terça-feira, 27 de julho de 2010

Ministro da Defesa também cobrou satélite para defesa da Amazônia

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, classificou o Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP) como “assimétrico”, se referindo ao tratamento diferenciado dado às potências nucleares no documento. A declaração foi feita nesta terça-feira (27) durante palestra na reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que ocorre nesta semana em Natal.


Segundo ele, o acordo atrapalhou o desenvolvimento de tecnologias nucleares pacíficas em países que não tinham bomba atômica na época da assinatura do documento.

“Nós tivemos um aumento dos armamentos nucleares e uma não-capacitação dos países necessária para o desenvolvimento da tecnologia nuclear para energia, propulsão nuclear de submarinos, agricultura e saúde”, afirmou o ministro



Jobim voltou a afirmar que é contra a assinatura do protocolo adicional do TNP, que estabelece mais poder de fiscalização à ONU para a visita de instalações do país. “O Ministério da Defesa se opõe a assinatura do protocolo adicional, pois ele significa ingerências externas”, afirmou.



O TNP entrou em vigor em 1970 para evitar uma possível guerra nuclear, e proíbe países que não tinham bombas atômicas na época a desenvolvê-las. O Brasil é signatário desde setembro de 1998.

Durante sua palestra, o ministro defendeu desenvolvimento de satélites brasileiros para o monitoramento das fronteiras da Amazônia e da faixa litorânea brasileira – chamada pelos militares de “Amazônia Azul”.




“[O desenvolvimento de satélites] não é coisa de apenas uma geração, e nós não estamos trabalhando”, afirmou o ministro em palestra durante a reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que ocorre nesta semana em Natal.



Atualmente, o Brasil tem apenas dois tipos de satélite em órbita, operados por meio do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Um deles, em parceria com a China, leva câmeras para fotografar a superfície do planeta. O outro captura informações ambientais, como quantidade de chuvas e regime dos rios.



Conheça a estrutura do Programa Espacial Brasileiro

Segundo o ministro, uma das necessidades mais fortes da defesa é ter um satélite geoestacionário (que se mantém sempre na mesma posição em relação ao planeta) para fazer o controle do espaço aereo.

Em sua conferência, Jobim também se disse favorável a aumentar as pesquisas brasileiras na Antártida. Segundo ele, o país não tem pretensões de obter direito a trechos do território antártico – ao contrário dos vizinhos Chile e Argentina –, e a presença de pequisadores reforçaria a ideia de usar o continente apenas para fins científicos.



FONTE: G1

Nenhum comentário: