As Forças Armadas da Rússia dispõem de vários mísseis de cruzeiro projetados para realizar tarefas navais e aéreas. O canal RT selecionou os projéteis mais avançados e destruidores.
Família de mísseis guiados Kalibr
Esses mísseis de cruzeiro de enorme alcance e precisão ganharam muita popularidade depois de terem sido utilizados pela Rússia no combate aos terroristas na Síria, sendo disparados de corvetas que estavam no mar Cáspio. Antes de alcançar os alvos, os projéteis sobrevoaram o território do Iraque e do Irão.
Desenvolvidos para lançar projéteis de cruzeiro com ogiva nuclear 3M10, hoje em dia estes sistemas dispõem de uma vasta gama de mísseis convencionais. Em versão para exportação, um destes mísseis pode percorrer até 2,3 mil quilômetros, enquanto o alcance das versões "domésticas" ainda é desconhecido, escreve o RT.
Míssil de cruzeiro para aviação estratégica ar-superfície Kh-555
A produção em série dos mísseis de cruzeiro subsônicos Kh-555 começou em 1999. Têm um alcance de até 2,5 mil quilômetros e podem levar ogivas nucleares.
Além de um sistema de navegação Doppler, utilizam um sistema de guiamento optoeletrônico e navegação por satélite. Isso permitiu quintuplicar a precisão dos mísseis, que em geral são programados para alcançar seus alvos a alturas muito baixas, superando os altos e baixos do terreno.
Míssil de cruzeiro estratégico ar-terra Kh-101
O míssil de cruzeiro estratégico Kh-101 da classe ar-superfície (ou Kh-102 na versão com ogiva nuclear) é produzido com tecnologias furtivas que reduzem drasticamente sua secção transversal de radar. No momento, é a munição mais moderna e letal da Aviação de Longo Alcance da Rússia, mas a maioria da informação respeitante à arma está classificada.
Com o tempo, este míssil deverá substituir o Kh-555, tornando-se a arma principal dos bombardeiros estratégicos Tu-160M/M2 e Tu-95MS/MSM. Tal como este míssil, o Kh-101 combina vários sistemas de guiamento: inercial, optoeletrônico e por satélite.
As caraterísticas do Kh-101 lhe permitem mudar de alvo durante o voo, sendo sua margem de erro no máximo de cinco metros com alcance de cerca de 5 mil quilômetros.
Míssil antinavio P-270 Moskit
Os P-270 Moskit (ou SS-N-22 Sunburn, na classificação da OTAN) são mísseis antinavio desenvolvidos na década de 70 para afundar embarcações com deslocamento até 20 mil toneladas, em particular navios de guerra que escoltam porta-aviões.
Seu alcance varia entre 10 e 120 quilômetros com trajetórias desde poucos metros acima do nível do mar até 250 quilômetros de altura. Ao se aproximar do alvo, os projéteis baixam significativamente a trajetória, manobrando com ângulos de viragem até 60° e sobrecargas de 10G para evitar sua destruição.
No futuro próximo, os Moskit serão substituídos gradualmente pelos avançados mísseis hipersônicos Tsirkon.
P-700 Granit
Os mísseis P-700 Granit, de 10 metros de comprimento e quase oito toneladas de peso, são capazes de alcançar velocidades de Mach 2,5 (850,725 metros por segundo). Os projéteis são guiados por um sistema de satélite e, quando disparados de maneira simultânea, podem se conectar em rede para transmitir informação sobre o alvo e abordá-lo desde ângulos diferentes.
Os projéteis também podem ser equipados com ogivas nucleares de até 500 quilotons, possuindo um alcance de até 650 quilômetros.
A versão 3М45 do Granit com carga convencional porta uma ogiva com carga útil de 750 quilogramas, muito maior que a dos mísseis Kalibr-NK — vai encerrada numa carcaça tão blindada que nem os projéteis de 30 mm a conseguem perfurar, algo que dificulta ainda mais sua intercepção na fase final da trajetória.