sexta-feira, 27 de abril de 2012

Brasil terá estação terrestre do Glonass


O desafio de criar um sistema de correção e monitoramento, além de uma infraestrutura e canais de comunicação por satélite, é uma das missões do centro de Sistemas Russos por Satélite.  “Atualmente, temos três estações no exterior e uma rede de estações de correção diferencial e monitoramento (ECDM) na Rússia”, diz Serguêi Karútin, vice-diretor do instituto.

As ECDM fazem parte do sistema de localização por satélite Glonass e permitem localizar objetos com precisão de um metro.

Dentre os futuros projetos do centro, está a instalação, no Brasil, de uma estação terrestre de correção integrada ao sistema de localização por satélite Glonass. “Temos um acordo fechado e agora estamos na fase final, cumprindo as formalidades legais necessárias à entrada do equipamento no território brasileiro”, conta.

Na Rússia, uma rede de ECDM garante a precisão de monitoramento no hemisfério Norte. Para aumentar a exatidão do sistema Glonass no hemisfério Sul, são necessárias outras estações.  E a instalação de uma estação de correção no Brasil é um dos passos para a solucionar esse desafioAssim, teremos a possibilidade de precisar rapidamente os parâmetros de tempo e frequência, e enviá-los ao consumidor”, disse. Para tanto, foram criados canais de comunicação terrestres e satélites retransmissores Luch.

A intenção é colocar em órbita três retransmissores. O primeiro satélite de retransmissão chamado Luch-5 A já está em órbita terrestre e está sendo levado para seu ponto de estacionamento, informou Karútin. “Esperamos que os testes do satélite retransmissor comecem já em junho deste ano.”

Ainda de acordo com ele, a Rússia está concluindo a construção do segundo satélite retransmissor Luch, e o terceiro deverá partir para o espaço no primeiro trimestre de 2014.

O país pretende ainda instalar uma ECDM do sistema Glonass na Austrália. “Essa proposta foi encaminhada para análise do Ministério das Relações Exteriores”, esclareceu Karútin.

Sistema Glonass

O segmento civil do sistema de localização por satélite Glonass foi concebido para definir coordenadas e velocidade de qualquer objeto em movimento equipado com um receptor de sinais correspondente.

Inicialmente, o Glonass, colocado em operação em setembro de 1993, servia aos interesses do ministério da Defesa e contava com uma frota de 12 satélites.

Em dezembro de 1995, o número de satélites subiu para 24. No entanto, problemas do financiamento fizeram com que o Glonass voltasse a operar sua frota inicial de 12 satélites.

Vladímir Pútin pediu, em 2005, à Agência Espacial da Federação Russa (Roscosmos) e ao Ministério da Defesa para recolocarem em operação todos os 24 satélites do sistema GLONASS, e, em 2011, sistema teve sua constelação  orbital totalmente recuperada.

Atualmente, o Glonass possui 31 satélites, dos quais 24 estão em operação, dois em manutenção técnica, quatro na reserva e um deles em testes.

Para manter a continuidade do sinal de navegação em todo o território nacional da Rússia, é preciso pelo menos 18 satélites em operação...SEGURANÇA NACIONAL

O Brasil não exclui a possibilidade de adquirir um Su-35,


O stand russo contou com a exposição dos aviões de caça de múltiplas funções Su-35 e Su-30MK2, aviões de treino e combate Iak-130, helicópteros de carga militar Mi-17, de ataque Mi-28NE, entre outros destaques.

A maioria das peças foi apresentada em forma de maquetes, vídeos e cartazes publicitários. “É muito caro levar veículos e aeronaves em tamanho natural para a outra extremidade do mundo”, afirmaram os especialistas Rosoboronexport, empresa exportadora de equipamento de guerra.

Ainda assim, os países que se interessam em adquirir alguns dos modelos expostos têm a vantagem de poder vê-los em ação em um campo de provas local ou na Rússia.

“O mercado latino-americano é muito promissor e, desde sua criação, a Rosoboronexport tem procurado consolidar as posições da Rússia na região”, disse o chefe da delegação russa, Serguêi Svechnikov, em entrevista à imprensa.

Segundo Svechnikov, sua empresa vem realizando propostas de cooperação para discutir com quase todos os países da região. “Nem tudo será concretizado, mas para nós o mais importante é manter um diálogo intenso, sobretudo por causa do crescente interesse demonstrado”, completou.

No segmento de meios de defesa, os principais destaques foram sistemas de defesa antiaérea e antimíssil como Buk-M2E, Tor-M2E, Antei-2500, Pâncir-S1, sistema antiaéreo portátil Iglá-S e vários sistemas de radar.

Em relação aos blindados, o carro de combate atualizado T-90S, os sistemas móveis de lança-foguetes “Smerch”, canhão autopropulsado MSTA-S calibre 155 mm, foram uns dos itens que mais atraíram a atenção de visitantes e especialistas.

De olho no Brasil

Paralelamente, o Brasil realizou testes com o veículo blindado Tigre, construído na cidade de Arzamas, nos arredores de Níjni Nóvgorod (na região do Volga).

Além de atender a demandas da polícia no patrulhamento de zonas com altas taxas de criminalidade, o veículo poderá ser utilizado para manter a segurança em eventos de importância mundial, como a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016.

Na Rússia, o Tigre está em serviço no FSB (Serviço Federal de Segurança) e na polícia de choque.

De acordo com vice-diretor do Serviço Federal de Cooperação Técnico-Militar, Aleksandr Fomín, o Brasil também se interessa pelo avião de múltiplas funções Su-35, que concorre a uma licitação lançada pelo governo brasileiro para a compra de caças.

O Brasil não exclui a possibilidade de adquirir um Su-35, segundo informou a agência Interfax. No entanto, a aquisição estaria condicionada à compra de aeronaves de passageiros brasileiras pelo russos.

No setor de helicópteros, a situação é mais clara. Recentemente, a  fabricante de helicópteros russa “Vertoliôti Rossi” (Russian Helicopters)  finalizou a primeira venda de um Kamov (Ka-32A11VS) de múltiplas funções com rotores coaxiais à operadora brasileira de transporte aéreo Helipark Táxi Aéreo.    

Concessão de benefícios

Embora o Brasil e o Chile ocupem um lugar de destaque nas negociações, Argentina e Peru também estão na mira dos exportadores russos.

Em entrevista à imprensa durante a FIDAE-2012, o chefe da missão da corporação estatal Russian Technologies, Serguêi Goreslávski, disse que o país concederá à Argentina um crédito para a compra de mais um lote de três helicópteros Mi-171E.

“O ministério da Defesa da Argentina fechou um contrato para de cinco helicópteros Mi-171E.. A primeira parcela de duas aeronaves foi paga pela Argentina e já foi entregue ao cliente em dezembro passado. Os três restantes helicópteros serão entregues no âmbito de um outro contrato e serão pagos com o dinheiro a ser emprestado pela Rússia”, explicou.
O Peru, por sua vez,  tem um parque blindado arcaico. Seu principal carro de combate, o T-55, foi produzido nos anos 60 do século passado e não atende mais as condições de combate.

Em 2009, o país criou um grupo operacional para compra de carros de combate chefiado pelo general Jorge Vega. No mesmo ano, a equipe publicou um relatório no qual destacou o carro de combate russo T-90S, o ucraniano Oplot e o alemão Leopard 2A6 como mais adequados aos requisitos tecnológicos do exército peruano.

Como o órgão tem mais de quarenta anos de experiência com carros produzidos na Rússia, os especialistas consideram que o carro de combate russo tem maiores chances de vencer a licitação.

Além disso, possui consumo de combustível reduzido, maior facilidade de manobra e permite realizar  algumas operações de reparação como, por exemplo, a substituição do motor avariado, regionalmente.

Com a intenção de fechar a compra, a Rússia reduziu o preço do veículo e se dispõe a transferir a tecnologia de produção. Para tanto, o Peru deve assumir algumas contrapartidas que preveem, entre outras coisas, a entrega de peças de reposição, manutenção técnica e serviços de reparação.

 “O T-90S é um dos melhores carros de combate para equipar o exército e torná-lo apto a operar em todas as regiões do Peru”, afirmam fontes da Rosoboronexport.

Moscou espera que o governo peruano siga o exemplo da Venezuela e da Índia, e venha a escolher o veículo. A Índia, por exemplo, pretende comprar outros 1500 carros de combate T-90S para completar seu parque de 350 veículos russos comprados anteriormente. ..........................................segurança nacional

FAPESP e instituições canadenses estimulam parcerias em pesquisa


Agência Fapesp
 A FAPESP e o Conselho de Pesquisa em Ciências Naturais e Engenharia do Canadá (NSERC, na sigla em inglês) assinaram um memorando de entendimento que prevê a colaboração em ciência, tecnologia e inovação em áreas de interesse mútuo entre instituições paulistas e de diferentes regiões canadenses.

O acordo foi assinado pelo presidente da FAPESP, Celso Lafer, e pela presidente do NSERC, Suzanne Fortier, durante o “Encontro Brasil-Canadá sobre Pesquisa e Inovação: oportunidades de colaboração”, na sede da Fundação. O evento teve a participação do Governador Geral do Canadá, David Johnston.

A delegação chefiada por Johnston em sua visita ao Brasil contou com 30 reitores das principais universidades canadenses, além de representantes do setor privado ligados à área de inovação.

Nesta sexta-feira (27/04), a comitiva participará do “Canadá-Brasil: Fórum de Nações Inovadoras”, em São Paulo. Durante o evento, a FAPESP assinará acordos de cooperação em pesquisa com a Universidade de Victoria, com as universidades Simon Fraser, Concordia, York e Ryerson e com um consórcio composto pelas universidades de Alberta, Laval, Dalhousie e Ottawa.

Durante o encontro na sede da FAPESP, Fortier e o diretor científico da FAPESP, Carlos Henrique de Brito Cruz, apresentaram pronunciamentos sobre a colaboração internacional no âmbito de suas respectivas instituições.

A programação também contou com a mesa-redonda “Oportunidades de colaboração Brasil-Canadá”, com a participação de Fortier e Brito Cruz, além de Cláudia Bauzer Medeiros, membro da Coordenação de Área de Ciência e Engenharia da Computação da FAPESP, e Jamshed Merchant, vice-ministro adjunto de Agricultura do Canadá.

Segundo Lafer, a proposta do acordo com o NSERC é facilitar a colaboração entre pesquisadores brasileiros e canadenses, promovendo a interação entre as comunidades científicas, incluindo a formação de profissionais e o estímulo à pesquisa, desenvolvimento e inovação. De acordo com ele, a parceria com o Canadá é estratégica para a FAPESP.

“A internacionalização tem sido uma das metas importantes da FAPESP e a interação com universidades e pesquisadores de outros países é o centro dessa estratégia. O Canadá tem sido um parceiro importante nessa atividade. Essa parceria, já abrangente, será continuamente estimulada”, afirmou Lafer.

Segundo Johnston, o grupo de reitores e representantes do setor privado ligado à área de inovação é a maior comitiva canadense de pesquisa, ciência e tecnologia a visitar o Brasil em todos os tempos.

“O Brasil e o Canadá têm uma ampla colaboração em pesquisa, mas queremos trabalhar ainda mais nessa diplomacia do conhecimento. Os dois países têm muito em comum e compartilham da convicção de que, no século 21, a pesquisa transdisciplinar é o melhor caminho para a inovação. Esse tipo de pesquisa precisa ser feita em cooperação e o Brasil é um parceiro essencial”, disse.

Fortier afirmou que, assim como o Brasil, o Canadá tem compromisso com a ideia de um mundo sem fronteiras, no campo da pesquisa. Segundo ela, promover a colaboração internacional significa redefinir o conceito de benefício nacional no contexto global, facilitar a mobilidade de pesquisadores e estimular a flexibilidade dos programas que facilitem ligações com iniciativas globais de pesquisa.

“Outro ponto fundamental no contexto da internacionalização da pesquisa é promover a colaboração entre o setor acadêmico e o setor privado para além das fronteiras dos nossos países. A NSERC tem um conjunto de ferramentas muito flexíveis apropriadas para estimular essa interação e vamos usá-las em conjunto com a FAPESP”, disse Fortier.

Brito Cruz destacou que a FAPESP tem um bom número de colaborações internacionais e o Canadá é um dos parceiros importantes nesse universo de parcerias. A FAPESP mantém acordos com a Agence Universitaire de la Francophonie (AUF), o International Science and Technology Partnerships Canada (ISTPCanada), e com as universidades de Toronto, Western Ontario, McMaster e Ontário.

Brito Cruz destacou que, nesta sexta-feira, a FAPESP lançará chamadas de propostas com o ISTPCanada e com a Universidade McMaster. 

Mais informações sobre o acordo entre
FAPESP..segurança nacional

Embraer deve disputar nova licitação nos EUA


SÃO PAULO - A Embraer deve participar da nova licitação a ser lançada pela Força Aérea dos Estados Unidos no segundo trimestre deste ano. "Só não participaremos se houver uma clara alteração nos requisitos da licitação", afirmou o presidente da Embraer, Frederico Curado.
Segundo ele, se os testes de voo forem exigidos novamente, o que a Embraer considera desnecessário, isso não será motivo para a empresa desistir de participar da licitação. "Se mantidos os requisitos, o Super Tucano deve emergir de novo como vencedor", afirmou, completando que a Embraer teve acesso a uma minuta preliminar do edital que deve ser divulgado nas próximas semanas.
A Embraer venceu a licitação em parceria com sua parceira americana Sierra Nevada, mas o resultado foi anulado em março, sob pressão de uma concorrente americana. 
China
Curado também disse que a Embraer já obteve as primeiras autorizações para fabricar jatos executivos na China. Segundo ele, não é possível prever com precisão quando a autorização final será concedida, mas acredita que isso ocorra até junho. A previsão anterior era que isso acontecesse no primeiro trimestre deste ano. "Já aprendemos a desenvolver uma paciência chinesa", disse o executivo.
Curado não soube precisar quais autorizações já foram dadas, porque, segundo ele, quem teve acesso ao processo foi sua parceira local, a estatal Aviation Industry Corporation of China (Avic).
Segundo o presidente da Embraer, seus funcionários na China não estão parados, porque estão se dedicando a serviços de manutenção. "Essa não é uma preocupação nossa", disse com relação ao fato de os mais de cem funcionários no País não poderem se dedicar à produção de aeronaves.
Durante a visita da presidente Dilma Rousseff à China, em abril do ano passado, foi acertado que a Embraer produzirá o Legacy 600 no País asiático, evitando assim o fechamento da fábrica que possui no local. Antes, a companhia produzia na China seu modelo 145 de aviação comercial, mas foi impedida de continuar fabricando aviões comerciais no País, já o governo chinês está incentivando o desenvolvimento da sua indústria de aviação.
Receita
O presidente da Embraer, Frederico Curado, reiterou que a projeção da empresa de alcançar em 2012 receita entre US$ 5,8 bilhões e US$ 6,2 bilhões. O executivo lembrou que no ano passado a receita da empresa foi de US$ 5,8 bilhões. "Então devemos ter estabilidade em relação a 2011 ou mesmo um ligeiro crescimento", disse.
Segundo o executivo, o segmento de Defesa e Segurança, que respondeu por 20,1% da receita total da companhia no primeiro trimestre, deve continuar crescendo. Já o segmento de jatos comerciais, responsável por 65,7% da receita nos primeiros três meses do ano, deve se manter estável em 2012.
O segmento de jatos executivos, segundo o executivo, pode apresentar pequeno crescimento.  Curado explicou que a percepção é reflexo do aumento dos primeiros contatos com clientes, que no futuro geram vendas. "Ainda é cedo para ser considerado como tendência, mas os sinais são promissores", afirmou. 
Beth Moreira e Silvana Mautone, da Agência Estado   segurança nacional

Mísseis da Coreia do Norte eram falsos, dizem analistas


estadão.com.br
TÓQUIO - Especialistas alemães que estudaram fotos dos mísseis da Coreia do Norte garantiram, nesta quarta-feira, 25, que eles são falsos. As fotos foram reveladas por Pyongyang e retratavam a apresentação das armas durante a última parada militar que celebrou os cem anos do aniversário do fundador do país, Kim Il Sung."Sem dúvida os mísseis eram falsos", disseram Markus Schiller e Robert Schmucker, o instituto alemão Schmucker Technologie. Eles escreveram um artigo,publicado no site Armscontrolwonk.com, que listava as discrepâncias das armas apresentadas. "O que permanece incerto é se eles foram feitos desse jeito para confundir analistas estrangeiros ou se os designers simplesmente fizeram um trabalho ruim", completam no texto.
Os mísseis, chamados de KN-08s, foram postos no veículo mais largo de lançamentos que a Coreia do Norte já mostrou. As autoridades do país quiseram destacar a sua apresentação, deixando-os para o final da marcha.
Desde o lançamento falho do foguete, militares de Pyongyang fizeram declarações de que se orgulhavam do poder das suas armas. Nesta quarta-feira, 25, o Vice Marechal Ri Yong Ho disse que seu país é capaz de se defender dos Estados Unidos "numa única explosão". Na segunda-feira, 23, a Coreia do Norte prometeu "ações especiais" que reduziriam o governo da Coreia do Sul a cinzas em minutos.
As armas apresentadas no dia 15 de abril aparentemente apresentam uma confusão entre combustível líquido e sólido, que nunca poderiam fazer com que o aparelho voasse.
As coberturas onduladas do míssil sugerem que o metal é muito fino para aguentar um voo. Cada míssil era um pouco diferente do outro e não cabiam nos dispositivos de lançamento em que foram apresentados.
Os mísseis provocaram burburinho entre a comunidade internacional. Eles aparentavam ser novos e feita para ataques de longa distância. Além do desenvolvimento de armas nucleares, a preocupação estrangeira se pautou na suspeita de que a Coreia do Norte também estivesse desenvolvendo um míssil intercontinental, capaz de atingir os Estados Unidos.
Os cientistas da Otan foram avisados pelos cientistas de que Pyongyang parece estar longe de um míssil digno de crédito. "Ainda não há evidências de que a Coreia do Norte tenha um míssil intercontinental", concluíram no documento.
Theodore Postol, professor do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts, na sigla em inglês) e antigo consultor de operações navais dos EUA, declarou que "O único jeito de a Coreia do Norte desenvolver tal míssil com sua economia pífia é se alguém fornecesse essa tecnologia a eles", em entrevista à agência AP.
O professor chama atenção para os dispositivos de lançamento que foram apresentados na Parada. Especialistas acreditam que eles tenham incluído chassis de feitos na China. O país é proibido, por sanções da ONU, de vender armamentos ou tecnologia a Pyongyang.
Com informações da AP..segurança nacional

quinta-feira, 26 de abril de 2012

BOPE - Brazilian Military Soldiers Tribute | HD

segurança nacional

RESCUE SUBMARINO CHILENA MODERNA

segurança nacional

UNVEX'12 Día 3

segurança nacional

Linha de Fuzis IA2 estréia com sucesso em evento internacional


A  Indústria de Material Bélico do Brasil (IMBEL) participou da FIDAE 2012 divulgando seus produtos junto ao público latino-americano (institucional e privado).  Na oportunidade, a empresa apresentou de forma inédita, além-fronteira, a nova família de produtos IA2, constituída dos fuzis e fuzis de assalto em calibre 7,62 mm e 5,56 mm, carabinas policiais nos mesmos calibres, a faca-baioneta IA2 e as facas de campanha IA2 e Amz (própria para emprego em ambiente de selva).

A IMBEL emprega na atualidade cerca de 2.000 pessoas divididas entre cinco unidades fabris nas cidades de Piquete (SP), Rio de Janeiro e Magé (RJ) e Juiz de Fora e Itajubá (MG).

Tomando como ponto de partida os consagrados FAL e PARA-FAL (coronha rebatível), fuzis empregados em larga escala pelas forças armadas brasileiras por mais de quatro décadas, a IMBEL desenvolveu e colocou no mercado uma nova família de armas que aliam características como robustez, praticidade e baixo peso aliado ao emprego de modernos materiais construtivos e novos recursos tecnológicos.

As principais características da nova família IA2 são o uso de polímero no guarda-mão, punho e coronha; a luva isolante (em cor avermelhada) entre o cano e o guarda-mão, os novos zarelhos para fixação de bandoleira, os trilhos picatinny para fixação de acessórios diversos, a coronha retrátil e rebatível para os dois calibres e nova ergonomia do punho com um ângulo bem diferente do usado no FAL e PARAFAL.

Sua adoção pelas forças armadas brasileiras já está ocorrendo na forma de lotes piloto, especialmente em relação as tropas de pronto emprego do Exército como a 12ª Brigada de Infantaria Leve (Aeromóvel), Brigada de Operações Especiais, Brigada de Infantaria Paraquedista e tropas de selva.

Especificações da família IA2:

- Tipo: Semi-automático, automático e repetição
- Emprego: Individual
- Calibre: 5,56mm e 7,62mm
- Operação: Ação direta dos gases
- Velocidade inicial do projétil: 850 m/s
- Cadência de tiro: 950 tpm
- Alcance Máximo: 3600 m
- Alcance de Utilização: 600 m
- Peso: 4,2 Kg (carregado) 3,1 Kg (descarregado)
- Comprimento: 1,01mm
- Alimentação: Carregador com 20 e 30 cartuchos
 Infodefensa.com segurança nacional

Asteróide Apophis provocará horríveis destruições na Terra


Há quem considere, na Agência Cósmica da Rússia, que em 2036 é provável uma colisão do asteróide Apophis com a Terra, o que poderia provocar mais destruições que a queda do meteorito de Tunguska.
Esta informação consta do informe de Vitáli Davidov, diretor-adjunto da Roskosmos, feito esta quinta-feira, em Moscou, na conferência científica do Conselho de Segurança da Rússia sobre o temaInteresses nacionais da Rússia no contexto da segurança global.
O asteróide Apophis foi descoberto em 2004, no observatório nacionalThe Kitt Peak National Observatory (Estado da Arizona, EUA). Este corpo celeste tem cerca de 300 metros de diâmetro.VOZ DA RUSSIA SEGURANÇA NACIONAL

Terra e Lua foram atingidas por mais e maiores asteroides, revela estudo


Efe
 Há aproximadamente 3,8 bilhões de anos, a Terra e a Lua receberam impacto de inúmeros asteroides gigantes, maiores do que os que extinguiram os dinossauros, e durante um período mais longo do que se achava, informou nesta quarta-feira a revista científica "Nature".

"Descobrimos que asteroides gigantes, similares ou maiores aos que acabaram com os dinossauros, se chocaram contra a Terra com muito mais frequência do que se pensava", explicou à Agência Efe o astrofísico William Bottke, do Southwest Research Institute (Colorado, EUA.).

Autor de um dos dois artigos publicados na última edição da "Nature", sobre o impacto dos meteoritos, Bottke defende que ao cerca de 70 asteroides de grandes dimensões impactaram contra a Terra durante o período Arqueano, que está compreendido entre 2,5 bilhões e 3,8 bilhões de anos atrás. Segundo Bottke, esses asteroides também atingiram a Lua.

"Nosso trabalho sugere que o Arqueano, um período de formação da vida e de nossa biosfera, foi também uma época marcada por muitos impactos de meteoritos de grande magnitude. Isto nos ajudará a entender melhor os primeiros períodos da história da vida na Terra", declarou Bottke.

Já Brandon Johnson, da Universidade de Purdue (Indiana, EUA.), argumenta que estes violentos impactos tiveram um papel maior do que imaginávamos na evolução das primeiras formas de vida terrestre.

"Apesar de sempre pensarmos nos meteoritos como um detrimento para a vida, eles poderiam ter contribuído para a formação da mesma ao trazer material orgânico à Terra e produzir sistemas hidrotermal capazes de gerar vidas", detalhou Johnson à Agência Efe.

As descobertas de ambos os cientistas respaldam o "Modelo de Nice", uma hipótese que defende que os planetas gigantes gasosos do Sistema Solar (Júpiter, Saturno, Urano e Netuno) migraram a partir de uma distribuição inicial mais compacta até suas atuais posições.

O deslocamento destes planetas originou muitos asteroides, que, posteriormente, se viram atraídos em direção ao interior do Sistema Solar. Alguns destes asteroides impactaram violentamente contra a Terra, a Lua e outros corpos, um fenômeno conhecido como bombardeio intenso tardio.

"Estes impactos geraram grandes crateras sobre a superfície lunar, que, por sinal, foram conservados muito melhor do que as da Terra. Esse fato pode apresentar uma grande quantidade de informações e compreender melhor este fenômeno", explicou Bottke.

No total, os cientistas contabilizaram na Lua 30 crateras com um diâmetro maior que 300 quilômetros e com idades que oscilam entre os 4.1 bilhões e os 3.8 bilhões de anos, mais antigos que as crateras encontradas na Terra.

Muitas crateras da superfície terrestre se perderam por causa da erosão e dos movimentos das placas tectônicas, sendo que poucas rochas dessa era sobreviveram e, por isso, os estudos de impacto de meteoritos há mais de 2 bilhões de anos possui uma maior dificuldade.

No entanto, o choque desses meteoritos fundiu algumas das rochas salpicadas que se esfriaram até se transformar em pequenos pedaços de vidro, denominadas esférulas. A partir dessas amostras, Bottke e Johnson estimaram a data do impacto, além do número e do tamanho dos asteroides.

Existem aproximadamente 20 jazidas de esférulas na Terra, que, segundo os especialistas, serão de grande utilidade para futuros.
SEGURANÇA NACIONAL

Consórcio RAFALE chega a mais de 70 acordos assinados com empresas e universidades brasileiras

Porto Alegre, 25 de abril de 2012– O Consórcio RAFALE International, formado pelas companhias francesas Dassault Aviation, Thales e Snecma - Grupo Safran, promoveu hoje, na sede da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), o seu sexto seminário, dando continuidade ao aprimoramento da proposta de transferência de tecnologia para fabricação do caça RAFALE no Brasil. Cerca de 80 empresários e representantes locais compareceram para apresentar suas perspectivas e discutir possibilidades de parcerias entre empresas e entidades gaúchas e francesas.
 
Foram assinadas quatro cartas de intenção que complementam ou ampliam o conjunto de acordos já firmados pelo Consórcio e que se somarão às mais de 70 já protocoladas com mais de 50 entidades/empresas brasileiras. A GME Aerospace, representada pelo seu diretor Diógenes Inácio, assinou carta de intenção com a Dassault Aviation, visando parcerias na área de materiais compósitos caso o RAFALE vença o programa F-X2. A TAP Manutenção & Engenharia do Brasil assinou acordo de cooperação com a Dassault Aviation no setor de manutenção de peças da aeronave de combate RAFALE. A AEL Sistemas, sediada em Porto Alegre, aproveitou a oportunidade para prorrogar sua parceria bem sucedida com a Dassault Aviation. “Esse diferencial de offsets propostos pelo Consórcio RAFALE é o que irá permitir a absorção da tecnologia brasileira. Tenho certeza que temos esse potencial para expandir nossas capacidades, e a AEL é o melhor exemplo disso”, comentou Eduardo Lourenço Rodrigues, representante da AEL Sistemas.
 
Dentre as parcerias acadêmicas, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e a Dassault Aviation assinaram um acordo que prevê futuras parcerias nos setores de pesquisa, desenvolvimento e educação. Além disso, um workshop foi realizado ontem, 24 de abril, pela UFRGS e a Dassault Aviation para discutirem juntas as áreas para possíveis parcerias, dentre elas a projetagem baseada em computação de alta performance e a simulação ou aplicação de realidade virtual em projetos da indústria aeroespacial. As áreas de cooperação visadas pela parceria também irão abranger projetos educacionais, interação com universidades francesas, intercâmbio de alunos e conexões com aglomerados industriais franceses.
 
A relação de cooperação iniciada ontem reflete a constante preocupação do Consórcio RAFALE International e de seus parceiros em estar à frente dos processos de inovação e de preparar o futuro tecnológico brasileiro, por meio do estabelecimento de parcerias privilegiadas entre referências de pesquisa e educação francesas e brasileiras, dentre elas a UFRGS.
 
A iniciativa é parte dos esforços do Consórcio, que participa com o caça RAFALE do processo de escolha da nova aeronave de combate brasileira (Programa F-X2), de dar início ao programa de cooperação industrial que integra a proposta feita ao Brasil. A França é a única concorrente do F-X2 que oferece transferência de tecnologia irrestrita ao Governo Brasileiro e a companhias e entidades locais – os projetos de offsets e transferência tecnológica cobrirão mais de 160% do valor do contrato de aquisição das aeronaves. Entre 2009 e 2011 foram realizados outros cinco eventos semelhantes, nas cidades de São Paulo, São José dos Campos, Belo Horizonte, São Bernardo do Campo e Rio de Janeiro.
 
O diretor da Dassault Aviation no Brasil, Jean-Marc Merialdo, apresentou os diferenciais do programa RAFALE e comentou os planos do Consórcio para a indústria brasileira: “Este seminário foi um importante passo para nossa relação com empresas e universidades gaúchas, dando continuidade à série de eventos realizados em 2011, que reuniram mais de 600 empresários e grandes entidades brasileiras em nome da inovação e da tecnologia de ponta na indústria aeroespacial. É mais um passo no processo único de compartilhamento de tecnologia sem restrições proposto pelo RAFALE International.segurança nacional

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Operação Uka-Uka malvinas


Partimos de Espora em dois Hercules (eu estava viajando no que transportava o ITB) e chegamos a Comodoro Rivadavia onde planejamos o voo de travessia para as ilhas. Pela noite decolamos em direção ao arquipélago, voávamos baixo para não sermos detectados por um radar inimigo. A altitude era tão baixa que a água do mar respingava no para-brisa do avião, e ele não poderia inclinar-se lateralmente para não bater com a asa no mar, a menos que subisse (algo suicida, pois seria um alvo fácil).
A cada meia hora subíamos rapidamente para realizar uma varredura de radar para detectar alguma atividade inimiga, e voltávamos para o voo rasante. Enquanto isso, estávamos voando com os olhos colados no horizonte com o propósito de identificar alguma silhueta de um navio hostil. Acredito que os elogios recebidos pelos nossos companheiros pilotos da Força Aérea e da Marinha, relacionados com a sua coragem e seu profissionalismo, são mais do que merecedores para o grau de risco enfrentado, especialmente em aviões de transporte.
Após três horas de voo fomos informados de que o aeroporto estava sob ataque e deveríamos retornar. Somente na terceira tentativa conseguimos cruzar com os dois C-130. Foram momentos de tensão e sentíamos como se estivéssemos em “um caixão voador”.
Assim que chegamos às Malvinas, nós colocamos as duas carretas em um galpão em Puerto Argentino. No dia seguinte, o almirante Otero designou os tenentes Edgardo Rodriguez e Mario Abadal para colaborar comigo na operação do sistema. Juntou-se ao grupo o tenente Carlos Ríes Centeno da reserva, que produziu o filme “A Aventura do Homem”, que estava com uma equipe de filmagem nas ilhas. Expliquei para todos o funcionamento da ITB e como proceder para efetuar lançamento.
Logo depois se juntou a Ríes Centeno o Sargento Eduardo Sanchez (do Exército Argentino) que operaria o Radar RASIT, único radar portátil disponível que poderia fornecer informações sobre o alvo, embora fosse um radar de vigilância terrestre.
O RASIT dava as informações em milésimos e o sistema do Exocet operava em graus e quilômetros. Fizemos uma tabela de conversão para poder alimentar o dados no sistema. Além disso, deveria executar outros cálculos, que também foram tabelados. A ITB era tão precária que alguns dados eram introduzidos com o auxílio de potenciômetros para ajustar o valor de cada tensão medida com um “testador”.
Como já mencionado, o sistema era transportado em duas carretas, mais uma vagão para transportar os mísseis uma vez que não podíamos deslocá-los na carreta de lançamento que havíamos previsto. Graças a uma grua montava-se sobre as carretas de lançamento. Logo em seguida, alinhava-se o eixo da carreta de lançamento e com o eixo neutro do RASIT e iniciava-se o processo de conexão de todo o sistema, acionando-se o gerador e verificando se tudo estava em ordem.
Em função do peso do sistema só era possível mover-lo pela única estrada pavimentada entre Puerto Argentino e o aeroporto. Finalmente, para colocá-lo em posição de tiro, tivemos que executar esta operação durante a noite para não atrair a atenção das pessoas.
Ao anoitecer (cerca de 1800 horas) começou a manobra de montagem, e o lançador na bateria por volta das 2100. Em torno das 4 horas da manhã começou a manobra de desmontagem para guarda-lo em um galpão, de modo que com as primeiras luzes do dia não era possível avistar a instalação (pelo que se sabe, os ingleses nunca tiveram conhecimento da existência do sistema).

No dia 6 de junho, à 0100 hora, o RASIT detectou um navio. Entramos com as informações na ITB e efetuamos todo o processo para o lançamento, mas o míssil não “saiu”. Eu realmente tive uma grande decepção, mas decidi repetir o procedimento com o segundo míssil.
Naquela circunstância não pude determinar se o problema era uma falha da ITB ou do míssil. Devido à precariedade da instalação, para a realização de um novo lançamento seu deveria esperar uns vinte minutos, tempo este tomado pelo “descarregamento” dos capacitores dos circuitos da ITB e só assim alimentar o sistema com novas informações. Em função da excitação do momento, sem esperar o tempo necessário, fizemos o segundo lançamento.
Dei-me conta de que havia se passado cerca de meia hora entre o primeiro lançamento falhado e a segunda tentativa, mas, conforme Ríes Centeno me falou alguns dias mais tarde, foram de aproximadamente cinco minutos. A adrenalina em meu cérebro fez o relógio avançar a uma velocidade inusitada. O míssil saiu, nós o vimos desaparecer pela noite, só podíamos ver a chama do bocal. Aparentemente, havia se desviado para a direita e não pudemos saber onde caiu. O concreto foi que naquele momento havíamos efetuado o primeiro disparo de um míssil MM-38 a partir de terra mas, por razões que eu não poderia determinar naquele tempo, ele não tinha adquirido o alvo.
Foi uma grande frustração. Foi provado que era possível lançar o míssil, mas eu não poderia explicar por que o míssil não tinha seguido a trajetória prevista. Quando alguns dias depois Ríes Centeno me contou o tempo decorrido entre os dois lançamentos, aí eu entendi o que estava errado. Deve-se acrescentar, informalmente, que o lançamento do míssil nos arremessou, eu e os dois tenentes, a vários metros de onde estávamos. Um deles caiu sobre uma caixa que continha todas as minhas anotações, tabelas e notas e naquela escuridão tivemos que encontrar aquela documentação perdida que havia sido espalhada.
No dia seguinte fizemos um pedido a Puerto Belgrano para que enviassem mais mísseis e alguns dias depois, recebemos outros dois.
Durante esse tempo revisei completamente o sistema e detectei que não chegava a alimentação de 400 ciclos. Com a ajuda do Sr. Sanders (da equipe de Ríes Centeno) descobrimos que um dos diodos do regulador de tensão havia queimado. Aliás, este era o único componente inglês de todo o sistema! Eu comecei a procurar por um substituto e o encontrei no Batalhão Antiaéreo do Corpo de Fuzileiros Navais (BIAA), comandado pelo capitão de corveta IM Héctor Silva, que estava posicionado em Puerto Argentino. No conjunto de sobressalentes do sistema “Tiger Cat” havia exatamente o mesmo diodo que eu precisava! Foi realmente um milagre!
Trocamos o diodo em questão e a ITB voltou a funcionar e nas noites seguintes continuamos colocando o sistema em posição e retirando-o antes do amanhecer. Assim, os dias se passaram, mas agora eram os navios britânicos que não apareciam. Eles não tinham detectado a existência do nosso sistema, mas por razões desconhecidas eles atravessavam rotas que não estavam ao alcance do nosso sistema.
Essa tensa espera gerou um momento com toque de humor ao drama da situação e que mais tarde acabou “batizando” a operação.
O tenente Rodriguez contou que, quando era guarda-marinha, foi um cansativo exercício de campo de vários dias. Certa noite um dos guardas-marinhas teve uma idéia, em tom de brincadeira, de implorar pela chuva dançando em volta de uma árvore e imitando a o som “Uka, Uka”, como fazem os índios nos filmes de Western americano. Assim seria possível suspender temporariamente o exercício. Imediatamente os guardas-marinhas começaram a dançar de acordo com o ritual descrito. O fato, segundo Rodriguez, é que no dia seguinte começou a chover torrencialmente e eles tiveram que evacuar o campo inundado, com a consequente, a suspensão do exercício.
Primeiro eu ri, mas em última análise, até como forma de combater o frio, eu aceitei a ideia e por volta das onze da noite do dia 11 de junho e na escuridão total, os tenentes Rodriguez e Abadal e um capitão de fragata que era eu, sem que ninguém nos visse, demos uma volta ao redor da ITB dançando o “Uka Uka”. Voltamos a tomar os nossos lugares na ITB sem que ninguém tivesse notado e com a promessa dos dois tenentes de que não contariam o que tínhamos feito.
Umas três horas mais tarde (não acredito em bruxas, mas …), por volta das 2 horas da manhã do dia 12 de junho, um navio entrou na zona de fogo do nosso lançador e Ríes Centeno conseguiu captar o alvo com o RASIT, informando-nos que o tinha no limite do seu alcance.
Com toda a pressa prosseguimos com o procedimento de lançamento do míssil, acompanhando o brilho do bocal na escuridão da noite. Então vimos um breve flash, que então imaginei que fosse um míssil SeaCat lançado contra o Exocet, e em seguida uma explosão que iluminou todo o horizonte e se refletiu nas nuvens baixas. O míssil tinha impactado o cruzador leve Glamorgan (posteriormente reparado e modernizado, foi transferido à Marinha do Chile).
Todas das unidades de fuzileiros navais e do Exército que estavam em posições mais elevadas viram o lançamento (na verdade era a esteira do propulsor do míssil no escuro) e, simultaneamente, todos passaram a transmitir a novidade relatada, assim momentaneamente os canais de comunicação ficaram saturados. No dia seguinte, pela noite, os ingleses não apareceram em Puerto Argentino e não houve fogo de artilharia naval.
Quando na noite seguinte quisemos reinstalar o ITB, o guindaste que utilizávamos para colocar os mísseis quebrou e, portanto, não podíamos mais entrar em posição e nós estávamos no final da guerra.
Na manhã do dia 14 de junho recebemos um forte bombardeio naval. O 5 º Batalhão de Fuzileiros Navais comandado pelo meu parceiro, então capitão de fragata Hugo Robacio, tinha esgotado sua munição e isso acontecia com quase todas as outras unidades. Quando a queda tornou-se iminente, juntamente com o tenente Rodriguez preparamos umas granadas de mão para explodir a ITB, mas o almirante Edgardo Otero, após perguntar se os britânicos tinham o sistema Exocet e diante da minha resposta que sim ele ordenou: Não destrua a ITB e eles não vão aprender nada de novo sobre o Exocet, mas verão como é que acertamos um navio e assim conhecerão a capacidade da Marinha da Argentina. (na foto abaixo um militar britânico em frente à carreta após a queda de Puerto Argentino).

Após a guerra, e tal como previsto pela Marinha, eu dei duas entrevistas para jornalistas. Para comemorar o vigésimo aniversário da guerra, um canal de TV britânico obteve permissão para entrevistar e filmar algumas das pessoas que tiveram envolvimento no conflito. Depois deles, eu tive a oportunidade de entrar em contato através de E-mail com o oficial o inglês que estava de guarda no passadiço do Glamorgan quando o navio foi atingido, e trocamos cumprimentos.
Nós também descobrimos que, como é do conhecimento público, os britânicos venderam para a Marinha do Chile um sistema chamado Excalibur (que segundo fontes francesas os ingleses haviam instalado em Gibraltar), que nada mais era do que a nossa ITB, mas de forma melhorada e não improvisada.
A derrota não é um evento desejado e é difícil superar o sentimento de raiva e impotência que é suportado, especialmente quando se sofre da humilhação de se tornar prisioneiro de guerra. O êxito técnico que significou o lançamento efetivo poderia ser uma satisfação pessoal de todos os que participaram do projeto, desde a sua criação até a sua realização, mas eu tenho, particularmente, a seguinte pergunta: o que teria acontecido se, em vez de falhar, a primeira tentativa tivesse êxito?, teria havido um efeito favorável sobre a nossa posição no futuro das circunstâncias? Ninguém pode saber ou nunca vai saber.
É meu desejo que este artigo seja uma homenagem e agradecimento a todos aqueles que de diferentes maneiras colaboraram para esta inédita experiência e também um incentivo para novas turmas de oficiais da Marinha enfrente os desafios que se apresentam as novas circunstâncias.
Finalmente, não posso deixar de agradecer aos meus dois filhos, que naquele momento se ofereceram como voluntários para ir para as Ilhas Malvinas, e minha a esposa que, além de ignorar meu paradeiro por mais de um mês, suportou, como muitas outras mães, a angústia de pensar que poderia perder seus filhos para sempre.
PODER NAVAL ..SEGURANÇA NACIONAL