sábado, 23 de março de 2013

ESPAÇO - R$ 9 bi para formar mão de obra


Estimativas apontam para a necessidade de contratação de mais de 3 mil profissionais nos próximos dois anos
Para evitar um apagão de mão de obra no desenvolvimento de suas atividades espaciais, o governo pretende acelerar a formação de profissionais altamente qualificados no setor, com investimentos de R$ 9,1 bilhões no período 2012-2021.
Caso todas as promessas de investimentos realmente saiam do papel, estimativas extraoficiais apontam a necessidade de contratação de mais 3 mil profissionais nos próximos dois anos. O número engloba não só cientistas e engenheiros aeroespaciais, mas também especialistas envolvidos em outras áreas da cadeia produtiva, como físicos, químicos e técnicos de laboratório.
Segundo o presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), José Raimundo Coelho, pelo menos quatro ações sendo preparadas para atacar o déficit de engenheiros aeroespaciais: a abertura de cursos de graduação especializados em universidades federais, o envio ao exterior de 300 estudantes de mestrado e doutorado, a importação de profissionais estrangeiros e novos concursos públicos.
Hoje existem apenas seis faculdades no país com graduação em engenharia aeroespacial. "Isso não é suficiente. A demanda por especialistas vai ser muito grande", diz Coelho. Ele afirma que está negociando a criação de novos cursos com três universidades federais: a UFF (Federal Fluminense), a UFCE (Ceará) e a UFRN (Rio Grande do Norte). "Quando a agência foi instalada, há 19 anos, não havia nenhum apelo para esses cursos. Hoje é bem diferente."
Nos níveis de mestrado e doutorado, o plano é enviar cerca de 300 estudantes ao exterior, dentro do programa Ciência Sem Fronteiras. Até agora, a concessão de bolsas na área se resume a dez alunos de mestrado da Universidade de Brasília, que foram completar sua formação em engenharia aeroespacial na Ucrânia.
Estamos estudando a iniciativa de contratá-los. Parte pela própria AEB, parte pela Alcântara Cyclone Space (empresa binacional constituída entre o Brasil e a Ucrânia) e parte pela indústria nacional", diz Coelho. A fim de ampliar o número de brasileiros estudando em centros de referência mundial, uma proposta de mandar mais 300 mestrandos e doutorandos, a partir de 2014, foi levada ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) no mês passado. Os países-alvo são principalmente Rússia, Ucrânia, Estados Unidos, Japão, França e Itália.
Até a importação de especialistas, aproveitando a disponibilidade de mão de obra por causa da crise internacional, entrou no radar do governo. "Queremos atrair gente de fora. Sabemos até de americanos que perderam emprego na Nasa. A Espanha também tem um programa especial muito ativo e possui mão de obra disponível", observa Coelho. Segundo ele, os estrangeiros poderão ser alocados em universidades ou em órgãos oficiais envolvidos com o programa espacial, como o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e o Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA).
A estratégia de atacar o risco de déficit de profissionais se complementa com a abertura de concursos. Na AEB, que funciona com pessoal cedido de outras instituições, a meta é fazer o primeiro concurso em quase duas décadas de história. Um projeto de lei foi aprovado na Câmara dos Deputados, criando um quadro próprio da agência, e ainda tramita no Senado. O primeiro concurso, tão logo seja autorizado, abrirá vagas para 120 a 150 pessoas. "Daremos prioridade às áreas mais técnicas", afirma Coelho, garantindo que pelo menos 80% dos cargos serão para as atividades-fins.
Para ele, não é mais possível trabalhar apenas com cargos comissionados, que têm salários relativamente baixos e são muito instáveis. "É um desastre. No princípio, a AEB se restringia a conversar com os órgãos executores do programa espacial. Hoje, assumimos diretamente uma parte do programa. Não concebemos mais uma agência sem um quadro de pessoal próprio."
Para a Associação Aeroespacial Brasileira, uma entidade civil que congrega representantes do setor, o governo precisa agir urgentemente para resolver esses problemas. "Já temos um déficit de quadros", diz o presidente da entidade, Paulo Moraes Júnior.
De acordo com ele, um tema que aflige o setor é a aposentadoria de "dezenas" de profissionais no Inpe e no DCTA, agravando a escassez de mão de obra. "É um processo que tem ocorrido a conta-gotas. Se não houver uma reposição gradual, o problema vai se tornar crítico até 2015″, ressalta Moraes, ele mesmo um engenheiro do DCTA que vai se aposentar no fim do ano que vem.
A associação vê demanda por mais 3 mil profissionais, nos próximos dois anos, mas destaca que não basta apenas formar gente. A preocupação é assegurar também que o programa espacial não será descontinuado e que não vão faltar oportunidades. "Isso geraria uma desmotivação muito grande", pondera.
O Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE), lançado em janeiro, define prioridades para o período 2012-2021 e busca justamente dar mais previsibilidade aos principais projetos do setor. Ele prevê investimentos anuais perto de R$ 900 milhões, não só com base no orçamento da própria AEB, mas incluindo parcerias internacionais ou com empresas. É o caso do veículo lançador de satélites Cyclone-4, desenvolvido com a Ucrânia, e o satélite geoestacionário de defesa e comunicações estratégicas, que tem recursos da estatal Telebras.
A projeção de investimentos é uma gota no oceano de US$ 276 bilhões que a indústria espacial de todo o mundo movimentou em 2010 (último dado disponível). Países como Brasil, Argentina, México, Coreia do Sul, África do Sul, Cazaquistão e Ucrânia têm investido uma média de US$ 100 milhões a US$ 200 milhões por ano. Novos atores, como Austrália, Taiwan, Indonésia, Tailândia, Malásia, Bolívia, Chile e Venezuela têm investido entre US$ 20 milhões e US$ 50 milhões
SNB

sexta-feira, 22 de março de 2013

Em novo vídeo provocativo, Coreia do Norte invade Seul

A Coreia do Norte divulgou um novo vídeo em que coloca em prática suas ameaças de reiniciar a guerra contra a vizinha e inimiga Coreia do Sul. A peça de propaganda, intitulada Uma Guerra Curta de Três Dias, foi publicada no Youtube pela Uriminzokkiri, agência que divulga notícias favoráveis ao governo. Na montagem, os norte-coreanos invadem Seul e tomam milhares de americanos como reféns no sul da península.No clipe concebido por Pyongyang, milhares de soldados saltam de paraquedas em Seul, ao mesmo tempo em que tanques e carros blindados cruzam a fronteira em direção à capital da Coreia do Sul. O narrador diz, então, que 150.000 americanos são capturados como reféns. Nos vídeos anteriores, a ofensiva foi contra a Casa Branca e o Capitólio de Washington, destruídos por mísseis, além de Nova York, que aparece em chamas.Ataques cibernéticos – O clima de tensão entre as duas Coreias, que travam uma guerra verbal há semanas, é agravado pela investigação sobre a autoria de ataques cibernéticos. Nesta sexta-feira, o governo de Seul reconheceu que errou ao ligar os ataques de hackers que sofreu a um endereço de IP na China. Na última quarta-feira, redes de televisão e bancos ficaram “parcial ou completamente paralisados”, de acordo com a Agência de Segurança da Internet da Coreia do Sul (KISA).

A ligação com o gigante chinês levantou suspeitas de que a Coreia do Norte estivesse envolvida. De acordo com a BBC, especialistas acreditam que Pyongyang utiliza frequentemente os endereços de computadores chineses para esconder seus ciberataques, pelos quais já foi acusado em 2009 e 2011.
Oficiais disseram que as investigações mostraram que o malware utilizado veio de um computador de um dos bancos afetados. Os hackers "maquiaram" a rota de seus ataques para endereços em outros países para esconder suas identidades. Apesar do engano, ainda se acredita que o ataque foi orquestrado no exterior.
SNB

Fundador da Amazon resgata motores da Apollo 11 no mar

O fundador da Amazon, Jeff Bezos, anunciou nesta quarta-feira que conseguiu recuperar do fundo do mar os motores da Apollo 11, a missão que levou o astronauta Neil Armstrong e sua equipe à Lua, em 1969. As peças estavam submersas a 4.267 metros de profundidade no Oceano Atlântico há mais de 40 anos. Elas foram encontradas com o uso de sofisticados equipamentos de tecnologia de sonar.Descobrimos um maravilhoso mundo submarino: um incrível jardim de esculturas de motores de voo F-1 que serve de prova do programa Apollo", disse Bezos, ao pisar em terra, após três semanas em alto mar em missão bancada por ele próprio. "As peças em si são magníficas. Fotografamos muitos objetos belos e recuperamos vários deles, que evocam o trabalho de milhares de engenheiros para conseguir o que, naquele momento, parecia algo impossível", disse. O sucesso da Apollo 11 fez de Neil Armstrong o primeiro homem a pisar a Lua, façanha acompanhada ao vivo por estimadas 530 milhões de pessoas.
Bezos, que também é fundador da empresa de viagens espaciais Blue Origin, afirma que sua equipe terá componentes em quantidade suficiente para montar uma exposição. Segundo ele, a equipe tem pela frente o trabalho de restauração. Os números originais de série dos motores já foram apagados, o que dificulta a identificação. "Queremos que as peças nos contem toda a história, incluindo a reentrada na atmosfera a 8.000 quilômetros por hora e o impacto na superfície do oceano." Ainda não se sabe quando ou onde serão expostos os objetos. A intenção de Bezos é colocá-los no Museu Nacional do Ar e do Espaço Smithsonian de Washington.
"Esse é um achado histórico. Parabenizo a equipe por sua determinação na recuperação destes importantes artefatos de nossos primeiros esforços para enviar seres humanos além da órbita da Terra", afirmou o diretor da agência espacial americana, Charles Bolden. "Esperamos ansiosamente a restauração destes motores por parte da equipe de Bezos e aplaudimos o desejo de fazer com que estes artefatos históricos sejam expostos ao público."
FONTE NASA...SNB

quinta-feira, 21 de março de 2013

Gerente do VLS-1 é entrevistado pelo Blog Brazilian Space


O Gerente do VLS-1, T Cel Eng Alberto Walter da Silva Melo Júnior foi entrevistado pelo Blog Brazilian Space. O blog (http://brazilianspace.blogspot.com.br/) foi criado pelo jornalista Duda Falcão para a divulgação do Programa Espacial Brasileiro, da Astronomia, Astrofísica, Astrobiologia e Cosmologia Brasileira. Veja a entrevista.

BRAZILIAN SPACE: T. C. E. Alberto Mello, para aqueles que não o conhece nos fale um pouco sobre o senhor, onde nasceu, sua idade e qual sua formação?
TEN. CEL. ENG. ALBERTO MELLO: Meu nome é Alberto Walter da Silva Mello Junior, sou natural de Jacarezinho, PR, tenho 48 anos, sou formado em engenharia aeronáutica pelo ITA, Mestre em Ciência pelo ITA, MBA pela Universidade Federal Fluminense e Ph.D. pelo Departamento de Engenharia Aeroespacial da Universidade do Texas em Austin. Sou o atual gerente do Projeto VLS-1 e Chefe da Coordenadoria de Projetos Espaciais do IAE.
BRAZILIAN SPACE: T. C. E. Alberto, é sabido que antes do lançamento do VLS-1 VSISNAV haverá uma operação intitulada “Operação Santa Bárbara”. O senhor poderia esclarecer para o nossos leitores quais são os reias objetivos do IAE com essa operação?
T. C. E. ALBERTO MELLO: Os objetivos principais da Operação Santa Barbara são: Integração do veículo completo na plataforma; testes funcionais das redes de telemetria, controle, serviço, terminação de voo e pirotécnica, visando qualificação para voo; testes de compatibilidade eletromagnética e interferência eletromagnética (EMI/EMC) dos sistemas do veículo; testes das interfaces com os meios de solo do sistema VLS, tais como aquisição de telemetria, banco de controle, terminação de voo, linha de fogo, Torre Móvel de Integração - TMI, mesa de lançamento, torre de umbilicais e comunicação.
BRAZILIAN SPACE: T. C. E. Alberto, já se tem uma data prevista para a realização da operação em questão?
T. C. E. ALBERTO MELLO: Esta Operação está prevista para ocorrer no segundo semestre de 2013.
BRAZILIAN SPACE: E quanto ao lançamento do VLS-1 VSISNAV T. C. E. Alberto, o mesmo ainda será realizado em 2013, e caso não, qual seria a data mais provável para o seu lançamento?
T. C. E. ALBERTO MELLO: O cronograma físico atual do VLS-1 prevê o lançamento do VSISNAV para o primeiro semestre de 2014.
BRAZILIAN SPACE: T. C. E. Alberto, com o vôo bem sucedido do VLS-1 VSISNAV o sistema de navegação (SISNAV) e a parte baixa do veículo (primeiro e segundo estágios) estarão definitivamente qualificados?
T. C. E. ALBERTO MELLO: Entre os objetivos do VSISNAV estão as qualificações do SISNAV em veículos lançadores, do sistema de separação entre primeiro e segundo estágios e da estabilidade da queima dos motores S-43 sob aceleração. Esta é uma importante etapa para a certificação de tipo do veículo completo.
BRAZILIAN SPACE: E no caso do voo do VLS-1 VSISNAV não ser bem sucedido T. C. E. Alberto, qual seria então o caminho a ser seguido pelo IAE?
T. C. E. ALBERTO MELLO: Estamos trabalhando e conduzindo o projeto de forma minuciosa, visando ao cumprimento completo dessa etapa. No entanto, sucesso ou insucesso de uma missão deve ser medido pela quantidade de objetivos efetivamente alcançados e o aprendizado associado ao projeto, que permitirá a continuidade do Programa Espacial Brasileiro, com o VLS-1 ou outro lançador.
Além dos testes descritos acima, a missão do VSISNAV objetiva qualificar em voo as novas redes elétricas em malha aberta; sistemas de amortecimentos das redes pirotécnicas; sistema de terminação de missão; aquisição de dados de telemetria, com a nova infraestrutura para operações de lançamento (TMI, Casamata, Banco de Controle, Prédios de Preparação), e teste real das Estações Operacionais do Centro de Lançamento de Alcântara - CLA, Centro de Lançamento da Barreira do Inferno - CLBI e Estação Móvel de Telemetria. Cada um desses resultados deverá ser analisado para decisão do próximo passo após o voo do VSISNAV.
BRAZILIAN SPACE: T. C. E. Alberto, com a qualificação do SISNAV o mesmo poderá ser utilizado por outros veículos lançadores de satélites brasileiros como os futuros VLM-1 e VLS-Alfa?
T. C. E. ALBERTO MELLO: a parte baixa do VLS-1 é a mesma concebida para o VLS-Alfa. Sua qualificação indica que ela estaria pronta para ser empregada em novas gerações de lançadores, dentro da conveniência de cada projeto. O primeiro estágio do VLM-1 possui motor único, o S50, ainda em fase de desenvolvimento. No entanto, o VLM-1 utiliza os mesmos meios desenvolvidos no Projeto VLS-1 e todo o cabedal deste e outros projetos espaciais do IAE. Muitas soluções desenvolvidas para o VLS-1, testadas e aprovadas, serão utilizadas no VLM-1; incluindo-se a TMI e os meios do CLA.
BRAZILIAN SPACE: T. C. E. Alberto, é sabido que o próximo voo tecnológico previsto do VLS-1 é o XVT-02. O senhor poderia nos falar sobre os objetivos dessa missão.
T. C. E. ALBERTO MELLO: O objetivo principal do XVT-02 é executar um voo tecnológico do veículo completo, com todas suas funcionalidades e com todos os estágios ativos. Serão qualificados: a nova arquitetura da rede elétrica em malha fechada, com computador de bordo nacional; sistema de separação e queima dos motores do terceiro e quarto estágios; a atuação do sistema de rolamento e estabilização e inserção em órbita de uma carga tecnológica. O SISNAV, sistema inercial autônomo desenvolvido no IAE, será a plataforma de navegação do veículo.
BRAZILIAN SPACE: T. C. E Alberto, não havendo o velho problema da falta de recursos financeiros adequados e de êxito no lançamento do VLS-1 VSISNAV, em quanto tempo após esse lançamento o IAE estaria pronto para o lançamento do VLS-1 XVT-02?
T. C. E. ALBERTO MELLO: Primeiramente, cabe ressaltar que os recursos solicitados para a conclusão do Projeto VLS-1 estão em conformidade com os valores descritos na Estratégia Nacional de Ciência e Tecnologia e no Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE). No entanto, por restrições orçamentárias, os valores que efetivamente chegam ao projeto acabam sendo bem menores do que os divulgados nesses documentos. Cortes no orçamento do projeto geram atrasos e perdas irreversíveis. Alongamento dos prazos causa desmobilização, obsolescência de sistemas, perda de oportunidade e aumento de custos. Estamos atravessando um ponto de inflexão no projeto, cuja consequência, caso não haja complementação imediata de recursos, será a necessidade de realinhamento do Programa Espacial Brasileiro. As autoridades de nossa cadeia de comando estão sensíveis a essa situação. O DCTA e AEB têm se esforçado na busca de meios para a complementação de recursos necessários à conclusão desta fase de consolidação da conquista do espaço.
Voltando à pergunta, os recursos atualmente previstos para o Projeto são suficientes para a conclusão do MIR e VSISNAV. No momento, considerando-se o Plano Plurianual - PPA, não há previsão orçamentária para o desenvolvimento do XVT-02 e V04. Se os recursos financeiros fossem complementados ainda no primeiro semestre de 2013, conforme dotação prevista no PNAE, e o cronograma de desembolso fosse cumprido de forma oportuna, o XVT-02 seria lançado até o final de 2015.
BRAZILIAN SPACE: T. C. E Alberto, é sabido que após o lançamento do XVT-02 o próximo passo será o quarto voo de qualificação do VLS-1, ou seja, a missão do VLS-1 V04. O senhor poderia nos falar sobre os objetivos dessa missão.
T. C. E. ALBERTO MELLO: O V04 será o protótipo do VLS-1 com finalidade de satelitização. Todos os sistemas serão baseados na configuração final derivada do XVT-02. O objetivo macro do V04 é o de cumprir voo completo, sendo capaz de entregar, a partir de Alcântara, em órbita circular equatorial com baixa excentricidade, um satélite de 200 kg a 750 km, ou uma variação dessa especificação. É importante ressaltar que outros projetos estão sujeitos às mesmas restrições orçamentárias impostas ao VLS-1. Portanto, o voo do V04 é o mais próximo que estamos de um ciclo completo relativo ao desenvolvimento de veículos lançadores nacionais. As etapas estão bem definidas. Ainda que muito já tenha sido realizado e da consolidação de uma importante etapa que virá com o voo do VSISNAV, somente com a conclusão do Projeto VLS-1, culminando com o lançamento do V04, é que teremos cumprido integralmente os objetivos do PNAE e das Estratégias Nacionais de Defesa e CT&I.
BRAZILIAN SPACE: Existe a intenção de se lançar um satélite nessa missão do VLS-1 V04 T. C. E. Alberto?
T. C. E. ALBERTO MELLO: A carga útil dependerá da disponibilidade e oportunidade na época do lançamento. Uma das opções poderá ser o Itasat-1, atualmente sendo desenvolvido pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica, ITA. Isso dependerá do estágio de desenvolvimento deste satélite e do VLM-1.
BRAZILIAN SPACE: Para finalizar T. C. E. Alberto, com a realização bem sucedida das três próximas missões do VLS-1 entende-se que o veículo estará finalmente qualificado. Assim sendo, lhe pergunto: Com a qualificação desse veículo o mesmo seguirá sendo produzido ou o projeto será abandonado?
T. C. E. ALBERTO MELLO: A continuidade do VLS-1, com a fabricação em série, dependerá da conveniência e necessidade do nosso Programa Espacial. No entanto, acreditamos que o resultado mais importante com o sucesso do V04 será a capacidade adquirida pelo Brasil, com autonomia e desenvolvimento próprio, de projetar, fabricar, lançar, controlar, estabilizar e entregar uma carga útil em órbita terrestre. Este feito mudará o status do país perante a comunidade internacional. Isso abrirá novas portas e deixará claro do que somos capazes. Somente o desenvolvimento de lançadores nacionais elevará o Brasil no ranking de maturidade tecnológica na área espacial. Todas as fases por que passamos no Projeto VLS-1 são necessárias para o desenvolvimento do V04 e de outros lançadores. Precisamos conhecer todas as variáveis e desenvolver soluções próprias, se quisermos ter autonomia em veículos espaciais. As etapas não podem ser puladas. Problemas devem ser identificados, estudados e solucionados. É o Projeto VLS-1 que nos habilita hoje a planejar VLS-Alfa, VLM-1 e outros futuros lançadores.
Outro aspecto do Projeto VLS-1, que é um braço importante do nosso programa espacial, está relacionado com as conquistas tecnológicas já consolidadas para o Brasil, seja como aplicação direta ou spin off. Graças ao Projeto VLS-1, hoje, nós somos capazes de produzir envelopes motores e outros itens em aço de alta resistência (exportamos componentes); fabricar e processar combustíveis sólidos; projetar e desenvolver computadores de bordo e redes de comando e controle para veículos espaciais; desenvolver materiais compostos e tecnologia de bobinagem de fios e fitas sintéticas; e produzir estruturas de materiais compósitos resistentes a altas temperaturas. Além disso, desenvolvemos um sistema inercial autônomo para voos orbitais; possuímos um Centro de Lançamento invejável por sua localização e funcionalidade; temos o domínio da tecnologia e exportamos foguetes de sondagem; desenvolvemos a capacidade de realizar operações espaciais complexas. Tudo isso, fomentando a indústria nacional, desenvolvendo o BRASIL.
BRAZILIAN SPACE IAB
SNB

FAB TV - FAB em Ação - Instituto de Medicina Aeroespacial (Mar.2013)

SNB

Ciberataque a Seul aumenta tensão com Pyongyang


SEUL - O Estado de S.Paulo
A Coreia do Sul investiga a possibilidade de que a Coreia do Norte tenha sido responsável pelo ataque cibernético que derrubou ontem os servidores de três emissoras de TV e três bancos locais. A tensão entre os dois países intensificou-se com as crescentes ameaças do jovem líder norte-coreano Kim Jong-un contra o vizinho do sul e os EUA.
A ação simultânea ocorreu cinco dias após Pyongyang acusar ambos os países por um ataque cibernético que tirou do ar temporariamente websites norte-coreanos na semana passada.
As duas principais redes de TV da Coreia do Sul, KBS e MBC, mantiveram a transmissão, mas informaram que seus computadores estavam "congelados". O canal de TV à cabo YTN teve o mesmo problema. O site da KBS ficou fora do ar.
As transações via internet do Banco Shinhan, o quarto maior credor do país, foram bloqueadas. Outros dois bancos, NongHyup e Jeju, tiveram seus computadores infectados por vírus e arquivos apagados, o que levou à paralisação das operações em algumas agências.
Em nota, a Comissão de Serviços Financeiros da Coreia do Sul informou que as operações foram restabelecidas após duas horas. Outro banco, Woori, informou ter sofrido um ataque de hackers, mas sem danos para suas operações.
Os militares sul-coreanos e a Comissão de Comunicações colocaram o alerta para ataques cibernéticos em um nível mais alto. Agências do governo e empresas foram aconselhadas a aumentar o monitoramento de seus sistemas contra possíveis novos ataques de hackers.
O governo sul-coreano foi cauteloso em apontar culpados e disse que ainda era cedo para responsabilizar a Coreia do Norte pelos ataques simultâneos.
Após uma investigação inicial, especialistas em Seul descobriram que um vírus havia invadido as redes das empresas, segundo Lee Seong-won, da Comissão de Comunicações. Uma vez ativado, o código malicioso (Malware, termo genérico usado para designar programas desenvolvidos para causar danos em outras máquinas) interrompeu a inicialização de computadores.
"Vai levar algum tempo para descobrirmos a identidade e a motivação dos que estavam por trás do ataque", disse Lee. As autoridades também investigam se a imagem de caveiras que apareceram em algumas telas de computador têm ligação com o ataque de vírus.
Ameaças. No dia 8, a Coreia do Norte declarou nulo o armistício que colocou fim à Guerra da Coreia, em 1953, em resposta à continuidade dos exercício militares conjuntos dos EUA e da Coreia do Sul. No dia anterior, horas antes de o Conselho de Segurança da ONU aprovar novas sanções econômicas contra o país, o governo de Pyongyang ameaçou lançar um "ataque nuclear preventivo" contra os EUA. "Não podemos descartar a possibilidade de envolvimento da Coreia do Norte, mas não queremos tirar conclusões precipitadas", disse o porta-voz do Ministério da Defesa, Kim Min-seok. / AP e REUTERS
SNB

Sonda Voyager 1 se aproxima do limite do Sistema Solar


Reuters
A sonda Voyager 1, lançada em 1977 para explorar os planetas mais distantes, entrou em uma nova região no seu caminho para fora do Sistema Solar, disseram cientistas nesta quarta-feira.
A sonda, que está agora a mais de 18 bilhões de quilômetros, detectou duas mudanças claras e relacionadas no seu ambiente em 25 de agosto de 2012, escreveram os cientistas em um trabalho a ser publicado na revista Geophysical Research Letters e que a Reuters recebeu por e-mail nesta quarta-feira.
As mudanças dizem respeito aos níveis de dois tipos de radiação: uma que permanece dentro do Sistema Solar e outra que vem do espaço interestelar.
O número de partículas dentro da bolha do Sistema Solar no espaço, uma região chamada de heliosfera, diminuiu a menos de 1 por cento dos níveis anteriormente detectados, ao passo que a radiação de fontes interestelares mais do que dobrou, segundo o astrônomo Bill Webber, professor emérito da Universidade Estadual do Novo México, em Las Cruces, e principal autor do estudo.
No entanto, os cientistas ainda não arriscam dizer que a Voyager já esteja no espaço interestelar.
A sonda, lançada do Cabo Canaveral em 5 de setembro de 1977, pode estar agora em uma região limítrofe antes desconhecida, entre a heliosfera e o espaço interestelar. Webber se refere a essa área como "helioabismo".
"Está fora da heliosfera normal", disse ele em nota. "Tudo o que estamos mensurando é diferente e interessante."
Em dezembro, cientistas disseram que a Voyager havia chegado a uma "rodovia magnética" em que as linhas do campo magnético do Sol se ligam às linhas do campo magnético do espaço interestelar.
"Acreditamos que essa seja a última perna da nossa viagem até o espaço interestelar", disse na época o cientista Edward Stone, envolvido no projeto da Voyager. "Nossa aposta é de que faltam provavelmente entre alguns meses e um par de anos."
Em nota nesta quarta-feira, Stone disse que são necessários outros indícios de que a Voyager tenha saído do Sistema Solar, pois há um consenso de que isso ainda não aconteceu.
"Uma mudança na direção do campo magnético é o último indicador crítico de chegada ao espaço interestelar, e essa mudança de direção ainda não foi observada", disse ele.
A Voyager 1 e a sonda-irmã Voyager 2 foram lançadas com 16 dias de diferença, em 1977, para passarem ao largo de Júpiter, Saturno, Urano e Netuno.
A Voyager 2 viaja em outro caminho, também rumo aos limites do Sistema Solar, e se acredita que ainda não tenha atingido a "rodovia magnética" que leva ao espaço interestelar.
(Reportagem de Irene Klotz) 
SNB