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sábado, 17 de fevereiro de 2018

Por que Israel não se atreve a usar caças de 5ª geração na Síria?

A Força Aérea de Israel anunciou no início de dezembro passado que seus nove caças F-35 estavam prontos para o combate. Porém, nenhum destes aviões de quinta geração participou dos recentes ataques efetuados na Síria, indica o analista militar Mikhail Khodaryonok.
Em seu artigo, publicado no portal russo Gazeta.ru, Khodaryonok analisa as possíveis razões pelas quais Israel não recorreu ao "efeito surpresa" e não utilizou nos recentes ataques contra 12 instalações militares na Síria o F-35 com tecnologia furtiva. Em vez disso, a Força Aérea israelense recorreu ao caça F-16.
Segundo Tomer Bar, chefe do Estado-Maior de Israel, os ataques contra os alvos na Síria, incluindo um centro de comando iraniano, tornaram-se a maior operação da Força Aérea do país desde 1982.
Então por que os F-35 não participaram desta operação?
Alguns analistas não excluem a possibilidade de os caças F-35 serem empregados por Israel em outras operações. Outros afirmam que a Força Aérea israelense não está segura desse avião ou duvida da maestria de seus pilotos para pilotar estes caças de quinta geração.
Segundo o autor do artigo, entre outras explicações, os funcionários israelenses afirmaram que até agora Tel Aviv não conseguiu equipar os F-35 com suas próprias armas de destruição aérea.
"Se as armas que Israel utilizou no ataque contra o aeródromo sírio T-4 fossem penduradas nos cabides debaixo das asas do F-35, o avião de quinta geração perderia uma de suas peculiaridades principais — a tecnologia furtiva", opinou um ex-militar da Força Aérea de Israel que preferiu manter o anonimato.
Outros analistas explicaram a utilização dos F-16 pela necessidade de preservar os F-35 para combater sistemas de defesa muito mais potentes de um potencial inimigo.
De acordo com mais uma versão, Washington poderia ter impedido ou até vetado o uso dos F-35 israelenses (de produção estadunidense) na Síria devido a suas preocupações que especialistas russos e iranianos obtenham informações sobre sua "joia" da tecnologia furtiva.
No entanto, o ex-embaixador dos EUA em Israel, Martin S. Indyk, por sua parte, acredita que isso "seria pouco provável", pois "os aviões foram fornecidos a Israel, pertencem plenamente a este Estado".
O único funcionário israelense que aceitou comentar os ataques com Khodaryonok de forma aberta foi Abraham Assael, general aposentado da Força Aérea de Israel.
Segundo ele, Tel Aviv não tinha motivos para arriscar um "ativo estratégico" como o F-35 para atacar alvos tão "insignificantes".
Se os comandantes da Força Aérea de Israel tivessem pensado que estes alvos eram estrategicamente importantes, tenho certeza que teriam considerado a possível utilização de F-35 contra esses objetivos, mas os alvos não eram tão importantes. Não havia necessidade de arriscar os F-35 no início de seu serviço na Força Aérea de Israel", explicou Assael.
Mesmo assim, avança o analista, praticamente todas as fontes anônimas de Israel admitiram que a Força Aérea do país subestimou os sistemas de defesa antiaérea sírios que acabaram derrubando um F-16.
Como resultado da derrubada, Israel perdeu o primeiro avião em 36 anos, enquanto a imagem de sua aviação, considerada invencível, foi prejudicada.
Para as forças da defesa antiaérea da Síria, o F-16 se tornou o primeiro avião israelense derrubado desde julho de 1982, quando os sistemas do país árabe eliminaram um McDonnell F-4 Phantom II sobre o território do Líbano.

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