Lançado ao espaço na última quinta-feira (4) a partir do Centro Espacial de Kourou, na Guiana Francesa, o Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC) está sendo configurado para entrar em operação. A primeira etapa a ser vencida é levar o satélite para a órbita final, a 36 mil quilômetros de altitude em relação à superfície da Terra. Até o fim desta semana, o SGDC será propulsionado para alcançar o posicionamento geoestacionário, em um processo gradual.
“Quando você lança um satélite geoestacionário, isso é feito em uma órbita de transferência, que chamamos de GTO. Hoje [segunda-feira,8], ele está na segunda elevação dessa órbita e amanhã [terça-feira,9] vai dar o último ‘tiro’. No perigeu [ponto mais baixo da órbita], está a 24 mil quilômetros da superfície. No apogeu, chega a 36 mil quilômetros”, explica o gerente de Projeto do SGDC, Mario Quintino.
Depois de posicionado na órbita final, todos os painéis solares serão abertos para carregar as baterias do SGDC, permitindo o funcionamento das antenas de comunicação do equipamento. Os dados de telemetria serão recebidos pela Thales Alenia Space, na Europa, pelo Centro de Operações Aeroespaciais (Comae), em Brasília, e pela Estação de Rádio da Marinha, no Rio de Janeiro. Esse trabalho é acompanhado por engenheiros da Visiona, uma joint venture entre a Telebras e a Embraer.
A partir daí, equipes em terra vão enviar telecomandos para avaliar o funcionamento dos subsistemas do satélite. Serão checados itens como a capacidade de fornecimento de dados dos transponders, dos feixes e das bandas X e Ka, que vão prover acesso a banda larga e assegurar as comunicações estratégicas do governo e das Forças Armadas. A expectativa é que esse trabalho dure cerca de 30 dias.
“Com o funcionamento pleno das funções do satélite, vamos poder efetivar os testes da banda X e da banda Ka, para verificarmos o funcionamento do satélite. Esse processo é trabalhoso e demorado e deve ser feito com muito critério, para garantirmos que tudo está funcionando perfeitamente”, afirma o presidente da Visiona, Eduardo Bonini.
Caso tudo transcorra dentro da normalidade, a operação do SGDC será entregue à Telebras e ao Ministério da Defesa em meados de junho.
O satélite
O SGDC é o primeiro satélite geoestacionário brasileiro de uso civil e militar e recebeu R$ 2,7 bilhões em investimentos numa parceria do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações com o Ministério da Defesa. Adquirido pela Telebras, tem uma banda Ka, que será utilizada para comunicações estratégicas do governo e implementação do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) – especialmente em áreas remotas –, e uma banda X, que corresponde a 30% da capacidade do equipamento, de uso exclusivo das Forças Armadas.
A aquisição do satélite da Thales Alenia Space ocorreu após uma competição internacional, via contrato com a Visiona, criada em 2012 para atender ao Programa Nacional de Desenvolvimento das Atividades Espaciais (PNDAE) e da Estratégia Nacional de Defesa (END).
FOTO: Centro de Operações Aeroespaciais (Comae), em Brasília (DF), é a principal estação controladora do SGDC.
Crédito: Ascom do MCTIC
Fonte: MCTIC