sexta-feira, 11 de março de 2016

A Avibras não sabe o que é crise

Os sócios da Avibras, mais importante indústria de equipamentos militares de alta tecnologia do País, só sabem da recessão brasileira pelos jornais. A receita bruta da empresa, com sede em São José dos Campos e fábricas em Jacareí e Lorena, interior de São Paulo, cresceu 8,6 vezes entre 2012 e 2016, de 154,6 milhões para 1,33 bilhão de reais. Os números estão em valores constantes de 2015 e incluem as vendas contratadas para 2016. O aumento de 1,72 vezes no plantel de empregados, significativamente inferior ao crescimento do faturamento, indica uma elevação da produtividade.
Integrante de um mercado com crescimento proporcional às necessidades de defesa diante do aumento das tensões mundiais, a empresa registrou uma elevação significativa das exportações, naquele período, de um valor marginal para 1,25 bilhão de reais. O fator fundamental para o bom desempenho econômico é o desenvolvimento de tecnologia nacional avançada nas áreas de aeronáutica, espaço, eletrônica e veículos de defesa. “Investimos cerca de 25% do nosso faturamento em pesquisa e desenvolvimento, 15% na forma de contratos com as Forças Armadas e 10% com capital próprio”, detalha Sami Hassuani, presidente da Avibras. 
A empresa vende 20% da produção no Brasil e tem uma atuação internacional intensa. Os países emergentes são o maior mercado. A Avibras identifica dificuldades e necessidades das diferentes nações e procura oferecer produtos inovadores, sem similar nos concorrentes. A análise geopolítica e de mercado, fundamental para identificar tendências, é feita com base na participação em feiras internacionais, em projeções e estudos de publicações especializadas, no contato intenso com embaixadas do Brasil e representações diplomáticas estrangeiras e na presença constante nos mercados.
A soberania consiste em autossuficiência alimentar, energética e de defesa, dizem os especialistas. “Se um país quer ter soberania, necessita de autonomia tecnológica em defesa. O conceito de defesa deve ser um pensamento do Estado, de longo prazo, por causa do tempo e investimento exigidos para formar pessoal e desenvolver tecnologia. Só assim se alcança a soberania, que é a capacidade de, em uma mesa de negociação, dizer não”, define Hassuani. “Para isso, é indispensável ter tecnologias testadas e respeitadas.” O míssil AVTM-300, da Avibras, o cargueiro KC-390 e o avião Tucano, da Embraer, são exemplos de desenvolvimento de tecnologia própria no Brasil, segundo o empresário. 
O principal produto da Avibras é o sistema Astros, de artilharia de foguetes e mísseis, detentor de 25% do mercado mundial no segmento, participação idêntica àquela dos Estados Unidos. A Rússia vem logo atrás, com 20%, a China responde por 10% e os 20% restantes são repartidos entre Turquia, Israel e outros. Cada bateria da família Astros II é composta de seis caminhões lançadores de foguetes, mais seis veículos remuniciadores e outro com sistema de radar e meteorologia para controle de tiro. “O carro mais barato custa em torno de 1 milhão de dólares e o mais caro, cerca de 7 milhões, em razão do altíssimo valor agregado. Não somos careiros, mas muito competitivos”, diz Hassuani.
O Astros II foi empregado nos principais embates em guerras convencionais contemporâneas. A Avibras começou a desenvolvê-lo no início da década de 1980 para fornecimento ao Exército iraquiano, que conhecia a empresa por usar seus foguetes ar-solo e bombas para aviação. Antes, estudou vários sistemas de foguetes de artilharia disponíveis no mercado. O produto foi concluído em 1983 e adquirido pelos exércitos do Brasil, Iraque, Arábia Saudita, Indonésia, Malásia e Catar. O Iraque e a Arábia Saudita o utilizaram com frequência na primeira Guerra do Golfo, em 1991. O sistema Astros foi usado também pela coalizão integrada por Estados Unidos e Arábia Saudita, entre outros, no combate ao Estado Islâmico, o Isis, no ano passado, no Iêmen. 
“Os clientes precisam sentir-se seguros quanto ao desenvolvimento tecnológico dos produtos. Eles acompanham a produção. Delegações militares de países estrangeiros vêm nos visitar e ficam de boca aberta ao perceber que o País tem autonomia tecnológica total na área”, afirma o presidente da Avibras. “Fazemos diferentes auditorias encadeadas na linha de produção para garantir a qualidade”, diz Márcio Moreira, gerente da Divisão Veicular. Na produção do sistema de defesa Astros, a condição para ser independente tecnologicamente é dominar as áreas aeroespacial, de engenharia mecânico-veicular, engenharia química, eletrônica, softwares e telecomunicações. 
A empresa segue uma regra simples para decidir se deve verticalizar a produção de um componente. Se não houver ao menos três fabricantes, ela o produz internamente. “O fabricante de avião compra uma turbina de determinado fornecedor internacional e, no caso de um embargo provocado por fatores geopolíticos, pode escolher um concorrente daquele parceiro. Temos de fazer as turbinas dos nossos mísseis porque, se importássemos, correríamos o risco apontado de corte do fornecimento externo. Para afastar essa possibilidade de comprometimento das entregas de componentes críticos, temos de verticalizar ao máximo. Tornamo-nos especialistas em balancear o que fazemos em casa e o que compramos de fora”, explica Hassuani.
A verticalização ou produção própria de itens de alta tecnologia inclui, além das turbinas, o propelente com perclorato de amônia (PCA), combustível sólido que não precisa de oxigênio para queimar. A eletrônica de guiamento dos mísseis e aquela de controle de radares também são produzidas pela própria empresa, assim como as peças leves e duras de material composto carbono-carbono, incluída a tubeira, uma espécie de escapamento dos mísseis e dos foguetes. “São tecnologias antes só disponíveis nos países avançados, com acesso vetado aos países emergentes.” 
No jogo entre as nações, impede-se o acesso a uma tecnologia até o momento em que o país interessado em comprá-la passa a produzi-la por conta própria. Antes dos anos de 1990, a Avibras tinha muita dificuldade para comprar o PCA. Hoje, produz perclorato de amônia e propelentes sólidos de alta energia para aplicação em foguetes, mísseis e engenhos espaciais. É a única com essa tecnologia na América Latina e, nos Estados Unidos, só dois dos oito fabricantes de mísseis e foguetes a possuem. “Hoje, concorrentes da Avibras vendem o PCA para nós, pois agora detemos essa tecnologia. Quando você a possui, eles passam a se interessar em vender-lhe, até para a sua produção não aumentar muito e diminuir a fatia dele no mercado”, diz Carlos Augusto Pereira Lima, assessor técnico da presidência da Avibras. 
Em 2008, a indústria foi assediada por concorrentes interessados em comprar a tecnologia de combustível sólido para propulsão de foguetes. A morte, naquele ano, do fundador João Verdi Carvalho Leite, encontrou a empresa com poucos pedidos em carteira e muitos contratos por fechar. João Brasil Carvalho Leite, filho do fundador, herdou 95% do controle acionário da empresa. “Não pensamos em salvar a empresa e deixar o Brasil sem aquela tecnologia avançada. Sempre vinculamos os interesses da companhia àqueles do País. Mesmo em situações de enormes dificuldades, como em 2008, jamais abriríamos mão de permanecer aqui”, diz Hassuani. “A tecnologia tem um valor inestimável. Não só isso. Ter tecnologia é uma coisa, ter tecnologia independente é outra, totalmente diferente.” A empresa ficou em recuperação judicial entre 2008 e 2010, mas resistiu, superou a conjuntura difícil e voltou a registrar bons resultados. 
Os primeiros produtos da indústria fundada em 1961 por Carvalho Leite e outros quatro engenheiros do Instituto Tecnológico da Aeronáutica, o ITA, foram os aviões Alvorada, usado em treinamento, e Falcão, elaborados com materiais compostos, derivados da corrida espacial, considerados um avanço tecnológico mundial. Para dar conta das encomendas, a Avibras contratou 30 funcionários. O outro fabricante nacional de aviões naquele período era a Neiva.
Ainda na década de 1960, a Avibras entrou para o Programa Espacial Brasileiro, coordenado pelo Instituto de Atividades Espaciais, atual Instituto de Aeronáutica e Espaço. Foi quando desenvolveu o combustível do primeiro engenho espacial brasileiro, o Sonda I. Construiu, para o Ministério da Aeronáutica, os foguetes Sonda I, Sonda IIB e Sonda IIC, e fez o tratamento térmico do envelope metálico ou tubo externo do Sonda II, além de plataformas de lançamento. Com o avanço em novas áreas de produtos de alta tecnologia, o efetivo foi ampliado para 100 empregados. 
Entre as décadas de 1960 e 1970, começou a produzir foguetes superfície-superfície e mísseis para o Exército brasileiro, além de sistemas de foguetes ar-terra e armamentos para helicópteros da Força Aérea e da Aviação Naval da Marinha. Nos anos 1970, venceu a concorrência do governo brasileiro para a fabricação de 45 estações de comunicação com satélites, compostas de torres e antenas parabólicas, e aumentou o quadro para 300 empregados. No fim daquela década, começou a produzir bombas de aviação, produto que exigia várias tecnologias dominadas pela empresa. 
A crise econômica e industrial no início dos anos 1980 provocou a falência de diversas empresas do setor de defesa, Engesa, DF Vasconcelos e Órbita incluídas. As dificuldades foram seguidas por um período de crescimento das exportações, desenvolvimento de novos sistemas de defesa e ampliação da companhia, com novas instalações e atuação com empresas coligadas para desenvolver produtos, sistemas e serviços nas áreas civil e militar. A criação de um sistema de foguetes de artilharia para saturação de área, o Astros, e o início das exportações, possibilitaram à empresa dar um salto qualitativo e quantitativo e atingir um total de 3 mil funcionários. 
O ciclo seguinte seria de desaceleração, depois dos anos 1990, efeito da queda das encomendas e elevação dos estoques mundiais com o fim da Guerra Fria. Por causa das novas dificuldades provocadas também pelos sucessivos planos econômicos do período, a empresa pediu concordata em 1990, suspensa em 1994 com o aumento das exportações. A aposta na indústria da defesa a partir do segundo mandato de Lula impulsionou as encomendas. A manutenção da força de trabalho de alto nível, mesmo nos períodos difíceis, permitia uma retomada rápida de volumes de produção significativos. 
“Nunca descuidamos de manter o pessoal e a tecnologia decisivos. Assim, quando há uma retomada do mercado, a empresa decola”, diz Hassuani. “Somos uma empresa de engenharia que, por ser da área de defesa, tem uma razoável capacidade industrial. Precisamos ser uma empresa de engenharia para pensar o novo.” Dos quase 2 mil empregados, 350 são engenheiros ou técnicos. O salário médio na empresa é de 6,5 mil reais e, na engenharia, está acima de 10 mil reais. 
Os lançamentos em fase final do período de certificação, previstos para daqui a um ano, incluem o míssil ar-ar A-Darter, um dos mais modernos do mundo, de quinta geração. Fabricado em parceria com as empresas brasileiras Mectron e a Octoeletronica e a sul-africana Denel, pode ser usado pelos aviões de caça Gripen. Entre as próximas novidades está um míssil antinavio produzido em conjunto com a Mectron e a Omnysis, empresa de capital francês instalada no Brasil. O míssil tático de cruzeiro AV-TM300, com alcance de 300 quilômetros, lançado também do Astros, está em desenvolvimento para o Exército brasileiro. Em fase de certificação, encontra-se ainda uma aeronave de pilotagem remota denominada Falcão.
O potencial do setor de defesa brasileiro está represado por uma significativa limitação de recursos. Hoje o orçamento corresponde a 1,4% do PIB, ante 1,71%, em média, na América Latina e 2,31% nos países do bloco BRICS. O Brasil deveria destinar 2% do PIB ao setor, defende o ministro Aldo Rebelo, da Ciência, Tecnologia e Inovação. Se assim fosse, novas Avibras poderiam florescer.
SNB

quarta-feira, 9 de março de 2016

O Brasil Já Tem A Bomba Atômica

Boa tarde Brasil ,bom todos vcs aqui do g+ sabe que a 4 anos atras eu pronunciava que no Brasil ia ter uma, quebradeira econômica que ia atingi ate as bolsas de volares do mundo todo com uma crise política ,na época eu não falei que seria a Petrobras que seria o pivô desta crise financeira.agora vcs pode pergunta como vc sabia disso,,,não posso responder..
Bom mais eu vou falar uma nova vou falar pq eu sei disso pq estava no lugar certo ..isto foi no final do governo FHC na grande depressão,,do desemprego pasmem eu estava em Osasco .perto da base de comunicação do exercito brasileiro,,quando chegou um capitão e um sargento eles ficaram na posição de sentido é o sargento falou para o capitão senhor o senhor viu o que aconteceu na fronteira  uma aeronave foi abatida sim eu vi  foi uma aeronave americana com homem da CIA ele estão rastreando nossas  ogiva nuclear tem ate satélites rastreando mais nossa ogivas esta em caixa de chumbo vc viu a sigla dela perigo de radioatividade elas estão camuflada,,agora por motivo de segurança eu não vou falar a base que ela estão aqui em Osasco,,,provavelmente elas já deve esta em outros estados no minimo nos temos muitas dela já que o total na época  era de 37 ogiva nuclear  muito não sabe mais nosso pais e uma grande potencia bélica já deveria  se mostra para o mundo que nos somos uma nação como as demais só para vcs te uma idéia  ate mesmo os americanos que nos como grande aliados dele seria muito desastroso que outra nação tome o lugar dos.. EUA
BOM AMIGOS EU NÃO ESTOU DE CONVERSA FIADA AQUI o Brasil deve e pode explodi a bomba atômica para poder te respeito das nações amigas,,,,,,,ponto final    

SNB        

quinta-feira, 3 de março de 2016

Aeronáutica desenvolve processo de pintura ‘stealth’ para aviões

O Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) recebeu a carta patente de processo de pintura que permite dar mais furtividade aos aviões (dificuldade em ser identificado por radares inimigos) em janeiro deste ano. A nova tecnologia é resultado de anos de trabalho de pesquisadores do instituto, localizado em São José dos Campos (SP), e parte de um projeto iniciado em 1998 denominado MARE (Materiais Absorvedores de Radiação Eletromagnética) pela Divisão de Materiais.
“A patente é um reconhecimento pelo trabalho da equipe, da seriedade com que foi feito. É uma tecnologia nacional feita por brasileiros. É algo de orgulho, de importância”, avalia a professora Mirabel Cerqueira Rezende que esteve à frente do projeto e contou com aproximadamente 30 profissionais.
A furtividade dos aviões funciona da seguinte forma: o material que reveste a aeronave converte a energia eletromagnética emitida por radares inimigos em energia térmica, impedindo a reflexão de sinais e assim retarda a identificação dos aviões. Segundo a pesquisadora, são poucos os países do mundo que dominam esta espécie de tecnologia, pois é usada para ter soberania. França, Inglaterra, Japão e Estados Unidos, por exemplo, desenvolveram técnicas próprias para conseguir o mesmo resultado. “É um pouco difícil porque as informações são restritas. Os países que detêm essa tecnologia não a divulgam”, explica.
FAB stealth - 2
O Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) concedeu a carta patente à tecnologia intitulada “Processo para a obtenção de materiais absorvedores de radiação eletromagnética isotrópicos e anisotrópicos, utilizando partículas esféricas e filamentos de óxido de ferro policristalino, com valências Ll e Lll, na faixa de 1 Ghz a 20 Ghz”. “A concessão da patente significa que nossa tecnologia tem particularidades que a tornam única comparada com outras no mundo que permitem resultados semelhantes”, ressalta.
O desafio agora é licenciar a tecnologia para torná-la comercial. Ela pode também ser aplicada como blindagem de equipamentos eletroeletrônicos, de telecomunicações, uso médico, na aviação comercial, entre outros.
FAB stealth - 3
Processo – O Instituto de Fomento e Coordenação Industrial (IFI), um dos institutos do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), por intermédio do Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT), foi o responsável por conduzir o processo cuja patente foi depositada no ano 2000. O projeto contou com financiamento de instituições como CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) e Fapesp (Fundo de Amparo à Pesquisa de São Paulo) e apoio do laboratório de guerra eletrônica do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA).
O NIT, criado em 2006, é responsável por apoiar a transferência de tecnologias originadas nas instituições científicas e tecnológicas do Comando da Aeronáutica para o mercado, proteger a propriedade intelectual, tornar essas tecnologias acessíveis e promover a inovação tecnológica. Desde então já obteve 18 cartas patente e depositou cerca de 40 pedidos, resultado das pesquisas dos institutos do DCTA.
“A inovação efetivamente ocorre quando conseguimos transformar a nova tecnologia em produto”, afirma Renato Mussi, chefe do NIT. De acordo com ele, uma das funções do núcleo é apresentar as tecnologias descobertas pelos pesquisadores a quem estiver interessado em licenciá-las. “ A meta é transferir estas tecnologias para o setor produtivo nacional e, dessa forma, beneficiar a sociedade brasileira com a promoção efetiva da inovação tecnológica no país”, finaliza.
FONTE: Agência Força Aérea/IFI/DCTA
SNB

Avibras multiplica receitas

Os sócios da Avibras, só sabem da recessão brasileira pelos jornais. A receita bruta da empresa, com sede em São José dos Campos (SP) e fábricas em Jacareí e Lorena, cidades no interior do estado de São Paulo, cresceu 8,6 vezes entre 2012 e 2016, de R$ 154,6 milhões para R$ 1,33bilhão. Os números estão em valores constantes de 2015 e incluem as vendas contratadas para 2016. 0 aumento de 1,72 vezes no efetivo de empregados, significativamente inferior ao crescimento do faturamento, indica uma elevação da produtividade.
Integrante de um mercado com crescimento proporcional às necessidades de defesa diante do aumento das tensões mundiais, a empresa registrou uma elevação significativa das exportações, naquele período, de um valor marginal para R$ 1,25 bilhão. O fator fundamental para o bom desempenho econômico é o desenvolvimento de tecnologia nacional avançada nas áreas de aeronáutica, espaço, eletrônica e veículos de defesa. “Investimos cerca de 25% do nosso faturamento em pesquisa e desenvolvimento, 15% na forma de contratos com as Forças Armadas e 10% com capital próprio”, detalhou Sami Hassuani, presidente da Avibras.
A empresa vende 20% da produção no Brasil e tem uma atuação internacional intensa. Os países emergentes são o maior mercado. A Avibras identifica dificuldades e necessidades das diferentes nações e procura oferecer produtos inovadores, sem similar nos concorrentes. A análise geopolítica e de mercado, fundamental para identificar tendências, é feita com base na participação em feiras internacionais, em projeções e estudos de publicações especializadas, no contato intenso com embaixadas do Brasil e representações diplomáticas estrangeiras e na presença constante nos mercados. A fabricante superou um pedido de recuperação judicial e hoje exporta 80% da produção.
A soberania consiste em autossuficiência alimentar, energética e de defesa, dizem os especialistas. “Se um país quer ter soberania, necessita de autonomia tecnológica em defesa. O conceito de defesa deve ser um pensamento do Estado, de longo prazo, por causa do tempo e investimento exigidos para formar pessoal e desenvolver tecnologia. Só assim se alcança a soberania, que é a capacidade de, em uma mesa de negociação, dizer não”, define Hassuani. O míssil AV-TM300, da Avibras, o cargueiro KC-390 e o avião Tucano, da Embraer, são exemplos de desenvolvimento de tecnologia própria no Brasil, segundo o empresário.
O principal produto da Avibras é o sistema Astros, de artilharia de foguetes e mísseis, detentor de 25% do mercado mundial no segmento, participação idêntica àquela dos Estados Unidos. A Rússia vem logo atrás, com 20%, a China responde por 10% e os 20% restantes são repartidos entre Turquia, Israel e outros. Cada bateria da família Astros II é composta de seis caminhões lançadores de foguetes, mais seis veículos remuniciadores e outro com sistema de radar e meteorologia para controle de tiro. “O carro mais barato custa em torno de US$ 1 milhão  e o mais caro, cerca de US$ 7 milhões, em razão do altíssimo valor agregado. Não somos careiros, mas muito competitivos”, disse Hassuani.
O Astros II foi empregado nos principais embates em guerras convencionais contemporâneas. A Avibras começou a desenvolvê-lo no início da década de 1980 para fornecimento ao Exército do Iraque, que conhecia a empresa por usar seus foguetes ar-solo e bombas para aviação. Antes, estudou vários sistemas de foguetes de artilharia disponíveis no mercado. O produto foi concluído em 1983 e adquirido pelos exércitos do Brasil, Iraque, Arábia Saudita, Indonésia, Malásia e Catar. O Iraque e a Arábia Saudita o utilizaram com frequência na primeira Guerra do Golfo, em 1991. 0  Astros foi usado também pela coalizão integrada por Estados Unidos e Arábia Saudita, entre outros, no combate ao Estado Islâmico, o Isis, no ano passado, no lêmen.
“Os clientes precisam sentir-se seguros quanto ao desenvolvimento tecnológico dos produtos. Eles acompanham a produção. Delegações militares de países estrangeiros vêm nos visitar e ficam de boca aberta ao perceber que o País tem autonomia tecnológica total na área”, afirmou o presidente da Avibras.
Na produção do sistema de defesa Astros, a condição para ser independente tecnologicamente é dominar as áreas aeroespacial, de engenharia mecânico-veicular, engenharia química, eletrônica, softwares e telecomunicações. A empresa segue uma regra simples para decidir se deve verticalizar a produção de um componente. Se não houver ao menos três fabricantes, ela o produz internamente. “O fabricante de avião compra uma turbina de determinado fornecedor internacional e, no caso de um embargo provocado por fatores geopolíticos, pode escolher um concorrente daquele parceiro. Temos de fazer as turbinas dos nossos mísseis porque, se importássemos, correríamos o risco de corte do fornecimento externo. Para afastar essa possibilidade de comprometimento das entregas de componentes críticos, temos de verticalizar ao máximo. Tornamo-nos especialistas em balancear o que fazemos em casa e o que compramos de fora”, explicou Hassuani.
A autonomia tecnológica requer um grau elevado de produção própria. A verticalização ou produção própria de itens de alta tecnologia inclui, além das turbinas, o propelente com perclorato de amônia (PCA), combustível sólido que não precisa de oxigênio para queimar. A eletrônica de guiamento dos mísseis e aquela de controle de radares também são produzidas pela própria empresa, assim como as peças leves e duras de material composto carbono-carbono, incluída a tubeira, uma espécie de escapamento dos mísseis e dos foguetes. “São tecnologias antes só disponíveis nos países avançados, com acesso vetado aos países emergentes.”
No jogo entre as nações, impede-se o acesso a uma tecnologia até o momento em que o país interessado em comprá-la passa a produzi-la por conta própria. Antes dos anos de 1990, a Avibras tinha muita dificuldade para comprar o PCA. Hoje, produz perclorato de amônia e propelentes sólidos de alta energia para aplicação em foguetes, mísseis e engenhos espaciais.
É a única com essa tecnologia na América Latina e, nos Estados Unidos, só dois dos oito fabricantes de mísseis e foguetes a possuem. “Hoje, concorrentes da Avibras vendem o PCA para nós, pois agora detemos essa tecnologia. Quando você a possui, eles passam a se interessar em vender-lhe, até para a sua produção não aumentar muito e diminuir a fatia dele no mercado”, contou Carlos Augusto Pereira Lima, assessor técnico da presidência da Avibras.
Em 2008, a indústria foi assediada por concorrentes interessados em comprar a tecnologia de combustível sólido para propulsão de foguetes. A morte, naquele ano, do fundador João Verdi Carvalho Leite, encontrou a empresa com poucos pedidos em carteira e muitos contratos por fechar. João Brasil Carvalho Leite, filho do fundador, herdou 95% do controle acionário da empresa. “Não pensamos em salvar a empresa e deixar o Brasil sem aquela tecnologia avançada. Sempre vinculamos os interesses da companhia àqueles do País. Mesmo em situações de enormes dificuldades, como em 2008, jamais abriríamos mão de permanecer aqui”, falou Hassuani. A empresa ficou em recuperação judicial entre 2008 e 2010, mas resistiu, superou a conjuntura difícil e voltou a registrar bons resultados.
Os primeiros produtos da indústria fundada em 1961 por Carvalho Leite e outros quatro engenheiros do Instituto Tecnológico da Aeronáutica, o ITA, foram os aviões Alvorada, usado em treinamento, e Falcão, elaborados com materiais compostos, derivados da corrida espacial, considerados um avanço tecnológico mundial. Para dar conta das encomendas, a Avibras contratou 30 funcionários. O outro fabricante nacional de aviões naquele período era a Neiva.
Ainda na década de 1960, a Avibras entrou para o Programa Espacial Brasileiro, coordenado pelo Instituto de Atividades Espaciais, atual Instituto de Aeronáutica e Espaço. Foi quando desenvolveu o combustível do primeiro engenho espacial brasileiro, o Sonda I. Construiu, para o Ministério da Aeronáutica, os foguetes Sonda I, Sonda IIB e Sonda IIC, e fez o tratamento térmico do envelope metálico ou tubo externo do Sonda II, além de plataformas de lançamento. Com o avanço em novas áreas de produtos de alta tecnologia, o efetivo foi ampliado para 100 empregados.
Entre as décadas de 1960 e 1970, começou a produzir foguetes superfície-superfície e mísseis para o Exército Brasileiro, além de sistemas de foguetes ar-terra e armamentos para helicópteros da Força Aérea Brasileira (FAB)  e da Aviação Naval. Nos anos 1970, venceu a concorrência do governo brasileiro para a fabricação de 45 estações de comunicação com satélites, compostas de torres e antenas parabólicas, e aumentou o quadro para 300 empregados. No fim daquela década, começou a produzir bombas para aviação militar, produto que exigia várias tecnologias dominadas pela empresa.
A crise econômica e industrial no início dos anos 1980 provocou a falência de diversas empresas do setor de defesa, entre elas, Engesa, DF Vasconcelos e Orbita . As dificuldades foram seguidas por um período de crescimento das exportações, desenvolvimento de novos sistemas de defesa e ampliação da companhia, com novas instalações e atuação com empresas coligadas para desenvolver produtos, sistemas e serviços nas áreas civil e militar. A criação de um sistema de foguetes de artilharia para saturação de área, o Astros, e o início das exportações, possibilitaram que a empresa desse um salto qualitativo e quantitativo e atingisse um total de três mil funcionários.
O ciclo seguinte seria de desaceleração, depois dos anos 1990, efeito da queda das encomendas e elevação dos estoques mundiais com o fim da Guerra Fria. Por causa das novas dificuldades provocadas também pelos sucessivos planos econômicos do período, a empresa pediu concordata em 1990, suspensa em 1994 com o aumento das exportações. A aposta na indústria de defesa a partir de 2007 impulsionou as encomendas. A manutenção da força de trabalho de alto nível, mesmo nos períodos difíceis, permitia uma retomada rápida de volumes de produção significativos.
“Nunca descuidamos de manter o pessoal e a tecnologia decisivos. Assim, quando há uma retomada do mercado, a empresa decola”, afirma o presidente Hassuani. “Somos uma empresa de engenharia que, por ser da área de defesa, tem uma razoável capacidade industrial. Precisamos ser uma empresa de engenharia para pensar o novo.” Dos quase dois mil empregados, 350 são engenheiros ou técnicos. O salário médio na empresa é de R$ 6,5 mil  e, na engenharia, está acima de R$ 10 mil.
Os lançamentos em fase final do período de certificação, previstos para daqui a um ano, incluem o míssil ar-ar, A-Darter, um dos mais modernos do mundo, de quinta geração. Fabricado em parceria com as empresas brasileiras Mectron e a Optoeletronica e a sul-africana Denel, pode ser usado pelos aviões de caça Gripen. Entre as próximas novidades está um míssil antinavio produzido em conjunto com a Mectron e a Omnysis, empresa de capital francês instalada no Brasil.
O míssil tático de cruzeiro AV-TM300, com alcance de 300 quilômetros, lançado também do Astros, está em desenvolvimento para o Exército Brasileiro. Em fase de certificação, encontrasse ainda uma aeronave de pilotagem remota denominada Falcão.
O potencial do setor de defesa brasileiro está represado por uma significativa limitação de recursos. Hoje o orçamento corresponde a 1,4% do PIB, ante 1,71%, em média, na América Latina e 2,31% nos países do bloco BRICS. O Brasil deveria destinar 2% do PIB ao setor, defende o ministro Aldo Rebelo, da Ciência, Tecnologia e Inovação.
Ivan Plavetz
SNB

CENTRO DE LANÇAMENTO DE ALCÂNTARA CONCLUI MODERNIZAÇÃO DE RADARES

 A modernização dos radares Atlas e Adour do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), em Alcântara (MA) foi concluída no último dia 19 de fevereiro. O serviço foi responsável por colocar os radares que apoiarão as atividades do Programa Espacial Brasileiro (PEB) no estado da arte em termos de meios de solo.
Os principais subsistemas modernizados foram o servomecanismo, a telemetria e a codificação angular, além do sistema de recepção de média frequência.
Com a modernização dos subsistemas dos radares, realizada pela empresa Omnisys, tem-se como resultado o aumento da capacidade operacional e da confiabilidade dos dados de lançamentos realizados a partir do CLA. A atual configuração permite também que os radares contribuam com outras missões deste centro.
O trabalho desenvolvido ainda permite que o Centro possa ter novas peças de reposição, visando a uma correta manutenção e conservação do Sistema por muitos anos. O Sistema pode evoluir ainda mais no futuro com novas funções, por meio da tecnologia utilizada e o domínio total da equipe técnica brasileira.
O engenheiro Carlos Alberto Santos Garcês, um dos responsáveis pela operação dos radares e fiscal do contrato assinado em 2012, destaca que o alto grau de precisão dos radares possibilita “que acompanhemos as passagens de engenhos espaciais sem dificuldades”.
Para celebrar a assinatura do Termo Circunstanciado de Recebimento Definitivo, as equipes do CLA realizaram o rastreio da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) – confira imagem abaixo.
A previsão é que os radares sejam utilizados novamente em outubro próximo na Operação Rio Verde, quando será lançado o foguete VSB-30 com a carga útil MicroG-2, com experimentos financiados pelo Programa Microgravidade, da Agência Espacial Brasileira (AEB).
Coordenação de Comunicação Social
Foto: Divulgação/AEB 
SNB

Vídeo promocional do caça sino-paquistanês FC-1/JF-17


Parece incrível que a China e o Paquistão tenham conseguido criar um caça a partir do MiG-21 que tem performance superior ao F-5 e quase a mesma do F-16.
O desenvolvimento do FC-1/JF-17 custou cerca de US$ 500 milhões, cada avião do Block 1 custa US$ 15 milhões e do Block 2, US$ 25 milhões.
O jato usa aviônica de arquitetura aberta, de procedência italiana, francesa e britânica. O sistema fly-by-wire foi programado em linguagem C++, no lugar da ADA, para facilitar o desenvolvimento e manutenção.
O Block 2 tem capacidade de reabastecimento em voo, aviônica melhorada, emprega mais materiais compostos em sua fabricação e tem maior capacidade de armas. O Block 3 deverá ter radar AESA, HMD e uma versão biposto.
SNB

EUA e Reino Unido espionaram aviões não tripulados e programas de mísseis de Israel

Agências de inteligência dos Estados Unidos e do Reino Unido conseguiram quebrar a criptografia de transmissões de drones da Força Aérea de Israel e por muitos anos observaram o que os veículos aéreos não tripulados (UAV) transmitiram para os seus operadores.
Os norte-americanos e britânicos também foram capazes de quebrar a criptografia de outros sistemas de defesa de Israel, como os caças F-16, o projeto de defesa antimísseis Arrow e satélites militares de Israel.
A violação foi revelada pela primeira vez em documentos e fotos vazadas pelo ex-analista da CIA e NSA Edward Snowden, e foram publicados ao mesmo tempo, pelo The Intercept,Der Spiegel e Yedioth Ahronoth no final de janeiro de 2016.
A divulgação dos documentos causou um clamor internacional, e as autoridades israelenses chamaram a operação de espionagem anglo-americana de “um duro golpe para a nossa segurança.”
De acordo com os documentos, Israel está operando uma grande frota de UAVs. Estes drones coletam inteligência sobre a Faixa de Gaza, na Cisjordânia, e em todo o Oriente Médio, e até mesmo têm sido usados para coletar inteligência para um possível ataque israelense ao Irã. Pelo menos dois modelos destes UAVs estão armados com mísseis e bombas utilizadas para assassinatos seletivos. As aeronaves operam a partir de bases em Israel, incluindo Tel Nof, Palmachim e Ein Shemer.
Os documentos fornecem um olhar sobre o mundo de segredos de Israel: a sua lista de alvos, objetivos, preferências e capacidades, bem como uma visão através dos olhos de Israel sobre seus inimigos. Com efeito, EUA e o Reino Unido têm desfrutado de capacidades avançadas de inteligência de Israel, vendo tudo o que Israel vê.
De acordo com um oficial sênior da inteligência: “É um tremor de terra. Isso significa que, eles nos despiram e, não menos importante, provavelmente significa que nenhuma das nossas ações de comunicação criptografadas é verdadeiramente segura para eles. Este é o vazamento mais grave na história da inteligência israelense”.
Nome código: Anarquista
Esta enorme operação anglo-americana de inteligência está em andamento desde 1998. Seu objetivo é quebrar os códigos e interceptar a transmissão de grandes poderes militares no Oriente Médio, suas forças aéreas e os seus sistemas de armas avançados e radares. As agências de inteligência americana e britânica foram capazes de quebrar as criptografias em sistemas de combate e de vigilância avançados usados pelo Hezbollah, Egito, Turquia, Irã e Síria, mas a maioria dos recursos e esforços por trás da operação, de codinome “Anarquista”, foi investida contra Israel.
A operação foi executada pela NSA americana (National Security Agency) e seu homólogo britânico, GCHQ (Government Communications Headquarters), a partir de duas bases: Menwith Hill, na Grã-Bretanha, uma base de vigilância conjunta usada tanto pelo Reino Unido e EUA, e da Base da Royal Air Force nas Montanhas Troodos, o ponto mais alto no Chipre. Esta é uma base enorme, cheia de antenas e aparatos de intercepção e de decodificação, alguns localizados em locais subterrâneos profundos.
A extensão da operação Anarquista é descrita nos arquivos que Edward Snowden obteve da NSA. Os arquivos incluem screenshots de vídeos gravados durante as operações dos drones, que documentam tudo o que as câmeras visualizaram. Entre os arquivos também estão apresentações em PowerPoint e memorandos internos e ordens – aparentemente para e de altos comandantes – sobre o progresso da operação.
Em alguns dos casos, os técnicos e analistas da Anarquista sabiam como determinar onde as imagens foram filmadas, decodificando uma parte especial da transmissão entre a aeronave e a base, em que o drone “atualiza” a base dizendo para onde ele foi. Assim, por exemplo, em 24 de junho de 2009, a base de Chipre documentou o movimento de UAVs israelenses perto de Nablus, e perto da aldeia palestina de Azzun. Em abril de 2010, eles identificaram drones perto de Attil.
Espionando Netanyahu
Depois do desastre do Comando Naval de 1997, em que 12 comandos foram mortos durante uma missão para assassinar um oficial sênior no Movimento Amal, Hassa Nasrallah afirmou que a emboscada que levou à morte dos comandos não foi coincidência, mas ocorreu com base em dados de uma operação planejada de inteligência. A IDF zombou de Nasrallah, dizendo que ele estava mentindo e que não havia nenhuma maneira dele saber sobre as principais operações secretas dos comandos navais. Mas acontece que na verdade Nasrallah estava certo. Com um sorriso arrogante, mais tarde ele apresentou fotos feitas a partir de drones numa conferência de imprensa, quando estavam vigiando a costa da Síria nas semanas antes do ataque.
O Hezbollah podia interceptar comunicações dos drones e descobrir quais áreas a IDF estava mostrando interesse em particular.
Na esteira do desastre do Comando Naval, a IDF investiu “esforços e recursos sem precedentes”, segundo um funcionário familiarizado com o assunto, a fim de criptografar a frequência das transmissões entre os drones e a base. Isso estava acontecendo, enquanto o UAV foi se tornando uma das principais ferramentas, se não a central, usada pelo sistema de defesa de Israel para recolher informações e lançar operações especiais. Não há quase nenhuma operação na IDF hoje, nem muitas operações em outras agências de inteligência, em que um drone não seja empregado em alguma parte.
Só que agora se vê que esses esforços foram em vão, pelo menos quando se trata dos EUA e a Grã-Bretanha, que foram capazes de quebrar a criptografia sofisticada. Um documento de inteligência britânico de 2008 afirma com entusiasmo que “este acesso (à frota de drones de Israel) é indispensável para a manutenção de uma compreensão da formação militar israelita e operações e, portanto, uma visão interna sobre possíveis desenvolvimentos futuros na região.” O documento afirma ainda que “em tempos de crise este acesso é crítico e um dos únicos caminhos para fornecer informações e apoio atualizado quase em tempo real para nós e aliados nas operações na área.” O documento, é claro, não lida com o fato de que Israel também está entre os aliados.
Os documentos mostram que os EUA investiram muito esforço para monitorar os preparativos israelenses para um possível ataque ao Irã. Os documentos também mostram a imensa preocupação norte-americana que Israel, durante o mandato do primeiro-ministro Netanyahu, decida fazer movimentos militares significativos na região, sem coordenação com os EUA, o que poderia levar à instabilidade.
Wall Street Journal revelou que os EUA não pararam de espionar Netanyahu e seus assessores próximos, apesar da decisão do Presidente Obama, na esteira dos vazamentos de Snowden, de parar de espionar líderes de estados amigos.
De acordo com um ex-alto funcionário na comunidade de inteligência americana, o presidente Obama “ordenou continuar, ainda mais vigorosamente, a espionagem de vários líderes, principalmente Netanyahu. Nós todos entendemos o que essa ordem significava: Obama não vê Netanyahu como um líder amigável.”
Os novos documentos só servem para fortalecer ainda mais o relatório do Wall Street Journal, e revelam que, desde 2009, pelo menos, os EUA não só espionam o primeiro-ministro de Israel e seu círculo próximo com um escopo em constante expansão, mas também tem trabalhado para recolher informações particularmente confidencial sobre as operações das IDF e da comunidade de inteligência sobre os assuntos mais sensíveis.
Instruções da sede londrina de inteligência para os técnicos anarquistas eram claras. Por exemplo, em 29 de julho de 2008, uma ordem foi recebida para acompanhar as operações de drones israelenses nas Colinas de Golã, na Faixa de Gaza, na Cisjordânia e nas fronteiras do Líbano e da Síria. Operações nestas áreas eram importantes, “para que as avaliações sejam feitas sobre possíveis ações a ocorrer.”
Em outra parte é dito que as operações contra os drones israelenses devem alertar os americanos e britânicos do “início das hostilidades entre Israel e Hamas … a nossa capacidade de recolher e acompanhar e relatar essa atividade é importante para a detecção inicial que forneça indícios para qualquer ataque potencial preventivo ou ataque de retaliação contra o Irã “.
Além disso, o documento afirma, que Israel “fornece a muitos países os seus UAVs”, como a Índia, e as operações e as capacidades de seus drones devem ser monitoradas. Os americanos e os britânicos estavam interessados em saber exatamente que tipo de radar tinha sido montado nesses drones, e não necessariamente por considerações de inteligência – e possivelmente também por considerações comerciais.
Armamento secreto
Os escritores do site The Intercept Cora Currier e Henrik Moltke, informaram que o censor da IDF reforça uma política rigorosa sobre a mídia israelense, impedindo quaisquer informes sobre o uso de drones armados como uma parte central de seus assassinatos seletivos nos territórios, a não ser quando citam mídia não-israelense . Desta vez, a reportagem do site fornece prova inequívoca na forma de documentos internos e fotos da Operação Anarquista.
Algumas das fotos tiradas pelo UAV Heron (Eitan), durante a descolagem e aterragem, apresentadas pela primeira vez, mostram claramente mísseis ligados às asas do drone. De acordo com as suas especificações, ele também é capaz de transportar uma carga útil de até uma tonelada. É um grande e poderoso drone, mais ainda do que o Reaper – o maior drone na frota americana. Pieter Wezeman, pesquisador sênior do Sipri – Stockholm International Peace Research Institute, confirmou ao The Intercept que é possível que as imagens mostram drones que podem transportar cargas úteis.
“As imagens oferecem evidência visual rara para apoiar relatos de que Israel voa drones de ataque – um segredo revelado que o governo israelense não vai reconhecer”, conclui oThe Intercept.
O drone Hermes 450 foi vendido para vários outros países, e foi até mesmo utilizado pelas forças britânicas no Afeganistão e pela Patrulha de Fronteira americana na fronteira mexicana. Em agosto de 2009, os técnicos anarquistas documentaram um grande aumento nas operações com drones israelenses na Faixa de Gaza, durante as quais Israel bombardeou um dos túneis que o Hamas havia cavado na fronteira Israel-Egito. Três militantes do Hamas foram mortos no ataque.
Não foram apenas as transmissões de drones que foram decifradas, interceptadas e documentadas. Em 3 de janeiro de 2008, enquanto os pilotos da IAF estavam realizando uma série de ataques contra alvos do Hamas na Faixa de Gaza, eles não tinham consciência do fato de que alguém mais estava sentado no cockpit com eles. Esta foi a primeira vez que os americanos e os britânicos conseguiram decifrar transmissões de jatos F-16 israelenses e visualizar tudo o que os pilotos podiam ver. O boletim interno da NSA disse orgulhosamente ao seu punhado de leitores que os analistas da organização foram capazes de quebrar as transmissões que “mostraram um alvo no chão sendo rastreado.” Naquele dia, nove palestinos foram mortos em ataques israelenses em Gaza.
Chris Woods, especialista de renome mundial sobre a guerra de drones, disse ao The Intercept que “há uma boa chance de que estamos olhando para as primeiras imagens de um drone israelense armado no domínio público.” De acordo com Woods “é incrível que demorou 12 anos desde o primeiro relato de um ataque de drone israelense em 2004, até que estas fotos viessem à tona.” Em 2012, um analista de inteligência britânico relatou “registros regulares de Heron TP (drones) portando armas.”
Além disso, foi revelado que os EUA e o serviço de inteligência do Reino Unido estavam monitorando o míssil Black Sparrow, o míssil-alvo utilizado pelo programa de defesa antimísseis Arrow. Isto permitiu aos norte-americanos e britânicos reunir valiosa inteligência sobre o Black Sparrow.
O Black Sparrow é um míssil alvo lançado a partir de aviões F-15 e, em sua versão mais comum simula o lançamento e da trajetória de voo de um míssil balístico ou um míssil de cruzeiro. O Black Sparrow é produzido pela Rafael Advanced Defense Systems junto com a Raytheon americana. O trabalho do míssil é simular mísseis para testes do Arrow e, também outros mísseis usados contra Israel. Por exemplo, a IDF informou que durante um teste especial realizado em 1 de Abril de 2015, o sistema de defesa antimísseis David’s Sling foi capaz de interceptar um míssil Black Sparrow em voo.
O monitoramento do Black Sparrow era parte de uma sub-operação da Anarquista, que recebeu o codinome “Runway”.
Os documentos revelam muitos detalhes técnicos utilizados pelos computadores poderosos na Grã-Bretanha, juntamente com antenas da base em Chipre, a fim de interceptar transmissões dos drones e como os analistas de lá descobrem a forma de codificação de cada transmissão pelo tipo, a fim de decodificá-la da melhor maneira possível.
Mas ao lado de uma extensa capacidade das agências de inteligência, foi revelado que uma parte do processo de decodificação é feito com qualquer software “off-the-shelf” comercial que pode facilmente ser obtido e operado. Um documento intitulado “ISUAV Video Descrambling”, que inclui instrução a novos soldados estacionados na base, lista os programas de decodificação de vídeo que devem ser usados a fim de melhorar a qualidade da imagem, incluindo o AntiSky e Image Magic.
Der Spiegel questionou em uma de suas edições sobre um recente acordo assinado entre a Israel Aerospace Industries, Airbus e o Ministério da Defesa alemão para a locação de UAVs Heron TP para as operações do Exército Alemão, alegando que a partir de agora todas as atividades alemãs poderiam ser expostas às agências de inteligência americana e britânica. Autoridades alemãs disseram em resposta que pretendem usar um sistema de criptografia diferente.
Os documentos da Operação Anarquista também expõem a intercepção em larga escala de transmissões do Hezbollah, da Síria e da Forças Aérea do Irã. Assim, por exemplo, os técnicos anarquistas monitoraram drones iranianos Ababil III voando sobre a Síria como parte da ajuda do Irã ao regime de Assad. Esta informação foi imediatamente passada à Casa Branca. Um pouco mais tarde, os técnicos anarquistas receberam ordens dos comandantes em Washington de que há “interesse presidencial em mais amostras do Regime lançando ataques contra a população geral.”
Mais tarde, autoridades norte-americanas não identificadas vazaram à imprensa que os EUA têm prova inequívoca de que o Irã estava fornecendo ajuda militar à Síria, o que na época era uma notícia dramática. Um relatório de inteligência britânico a partir de 2009 determinou que “o Irã também tem uma indústria de UAV eficaz e sua tecnologia foi exportada para uma série de organizações terroristas.”
FONTE: www.ynetnews.com
SNB 

sábado, 13 de fevereiro de 2016

Centro de Comando Militar liga Moscou ao mundo

Não é novidade que as Forças Aéreas russas realizam tarefas militares a milhares de quilômetros das fronteiras do país. Desde 2014, porém, todas as ordens passaram a ser recebidas a partir do Centro de Controle de Defesa Nacional (CCDN), em Moscou, que responde pela coordenação das forças, planejamento de operações e alocação dos recursos necessários.
Localizado em um bairro central tradicionalmente ocupado por prédios da era soviética, o CCDN foi criado na base das antigas instalações do Comando Central do Estado-Maior da URSS, que que monitora as ameaças, lançamentos de mísseis balísticos e implantação de armas nucleares.
“É um dos maiores projetos militares russos dos últimos anos”, diz o diretor do centro e tenente-general Mikhail Mizintsev. “O análogo mais próximo é a sede do comandante durante a Segunda Guerra, que centralizava o controle da máquina militar e da economia soviética no conflito.
O complexo de edifícios à margem do rio Moscou dá, entretanto, pouca ideia do verdadeiro tamanho da estrutura, já que a maioria das instalações estão localizadas no subsolo e protegidas por uma camada espessa de concreto para resistir a uma ogiva nuclear.
Com heliportos e 1.500 km de túneis, corredores e outras linhas de comunicação que garantem a operação do centro sob quaisquer condições, o CCDN também é usado para supervisionar a produção de equipamentos militares e petróleo e monitorar as condições climáticas.
100% Made in Russia
O complexo tem vários centros de dados cuja capacidade, segundo Mizintsev, é maior do que a do Pentágono dos Estados Unidos. Por meio deles, os controlam treinamentos, as forças de dissuasão nuclear e a vida diária no Exército. 
Além disso, os computadores do CCDN, que utilizam apenas tecnologias russas, são capazes de simular situações de emergência, e os moderno sistema de comunicação permite transferir as ordens para o campo com agilidade.
Tripulantes de caça Su-30 se preparam para decolar de base russa em Hmeimim, na Síria Foto: Dmítri Vinogradov/RIA Nôvosti
SNB

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Sucesso dos caças Su-35 na Síria atrai novos compradores

O sucesso dos caças russos Su-35 em operações antiterroristas na Síria está cada vez mais aumentando o interesse pela aeronave no mercado mundial de armamentos, revelou à Sputnik o diretor do Centro de Análise do Comércio Mundial de Armas (CAWAT - na sigla em inglês), Igor Kortochenko.

Vale lembrar que em 1º de fevereiro o ministério da Defesa da Rússia confirmou o envio de quatro Su-35 para a base de Hmeymim, na Síria, para integrar operações russas de combate ao terrorismo no país árabe. Na opinião de especialistas, os principais objetivos desse envio seriam de testar as aeronaves em intensas condições de combate e de promover o novo equipamento para potenciais compradores.

Segundo revelou Kortochenko, atualmente, um dos maiores interessados na compra desses caças russos é a Indonésia. O seu ministro da Defesa, Riamizarda Riachudu, teria dito que o país pretende assinar com a Rússia um contrato para a compra de 10 Su-35 já em março deste ano.

O Su-35 é hoje um dos melhores aviões no mercado mundial de caças multifuncionais. O interesse para esta máquina está em alta, inclusive, por conta de sua participação em operações da aviação russa na Síria, onde vem demonstrando grandes qualidades de combate" – disse o especialista.
"Levando em conta a situação na região da Ásia-Pacífico como um todo, a corrida armamentista que se desdobrou por lá, fica claro que a Indonéisa, que já possui uma frota de caças russos da marca Su, decidiu expandí-lo e aumentar as capacidades da sua Força Aérea, inclusive, por conta da compra dos Su-35. Caso o contrato for firmado, será uma escolha excelente. Isso permitirá assegurar ainda mais a defesa do espaço aéreo da Indonésia" – destacou Kortochenko.

Nas suas palavras, o novo caça de geração 4++, Su-35, é "uma excelente plataforma de combate e, a princípio, um dos melhores caças de série fabricados hoje no mundo".
O especialista lembrou ainda que o primeiro contrato para o fornecimento de Su-35 pela Rússia foi assinado recentemente com a China.
Desenvolvido pela fabricante russa Shukhoi, o Su-35 é um caça de geração 4++, sendo uma versão modernizada do Su-27. Equipado com tecnologia stealth (de invisibilidade), o avião é capaz de desenvolver velocidades de até 2.800 km/h. Em 2016, as Forças Armadas da Rússia deverão receber um total de 14 unidades desta aeronave.
SNB

Rússia planeja construir novo avião militar para transportar tanques

Os projetistas de aeronaves russos estão desenvolvendo um avião supersónico de carga, capaz de transportar tanques para o campo de batalha. O conceito geral deste gigante voador deverá estar pronto antes dos finais deste ano.

Este avião de transporte pesado, apelidado de PAK TA (Aeronave de Transporte Perspetivo), será capaz de voar a velocidades supersônicas de até 2.000 km/h, transportar até 200 toneladas e têm um alcance de 7.000 km.

Até 2024 serão construídos oitenta aviões deste tipo, o que tornará possível transportar 400 tanques pesados ou 900 veículos blindados ligeiros para o campo de batalha muito mais rápido do que nunca.
O projeto está sendo desenvolvido pelo centro aeronáutico Ilyushin.
O projeto do PAK TA, que já está em curso há vários anos, deve substituir a atual frota de cargueiros aéreos pesados russos — Antonov An-22 Antei, com uma capacidade de carga de 60 toneladas, e Antonov An-124 Ruslan, que pode levantar 120 toneladas de carga.
A única aeronave que pode transportar uma quantidade comparável de peso é o Antonov An-225, que foi construído para o programa Buran, o ônibus espacial soviético.


SNB