depois, o MMM-2 e o MMM-3, esse último com perspectiva de competir no Exterior.

O projeto

O Microssatélite Militar Multimissão (MMM-1) deve ser uma das primeiras iniciativas do polo espacial gaúcho. A intenção é lançar o equipamento até o final de 2015, o que pode ser concretizado com a colaboração de quatro universidades e de diversas empresas nacionais e estrangeiras.

As características
Massa (peso): cerca de 20 quilos
Tamanho aproximado: 30 cm de altura x 10 cm de largura x 10 cm de profundidade
Altitude de órbita: 700 quilômetros
Custo estimado: US$ 250 mil
Aplicação imediata: setor de defesa

Carro e roda
Perto de um satélite regular — do tamanho de um carro —, os microssatélites têm a proporção de uma roda.
Mas ainda há menores, veja a classificação:
Microssatélite: de 10 kg a 500 kg
Nanossatélite: de 1 kg a 10 kg
Picossatélite: menos de 1 kg

Os parceiros
Universidades e instituições públicas
UFRGS: processamento de bordo e análise de radiação
UFSM: oferecerá a estrutura para a operação no solo
Unisinos: sensores e microeletrônica
PUCRS: antenas e transponder digital
Cientec: ensaios e testes elétricos e ambientais
Ceitec: microeletrônica (chips)

Empresas
AEL: defesa eletrônica, componentes espaciais e interface de comunicação
Digicom: fabricação de dispositivos mecânicos e suprimento de energia
GetNet: serviços de comunicação
TSM: desenvolvimento, qualificação e produção de antenas

Fonte: Jornal Zero Hora,  .SNB

Empresa gaúcha fatura R$ 1 milhão por ano com fabricação de drones

Daniel Bittencourt - Do G1 RS
O que era apenas um hobby para o engenheiro mecânico Ulf Bogdawa, de 51 anos, virou um negócio inovador e com um faturamento anual de pouco mais de R$ 1 milhão. Sua paixão pelo aeromodelismo fez surgir a SkyDrones, empresa dedicada ao desenvolvimento, fabricação, comercialização e prestação de serviços técnicos de microvants, mais conhecidos como drones. Localizada em Porto Alegre, a empresa de base tecnológica foi criada dentro da incubadora Tecnosinos, da Unisinos, em São Leopoldo, Rio Grande do Sul.
No início, em 2009, a empresa era focada na construção e programação de drones. A partir de 2012, ampliou o leque de atuação e começou a prestar treinamento para pessoas que queiram operar as máquinas. Atualmente, é referência no país e trabalha em conjunto com empresas de tecnologia de fora do Brasil.
“Ficamos um ano pesquisando. Eu e meu sócio Carlos Henning somos empreendedores natos. Pelo convívio com o mercado interno e externo, temos essa facilidade. E a ideia surgiu naturalmente”, explica ao G1 Bogdawa.
A empresa que começou pequena já cresceu, mas não como os sócios vislumbravam. A utilização civil e comercial dos vants ainda é proibida pela Agencia Nacional de Aviação (Anac), o que dificulta a vida dos empresários e de todo o segmento. Para Bogdawa, a indefinição da Anac trava o setor. “Nosso faturamento não é mais alto por causa das restrições. É por isso que fizemos uma proposta em janeiro deste ano para que em 2014 a gente possa ter alguma luz no fim do túnel. Há uma demanda grande no agronegócio e no mapeamento geológico. A Anac tem entendido estes problemas e estamos em tratativas”, afirma.
Em nota, a assessoria de comunicação da Anac afirma que a tendência é que o desenvolvimento de tecnologias e técnicas venha a fornecer comprovações que permitam efetiva utilização dos drones. Mesmo não existindo restrição à compra de um drone por um cidadão, instituição ou empresa, sua operação depende de autorização específica da Anac.
O certificado de autorização de voo experimental (Cave) só é concedido após comprovações por parte do interessado, com o objetivo de zelar pela segurança na aviação. A licença, no entanto, permite apenas operações experimentais sobre áreas não densamente povoadas, ou seja, não permite operações com fins lucrativos nem operações em áreas urbanas.
Para o uso comercial de drones, a Anac libera autorizações dependendo de cada caso, desde que o requerimento destaque as características da operação pretendida e do projeto do drone. Ainda em nota, a Anac afirma que até o fim de 2013 será desenvolvida uma proposta de regulamentação para operações não experimentais de Sistemas de Aeronaves Remotamente Pilotadas civis em áreas segregadas. Será feita uma audiência pública ainda sem data marcada para discutir o caso.
Agronegócio e empresas de energia são o foco do setor

Enquanto aguarda a regulamentação, o setor busca formas alternativas para se manter. No caso da SkyDrones, os equipamentos desenvolvidos são basicamente para fotografia industrial e uso em forças públicas, como a polícia e o Exército. Estes equipamentos são multirotores quadricópteros e hexacópteros que pesam entre 300g a 4kg. São usados para captar imagens de pontos de interesse local como em passeatas ou para levantar informações topográficas.
“Sobrevivemos basicamente de projetos feitos em parceria com universidades e instituições de ensino. O mercado hoje praticamente não existe. Já participamos junto à Defesa Civil em alagamentos e em parques públicos para identificar focos de incêndio e para monitorar atos de vandalismo em reservas. Também já atuamos em testes de monitoramento dentro de estádios e em vistorias de navios atracados em portos”, explica Bogdawa.
Mas a expectativa para o futuro é de crescimento. A atuação em inspeções industriais e no agronegócio continuam sendo o foco. O último projeto, que está em fase final do desenvolvimento, é um vant agrícola chamado Zangão, que capta imagens de plantações ou construções. As imagens são transformadas em mapas georreferenciados, que podem ser usados para ajudar na admistração da lavoura, para saber onde pode ser feita a colheita ou onde é necessário o uso de pesticidas, por exemplo.
“Para alavancar o negócio, sempre buscamos investimentos, mas é preciso que as pessoas enxerguem o mercado de maneira positiva", explica.
A SkyDrones têm alianças com empresas da Alemanha, Coreia do Sul, Estados Unidos, Suécia e China para fornecer tecnologia aviônica e componentes para produzir e comercializar sua atual e futura linha de produtos
SNB

DEFESA - Seminário sobre monitoramento reunirá representantes de dez países da América do Sul

A partir desta quinta-feira, representantes de dez países da União de Nações Sul-americana (Unasul) reúnem-se em Manaus (AM) para participar do Seminário Sul-americano de Monitoramento de Áreas Especiais. O evento é promovido pelo Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), órgão ligado ao Ministério da Defesa.

O encontro é o desdobramento da IV Reunião do Conselho de Defesa Sul-Americano (CDS/Unasul), realizada em novembro do ano passado em Lima, no Peru. Na ocasião, os integrantes do Conselho manifestaram apoio à proposta de constituição de um sistema sul-americano de gestão das chamadas áreas especiais, regiões isoladas que abrigam, entre outras, reservas indígenas e de proteção ambiental.O seminário pretende servir como espaço para a troca de experiência entre os países e permitir que acordos possam ser firmados para integração e monitoramento de eventos como desmatamento, formação de focos de calor, tremores de terras e cenários onde ocorrem crimes transnacionais, áreas em que o Brasil já possui um sistema de grande eficiência.

"O Censipam acumulou expertise em temas como meteorologia, hidrometeorologia, sensoriamento remoto por satélite e as operações de campo em apoio a operações de repressão a ilícitos", diz o diretor-geral do Censipam, Rogério Guedes. A ideia, segundo ele, é compartilhar essa experiência com os membros da Unasul.

Durante o evento, sistemas como o de sensoriamento remoto, utilizado para monitorar a superfície terrestre, serão apresentados como experiência positiva pelo Brasil. "Existe o entendimento comum de que os eventos que ocorrem em um país podem ter repercussão nos outros. O objetivo é trabalhar de forma integrada para ampliar as capacidades e habilidades de todos", afirma o diretor do Censipam. "Monitoramos mais de 60% do território nacional e temos onze anos de experiência com esse tipo de gerenciamento. O interesse dos nossos vizinhos em entender esse sistema é natural e positivo", conclui Rogério Guedes.

O evento, de dois dias, será realizado no auditório Anavilhas do Centro Regional de Manaus do Censipam. Participarão da abertura os ministros da Defesa do Brasil, Celso Amorim, do Equador, María Fernanda Espinosa, da Venezuela, Carmem Melendez Rivas, e da Colômbia, Juan Carlos Pinzón
Fonte: Ministério da Defesa...SNB

Marinheiros da Índia morrem em submarino após explosão e incêndio

DA REUTERS, EM MUMBAI
Mergulhadores tentavam desesperadamente arrombar as escotilhas de um submarino indiano em que vários marinheiros morreram ou ficaram presos após uma explosão nesta quarta-feira, no pior incidente da Marinha da Índia desde a guerra de 1971 com o Paquistão.
Dezoito marinheiros estavam a bordo do submarino INS Sindhurakshak, de fabricação russa, quando a explosão ocorreu após a meia-noite.

O acidente manchou uma semana de marcos navais, incluindo o lançamento de um porta-aviões construído pelo país, que visa dar força à Marinha da Índia, que compete com a China no oceano Índico.
O ministro da Defesa, A.K. Antony, disse que os membros da tripulação no interior do submarino diesel-elétrico atracado na base principal de Mumbai tinham morrido.
Mas ele não deu detalhes, mais de 12 horas após o incidente, que reviveu lembranças da explosão no submarino nuclear russo de ataque Kursk, no mar de Barents, em 2000, num caso em que todos os 118 tripulantes morreram.
"Houve uma explosão logo após a meia-noite no lado da frente do submarino, onde mísseis e torpedos são guardados para serem usados quando necessário", disse uma fonte da Marinha.
"Agora, o submarino está inclinado na parte da frente e todas as escotilhas estão fechadas. Eles estão tentando abrir agora", acrescentou.
Ele disse que um ou dois homens ficam geralmente de plantão em cima do submarino, e que eles ou pularam na água ou foram arremessados pela força da explosão. O número de tripulantes no navio quando está totalmente operacional é de 110.
O porta-voz da Marinha P.V.S. Satish disse mais cedo que os esforços para resgatar os tripulantes presos estavam em curso. "Nós não vamos desistir até chegarmos a eles", disse.
FOLHA...SNB

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Filas em Gibraltar aumentam, em meio a exercício militar britânico

A fronteira entre Espanha e Gibraltar voltou a ser cenário nesta terça-feira de longas filas de automóveis para entrar no enclave britânico, depois que Madri e Londres ameaçaram levar a disputa a organizações e tribunais internacionais.
O aumento das filas, uma das maiores reclamações do Reino Unido, acontece no dia em que zarpou um navio de guerra britânico de Portsmouth, no sul da Inglaterra, ao território britânico na Península Ibérica, o que pode elevar ainda mais a tensão entre os dois países.Por volta das 11h locais (6h em Brasília), a fila de veículos do lado espanhol da fronteira se estendia por vários quilômetros. Em mensagem no Twitter, a polícia de Gibraltar informou que a espera poderia chegar a até três horas.
Diante da longa fila, muitas pessoas optavam por estacionar o carro do lado espanhol e atravessar a pé a fronteira, várias delas com malas ou pastas de trabalhos. "É revoltante passar várias horas esperando para entrar e sair", lamentou Francis Pérez, 30, que passou uma hora e meia na fila com a família.
Os controles na fronteira foram reforçados pelos espanhóis em junho, como represália à construção de um arrecife artificial que, segundo Madri, impede a aproximação de barcos espanhóis e prejudicará a pesca na região de Andaluzia.
Os controles mais intensos provocaram as longas filas e uma escalada da tensão diplomática com Londres que, na segunda (12), ameaçou tomar ações legais contra a Espanha. Os espanhóis, que cederam o território em 1717, reivindicam o controle do local, que tem 7 km² e 30 mil habitantes.
A tensão deve aumentar com a chegada da fragata Westminster, barco de guerra britânico que fará exercícios em Gibraltar. A embarcação participará de uma atividade que, segundo o Reino Unido, já estava planejada e foi informada à Espanha antes da crise diplomática.
FOLHA..SNB

Chefe da ONU pede aplicação da lei internacional em relação aos drones

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu nesta terça-feira que seja aplicada a lei internacional em relação aos ataques com aviões não tripulados. A aplicação dos drones, usados principalmente pelos Estados Unidos, é criticada por ferir a soberania de diversos países.
A declaração do chefe da organização foi feita em visita ao Paquistão, país mais bombardeado por Washington no mundo com esse tipo de aparelho, junto com o Iêmen. Para o governo americano, os aviões não tripulados são parte da estratégia antiterrorismo para desmantelar organizações como o Taleban e a Al Qaeda.
Em entrevista em Islamabad, Ban afirmou que a posição da ONU é que as operações com os aviões não tripulados devem ser submetidas às leis internacionais. "Também é preciso fazer todos os esforços possíveis para evitar erros e morte de civis".
O Paquistão é um dos principais alvos americanos desde 2004, quando começou a operação para destruir zonas tribais próximas à fronteira do Afeganistão, onde estão refugiados talebans e militantes da Al Qaeda. Desde 2008, mais de 2.000 pessoas morreram nos ataques.
Feitos, em sua maioria, sem aviso a Islamabad, os bombardeios americanos são motivo de crítica dos paquistaneses e eleva o sentimento antiamericano no país. Outra crítica é em relação ao alto número de civis mortos, que os Estados Unidos considera uma pequena minoria.
Além do discurso, destinado aos militares, Ban Ki-moon se reunirá com o presidente paquistanês, Asif Ali Zardari, e com o primeiro-ministro Nawaz Sharif para conversar sobre a questão militar e outros assuntos, como a tensão com a Índia na região da Caxemira.
MALALA
Ban Ki-moon também visitou uma escola de meninas na capital paquistanesa e fez uma defesa da educação feminina. O Paquistão é o país de Malala Yousafzai, 16, adolescente que critica as imposições do Taleban contra as mulheres e, por isso, sofreu um atentado em outubro do ano passado.
"O maior temor dos terroristas são as meninas e mulheres educadas. Alguns querem negar o direito à educação das meninas, mas temos que eliminar as tradições que negam o direito das mulheres de se educarem".
Também pediu o aumento do Orçamento gasto em educação no Paquistão, que representa 10% da verba destinada à Defesa. Em resposta, o governo paquistanês prometeu dobrar, de 2% para 4%, os gastos até 2018.
FOLHA ..SNB

Em visita ao Brasil, Kerry defende espionagem feita pelos EUA

 FLÁVIA FOREQUE
DE BRASÍLIA
O secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, defendeu nesta terça-feira (13) a espionagem feita pelos Estados Unidos a diversos países e defendeu um "diálogo" com o governo brasileiro para que as autoridades entendam a iniciativa dos EUA.
O ministro Antonio Patriota (Relações Exteriores), no entanto, voltou a cobrar esclarecimentos dos EUA e disse que a falta de transparência sobre o assunto poderia causar uma "sombra" sobre a relação entre os países. Ele cobrou o fim da espionagem dos EUA em solo nacional.Kerry cumpre agenda em Brasília hoje - após encontro com seu homólogo brasileiro, o ministro Antonio Patriota (Relações Exteriores), ele terá reunião com a presidente Dilma Rousseff.
Questionado sobre o fim da espionagem, Kerry respondeu: "Deixe-me ser transparente com vocês: eu não posso discutir questões operacionais, mas posso dizer (...) que o Congresso aprovou uma lei depois do 11 de setembro, quando fomos atacados pela Al Qaeda, e começamos um processo de tentar entender [os ataques] antes de nos atacarem", disse em coletiva de imprensa.
O secretário de Estado dos EUA defendeu um diálogo maior com autoridades brasileiras para esclarecimentos sobre o assunto e argumentou que a espionagem garante a segurança não apenas de cidadãos americanos como de todo o mundo.
"Nós vamos continuar a ter esse diálogo e vamos continuar tendo esse diálogo para ter certeza que seu governo entenda perfeitamente e esteja de acordo com o que precisamos fazer para garantir a segurança não apenas para os norte-americanos, mas para brasileiros e para as pessoas no mundo", disse em coletiva de imprensa.
Kerry argumentou que nos últimos anos "muitos inocentes foram sacrificados e mortos" e argumentou que "o que os EUA buscam fazer é evitar que essas coisas aconteçam, sabendo de antemão [o que está sendo planejado]".
SOMBRA

O tema da espionagem foi tratado ainda na fala inicial do ministro Patriota - Kerry abordou o assunto apenas posteriormente, quando questionado pela imprensa.
O chanceler brasileiro adotou um tom duro e cobrou mais explicações sobre a espionagem norte-americana. Ele ponderou, no entanto, que ter esclarecimentos não serão suficientes para atender o que o Brasil deseja.
Patriota afirmou que o caso de espionagem é um "novo desafio" para os dois países. "E caso as implicações desse desafio não sejam resolvidas de modo satisfatório corre-se o risco de se projetar uma sombra de desconfianças sobres nosso trabalho", disse.
Patriota lembrou que canais técnicos e políticos estão abertos - uma comissão técnica deve ir a Washington para tratar do assunto.
"Esclarecimentos não são um fim em sim mesmo. Ouvir esclarecimentos não significa aceitar o status quo. Precisamos descontinuar práticas atentatórias à soberania, as relações de confiança entre os estados e violatórias das liberdades individuais que nossos países tanto prezam", afirmou.
FOLHA...SNB

LUTO - FAB chora a perda do herói Major-Brigadeiro Rui Moreira Lima

O homem se fez mito. O mito grandioso, magnânimo, extraordinário. O mito guerreiro. O mito-herói. O herói-homem. Em cada linha do rosto com suas impressões do tempo, cabiam mais de mil histórias. Mas, história não morre. Herói não morre. Mito não morre. Nele, havia mais. Havia o olhar brasileiro, daqueles guerreiros da Nação que são lembrados indefinidamente. Se é certo que será sempre momento de evocar a sua memória, é fato também que, neste dia 13 de agosto de 2013, a Força Aérea Brasileira chora, consternada, a perda do herói Major-Brigadeiro Rui Moreira Lima, aos 94 anos de idade, no Rio de Janeiro. Ele morreu às 3h30 no Hospital Central da Aeronáutica, onde estava internado havia dois meses. Herói da 2ª Guerra Mundial como piloto do 1º Grupo de Aviação de Caça, foi responsável por realizar 94 missões com a aeronave P-47 no front de combate.

O corpo do lendário oficial-general será velado a partir das 11h30 no auditório do Instituto Histórico-Cultural da Aeronáutica (INCAER), no Rio de Janeiro. O sepultamento está previsto para as 16 horas no Cemitério São João Batista, no bairro de Botafogo. Era casado com Dona Julinha.


A dor do momento não sobrepuja a alegria da existência desse homem. Sempre tão lúcido, costumava desfilar sua memória impecável com detalhes sobre fatos ocorridos há seis décadas. O senso de observação diferenciado transformou feitos em histórias recontadas com minúcias.

Disfarçava não ser um protagonista. “Rui, que foi um dos mais destacados combatentes nos céus da Itália , fala de tudo e de todos, mas pouco dele mesmo, ou das 94 missões que executou sobre as tropas alemãs”, disse certa vez o patrono da aviação de caça do Brasil, Brigadeiro Nero Moura.
O Major-Brigadeiro Rui foi autor do livro Senta a Pua!, que inspirou também um documentário do mesmo nome. No livro e no filme fez ecoar a incrível trajetória dos militares brasileiros na campanha vitoriosa durante a batalha. Era preocupado em não deixar se apagar a epopéia que ele e seus colegas viveram. Sua obra transformou-se em leitura de referência e palavras que provocavam lágrimas e sorrisos por onde passava. Não ter sua presença física amanhã naquelas palestras que arrancavam aplausos empolgados deixa silêncio, mas não o vazio. 

O luto da Força Aérea Brasileira tem um som mais alto. Agora, diferente de todos os outros momentos, cabe a honra de se prestar a tradicional saudação Adelphi dos caçadores ao Major-Brigadeiro Rui.
“-1,2,3...
- Palmas!
- Adelphi!”
É impossível não ouvir a melodia de “Carnaval em Veneza” e a voz do Brigadeiro Rui, vibrante com a história que ajudou a construir, trazendo os amigos consigo. Em entrevistas para veículos de comunicação da FAB, o herói lembrava características pessoais e profissionais dos seus colegas na guerra. “Viramos irmãos”, dizia.

Retratou todos os “irmãos” com seus brilhos singulares. Nunca fez questão de falar de si mesmo e denotava a alma modesta que guerreiros e heróis têm. Dizia-se inspirado pelo exemplo do pai. Palavras do desembargador Bento Moreira Lima, contidas em uma carta escrita em 1939, eram o seu “vade-mécum da vida militar”. Na carta está que “Obediência aos teus superiores, lealdade aos teus companheiros, dignidade no desempenho do que te for confiado...”. O filho seguiu o conselho. Virou guerreiro e herói. Foi além. O legado sobrevive forte e sempre tão lúcido.
94 missões na 2ª Guerra e uma volta para casa emocionante

Durante a 2ª Guerra Mundial, o então Tenente Rui Moreira Lima fez nada menos do que 94 missões, por isso considerado herói brasileiro no front. A primeira missão ocorreu no dia seis de novembro de 1944 e a última no dia 1º de maio de 1945. Sempre sob o fogo cerrado da artilharia alemã. “Em cada missão, eram mais de duas horas e meia no combate ao inimigo. Foi bastante difícil para todos”, comentava.

Cada dia na Itália foi registrado em uma caderneta que o Brigadeiro guardava em casa como uma verdadeira relíquia. Também na caderneta está o voo mais emocionante de sua vida, o de volta para o Brasil após a vitória no combate. 

“Quando fui para a guerra, deixei minha mulher grávida. Ao pisar no chão brasileiro, fui direto ao encontro de minha mulher e minha filhinha que já havia nascido”, relembrou o Brigadeiro em entrevista à Aerovisão. No reencontro, e emoção e a maior recompensa que poderia imaginar, o sorriso da filha. Foi uma grande vitória do herói.

Desde 1939 - O maranhense da cidade de Colinas nasceu em junho de 1919. Aos 20 anos de idade, já era cadete da escola militar de Realengo, no Rio de Janeiro. Ingressou na Força Aérea Brasileira assim que a instituição foi criada, em 1941. Costumava repetir que atuar no Correio Aéreo Nacional foi um grande aprendizado para os pilotos de caça que iriam participar da guerra. “No Brasil, aprendemos a voar em situações bastante adversas. Quando chegamos na guerra, os americanos ficaram impressionados conosco”.
O Brigadeiro Rui falava sempre com muita tristeza a respeito dos companheiros do Grupo de Caça que foram abatidos nas linhas inimigas. Considerava-os heróis e ficou obstinado por contar as histórias na guerra bastante difundidas no meio militar e pouco conhecidas por toda a sociedade. “Temos que gritar Senta a Pua!, cantar o Carnaval em Veneza, encenar a Ópera do Danilo. Essa é a nossa história”, bradava o herói. Histórias que ficaram muito mais conhecidas por causa do Brigadeiro-do-Ar Rui Moreira Lima. As canções entoadas, a partir de agora, também glorificarão o legado desse homem histórico. 
Fonte: Agência Força Aérea....SNB

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

25 de agosto - Dia do Soldado - Lançamento em cadeia nacional de TV

SNB

DCNS desenvolve submarino sustentável

O SEPIA (Submarine with Environmental Performance Improvement Along-life) desenvolvido pela DCNS é o primeiro projeto de submarino a levar em conta aspectos ambientais e sustentáveis. A iniciativa surgiu a partir da observação do ciclo de vida dos submarinos Scorpène produzidos pela empresa, e tem como finalidade avaliar os impactos ambientais de cada e tapa da vida útil do navio – construção, serviço ativo, manutenção e desmantelamento.
O objetivo final é identificar possíveis inovações arquitetônicas e tecnológicas para minimizar esses impactos e ao mesmo tempo atender às demandas operacionais desse tipo de embarcação.
De acordo com o diretor de projeto do SEPIA, Eric Fusil, a experiência dá ênfase a três elementos: o aprimoramento da eficiência energética, a diminuição de resíduos e o uso de materiais não nocivos ao meio-ambiente.
Os esforços para otimização energética se direcionam à adição de dois motores elétricos complementares para atender às demandas de velocidade e alcance do submarino com uma performance melhor. “Esse sistema híbrido de propulsão se mostrou 15% mais eficiente do que um motor apenas, além do ganho direto de autonomia”, explica Fusil. Outra iniciativa é a substituição das baterias de chumbo pelas de lítio – duas vezes mais eficientes.
A fim de reduzir os resíduos líquidos e sólidos durante desdobramentos, o sistema atual de remoção será substituído pela trituração e armazenamento a vácuo de detritos sólidos. Líquidos serão tratados ou reciclados, e emissões gasosas também serão diminuídas através de mecanismos de recirculação.
O SEPIA também emprega materiais mais leves e menos poluentes como cobertura à base de silicone para o casco (com a vantagem de menos resistência na água), além de fiação elétrica em alumínio.
A combinação desses três eixos tecnológicos vem se mostrando satisfatória: “o conceito do SEPIA alcança a meta de redução de 35% nos impactos ambientais, e também tem uma performance operacional melhor tanto em termos de auto-gerenciamento quanto de custo para aquisição”, afirma o diretor do projeto.
O submarino foi apresentado em novembro do ano passado durante o congresso internacional do Submarine Institute of Australia.
SNB


Kerry defende programa da NSA em visita à Colômbia

AE - Agência Estado
A tentativa do secretário de Estado norte-americano John Kerry de melhorar as relações com dois aliados da América Latina pode ser prejudicada pela indignação causada pela divulgação de informações sobre programas de espionagem dos Estados Unidos, que têm como alvo e-mails e ligações telefônicas na região.
Kerry visita o Brasil e a Colombina nesta semana, sua primeira viagem à América do Sul como chefe da diplomacia de Barack Obama. A visita acontece no momento em que a divulgação das informações referentes aos programas da Agência Nacional de Segurança (NSA) podem esfriar as conversações em várias frentes.
Dentre elas está comércio e energia e até mesmo as discussões sobre o jantar oficial, marcado para 23 de outubro, no qual o presidente Barack Obama vai receber a presidente do Brasil, Dilma Rousseff.
Kerry chegou na noite de domingo a Bogotá, a capital da Colômbia. O país realiza conversações de paz para encerrar o conflito de 50 anos com o mais poderoso exército rebeldes do hemisfério ocidental, as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).
Em coletiva com a imprensa na capital colombiana, Kerry defendeu o programa da NSA e minimizou seu impacto nos esforços de aprofundar as relações dos EUA com a região.
O secretário de Estado afirmou que os EUA e a Colômbia estão trabalhando juntos em uma série de assuntos e que a vigilância da NSA apareceu apenas brevemente nas conversas com autoridades colombianas.
O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, disse na quinta-feira que quer esclarecimentos de Washington sobre se a coleta de informações de inteligência em seu país ultrapassaram as operações conjuntas dos países contra os traficantes de drogas e grupos armados ilegais. Os Estados Unidos forneceram à Colômbia equipamentos de espionagem e de vigilância aérea, além de técnicos.
Santos disse, em entrevistas à Associated Press, que o vice-presidente norte-americano Joe Biden telefonou para ele para falar sobre a questão, depois de Edward Snowden ter revelado que os programas de espionagem foram usados contra aliados, assim como contra inimigos. Santos disse que Biden deu uma série de explicações técnicas. Perguntado se estava satisfeito com as respostas, ele disse que "estamos no processo".
Biden também telefonou para Dilma Rousseff para expressar o que a ministra de Comunicação brasileira, Helena Chagas, chamou de "seu pesar sobre as repercussões negativas causadas pela divulgação". Biden convidou autoridades brasileiras para irem a Washington e obter detalhes sobre o programa de espionagem.
Rousseff disse a Biden que a privacidade dos cidadãos brasileiros e a soberania do país não podem ser infringidos em nome da segurança e que o Brasil quer que os Estados Unidos mudem suas políticas e práticas de segurança.
Durante a visita de Kerry, os Estados Unidos querem demonstrar seu apoio às negociações de paz entre o governo colombiano e as Farc, que acontecem em Cuba.
A Colômbia é um dos aliados mais próximos dos Estados Unidos na região, mas os relatos sobre o programa de espionagem irritaram as autoridades colombianas.
No mês passado, o jornal brasileiro O Globo informou que cidadãos da Colômbia, México, Brasil e outros países estão entre os alvo da grande operação da NSA para coletar secretamente informações sobre ligações telefônicas e de internet em todo o mundo. As matérias tiveram como base informações fornecidas por Snowden.
 Fonte: Associated Press
SNB

Índia apresenta porta-aviões de fabricação nacional

AE - Agência Estado
A Índia apresentou nesta segunda-feira seu primeiro porta-aviões de fabricação nacional, ingressando em um seleto grupo de países capazes de construir esse tipo de embarcação. A apresentação ocorre dois anos antes do prazo e a um custo estimado de US$ 5 bilhões. Com isso, a Índia soma-se a Estados Unidos, Rússia, França e Grã-Bretanha no grupo de países que fabricam seus próprios porta-aviões.
O ministro indiano da Defesa, A. K. Antony, argumentou que seu país precisava fortalecer sua capacidade de defesa marítima.
Fabricado no estaleiro de Kochi, no Estado sulista de Kerala, o porta-aviões ainda passará por uma série de testes antes de ser efetivamente incorporado à Marinha indiana em 2018.
O lançamento do porta-aviões ocorre apenas dois dias após a Índia ter anunciado que um submarino nuclear construído por ela está pronto para "enfrentar os desafios do mar". Fonte: Associated Press. 
SNB

Caças da Jordânia viram solução

KLÉCIO SANTOS

Adquiridos como reserva, aviões F-5EM são reformados e irão para a linha de frente da FAB depois da desativação dos Mirage
Aviões de segunda mão da Jordânia farão a proteção do espaço aéreo brasileiro a partir de 2014. Com a desativação dos 12 Mirage 2000C (F-2000) prevista para o fim do ano e a indecisão do Planalto sobre a licitação para a compra de novos caças, a alternativa árabe está sendo avaliada.
A Força Aérea Brasileira (FAB) criou um grupo de trabalho para analisar os aspectos que implicam a aposentadoria dos Mirage. Atualmente, os 11 F-5 jordanianos passam por um processo de modernização na Embraer, onde serão equipados com radar e instrumentos eletrônicos de última geração. O investimento é de R$ 276 milhões e, segundo a FAB, permitirá que os caças possam ser utilizados por pelo menos mais 15 anos.
O contrato foi assinado em 2011, e os primeiros aviões aptos a usarem armamento mais moderno devem começar a sobrevoar o país em 2014, quando a Força Aérea receberá as primeiras unidades. A data coincide com a retirada dos franceses Mirage, que estão obsoletos e cuja vida útil termina em dezembro deste ano.
Fabricado nos EUA, o lote jordaniano será elevado ao patamar tecnológico dos outros 46 F-5M da FAB. Em 2000, esses aviões foram modernizadas e hoje atuam nos esquadrões de caça do Rio, de Manaus e de Canoas.
Os 11 caças foram adquiridos em 2007 e deveriam servir, em princípio, como estepe e fornecimento de peças de reposição. O modelo aperfeiçoado estaria afinado com a quarta geração da mesma classe, mas distante dos finalistas na licitação do programa FX-2 da Aeronáutica, criado em 2006, visando a reequipar e modernizar a FAB. Com a entrada em operação dos F-5EM jordanianos, toda a defesa aérea brasileira ficaria a cargo dos F-5, que se tornariam a principal aeronave de combate da aviação brasileira.
A Força Aérea não assume oficialmente a adoção dos aviões jordanianos dentro do que seria um plano B para a defesa aérea. Consultada por ZH sobre a hipótese, a FAB não entrou em detalhes: "A Força Aérea divulgará oportunamente as medidas que serão adotadas para manter e garantir a soberania do nosso espaço aéreo".
O sucateamento da frota preocupa os militares. O inconformismo aumentou após os escândalos envolvendo o uso de aviões por autoridades.
Amanhã, a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado ouvirá o comandante da Aeronáutica, Juniti Saito, sobre a atualização da frota, a compra dos novos caças e a situação dos Mirage.
ZERO HORA ..SNB

Nas cercanias do Palácio

Leandro Fortes

Documentos do governo brasileiro indicam que os Estados Unidos ainda mantêm ao menos seis bases de espionagem em Brasília
Desde a terça-feira 6 um grupo de assessores brasileiros liderados pelo Ministério das Comunicações está em Washington para ouvir as explicações do Departamento de Estado americano sobre as denúncias de espionagem contra o País. E um lance para a plateia. Nas principais instâncias de inteligência do governo federal e, portanto, no Palácio do Planalto, desde sempre se sabe, ou se deveria saber, da movimentação de espiões dos Estados Unidos no território nacional sob proteção da Embaixada em Brasília.
Manter agentes de inteligência em representações diplomáticas não chega a ser uma novidade. Quase todos os países possuem alguma estrutura desse gênero. O problema é que os norte-americanos vão além, operam com uma liberdade incomum e extrapolam os limites da soberania. Segundo os documentos vazados pelo ex-funcionário da CIA Edward Snowden, até 2002Tio Sam valia-se de 16 instalações em território nacional para atividades de "inteligência". CartaCapital apurou que ao menos parte dessa rede ainda continua ativa. E pior: está instalada em Brasília, no coração do poder político do País.
A série de documentos secretos e reservados do governo federal obtidos pela revista, vários deles encaminhados a assessores diretos da presidenta Dilma Rousseff, relata o funcionamento de ao menos seis endereços em Brasília utilizados pela Embaixada dos EUA como centros de operação e análise de inteligência. São quatro imóveis no Lago Sul, área tradicionalmente residencial da cidade, um no Setor de Indústria e Abastecimento e outro no Setor de Autarquias Sul, região central da capital, a pouco mais de 1 quilômetro do prédio dessa embaixada. Os imóveis, casas e salas comerciais, cobrem com frequências de rádio toda a extensão do Plano Piloto de Brasília, a partir de antenas de radiocomunicação e telefonia exclusivas autorizadas pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), que tem um representante na missão enviada pelo governo aos Estados Unidos. A outorga para o uso "limitado-privado" foi concedida à Embaixada dos EUA no fim do primeiro governo de Fernando Henrique Cardoso, em 1997, e tem validade até 20 de julho de 2019. Ao todo, abrange 841 licenças de frequências de rádio para uso exclusivo dos americanos em solo brasileiro.
Na sala comercial número 209 do Bloco H da QI9, no Lago Sul, funcionava a principal divisão de segurança das embaixadas e consulados dos Estados Unidos, responsável pela movimentação de diversos equipamentos de comunicação. Lá, o Regional Security Office (RSO) funcionou por oito anos até se mudar, no fim do ano passado, para a sala 411 de um movimentado edifício de lojas e escritórios no Setor de Autarquias Sul. No local, tanto os funcionários da portaria como a vizinhança do corredor estranham a movimentação constante de servidores da Embaixada, quase sempre no turno da manhã. Muitos costumam passar a noite no escritório.
A Embaixada dos EUA mantém ainda um conjugado de salas comerciais de números 311 e 312 no Conjunto 12-A do Setor de Mansões Dom Bosco, também no Lago Sul. Na sala 311, segundo os relatórios encaminhados ao Palácio do Planalto, funciona o escritório da Drug Enforcement Administration, a DEA, órgão do Departamento de Justiça dos Estados Unidos encarregado da repressão e controle de drogas. Como se verá mais adiante, a DEA tem uma longa história no Brasil. Nos anos FHC, financiava atividades da Polícia Federal e, em troca, tinha carta branca para atuar em território nacional, conforme denunciou uma série de reportagens de CartaCapital entre 1999 e 2004.
Na sala 312 fica um contingente do Information Program Center (IPC), responsável pela comunicação de rádio e telefonia da Embaixada norte-americana, principalmente na área de inteligência. As duas salas são fortemente gradeadas e permanentemente refrigeradas. Aparentemente, funciona como uma estação de rádio que opera em diversas frequências, a partir das licenças concedidas pela Anatel.
O maior imóvel alugado pela Embaixada americana é uma chácara na QI 5 do Lago Sul. No terreno vigiado por câmeras e guaritas foram construídos alojamentos para fuzileiros navais e é um dos endereços com licença de funcionamento de radiofrequência da Anatel. Em outro terreno menor, ocupado por uma casa no Conjunto 2 da QL16 do Lago Sul, os americanos montaram aparentemente um bunker rodeado de câmeras de segurança e com uma guarita de vidros espelhados. No galpão do SIA, em uma zona afastada do Plano Piloto, a antiga movimentação de funcionários e furgões da Embaixada americana foi interrompida no início do ano. O imóvel foi esvaziado e, atualmente, há apenas uma placa de "aluga-se" na entrada.
Segundo documentos publicados pelo jornal O Globo, outra unidade de espionagem funcionou em Brasília, até 2002, controlada pela Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos (NSA, em inglês), em conjunto com a CIA. Era parte da rede de 16 bases das agências de inteligência dos EUA que coletavam informações em todo o País, a partir de satélites de outros países. Embora o Brasil não tenha satélites próprios (o único foi repassado à Embratel na privatização de 1997), o governo mantém alugados oito desses. Os satélites estão estacionados sobre a Linha do Equador e, por isso, colhem muitas e importantes informações sobre a Amazônia, região de grande interesse estratégico e alvo de cobiça internacional. Outros documentos, datados de 2010, dão conta da possibilidade de os EUA terem grampeado escritórios da Embaixada do Brasil em Washington e da missão brasileira nas Nações Unidas, em Nova York. Outros papéis vazados à mídia nacional revelam que o então presidente Lula foi monitorado durante a tentativa de fechar um acordo com o Irã em 2009.
CartaCapital entrou em contato com a Embaixada dos Estados Unidos na sexta-feira 2 para saber qual a utilidade dos seis imóveis apontados como bases de espionagem em relatórios internos do governo federal. Todas as informações, inclusive os endereços das casas e salas comerciais, foram encaminhadas à assessoria de comunicação da Embaixada via e-mail, mas nenhuma resposta foi enviada até o fechamento desta edição.
As informações sobre o mega esquema de espionagem dos Estados Unidos começaram a se tornar públicas a partir de 6 de junho, quando o jornal britânico
The Guardian iniciou a publicação de uma sequência de reportagens do jornalista GlennGreenwald baseadas nos documentos vazados por Snowden. Soube- se assim que a NSA não cuidava apenas da segurança interna, mas estendia seus tentáculos a países aliados, inclusive o Brasil. A partir de bases espalhadas planeta afora e de uma rede de satélites, os Estados Unidos montaram um sistema monstruoso de monitoramento de e-mails e ligações telefônicas com a cooperação de empresas de telecomunicações e de gigantes da internet, entre eles o Google e o Facebook. Os espiões americanos desenvolveram um programa chamado PRISM, dedicado ao monitoramento em tempo real da circulação de informações na rede mundial de computadores, em tese para prevenir ataques terroristas.
Snowden trabalhava para a CIA e para a NSA em cargos ligados ao manejo e acompanhamento de dados em sistemas secretos de informação. Antes de iniciar os primeiros vazamentos em Hong Kong e fugir para a Rússia, ocupava o posto de analista de infraestrutura na Booz Allen & Hamilton, contratada pela NSA supostamente para prestar serviços de consultoria estratégica. Sob essa fachada, a Booz Allen conseguiu contratos com setores públicos de vários países, entre eles o Brasil, durante o mandato de FHC. Aqui, a consultoria participou oficialmente da formulação dos programas Brasil em Ação e Avança Brasil, que nunca saíram do papel, além de ter auxiliado nas privatizações promovidas pelos tucanos na década de 1990 e na reestruturação do sistema financeiro nacional.
Ao longo dos oito anos da era fernandina, portanto, a principal prestadora de serviço da CIA no esquema de espionagem mundial não só foi contratada pelo governo brasileiro como teve acesso a dados privilegiados das ações administrativas do País e a informações completas de toda a movimentação financeira nacional. Isso incluía livre trânsito pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Um dos projetos em conjunto entre Brasília e a Bozz Allen, pago com dinheiro nacional, foi batizado de Brasiliana e traçou os "Eixos Nacionais de Integração e Desenvolvimento".
Apesar dessas relações carnais, como diria o argentino Carlos Menem, FHC veio a público, logo após os vazamentos, negar qualquer conhecimento a respeito da espionagem dos EUA A respeito, o ex-presidente construiu uma daquelas frases consideradas brilhantes por seus admiradores: "Nunca soube de espionagem da CIA em meu governo, mesmo porque só poderia saber se ela fosse feita com o conhecimento do próprio governo, o que não foi o caso". Em seguida, sugeriu à presidenta Dilma Rousseff tomar uma atitude. "Cabe ao governo brasileiro, apurada a denúncia, protestar formalmente pela invasão de soberania e impedir que a violação de direitos ocorra."
FHC talvez tenha sofrido um lapso de memória. Ele mal iniciava seu segundo mandato quando CartaCapital publicou reportagens sobre a influência dos serviços de inteligência dos Estados Unidos na Polícia Federal. A DEA e a CIA financiavam atividades da PF: pagavam agentes, davam treinamento, pagavam hotéis, aluguéis de carros e até de imóveis utilizados pela força federal. Em troca, circulavam livremente pelo Brasil. Em uma reportagem de maio de1999, Bob Fernandes, então redator-chefe desta revista, menciona os imóveis utilizados pela CIA de Norte a Sul do País. Eram 15, número bem próximo dos 16 revelados pelos documentos vazados por Snowden. No mesmo mês e ano, Fernandes registrou a seguinte declaração de James Derham, chefe da missão diplomática dos EUA, a respeito do teor da atuação norte-americana em território nacional. Derham não deixa margem para dúvidas: "O dinheiro é nosso, as regras são nossas". A partir do governo Lula, o acordo deixou de funcionar, Tio Sam diminuiu a abrangência de suas atividades, mas, como denunciou Snowden e como comprovam os documentos oficiais do governo brasileiro, as atividades de espionagem não cessaram.
O envio de representantes do Brasil a Washington foi decidido durante uma reunião em 27 de julho entre Dilma Rousseff, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e o chanceler Antonio Patriota. A ideia inicial era convidar autoridades americanas para virem ao Brasil, mas Patriota convenceu a presidenta de que o melhor era enviar um grupo à capital dos EUA. Segundo o chanceler, uma missão brasileira provocará mais impacto na comunidade internacional, principalmente entre os aliados europeus atingidos pela bisbilhotagem do império. E pouco provável, no entanto, que a visita a Washington renda mais do que uma explicação formal sobre o expediente denunciado por Snowden.
Há um mês, em um telefonema para Dilma, o vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, deu poucas e mal formuladas explicações sobre o monitoramento e a espionagem de cidadãos e instituições brasileiras pela NSA. Lamentou a repercussão negativa do caso e fez o convite para a missão de Brasília visitar seu país.
Publicamente, o presidente Barack Obama argumentou tratar-se apenas de um programa de defesa da segurança interna, sem riscos à privacidade alheia. "Ninguém está ouvindo suas conversas", declarou. Segundo o general Keith Alexander, chefe da NSA, o programa PRISM tem evitado dezenas de ataques terroristas aos EUA e criticou Snowden por danificar de modo "significante" e "irreversível" a segurança da nação.
A crise pegou o Palácio do Planalto de surpresa, em parte por culpa da estrutura herdada, primeiro por Lula, depois por Dilma, do Sistema Brasileiro de Inteligência, o Sisbin. O órgão central desse sistema, a Agência Brasileira de Inteligência, deveria cuidar de informar diretamente a Presidência da República sobre a movimentação de espiões estrangeiros no País. A Abin não tem, porém, acesso direto ao Planalto desde o governo FHC, quando foi criado o Gabinete de Segurança Institucional, estrutura militarizada comandada desde sua instalação, em 1999, por oficiais do Exército. O atual chefe do GSI é o general José Elito, ex-comandante das tropas brasileiras no Haiti.
A crise tem origem justamente na relação entre a Abin e o GSI, órgão que se transformou numa barreira para as relações entre a agência e a Presidência da República, e fez da agência uma instituição secundária, impedida de cumprir sua missão legal, a de assessorar o Planalto. Mais do que um filtro das informações produzidas pelos agentes secretos brasileiros, o GSI criou um problema de interação da Abin com a sociedade. Uma das primeiras medidas do general Elito ao assumir a função de ministro-chefe foi acabar com a área de comunicação social da agência, seção prevista no estatuto interno do órgão. Na prática, isso criou uma espécie de censura interna e impediu o atual diretor-geral da agência, Wilson Trezza, de estabelecer qualquer tipo de ligação com a mídia. Até notas oficiais são barradas. Por esse motivo, Trezza não atendeu aos pedidos de entrevista de CartaCapital. Sugeriu que a demanda fosse encaminhada ao GSI.
A revista enviou perguntas ao GSI. Obteve a seguinte resposta: até a conclusão dos trabalhos da missão brasileira enviada a Washington, o gabinete considera "não ser oportuna a realização da entrevista".
A missão brasileira precede a visita de Dilma aos Estados Unidos em outubro. Em setores ligados ao governo cresce a sensação de que os americanos agem para fazer valer seus interesses, especialmente na ainda indefinida licitação dos Caças. As Forças Armadas anunciaram poucos dias atrás a intenção de aposentar os Mirage a partir do fim deste ano. A compra de novos aviões de defesa foi adiada inúmeras vezes durante a administração de Lula, apesar de um acordo prévio fechado com os franceses.
Os Caças F-18 são superiores às aeronaves concorrentes, mas os EUA têm restrições para a transferência de tecnologia, item até agora considerado fundamental pelo governo brasileiro no processo de compra. Não se sabe se Dilma manterá as diretrizes do antecessor ou mudará os critérios de escolha. Washington nutre esperanças de alterar a perspectiva de Brasília. Resta saber se as recentes revelações da espionagem de Tio Sam vão atrapalhar o lobby americano.
....SNB

Da Rússia Kalashnikov Corporation é criada oficialmente - Rogozin

(RIA Novosti) - O Kalashnikov Corporation, definido para absorver grandes fabricantes de pequenas armas russas, foi oficialmente estabelecida, o vice-premiê Dmitry Rogozin, disse segunda-feira.
"O Kalashnikov Corporação acaba oficialmente registrado. Feliz aniversário! E boa sorte no seu grande trabalho! "Rogozin, que supervisiona a indústria de defesa russa, disse no Twitter.
O novo Kalashnikov Corporation, proposto pela primeira vez por Rogozin ano passado , deveu-se a ser registrado a tempo de Armas Day Makers da Rússia, 19 de setembro. Ele irá incluir Izhmash, Izhmekh e alguns outros fabricantes de armas de pequeno porte sob a marca famosa Kalashnikov.
Izhmash tem vindo a fabricar fuzis Kalashnikov desde o mundialmente famoso fuzil de assalto primeiro entrou em produção em massa em 1949, enquanto Izhmekh é mais conhecida por produzir Makarov e Yarygin pistolas.
No entanto, ambas as empresas foram recentemente enfrentando dificuldades financeiras e uma queda acentuada no volume de produção. O governo agora está esperando para reanimá-los, fundindo-os sob a nova marca.
Mikhail Kalashnikov, 93, o criador do fuzil de assalto Kalashnikov , pessoalmente autorizou o uso de seu nome para a nova empresa, em fevereiro. Chefe Izhmash Konstantin Busygin anteriormente negou rumores de mídia que mais famoso designer de arma de fogo da Rússia pediram para ser pago pelo uso de seu nome, dizendo que Kalashnikov é um "verdadeiro patriota" e a questão do dinheiro não foi sequer levantada. "
SNB