terça-feira, 11 de setembro de 2012

GRIPEN - Uma Passagem para o Futuro


A apresentação de Eddy De La Motte, vice-presidente de marketing da Gripen International, em Farnborough, foi a penúltima peça em um quebra-cabeça que comecei a montar desde minha visita à sede da SAAB, em Linköping, após o Aerospace Forum Sweden em maio de 2012. Minha missão, avaliar o caça multifunção, Gripen. Isto poderia parecer uma tarefa fácil para alguém que tem feito avaliações por tantas vezes e com diversas aeronaves.

Na verdade a coisa não seria tão fácil quanto possa parecer. Eu não estava buscando avaliar uma aeronave acabada, mas sim uma “Next Generation” em processo de construção. Nossas conversas nem sempre seriam confortáveis, pois meu papel era de perguntar questões sobre assuntos sensíveis, e eu não estava lá para uma visita de promoção da aeronave. Muito menos para aqueles “voos” de estande cujo pré-set do simulador faz qualquer entusiasta pensar que domina a máquina e é quase um ás da caça. Eu estava lá para a coisa real.

Pondo as cartas na mesa

Muito agressivo? Hábitos de voo, talvez. Eu estava ansioso para realmente me aprofundar no novo caça sueco, finalista no F-X2, o certame brasileiro para modernização de sua Força Aérea. Longe das frases de efeito dos folders, e das apresentações sempre auto-elogiosas dos vendedores, eu queria testar e comprovar os mais recentes avanços na produção do novo Gripen, um Next Generation que justificasse o auto-rótulo: O Caça Inteligente; e Melhor Caça Monomotor do Mundo. Após o treinamento teórico e no simulador, e depois de estudar as análises de testes de voo anteriores, eu voaria o JAS-39 Gripen D, uma vez que o avião demonstrador do conceito NG estava no hangar exatamente para incorporar um destes avanços, o novo radar SELEX Galileo AESA ES-05 Raven, o coringa da SAAB para permanecer competitivo no jogo dos super caças. Esta importante “carta” dotará o Gripen de um ângulo de varredura de ±100º e faz parte das especificações de material nº 21 para o Gripen E/F.

Mas porque voar o D? Porque eu precisaria descobrir em que estágio o Gripen estava para entender aonde o projeto queria chegar. A indústria aeronáutica sueca alcançou um impressionante nível de desenvolvimento, o que realmente chama atenção uma vez que estamos falando de um alto grau de tecnologia em um país não alinhado com grupos de grandes potências.

Portanto, cada pequeno detalhe seria importante para se conduzir uma análise abrangente. Desde o desenvolvimento de um traje de voo apropriado à performance do avião, o Dynamic Flight Simulator – um simulador dinâmico que vai de 0 a 9 Gs em menos de 10 segundos, e o treinamento exigido para se suportar 9Gs por 15 segundos como um critério de aprovação ou eliminação dos pilotos a operar o Gripen (observe que isso afeta diretamente a adoção de certas manobras táticas como, por exemplo, a evasão de mísseis). Além do prazer de voar, estas eram algumas das razões para se voar o D.



Questões delicadas

Antes de Farnborough, eu estive com Eddy de la Motte na Base Aérea de Malmen na Suécia, e fui tão longe em minhas perguntas até obter um “eu não posso mais falar sobre isso porque é segredo nacional”, como resposta.

Tenho dialogado com diferentes fabricantes de aeronaves e duas das mais importantes indústrias, a americana e a russa, tem buscado novas tecnologias para a questão de super-manobrabilidade. Neste sentido, vê-se cada vez menos os canards (mesmo em projetos que previamente o usavam). Então, Eddy, porque usar canards?

Existem diferentes razões para o uso do canard, por exemplo, manobrabilidade a baixa velocidade. O avião é fácil de pilotar tanto nas aproximações para pouso como na interceptação de aeronaves mais lentas. De outro lado, o caça ganha mais agilidade nas manobras. Se você tem canards, você cria sustentação na parte frontal da aeronave, desta forma, pode mudar a atitude do avião muito rapidamente, o que significa curvas de raio menor. Outra razão é a estabilidade. O Gripen é uma aeronave instável, o que novamente significa agilidade, sendo assim nós temos os canards que por meio de 3 canais separados, atuam nos sistemas de controle de voo da aeronave, trabalhando de forma independente e comparando os parâmetros das situações aerodinâmicas e dos comandos do piloto. Se dois deles encontram um padrão estranho eles desconectam aquele canal com indicação anormal. Assim, a cada instante você tem um controle dinâmico atuando sobre as superfícies de comando da aeronave oferecendo a melhor reação em voo, seja qual for a atitude, velocidade ou situação, sempre com a resposta mais rápida possível, graças aos canards”, defende Eddy.

Aparentemente a decisão do Brasil depende muito da transferência de tecnologia envolvida no contrato. Baseado na bem sucedida experiência sueca, onde a Indústria, o Governo e a Força Aérea integraram esforços para buscar o desenvolvimento de tecnologia aeronáutica em estado-da-arte, como o Gripen poderia representar uma vantagem considerável neste sentido para a Embraer e a Força Aérea Brasileira? De la Motte não hesita em expressar suas convicções.

“Este é realmente o porquê de nós, como um pequeno país (Suécia), podermos fazer este tipo de produto tão especializado. É a habilidade em se perseguir um objetivo comum. Nós trabalhamos juntos, do piso da indústria ao dia-a-dia do operador. Este modelo também foi útil para nos tornar capazes de compreender as diferentes realidades comerciais e as necessidades de nossos clientes no exterior. No início do projeto do Gripen, a Administração de Material de Defesa e a Força Aérea Sueca estiveram presentes desde o primeiro momento, mesmo antes de o Gripen voar. Ainda no simulador, eles ajudaram a estabelecer o que seria importante no caça, dizendo a partir de sua realidade o que era importante para o cumprimento de suas missões, assim sendo, há um diálogo constante que direciona os upgrades durante todos estes anos. Eu acredito que isto tenha sido a razão de produzirmos uma aeronave tão competitiva e ajustada aos operadores. Este método resultou em uma interface homem-máquina (HMI) que tem nas necessidades do piloto para executar as multifunções, uma prioridade.

Sobre o Brasil, se você olhar os últimos 40 a 50 anos, um grande número de fabricantes de aviões saiu do mercado. Basicamente, apenas uma nova empresa entrou neste negócio, a Embraer. Em termos de transferência de tecnologia, e não fazendo comparação com outros competidores, no meu ponto de vista uma parceria entre a Embraer e a SAAB faz todo sentido, uma vez que a SAAB descontinuou a produção de aeronaves comerciais, mas por outro lado domina a criação, produção e desenvolvimento de jatos supersônicos. Assim, ambas as companhias tem a chance de um negócio ideal, onde uma pode fortalecer a outra. Nós não estamos competindo entre si, mas nos complementando. Se você procurar no mundo todo, pouquíssimos contratos de transferência de tecnologia realmente foram bem sucedidos ou sequer aconteceram como o combinado. Eu ouso dizer que nós somos provavelmente o único caso de sucesso. Nós fazemos isto, por exemplo, com a África do Sul, e não estamos falando de como fazer rebites, como perfurar metais ou como agrupar compósitos.  Nós estamos falando da transferência de tecnologia total, desde a capacidade de projetar uma aeronave, modificá-la, fazer a integração de armas até mudar suas interfaces homem-máquina. Uma vez que você se torna capaz de fazer todas estas coisas, você se torna independente”, afirma Eddy.


Alguns slides
 apresentados em Farnborough, e também vistos na proposta ao Brasil, indicam o princípio de “Projetado para ser sempre Melhorado”, o que sugere a evolução do Gripen NG como base para a construção de um caça 100% de 5ª Geração.


Mas, mesmo com a baixa RCS (assinatura radar) do Gripen C/D, a mudança da estrutura proposta para o NG não caminha em direção de uma geometria furtiva – stealth. Será que agora atingi o calcanhar de Aquiles das projeções/marketing da SAAB? Eddy diz que não.

“Primeiramente, nós não acreditamos totalmente no valor stealth, como se tem abordado, especialmente se você considerar os atuais aviões “stealth” em serviço, com seus inúmeros problemas técnicos e custo-benefício desvantajoso. A razão desta afirmação é que se você olhar o espectro total, stealth representa se muito, alguns milímetros dentro do Wide Spectrum Combat - uma representação das amplitudes ou intensidades (o que geralmente traduz-se por energia) das componentes ondulatórias de um sistema quando discriminadas uma das outras em função de suas respectivas frequências (ou comprimentos de onda). Em um espectro as componentes ondulatórias distinguem-se fisicamente umas dos outras não por suas naturezas, mas sim pelas suas frequências.

O stealth atual representa uma furtividade bastante limitada. O que nós tentamos alcançar em nossos projetos de evolução do Gripen é um design equilibrado que nos permita ser furtivos o bastante sobre todo o espectro, e não como os outros, sendo stealth em apenas uma pequena área de frequência. É realmente difícil entrar em detalhes sobre isso; o que estamos fazendo, nossas pesquisas, que métodos estamos utilizando, porque isto não é apenas um segredo da companhia, mas um segredo de Estado, também”, finaliza o vice-presidente de marketing da Gripen International.

Comparações, sempre comparações…

Mundo afora o método comumente utilizado para indicar uma aeronave em um certame F-X é comparar o desempenho do caça em serviço no país com o dos concorrentes nas diversas funções operacionais, o que sugere ser o modelo natural para garantir um melhoramento real de seus vetores ante as necessidades de determinada nação. A realidade dos dias de hoje tem incutido novos critérios nestas avaliações. Sim, a performance ainda é crucial, mas a itens como transferência de tecnologia, cenário político global, coalizões e operações combinadas, a mudança dos tipos de conflito armado e o enorme impacto dos desafios econômicos, tem afetado a maneira de tomar decisões. A interdependência destes fatores é inegável.

O que isto significa? Poderia uma aeronave com desempenho mais fraco em uma determinada função ser avaliada mais adequada que outra de melhor performance? Uma pista para responder esta questão reside no crescimento de um consenso em praticamente todas as forças aéreas do mundo: custos de operação são mais importantes que custos de aquisição.




Se você juntar a essa questão o “fator upgrade” – a capacidade de incorporar ou mesmo mudar partes do projeto original para utilizar novas tecnologias a fim de melhor cumprir as missões atribuídas – você estará bem perto de entender todas as nuances de um processo de aquisição.

De repente, enquanto escrevia este resumo público (e espero agradável a todo tipo de leitor) de minhas análises técnicas, relembrei um breve encontro com um aclamado editor de um importante grupo de informação estratégica, durante um churrasco na Suécia. Naquela ocasião, ele estava interessado sobre uma recente análise que eu havia feito sobre um caça bimotor que é considerado exatamente um caso bem sucedido de contínua incorporação de upgrades.

Da aerodinâmica à neutralização de alvos, passando por FCR (radares), FCS (computadores de voo) e HMI (interface homem-máquina), a palavra chave é, sem sombra de dúvidas, “inteligência”. Sob a perspectiva do piloto isto significa segurança, consciência situacional, carga de trabalho reduzida graças à racionalização da pilotagem e operação, e precisão. A busca pela “inteligência” é um objetivo comum entre todos os construtores, contudo, alguns tem feito aeronaves mais inteligentes que outras.

O Gripen reuniu todo conhecimento e legado da SAAB e tem proposto soluções bem próprias e personalizadas para enfrentar os desafios atuais. Mesmo concorrendo com as companhias mais ricas, o caça sueco vem participando de seleções F-X pelo mundo todo, com criatividade e inovação, visando permanecer competitivo e sobreviver no combate aéreo, digo, combate da indústria aeronáutica, um jogo em que, como no ar, não há pontos para o segundo colocado.


 
O emprego operacional do Gripen tem produzido interessantes doutrinas e táticas que alimentam o time da SAAB com dados relevantes e que tem como consequência novas chaves (hardware, software e integração) para lhe dar com diferentes ameaças. Os projetistas do Gripen tem alcançado significantes resultados a custos realmente baixos.

Fortes argumentos

Ninguém tem mais palavras elogiosas para um filho que um pai, mas neste caso, mesmo havendo sido uma grande honra conhecer o primeiro piloto a voar o Gripen, Stig Holmström, não foi a descrição apaixonada sobre as qualidades de voo do jato sueco – metade águia, metade leão, mas a “lógica” como parte da “equação”, como a SAAB costuma descrever a evolução de seu caça, que mais chamou minha atenção. Sim, ele é extremamente ágil, é agradável de voar e tem interfaces bastante amigáveis, como Stig havia falado. Realizei todas as manobras recomendadas pelo experiente piloto para explorar o envelope do avião.
 
Mas, definitivamente, foi a maneira de pensar tipo “iPhone App” que marcou como destaque esta experiência de uma semana na Suécia. De maneira similar a um smartphone, esse conceito vem de uma arquitetura de aviônicos dividida, onde os sistemas de controle de voo são separados dos sistemas táticos. Desta forma podem-se fazer mudanças, adaptações e melhoramentos nos sistemas de missão sem interferir com os setups de sistemas de controle da aeronave.

Mais que uma demonstração do jeito de pensar criativo do caça sueco, o método reivindica para si, outros tipos de inovação: a forma da transferência de tecnologia e o modelo de negócio, uma vez que permite a cada operador desenvolver seus próprios aplicativos táticos de missão, compartilhar entre si e continuamente melhorá-los sem a necessidade da intervenção do fabricante. A SAAB proclama haver colocado no mercado de caças de alta performance um ativo único: independência. Este tipo de liberdade permite aos operadores integrar um enorme leque de armas de diferentes fabricantes, assegurando a independência em eventuais limitações de importações ou embargos.



 

Um ponto definitivo em favor do Gripen é sua HMI – Human Machine Interface. A alavanca da manete de potência em “dois andares”, com um joystick acoplado na parte superior que permite além da seleção de alvos, navegar o cursor entre os 3 displays é um bom exemplo das soluções inovadoras encontradas no Gripen e juntamente com as funcionalidades do manche apresentam uma eficiente e racional operação HOTAS - Hands On Throttle-And-Stick. Uma vez que uma posição do manche é mantida, o FCS assume a intenção do piloto e mantém a aeronave na atitude e direção. Os pedais do leme (que poderiam ser levados no bagageiro, de tão pouco que são utilizados) também podem de forma similar mudar a direção de voo. A única força que é percebida na mão do piloto é a parada suave e a parada abrupta do curso total do manche tipo joystick. Não se sente peso nem nenhuma ação de “trimagem” (compensador) é requerida.

Ágil! Sim, ele é. Não é apenas a baixa RCS (Radar Cross Section), assinatura radar, a vantagem de ser um caça pequeno. O Gripen tem respostas muito ágeis e executa curvas extremamente rápidas em um pequeno raio. A razão de rolagem de mais de 250º/seg é bem efetiva para um imediato Split S, útil em um dogfight, como também para realizar completos e repetidos 360º, úteis para nada, mas excelentes para se ter uma boa diversão.

Manobras giroscópicas não é seu ponto forte, devido ao pequeno leme de direção, o que não significa lá grande coisa, uma vez que é tudo uma questão de controlar a parte do ovo tático – área de manobras em um combate aéreo aproximado, que você quer manter o engajamento, e pilotos bem treinados e utilizando táticas eficientes sempre mantêm um eventual dogfight onde possam obter alguma vantagem. No caso do Gripen as curvas rápidas e de raio menor, sem drenar tanta energia.

Os sensores e a capacidade centrada em rede permitem o processamento das informações de diferentes fontes e as exibem de forma racionalizada (não precisa, não mostra) nos 3 displays coloridos multifuncionais e no HUD (Head-Up Display) de ampla visão, dando ao piloto uma excelente consciência situacional. Como eu voei o D não vou comentar o radar atualmente em uso, mas aguardar pelo desempenho do ES-05 Raven. A maneira que o Gripen tira vantagem de sua arquitetura de gerenciamento de informação tem no “Beaming Link” a base das principais táticas utilizadas hoje. Elas são tema de “O Jogo da Hiena: Como vencer o Rei da Selva”, um artigo onde discorro sobre a evolução tática adquirida na operação do Gripen e diálogos com Björn Danielsson, piloto de caça da Flygvapnet (Força Aérea da Suécia) e Analista Operacional da SAAB.

Entretanto, o argumento mais forte em favor do Gripen não está necessariamente no ar. Ele encontra bases na redução de custos, hoje universal e no mantra de todas as Forças Aéreas: “Fazer Mais, Cada Vez Com Menos”, entoado sobre as in
certezas econômicas.


O Gripen NG deverá ter uma hora de voo abai
xo de US$ 5.000, prevê a SAAB. Este valor é entre um terço a um quarto das estimativas da empresasueca para o Super Hornet, Eurofighter, Rafale ou F-35, seus principais concorrentes em vários certames F-X mundo a fora. Junto ao fato de ser muito fácil de voar e operar, a SAAB proclama mais uma economia nos custos, a conversão dos pilotos, uma vez que apenas poucas horas de voo são necessárias para que estes alcancem os padrões operacionais e níveis de prontidão.

O futuro

O Gripen, que hoje tem uma relação peso-potência de aproximadamente 0.96 e 1.44 em plena pós-combustão, irá com a nova motorização da F414G incrementar em 33% seu empuxo, o que não significa dizer um crescimento para 1.92 de razão, uma vez que o peso (principalmente devido à nova capacidade interna de combustível) também aumentará.

Seguindo à incorporação do SELEX Galileo AESA ES-05 Raven, o IRST Skyward-G (já apresentado durante o Aerospace Forum Sweden, em maio) será um dos próximos passos concretos do Gripen no sentido de consolidar as previsões defendidas nos slides do material de marketing, quanto à capacidade de ingresso silencioso das esquadrilhas e ao incremento da detecção passiva de alvos.

Eu tentei descrever o estágio de evolução do Gripen até aqui, o que não é fácil, já que o caça tem tido grande parte de sua programação de upgrades antecipada e sua seleção como finalista de vários processos de F-X tem sido o combustível para acelerar estes melhoramentos. Se você recorda o início deste texto, eu falei sobre a penúltima peça. Qual seria então a última para formar a figura completa? Eu conto depois do meu próximo voo no Gripen F.

 
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China envia embarcações a ilhas disputadas com Japão


AE - Agência Estado
A disputa territorial entre China e Japão intensificou-se nesta terça-feira depois que Pequim enviou dois barcos de patrulha para as proximidades de um grupo de ilhas no Mar do Leste da China.
O envio das embarcações foi uma demonstração do descontentamento chinês com o fato de Tóquio ter comprado as ilhotas de seus proprietários privados.
A tensão bilateral tem aumentado nos últimos meses, em parte pelo fato de o governador nacionalista de Tóquio ter proposto a compra das ilhas, chamadas de Diaoyu pelos chineses e de Senkaku pelos japoneses, e levado o assunto adiante.
A medida tomada por Pequim tem como objetivo "salvaguardar a soberania chinesa sobre as ilhas", segundo a agência estatal de notícias Xinhua.
O governo central japonês anunciou nesta semana um acordo para a compra das ilhas. O chefe de gabinete japonês, Osamu Fujimura, disse a jornalistas que o governo havia separado quantia equivalente a US$ 26 milhões para comprar as ilhas e "manter das Senkakus pacíficas e estáveis".
Também nesta terça-feira, o governo de Taiwan informou ter chamado seu enviado no Japão em protesto contra a compra. "Nós condenamos severamente a nacionalização, pelo Japão, das ilhas Diaoyu, o que é uma ação ilegal que viola a soberania nacional" de Taiwan, disse o ministro de Relações Exteriores, Timothy Yang, em comunicado.
"Exigimos que o governo japonês revogue esta medida. A ação unilateral e ilegal do Japão não pode mudar o fato de que a República da China (o nome oficial de Taiwan) é proprietária da ilhas Diaoyu."
O enviado de Taiwan no Japão, Shen Ssu-tsun, foi instruído a apresentar um protesto em Tóquio, diz o comunicado, acrescentando que ele foi chamado de volta para relatar o incidente do Ministério de Relações Exteriores.
A estatal Agência Central de Notícias informou que Shen deve voltar a Taipé na quarta-feira. As declarações de Yang foram feitas depois de o governo japonês anunciar que concluiu a compra das ilhas.
As ilhotas rochosas têm sido o centro de uma disputa territorial entre Japão e China há tempos. Elas ficam a cerca de 160 quilômetros de Okinawa e a cerca de 200 quilômetros de Taiwan, numa importante rota de navegação e, acredita-se, estão localizadas perto de grandes campos de gás. As informações são da Associated Press e da Dow Jones.
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EXERCÍCIO - FAB realiza primeiro treinamento noturno de simulação de combate


A Força Aérea Brasileira (FAB) realizou pela primeira vez um treinamento noturno de simulação de combate. A missão ocorreu (5/9) durante o Exercício Sabre II e envolveu mais de vinte aeronaves. As esquadrilhas eram compostas por caças Mirage 2000-C, F-5 Tiger, A-1 e A-29 Super Tucano. O treinamento inédito também envolveu aviões radar R-99 e E-99.
O Exercício Sabre II reuniu durante dez dias cerca de 60 aeronaves na Base Aérea de Anápolis (GO). A operação é realizada em um cenário composto por dois países: Veritas, país amigo, e Araguaia, que representa as forças inimigas. A missão de Veritas é tomar o controle do ar sobre Araguaia.
Para cumprir esse objetivo, as aeronaves aliadas têm que cumprir diversas missões de ataque e reconhecimento. Durante o treinamento noturno, os caças da FAB realizaram ataques simulados com bombas guiadas a laser utilizando óculos de visão noturna.
Para o Brigadeiro do Ar Paulo Erico Santos de Oliveira, Comandante da Terceira Força Aérea (III FAE), o exercício Sabre II é uma oportunidade de reunir todas as unidades de caça, reconhecimento e controle e alarme em voo da FAB. “O vôo noturno é o coroamento desse exercício. Esse tipo de missão potencializa nossa capacidade de combate”, disse.
O Sabre é um exercício genuinamente nacional, em que é possível treinar dentro da realidade brasileira. As missões de ataque e destruição dos alvos inimigos trazem treinamento integral para pilotos, controladores e aqueles que fazem o planejamento das missões. É também uma oportunidade de pilotos mais jovens terem contato com os mais experientes.
“Espero que possamos aperfeiçoar as próximas edições. Tivemos muitos ganhos, mas queremos melhorar ainda mais, buscando chegar o mais próximo possível da realidade”, afirmou o Comandante da III FAE.
Fonte: Agência Força Aérea ...SEGURANÇA NACIONAL BLOG

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Dia da Independência tem protestos contra corrupção em todo o País

Protestos nacionais marcam a comemoração da Independência do Brasil ao longo desta sexta-feira, 7. No ano passado, os movimentos atingiram cerca de 25 mil pessoas em uma megapasseata em Brasília, organizada pelas redes sociais. Neste ano, o objetivo é o mesmo, mas desta vez outros estados brasileiros também registrarão o marco contra o oportunismo na política nacional. Milhares de pessoas já confirmaram presença nos manifestos de todo o País.Mais de 22 mil pessoas confirmaram presença no evento do Facebook que registra o Dia do Basta. Entre todas as cidades do País, 58 confirmaram atos contra a corrupção, o fim do foro privilegiado e pelo voto aberto parlamentar.
No Distrito Federal, integrantes do movimento começam a se reunir às 10h em frente ao Museu Nacional. No Rio, a concentração tem início às 16h na Praça da Igreja do Carmo, em Angra dos Reis e às 16h no Posto 4 de Copacabana. Na capital paulista o grupo marcou encontro para às 15h no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp). Haverão passeatas também em outras cidades da Grande São Paulo: Osasco, São Bernardo do Campo e no litoral paulista, em Santos.
O grupo Nas Ruas, que também combate a corrupção envolvendo o dinheiro público, terá atos em 73 cidades de 26 estados brasileiros. Cerca de 12 mil brasileiros receberam convites, via Facebook, para participar dos manifestos.
A Esplanada dos Ministérios recebe o ato, segundo os organizadores será pacífico, a partir das 8h desta sexta. No Rio de Janeiro e em São Paulo, os protestos tem previsão de acontecer nos mesmos horários e locais do grupo Dia do Basta.
Em sua 17.ª edição, o Grito dos Excluídos acontecerá em 25 estados brasileiros. O movimento é encabeçado pela Pastoral Social da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e tem como foco de crítica, neste ano, o modelo econômico do País.
O Grito começa por volta das 9h no Distrito Federal com concentração de batucada, capoeira e arte na rodoviária do Plano, onde haverá, também, confecção de faixas e cartazes. Às 12h o grupo organizou uma feira de troca e exibição de curtas-metragens. No Rio de Janeiro o movimento pretende começar o protesto às 9h, na esquina da Avenida Presidente Vargas com a Rua Uruguaiana, no Centro da capital. E em São Paulo, os integrantes do movimento farão caminhada a partir das 9h, entre a Praça Osvaldo Cruz, passarão pela Avenida Brigadeiro Luiz Antonio e seguem em destino ao Monumento das Bandeiras no Parque do Ibirapuera.
Marinha
A Marinha do Brasil faz nesta sexta o Desfile Naval na Orla do Rio de Janeiro. Como parte das comemorações do Dia da Independência, navios e aeronaves da Esquadra Brasileira desfilam ao longo das regiões do Recreio, Barra da Tijuca, São Conrado, Leblon, Ipanema, Copacabana e Leme.
Após o Desfile Naval, duas fragatas brasileiras, dois navios argentinos e um uruguaio atracarão no cais do Píer Mauá, onde ficarão abertos à visitação pública, no sábado, 8, e no domingo, 9. A visitação é aberta ao público das 14h e o final da tarde, de acordo com a Marinha.
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Jipe-robô faz 1ª análise de atmosfera em Marte desde anos 70


O veículo robótico Curiosity, da Nasa, está ''farejando'' a composição atmosférica de Marte.
As manchas azuis são as marcas deixadas pela sistema de pouso do jipe-robô - Nasa/Divulgação
Nasa/Divulgação
As manchas azuis são as marcas deixadas pela sistema de pouso do jipe-robô
O jipe-robô, que está percorrendo a superfície marciana e colhendo amostras, sugou uma amostra do ar do planeta, que está sendo processada pelo seu sistema de análise, conhecido pela sigla Sam.
É a primeira vez que a composição química da atmosfera marciana é analisada na própria superfície do planeta, desde os testes realizados pelas sondas Viking, na década de 70.
A análise ainda está em andamento, mas a expectativa é de que a substância dominante na atmosfera de Marte seja dióxido de carbono - a exemplo do que foi constatado pelas sondas Viking.
Os cientistas da Nasa têm interesse em verificar se a Curiosity irá detectar a presença de metano. O gás já foi identificado por satélites e por telescópios terrestres e sua presença no planeta vermelho é intrigante.
Metano
De um modo geral, o metano tem vida curta e sua persistência por mais tempo sugere a existência de algum tipo de ''reabastecimento'', que pode estar ocorrendo de forma biológica ou geoquímica. Espera-se que o Sam possa esclarecer a questão.
Os resultados dessa primeira análise devem ser anunciados na semana que vem, de acordo com a cientista Joy Crisp, da equipe da Curiosity, mas ela advertiu que ainda levará algum tempo até que se possam determinar mais detalhes sobre a presença do metano na atmosfera marciana.
A Curiosity, também conhecida como Laboratório Científico Marciano (MSL, na sigla em inglês), já percorreu mais de cem quilômetros desde a Cratera Gale, onde o veículo robótico pousou há um mês.
O veículo está se dirigindo a um ponto chamado de Glenelg, a cerca de 480 quilômetros de onde a Curiosity se encontra. Imagens de satélite indicam que Glenelg seria o ponto de encontro de três tipos de terrenos rochosos distintos. Geólogos acreditam que esse seria o local ideal para estudar a geologia da Cratera Gale.
Engenheiros resolveram interromper a trajetória do veículo por alguns dias para poder testar o longo braço robótico do veículo, de 2 metros. O braço conta com uma câmera, uma broca e um espectrômetro. Seu propósito é o de recolher amostras de pó de rocha e de terra.
O braço, que conta com dispositivos que pesam trinta quilos, precisa ser movido de uma forma que leve em conta a gravidade de Marte, que equivale a 38% da gravidade terrestre.
A missão vem também divulgando fotos realizadas pelo Equipamento Orbital de Reconhecimento de Marte, uma sonda que vem realizando fotos aéreas documentando a trajetória do veículo robótico. BBC Brasil 
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Uma chance ao Programa Espacial

Nos tempos da Embratel, o Brasil comprou duas gerações de satélites de comunicações, Brasilsat A e B. Nestas compras, o conteúdo local se restringiu a estágios técnicos para funcionários do Inpe nas empresas fornecedoras estrangeiras.
 
Após a privatização da Embratel, as empresas brasileiras operadoras compraram mais satélites de comunicações, agora sem qualquer participação das instituições governamentais dedicadas às atividades espaciais, a Agência Espacial Brasileira (AEB), o Inpe e o DCTA.
 
O primeiro projeto no Brasil foi o de um satélite geoestacionário para comunicações, que seria integrante do projeto SACI, na década de 1970. Entretanto, após esta iniciativa que não saiu do papel, nunca foi incluído no Programa Nacional de Atividades Espaciais o desenvolvimento de um satélite geoestacionário para comunicações. Agora, temos o projeto do Satélite Geoestacionário Brasileiro (SGB), cuja implantação será coordenada por uma empresa criada para essa finalidade, a Visiona.
 
O SGB é um resultado já em andamento dos novos rumos do programa espacial brasileiro, que, como foi enfatizado em reportagem publicada neste jornal no último dia 26 ( O Vale - São Jose dos Campos), é hoje parte fundamental da Estratégia Nacional de Defesa (END) e vai requerer um elevado grau de orquestração gerencial e orçamentária. Como uma das três áreas prioritárias da END (espacial, cibernética e nuclear), o setor espacial deverá atender a diversas demandas do País, que incluem as áreas de defesa, meio ambiente, comunicações, transporte e logística, meteorologia, entre outras. O envolvimento da indústria e a qualificação de recursos humanos são também prioritários, dentro dessa nova perspectiva.
 
No caso específico do INPE, a verdade é que os projetos importantes atualmente em desenvolvimento na instituição foram concebidos em um curto intervalo de tempo, na gestão do atual ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Marco Antonio Raupp, entre 1985 e 1988. São eles o programa dos Satélites Sino-Brasileiros de Recursos Terrestres, o CBERS, em parceria com a China; o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climático (CPTEC); a implantação da infraestrutura dos laboratórios de Integração e Testes de Satélites, do Centro de Controle de Satélites, e o desenvolvimento do primeiro satélite brasileiro, o Satélite de Coleta de Dados 1 (SCD1). Nada de muito relevante e novo aconteceu desde então.

No momento, a situação do programa espacial brasileiro é de paralisia, com atrasos sucessivos nos projetos que não permitem atualização tecnológica, pois acabam obsoletos antes de ficarem prontos. Acreditamos que o momento é muito favorável para uma reformulação completa do setor. Existe a possibilidade concreta de um excelente alinhamento entre as instituições Inpe, DCTA com a AEB e com o MCTI.

São pessoas que conhecem profundamente o programa e seus problemas, e ninguém mais indicado que o atual ministro para proceder à transformação necessária. Há 26 anos ele mudou a face do programa espacial, criou os projetos que dão até hoje vida ao Inpe. Tem, certamente, a experiência e visão para mudar a face do programa outra vez.
 
Portanto, é inócuo supor que pretende-se desmantelar o INPE. Como empresário do setor, acredito que o programa espacial tem agora a chance de tornar-se uma política de Estado. Vamos dar um crédito e incentivar os que têm condições de promover essas mudanças.
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quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Rússia alerta Israel e EUA que ataque ao Irã seria 'desastroso


STEVE GUTTERMAN - Reuters
MOSCOU - A Rússia fez um duro alerta a Israel e Estados Unidos para que não ataquem o Irã, argumentando que não há indícios de que a República Islâmica esteja desenvolvendo armas nucleares, disse a agência de notícias Interfax nesta quinta-feira, 6. "Alertamos àqueles que não são estranhos a soluções militares... que isso seria muito nocivo, literalmente desastroso para a estabilidade regional", disse o vice-chanceler Sergei Ryabkov à agência.Um ataque ao Irã poderia "desencadear profundos choques nas esferas de segurança e econômica, o que iria reverberar bem além das fronteiras da região do Oriente Médio", acrescentou Ryabkov.
As autoridades russas já fizeram alertas semelhantes no passado, mas as declarações de Ryabkov parecem indicar uma crescente preocupação de Moscou com as ameaças israelenses de atacar instalações nucleares iranianas.
Os EUA e seus aliados suspeitam que o Irã pretenda desenvolver armas atômicas, embora Teerã insista no caráter pacífico das suas atividades. Líderes israelenses vêm adotando uma retórica cada vez mais agressiva nessa questão, gerando rumores de que um ataque poderia ocorrer antes da eleição presidencial norte-americana de novembro.
Ryabkov insistiu na tese russa de que não há sinais de caráter militar no programa atômico iraniano, e que o monitoramento da agência nuclear da ONU é suficiente para tranquilizar o mundo. "Nós, como antes, não vemos sinais de que haja uma dimensão militar no programa nuclear iraniano. Nenhum sinal. Vemos algo diferente - que há material nuclear... no Irã que está sob controle de inspetores, especialistas da Agência Internacional de Energia Nuclear", afirmou.
Contradição 
"Esse material nuclear não está sendo desviado para necessidades militares, isso é oficialmente confirmado (pela AIEA)". Mas essas declarações contradizem preocupações manifestadas pela própria AIEA. Na semana passada, a agência disse que o Irã duplicou nos últimos meses o número de centrífugas de enriquecimento de urânio em uma usina subterrânea.
Os inspetores também têm tentado sem sucesso obter acesso a uma instalação militar onde há suspeitas de terem ocorrido testes de explosivos relacionados ao desenvolvimento de ogivas atômicas.
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Rússia testou com sucesso conjunto de mísseis Club-K


Tiveram êxito, os testes do conjunto de mísseis em containerClub-K  X-35UE, realizados esta terça-feira, informou uma fonte no consórcio Morinformsistema-Agat que efetuou os testes.

“Os testes realizados voltaram a provar que não oferecemos aos clientes um modelo ou maquete, mas um conjunto de mísseis real que permite transformar qualquer barco em navio armado de mísseis”, frisou a fonte.
Ela lembrou que o conjunto Club-K foi exibido em várias exposições internacionais e provocou grande interesse dos clientes estrangeiros.
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EUA testam bomba de alta precisão


Os militares norte-americanos testaram com sucesso a bomba de alta precisão GBU-44/E Viper Strike no estado norte-americano do Novo México. Segundo a empresa desenvolvedora MBDA, o projetil atingiu com sucesso oito alvos que se moviam a alta velocidade.

Os testes da bomba foram realizados a partir de um avião multi-funcional Cessna Caravan. Na próxima vez a bomba será lançada de um avião de transporte KC-130J Harvest HAWK dos Marines dos EUA.
A GBU-44/E Viper Strike é um projétil planador de alta precisão que pesa até 20 kg e é guiado a laser e auxiliado por GPS. A bomba é capaz de atingir tanto alvos fixos como em movimento na terra e no ar
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quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Farsa eleitoral em Angola


O Estado de S.Paulo
João Santana, o marqueteiro do ex-presidente Lula, ganhou dinheiro fácil em Angola: o presidente José Eduardo dos Santos, que o contratou, venceu com mais de 70% dos votos a eleição de 31 de agosto. Eram favas contadas. Santos governa Angola desde 1979 e a votação foi uma mera formalidade, porque ele e seu partido, o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), que tem 5 milhões de militantes entre os cerca de 20 milhões de habitantes, exercem controle absoluto sobre o país. Como se trata de um dos principais atores estratégicos da África e é um parceiro disputado por Brasil, China e EUA, além de Portugal, o processo eleitoral no país era vital para manter esses interesses - e Santos não decepcionou ninguém, salvo aqueles que esperavam uma genuína evolução para a democracia.
Angola, um dos países que mais recebem investimentos externos do Brasil desde o governo Lula, abriga 25 mil brasileiros. Nos últimos cinco anos, Angola obteve do BNDES empréstimos de US$ 3,2 bilhões para financiar obras de empresas brasileiras, e outra linha de crédito, de US$ 2 bilhões, já está aprovada. Em 2011, o país só perdeu para a Argentina como maior destino dos empréstimos internacionais do BNDES. Para executivos brasileiros em Angola, as relações entre os dois países continuaria confortável ainda que a oposição vencesse, mas o "triunfo" de Santos garante o cumprimento dos atuais contratos.
Observadores internacionais atestaram a "lisura" do pleito, embora não houvesse necessidade de fraudar nada, pois Angola tem dono. A "vitória eleitoral", no entanto, tinha o objetivo de dar ao governo de Santos o verniz de legitimidade de que ele precisava para contornar uma ainda incipiente, mas consistente, pressão popular capitaneada por angolanos com menos de 20 anos e que, portanto, não têm a terrível memória da guerra civil (1975-2002). Essa nova geração tende a externar mais suas críticas ao governo, sem se importar com uma possível desestabilização do país - temor que o MPLA explora para desestimular uma eventual "primavera angolana".
Desde o fim da guerra civil, o governo de Santos investiu num amplo programa de reconstrução, instilando a esperança de que a enorme riqueza gerada pelo petróleo - o país é o segundo maior produtor da África - pudesse enfim tirar da miséria milhões de angolanos, cuja expectativa de vida é de 48,1 anos, segundo dados de 2010 do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. O principal motor desse projeto é a China, que venceu os EUA, com sobras, na disputa por influência em Angola. O problema americano é a memória de seu apoio à União Nacional para a Independência Total de Angola (Unita) na guerra civil contra o MPLA, que estava na órbita soviética na guerra fria. A China não tem esse problema: não participou do conflito interno e não faz cobranças relativas a direitos humanos. Ademais, Pequim não se importa com o ambiente de corrupção generalizada em Angola - ao contrário, adaptou-se perfeitamente a ele.
O resultado do esforço angolano é que o país experimenta um "milagre econômico", com crescimento médio de 12,5% ao ano desde 2003. A intenção do presidente Santos, nesse contexto, é preparar terreno para sua sucessão, sem permitir nenhum risco para a manutenção do MPLA no poder. O vice escolhido por Santos - Manual Vicente, ex-presidente da petrolífera estatal Sonangol e atual ministro da Economia - é visto como seu provável substituto quando não puder mais se reeleger, em 2022.
A farsa eleitoral, portanto, faz parte da estratégia de Santos de garantir essa transição, tendo pouco a ver com democracia de verdade. A propósito das críticas da oposição angolana sobre as possíveis fraudes, Marco Aurélio Garcia, assessor da Presidência brasileira, disse que "há poucos países no mundo hoje onde eleições não sejam postas sob suspeita, sobretudo pelos que perdem". Ou seja: para o governo brasileiro, cujos investimentos ajudaram a consolidar o poder de Santos, a reivindicação da oposição angolana por eleições realmente honestas é apenas choro de perdedor
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Com CCE, Lenovo mira liderança no Brasil em três anos


RODRIGO PETRY - Agencia Estado
SÃO PAULO - O plano da Lenovo com a aquisição da CCE no Brasil é tornar-se líder do setor. "Nossa meta é conquistar a liderança no mercado de computadores em três anos", afirmou o presidente da CCE, Roberto Sverner, que seguirá no comando da operação da Lenovo no Brasil, assim como toda a atual equipe de gestão. A aquisição de 100% da CCE pela Lenovo foi anunciada nesta quarta-feira pelo valor de R$ 300 milhões (US$ 147 milhões).
O CEO global da Lenovo, Yang Yanquing, destacou que o mercado brasileiro de computadores é o terceiro maior do mundo e o único no qual a companhia não está entre as três maiores do mercado. "Queremos ampliar nossa fatia de mercado (no Brasil) e a marca CCE se insere nessa estratégia de ataque. Podemos crescer muito rápido entre os consumidores", afirmou, ressaltando que a proximidade da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos aumentam a atratividade do mercado brasileiro.
A expectativa da empresa é de que todas as aprovações e normas regulatórias estejam finalizadas até o primeiro trimestre de 2013. Os planos da Lenovo para a CCE não preveem reestruturações no quadro de funcionários. "A equipe de gestão da CCE, que será essencial às nossas operações no Brasil, conhece bem o consumidor e vai nos ajudar a estabelecer rapidamente uma presença forte no varejo", afirmou Yanquing.
Durante e após a fase de transição não haverá interrupção das operações de fabricação e entrega dos produtos das duas empresas. Tanto a marca CCE quanto Lenovo seguirão no mercado. A estratégia será expandir as marcas de forma independente. A Lenovo vai agregar sua cadeia global de fornecimento de componentes para fabricação dos produtos e a CCE, as fábricas e o conhecimento do mercado local.
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FAB e Embraer concluem revisão preliminar do KC-390


Reuters
SÃO PAULO, 5 SET - A Força Aérea Brasileira (FAB) e a Embraer Defesa e Segurança concluíram em agosto a revisão preliminar de projeto do jato de transporte militar KC-390, informou a Embraer em comunicado nesta quarta-feira.
A Embraer apresentou ao Comando da Aeronáutica entre 20 e 29 de agosto as características técnicas das soluções de projeto adotadas para a estrutura e os diversos sistemas da aeronave, incluindo as definições dos principais componentes e suas interfaces.
A fabricante disse que "o projeto alcançou a maturidade esperada para a fase atual", sem entrar em detalhes.
A Embraer está desenvolvendo o KC-390 sob contrato com a FAB, que tem aprovação final sobre a seleção dos sistemas da aeronave considerados de interesse estratégico, como propulsão, aviônica, missão, autoproteção, manuseio e lançamento de cargas, entre outros.
No fim de junho, a Embraer fez um acordo com a norte-americana Boeing para suporte comercial do cargueiro, ampliando o mercado potencial da aeronave e garantindo que a fabricante brasileira dispute potenciais contratos em países como os Estados Unidos.
O próximo grande evento do KC-390 será a revisão crítica de projeto, antes o início da fabricação dos protótipos.
(Por Carolina Marcondes) 
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Irã diz tratar ameaças israelenses como se fossem norte-americanas


Reuters
O Irã não faz distinção entre interesses norte-americanos e israelenses, e irá fazer retaliações contra ambos caso sofra um ataque, disse um comandante militar iraniano nesta quarta-feira.
As declarações surgiram depois de a Casa Branca desmentir relatos da imprensa israelense de que Washington estaria negociando com Teerã para evitar uma futura guerra entre Irã e Israel, e num momento em que o presidente norte-americano, Barack Obama, se defende das acusações eleitorais de ser brando demais com a República Islâmica.
Os EUA e Israel suspeitam que o Irã tenha a intenção de desenvolver armas nucleares, mas Washington diz que ainda há tempo para que a diplomacia resolva o impasse. O Irã diz que seu programa atômico se destina apenas a fins pacíficos.
"O regime sionista separado da América não tem significado, e não devemos reconhecer Israel como sendo separado da América", disse Ali Fadavi, comandante naval da Guarda Revolucionária do Irã'', à agência de notícias Fars.
"Com base nisso, hoje só os norte-americanos assumiram uma posição ameaçadora contra a República Islâmica. Se os norte-americanos cometerem a menor das tolices, eles não vão embora da região (Oriente Médio) em segurança", acrescentou.
O Irã possui mísseis capazes de alcançarem Israel e alvos norte-americanos na região, e tem nos últimos meses realizado exercícios militares e apresentado armas modernizadas, para mostrar que pode se defender em caso de ataque contra suas instalações nucleares.
O governo de Israel, que vê no Irã uma ameaça à sua própria existência, tem adotado um discurso cada vez mais belicoso contra seu inimigo persa. Israel certamente espera apoio dos EUA caso se decida por um ataque, embora o mais graduado general norte-americano tenha declarado que Washington não pretende se envolver num novo conflito no Oriente Médio.
"Não quero ser cúmplice se eles optarem por isso", disse o chefe do Estado-Maior dos EUA, general Martin Dempsey, ao jornal britânico Guardian.
Na quarta-feira, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, encerrou abruptamente uma reunião do seu gabinete de segurança, dizendo que algum dos seus participantes havia divulgado detalhes sigilosos das deliberações sobre o Irã.
Qualquer decisão de entrar em guerra contra o Irã precisaria, pela lei israelense, da aprovação do gabinete de segurança. Uma fonte governamental disse, sob anonimato, que tal decisão não foi discutida na reunião de terça-feira.
(Reportagem de Yeganeh Torbati) 
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segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Dilma rebate duramente críticas de FHC e exalta ‘herança bendita’ de Lula


Lisandra Paraguassu, da Agência Estado
BRASÍLIA - O Palácio do Planalto divulgou nesta segunda-feira, 3, uma nota oficial assinada pela presidente Dilma Rousseff rebatendo duramente as críticas feitas pelos ex-presidente Fernando Henrique Cardoso ao governo do seu antecessor Luiz Inácio Lula da Silva em artigo publicado no jornal O Estado de S. Paulo no último domingo. No texto, a presidente afirma ser necessário "recolocar os fatos nos seus devidos lugares"."Recebi do ex-presidente Lula uma herança bendita. Não recebi um país sob intervenção do FMI (Fundo Monetário Internacional) ou sob ameaça de apagão", afirma no texto, lembrando as crises pelas quais o País passou durante os últimos anos da gestão de FHC. "Recebi uma economia sólida, com crescimento robusto, inflação sob controle, investimentos consistentes em infraestrutura e reservas cambiais recordes".
A presidente ainda cita que recebeu um país "menos desigual", "mais respeitado lá fora graças às posições firmes do ex-presidente Lula no cenário internacional" e classifica Lula como "um democrata que não caiu na tentação de uma mudança constitucional que o beneficiasse", em uma alusão clara, mesmo que não explícita, à mudança na lei que permitiu a reeleição presidencial.
"Não reconhecer os avanços que o País obteve nos últimos 10 anos é uma tentativa menor de reescrever a história. O passado deve nos servir de contraponto, de lição, de visão crítica, não de ressentimento", afirma.
Veja a íntegra da nota:
"Nota Oficial
Citada de modo incorreto pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em artigo publicado neste domingo, nos jornais O Globo e O Estado de S. Paulo, creio ser necessário recolocar os fatos em seus devidos lugares.
Recebi do ex-presidente Lula uma herança bendita. Não recebi um país sob intervenção do FMI ou sob a ameaça de apagão.
Recebi uma economia sólida, com crescimento robusto, inflação sob controle, investimentos consistentes em infraestrutura e reservas cambiais recordes.
Recebi um país mais justo e menos desigual, com 40 milhões de pessoas ascendendo à classe média, pleno emprego e oportunidade de acesso à universidade a centenas de milhares de estudantes.
Recebi um Brasil mais respeitado lá fora graças às posições firmes do ex-presidente Lula no cenário internacional. Um democrata que não caiu na tentação de uma mudança constitucional que o beneficiasse. O ex-presidente Lula é um exemplo de estadista.
Não reconhecer os avanços que o país obteve nos últimos dez anos é uma tentativa menor de reescrever a história. O passado deve nos servir de contraponto, de lição, de visão crítica, não de ressentimento. Aprendi com os erros e, principalmente, com os acertos de todas as administrações que me antecederam. Mas governo com os olhos no futuro.
Dilma Rousseff
Presidenta da República Federativa do Brasil"
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Irã pode bombardear bases dos EUA se Israel atacar, diz Hezbollah


Reuters
BEIRUTE - O Irã pode atacar bases norte-americanas no Oriente Médio em retaliação a um eventual bombardeio nuclear israelense contra suas instalações nucleares, mesmo que as forças dos EUA não tenham participação nessa ação militar, disse nesta segunda-feira, 3, o líder do grupo xiita libanês Hezbollah, aliado de Teerã. "Foi tomada uma decisão de responder, e a resposta será muito grande", disse o xeque Hassan Nasrallah em entrevista à TV Al Mayadeen, de Beirute."A resposta será não só dentro da entidade israelense - bases americanas em toda a região poderiam ser alvos iranianos", afirmou ele, citando informação que disse ter recebido das autoridades iranianas. "Se Israel alvejar o Irã, a América arca com a responsabilidade."
Os EUA e seus aliados acusam o Irã de tentar desenvolver armas nucleares, e pressionam a República Islâmica a abandonar seu programa de enriquecimento de material atômico. Washington, no entanto, diz que ainda há tempo para que a diplomacia resolva o impasse.
Já uma parte do governo de Israel adota uma retórica cada vez mais inflamada, motivando especulações de que o Estado judeu poderia atacar o Irã ainda antes das eleições presidenciais de novembro. No domingo, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, pediu às potências mundiais que estabeleçam "um limite claro" para convencer o Irã da sua impossibilidade de obter armas nucleares.
Mas a hipótese de uma ação militar divide o gabinete israelense, e alguns políticos sugerem que Netanyahu poderia abrandar suas ameaças agora, em troca de uma manifestação mais incisiva de apoio por parte do presidente norte-americano, Barack Obama, a respeito das condições que levariam os EUA a se envolverem numa futura ação militar.
Nasrallah disse que de fato há divisões em Israel sobre um ataque ao Irã. "Pessoalmente, não espero que o inimigo israelense - ao menos nos próximos meses ou no futuro previsível - ataque a República Islâmica do Irã", afirmou.
O líder do Hezbollah disse que a frágil situação econômica global - que poderia se complicar por causa da alta no preço do petróleo, em caso de um novo conflito no golfo Pérsico - e a possibilidade de baixas israelenses numa eventual guerra contra o Irã pesam contra a opção por um ataque. "Netanyahu e (o ministro israelense da Defesa, Ehud) Barak inflam os benefícios e minimizam os custos", disse ele, referindo-se à estimativa de Barak de que Israel poderia sofrer até 500 mortes num conflito.
Segundo Nasrallah, uma eventual guerra Irã-Israel seria mais letal do que o conflito de 34 dias entre Israel e o Hezbollah em 2006, que terminou com a morte de 1.200 pessoas no Líbano, a maioria civis, e 160 em Israel, quase todas militares.
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