Conforme adiantado ontem pela ALIDE, à meio dia de hoje foi assinado, dentro do hangar da Corveta Barroso, um Protocolo de Intenções detalhando o interesse do Ministério da Defesa Nacional da Guiné Equatorial. A Corveta Barroso se encontra atracada no porto da capital do país africano em meio a uma viagem de longa duração àquele continente.
O documento foi assinado, por um lado, pelo Diretor-Presidente da Emgepron, Vice-Almirante Marcélio de Castro Pereira, e pela parte da Guiné Equatorial, por seu Ministro da Defesa Antonio Mba Nguema. Vários oficiais graduados das forças armadas do país acompanharam o Ministro da Defesa na sua visita de apresentação da Corveta Barroso.
A comitiva local percorreu o navio visitando o Passadiço, o COC e o Centro de Controle de Máquinas (CCM) do navio, antes de passar ao hangar para a assinatura do convênio entre as duas nações. O Embaixador Brasileiro no país também prestigiou o evento a bordo.
Além do navio propriamente dito, a Emgepron também vai vender aqui um pacote de serviços para treinamento de oficiais e praças, visando prepará-los o melhor possível para poder extrair o máximo de seu novo navio. Acompanhando os diretores da Emgepron estava o Sr José Roberto Bello Simas, representante do Estaleiro EISA/Mauá, provável construtor do navio em discussão.
O próprio Lula em sua declaração de ontem enfatizou a decisão do Brasil de ofertar a todos os países amigos do Golfo da Guiné os mesmos pacotes de treinamento militar que estão sendo desenvolvidos para a modernização da Marinha da Namíbia. Após a parada em São Tomé e em Lagos na Nigéria o time comercial da Emgepron voltará a encontrar a Corveta Barroso no porto de Accra, capital de Gana, para repetir a rotina corrida de apresentações e visitas. Se tudo correr como previsto, outro Protocolo de Intenções será assinado entre a empresa brasileira e a marinha local, dando, com duas vitórias simultâneas, a partida na carreira internacional dos navios da nova família Barroso
Em um discurso proferido no almoço oferecido pelo Presidente da Guiné equatorial Obiang Nguema M’Basogo, o Presidente da República do Brasil, em seu brinde ao anfitrião,declarou que: “O desenvolvimento do país passa também pelo aproveitamento soberano de seus recursos marítimos”. E continuou: “Por meio de um acordo no setor de Defesa, Guiné Equatorial vai adquirir uma corveta brasileira junto à EMGEPRON. Vamos reproduzir no Golfo da Guiné a boa cooperação que a Marinha mantém na Namíbia”.
Segundo ALIDE apurou, o navio vendido pelo Brasil será construído no Brasil em estaleiro privado e pertencerá à “família” da corveta Barroso, o mais recente navio da Esquadra Brasileira. Como os requerimentos operacionais da Marinha local são naturalmente distintos das da MB, a expectativa geral é que este navio tenderá a ter a propulsão, a suíte de armamentos e os sensores distintos do que os que foram instalados na Barroso. Esta capacidade de fácil reconfiguração do projeto básico da Barroso, apenas confirma o benefício do Brasil ter uma indústria naval de defesa verdadeiramente capaz industrialmente e, ao mesmo tempo, tecnologicamente independente.
No dia 6 de julho, uma delegação de seis pessoas, da Marinha e do Ministério da Defesa local, visitarão a Barroso para assinar o Protocolo de Intenções da aquisição da nova corveta. Em seguida comerçarão as discuções para definir detalhadamente todas as especificações técnicas deste contrato. Resolvido isso será possível apresentar ao cliente o custo e o cronograma final deste projeto. A idéia é que o contrato definitivo seja assinado no fim do ano durante a feira Euronaval, na França.
O Presidente Obiang conheceu a construção naval brasileira de defesa em fevereiro deste ano, em sua viagem ao Rio de Janeiro. Nesta ocasião, ele foi levado pela EMGEPRON para conhecer a corveta Barroso no Arsenal de Marinha. Devido a este interesse presidencial, e a forte perspectiva do fechamento de um contrato, foi inserida na programação da viagem à África da Barroso uma parada em Malabo, coincidindo com a passagem do Lula pelo país.
Lula veio à África, acompanhado de uma delegação de empresários de vários setores chaves da nossa economia. Vieram empresas ligadas à infra-estrutura, aeronáutica (Embraer), energia, maquinário agrícola e telecomunicações. Segundo Lula, “o comercio entre o Brasil e a Guiné Equatorial, entre 2002 e 2008 saltou de 7 para 411 milhões de dólares
Em Luanda para participar da reunião de Marinhas da Comunidade de Países de Língua Portuguesa, o Almirante Julio de Moura Neto visitou nesta terça-feira a Corveta Barroso, que se encontra atracada no principal porto deste país africano.
A Corveta Barroso (V-34) se encontra em meio a sua primeira viagem de longa duração desde que foi incorporada à Esquadra em 19 de agosto de 2008. Nesta sua segunda visita ao navio, o Comandante da Marinha do Brasil pode, finalmente, conhecer sem pressa os departamentos e os principais espaços internos da quinta corveta.
Ao retornar ao Rio, a Barroso deverá passar por um processo de Avaliação Operacional que determinará se ela se encontra preparada para realizar seu papel dentro da Esquadra. “Esta avaliação”, disse o `Charlie Mike`, “é que dirá à Marinha que o navio está pronto e apontará se existe ainda alguma área do navio que precisará ser melhorada, seja em termos de treinamento da tripulação ou mesmo dos equipamentos e sistemas do navio. Se as informações muito positivas que estamos recebendo se confirmarem plenamente, as modificações de projeto inseridas na Corveta Barroso terão se provado um grande sucesso. Esta é uma classe que não devemos abandonar, devemos é, sim, investir nela. Eu gostaria muito de ver mais navios desta classe em serviço na Marinha do Brasil para comprovar a quem quer que seja do mundo todo, que no nosso país nós temos capacidade de projetar navios modernos e tão bons quanto os de qualquer outro país. Eu sou o primeiro a dizer como o navio melhorou da corveta da classe Inhaúma para a da classe Barroso, isso nos mostra que estamos no caminho certo”.
“O nosso Plano de Articulação e Modernização da Marinha já prevê uma frota total de 30 escoltas a serem divididas, 18 delas no Rio de Janeiro e as outras doze na sede da nova Esquadra a ser estabelecida na região Norte/Nordeste. É natural imaginar que pelo menos uma parte desta frota venha a ser composta de corvetas da classe Barroso”.
Ainda, segundo o Almirante, a localização definitiva da sede nova Esquadra ainda não foi determinada, sendo este um programa de mais longo prazo, ainda sem datas determinadas. As novas unidades de superfície a serem incorporadas, inicialmente, serão entregues à Primeira Esquadra, localizada na Base Naval do Rio de Janeiro, na ilha de Mocanguê. Somente quando esta Primeira Esquadra estiver devidamente equipada, é que se iniciarão as entregas dos navios para a Segunda Esquadra. As novas fragatas de 6000 toneladas e as futuras corvetas da classe Barroso conviverão ainda por vários anos com as fragatas Niterói modernizadas e com as corvetas da classe Inhaúma existentes.
Ele disse também que os demais navios também mais numerosos no Rio do que na Segunda Frota uma vez que a área de atuação da Primeira Esquadra é maior e mais crítica do que a da Segunda. “Por exemplo, entre os navios de múltiplo emprego, apenas um ficará na Segunda Esquadra, enquanto os outros três serão baseados no Rio. Por serem apenas dois, os novos navios-aeródromos ficarão divididos um para cada uma das duas bases.”
Demandado sobre o acordo Brasil-Itália anunciado recentemente na imprensa o Comandante da Marinha afirmou que a partir de agora, a negociação entre os dois países passa a se pautar unicamente pela negociação bilateral para a determinação precisa dos custos, cronogramas e prazos de produção do pacote de navios. Estão em discussão cinco navios patrulha oceânicos, cinco fragatas FREMM e um navio de apoio logístico a serem incorporados pela Marinha do Brasil. Os italianos do estaleiro Fincantieri já forneceram à Marinha os custos iniciais de cada uma destas unidades e isso nos permitiu fechar o acerto com eles. A Marinha espera que esta fase de negociações se encerre antes mesmo do fim do mandato do governo atual, o que permitiria ao Presidente Lula, tendo em vista os resultados da eleição presidencial, anunciar, ou não, o resultado final do acordo. Moura Neto complementou dizendo que: “nossa idéia é ir num crescendo, realizando primeiro a construção dos NaPaOc, seguido pela do navio de Apoio Logístico e, finalmente, encerrando com as Fragatas, por serem os navios complexos e muito caros”.
Os italianos nos propuseram que pelo menos a primeira das fragatas de 6000 toneladas para o Brasil fosse feita inteiramente na Itália, mas isso não é o plano da Marinha que prevê que “todos estes novos meios navais sejam construídos no Brasil, mas, desta vez, fora do Arsenal de Marinha. Usaremos os estaleiros da nova indústria naval brasileira, como forma de aumentar fortemente a capacitação e o know how tecnológico nacional nesta área”.
Ao se dirigir ao Comandante da Corveta Barroso, o Comandante da Marinha agradeceu formalmente à tripulação do navio por seu imenso esforço no aprestamento do mais novo navio de escolta da Marinha do Brasil. Ele ainda comentou que “este navio está pronto para ser mostrado ao mundo e que certamente nos trará muitas alegrias”. Ele arrematou dizendo o quanto a simples presença deste navio em outro continente após onze dias cruzando o mar, prova o sucesso evidente da Barroso e o enche de orgulho. Vocês são parte integrante de um momento muito importante da Marinha. Um momento cujos frutos só veremos muito tempo depois, meses, anos depois. Com esta viagem conjunta da Barroso e do Gastão Motta, a Marinha está mostrando ao mundo sua capacidade de mobilidade. “Podemos ir a qualquer parte do mundo porque temos essa capacidade de levar nossos navios a qualquer lugar. Qualquer oficial de Marinha percebe isso imediatamente ao ver a Barroso aqui”.
Na quarta-feira, 30 de junho, os representantes das diversas marinhas dos países da CPLP virão a bordo para um cocktail a ser realizado no convôo e hangar da Corveta Barroso aproveitando a ocasião para tomar contato pessoal com a mais avançada tecnologia naval brasileira.
O GT composto pela Corveta Barroso (V-34) e o Navio Tanque Gastão Motta (G-23) chegou ao porto da capital angolana na sexta-feira, 25 de junho às 9:00 da manhã. Esta é segunda parada da sua viagem à costa oeste da África. Os dois navios brasileiros deixaram Walvis Bay, na Namíbia, na manhã da segunda-feira, dia 21. Esta comissão é, simultaneamente, a primeira viagem da Barroso ao exterior e também sua primeira viagem de longa duração para fora do Rio de Janeiro. Antes de vir para cá o Gastão Motta acompanhava os navios da MB que participavam do exercício Fraterno ao largo da cidade de Rio Grande, no Rio Grande do Sul. No final desta comissão ele cruzou o Atlântico para poder encontrar a Cv Barroso em Walvis Bay. Ambos os navios deverão visitar juntos Luanda, Malabo (Guiné Equatorial), São Tomé, Lagos (Nigéria) e Accra (Gana). A parada na cidade de Praia, que seria a parada final desta importante viagem, em Cabo Verde, acabou sendo cancelado na última hora.
Cada um destes países visitados representa um potencial parceiro para o Brasil, na área naval, no continente africano. Na Namíbia a passagem dos navios brasileiros gerou muito interesse dos locais inclusive com a visita à Barroso do Almirante Nghipandua da marinha local. A Emgepron, empresa responsável por ofertar os serviços e os produtos da Marinha do Brasil pelo mundo, montou um display dentro do hangar da Barroso, exibindo todos os produtos e serviços que a empresa oferece. A ênfase maior deste esforço comercial está, como se é de esperar, nos Navios Patrulha de 200 toneladas (Classe Grajaú), nos novos navios de 500 toneladas (Classe Macaé) e até mesmo em novas unidades de corvetas da Classe Barroso.
A Corveta Barroso é o navio mais recente da Marinha do Brasil e, passo a passo, vem revelando um leque boas surpresas. Por exemplo, os onze dias do cruzamento do Atlântico serviram para que o Departamento de Máquinas do navio pudesse experimentar diversas combinações de motorização e de potência. Estes testes indicaram que a configuração mais econômica seria usando apenas um dos motores diesel e operando a uma carga de 55% do máximo. O navio com esta configuração apresenta uma autonomia máxima de 18 dias com seus tanques de óleo cheios. Este número impressionou a todos por ser quase o dobro do parâmetro de referencia previsto para esta nova classe.
BARROSO V34
Na próxima edição do BaseMilitar Web Magazine, nosso correspondente embarcado na Barroso contará, com exclusividade e com todos os detalhes, tudo que ocorreu entre as paradas de Walvis Bay e São Tomé. Fiquem antenados!