quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

EN165 - Operação Guarani 2012

Exército apresenta simulador nacional de guerra eletrônica


Brasília, 22/01/2013 – Uma nova iniciativa para conter ameaças virtuais está em andamento no âmbito da Defesa Nacional. Nesta terça-feira, pela manhã, o Exército Brasileiro apresentou o Simulador Nacional de Operações Cibernéticas (SIMOC) – software que cria e planeja treinamentos em um ambiente de rede. A ferramenta está inserida nos pilares da Estratégia Nacional de Defesa no que diz respeito ao desenvolvimento de equipamentos e plataformas de guerra eletrônica.
O SIMOC foi produzido pela empresa de tecnologia da informação Decatron e custou R$ 5 milhões. Ele funciona a partir de acesso por login e senha. Depois dessa etapa, o usuário pode escolher reproduzir uma rede de computador já existente ou criar uma nova. Logo após, é necessário definir o comportamento da rede e estabelecer os treinamentos que serão realizados. O software permite, ainda, a emissão de relatórios técnicos com o andamento de todas as operações realizadas no ambiente virtual.
De acordo com o comandante do Centro de Comunicações e Guerra Eletrônica (CCOMGEX), general Antonino dos Santos Guerra, “este é um dos projetos mais importantes desenvolvidos pelo órgão”. Durante a apresentação, que aconteceu no auditório do centro, o general destacou que o simulador “é uma solução que promove a tecnologia nacional e ajuda a aumentar o PIB [Produto Interno Bruto] do Brasil”.
O sócio-diretor da Decatron, Carlos Rust, explicou que o processo de desenvolvimento do SIMOC teve início há um ano e empregou diretamente 30 profissionais brasileiros. Para ele, é importante ter um simulador nacional que prepara o país para a defesa virtual e é “melhor do que os internacionais”.
Entre as diferenças com os softwares do gênero no exterior, o simulador nacional é flexível, pois possibilita a criação de cenários de guerra eletrônica. Isso não acontece com os outros equipamentos do mercado, que trazem cenários já fixos.
O sistema foi criado com base em experiências internacionais, já que as Forças Armadas estão envolvidas nesse tipo de projeto “em todos os países do mundo”, destacou o general Santos Guerra.
Participaram do evento de hoje o comandante do Centro de Instrução de Guerra Eletrônica (CIGE), órgão interno do CCOMGEX, tenente coronel Márcio Ricardo Fava; o gerente executivo da Decatron, Bruno Mello; e demais autoridades militares.
Treinamento
No ano passado, 24 oficiais superiores do CCOMGEX realizaram curso de seis meses onde operaram o Simulador Nacional de Operações Cibernéticas e estão, assim, capacitados para atuar contra as ameaças virtuais do país. Entre elas estão hackers e grupos que se organizam para atacar sites e chamar atenção para causas específicas, além de crimes, espionagem e guerra cibernética.
Para este ano, está previsto mais um curso, mas desta vez com uma turma de sargentos do Exército. No entanto, conforme explicou o general, o SIMOC pode ser utilizado de forma remota, aumentando seu escopo de atuação para outras instituições militares no país. “Só é preciso que um instrutor vá até o local a fim de coordenar as atividades do simulador”, afirmou.
A tecnologia está disponível para faculdades e centros de ensino interessados, mas “é necessário que se tenha cuidado com quem se treina”, ponderou o comandante do CCOMGEX.
SNB

Marinha lança concurso para base antártica


FÁBIO GRELLET / RIO - O Estado de S.Paulo
A Marinha do Brasil e o Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB) lançam hoje no Rio um concurso para selecionar o projeto arquitetônico das novas instalações da estação científica mantida pelo governo brasileiro na Antártida. Inaugurada em 1984, a Estação Antártica Comandante Ferraz foi destruída por um incêndio em 25 de fevereiro de 2012. O fogo consumiu cerca de 70% das instalações e matou 2 militares.
A construção da nova estação deve consumir cerca de R$ 100 milhões, do projeto à sua inauguração. Qualquer arquiteto brasileiro ou estrangeiro associado a um escritório brasileiro poderá participar. As inscrições vão de 28 de janeiro a 14 de março. Ainda não foi divulgada a data em que o resultado será anunciado.
A licitação para escolher a construtora deve ser promovida neste ano. A obra deve começar em novembro e se estender por dois anos.
O projeto arquitetônico precisa respeitar vários critérios (a energia utilizada na estação deve provir de fonte renovável, por exemplo) e propor soluções para desafios como conforto térmico, armazenamento de lixo e sistema de segurança eficaz.
A nova estação deve ser um pouco maior que anterior, que ocupava 3 mil metros quadrados. "A ideia é de que a estação se torne uma referência, principalmente em relação aos aspectos de inovação tecnológica de projeto e dos sistemas como um todo", diz o arquiteto Sérgio Magalhães, presidente do IAB.
Localizada na Ilha Rei George, na Baía do Almirantado, a estação foi criada para estudos do ambiente antártico, por meio de um programa de pesquisas do governo federal. A desmontagem da parte da base destruída pelo incêndio terminou em 12 de janeiro.
SNB

Fase terrestre da luta começa com domínio de duas cidades


O Estado de S.Paulo
Cenário Roberto Godoy
A luta está no chão do Mali, e já produz resultados importantes, embora a operação efetivamente tenha começado apenas dois dias atrás. Posicionando as tropas, a força francesa e malinesa tomou duas cidades até então em poder dos rebeldes jihadistas, Diabaly e Douentza. Os franceses permanecem fora da área urbana. Funcionários do Mali assumiram a administração. Ontem começou a caça aos extremistas, em direção aos desertos do norte e às savanas do sul. É uma linha e tanto. Estão em ação cerca de 900, dos 1.700 soldados - combatentes da infantaria aerotransportada, dos regimentos de fuzileiros navais e dos grupos especiais, antiterror e de inteligência. Na França e, com certeza, nas bases estrangeiras, há outros 800 militares em alerta laranja - "prontos para embarcar em até 40 minutos, após a condição passar para o vermelho", disse ontem ao Estado uma fonte do Ministério da Defesa, em Paris.
O contingente mobilizado utiliza a versão mais recente dos blindados Sagaie, veículo 6x6 armado com canhão de 90 mm. Rápido e de baixo custo. Foi projetado para o cenário áspero da região; pesa 8,3 toneladas e leva 3 tripulantes. O pessoal circula a bordo de caminhões protegidos e nos couraçados leves com capacidade para abrigar até 9 soldados (mais motorista e artilheiro), levando um canhão de tiro rápido de 20 mm, que é acionado da torre de comando por um sistema digital. As maiores façanhas, todavia, estão sendo feitas até agora, no ar. Os quatro caças supersônicos Rafale, do mesmo tipo oferecido à Força Aérea Brasileira na escolha F-X2, chegaram ao teatro de operações já cumprindo uma missão complicada - saíram de Saint-Dizier, no nordeste da França, e voaram por 9 horas até o Mali, realizando reabastecimentos em voo. Algo equivalente a decolar do Rio Grande do Sul para bombardear alvos na fronteira da Amazônia a altura de Roraima.
Os aviões lançaram cargas AASM, uma família de bombas inteligentes de 125 kg e 250 kg, com alcances entre 15 km e 55 km. Foram usadas também as GBU-12, de alta precisão. Os objetivos visados - depósitos logísticos, centros de treinamento - foram destruídos. Os Rafale, com os mais antigos Mirage-2000D, estão instalados em N'Djamena, capital do Chade. Ao menos uma aeronave de inteligência coleta informações na área. Os extremistas empregam, de forma desigual, armamento escoado dos arsenais da Líbia durante a guerra que eliminou o regime de Muamar Kadafi. São picapes civis, sobre as quais foram adaptados canhões leves e lançadores de foguetes. Mas há também mísseis antiaéreos russos. Fáceis de usar e 
eficientes.
SNB

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Crise no Mali: separatismo, golpe, terrorismo e intervenção

No dia 11 de janeiro de 2013, a França iniciou uma intervenção militar no Mali para conter o avanço de grupos terroristas atuantes no norte do país africano. A situação, que é vista com cuidado e apreensão pelas lideranças ocidentais, remonta não apenas ao passado recente de crise política malinense como também ao histórico da formação de movimentos islâmicos na África OcidentaEx-colônia francesa independente desde 1960, o Mali é um país pobre e sem acesso ao mar. Ele se divide basicamente em duas porções: a do sul, mais densamente urbanizada e povoada; e a do norte, predominantemente desértica e esparsamente ocupada. O norte é a região dos tuaregues, grupo étnico que possui um histórico separatista do governo central da capital Bamako, localizada ao sul, próximo à fronteira com a Guiné.
Ex-colônia francesa independente desde 1960, o Mali é um país pobre e sem acesso ao mar. Ele se divide basicamente em duas porções: a do sul, mais densamente urbanizada e povoada; e a do norte, predominantemente desértica e esparsamente ocupada. O norte é a região dos tuaregues, grupo étnico que possui um histórico separatista do governo central da capital Bamako, localizada ao sul, próximo à fronteira com a Guiné.
Embora o país viesse sendo elogiado pelo amadurecimento da democracia no final do século passado, o Mali passou por uma grave política em 2012. Setores do Exército rebelaram-se contra o governo do presidente Amadou Toumani Tourré e, em março, forçaram sua renúncia e declararam inválida a Constituição. Para conter a crise, os militares apoiaram a formação de um governo provisório, ainda sem sólido respaldo internacional.
A crise aprofundou o distanciamento e piorou a situação dos tuaregues em relação ao governo central. Foi neste ambiente que os separatistas do norte aproximaram-se de militantes islâmicos atuantes na região do Saara, que lhes forneceram apoio. A motivação do separatismo tuaregue repousa em critérios étnicos e tem objetivo a criação de um governo autônomo, mas o influxo islâmico mudou o perfil da situação.

Diversos grupos militantes islâmicos entraram em cena. O principal deles é a Al-Qaeda do Magreb Islâmico (AQIM na sigla em inglês): trata-se de uma milícia dotada de algumas centenas de membros que atua no Sahel, a região do deserto do Saara que compreende Mali, Mauritânia, Argélia, Líbia e Níger. Seus principais líderes teriam sido treinados no Afeganistão antes da invasão americana e teriam ainda raízes de atuação na Argélia pós-independência.
Estes grupos de terroristas apoiaram os tuaregues desamparados, mas têm motivações bem distintas das dos separatistas do Mali. Eles desejam livrar a África ocidental dos estrangeiros europeus e de seus costumes e determinar a imposição extremista rígido da sharia (a lei islâmica) em moldes similares ao fundamentalismo implantado no Afeganistão, marcado pela repressão das mulheres e de hábitos supostamente pecaminosos, como o fumo.
Foi esta frente separatistas fortalecida por terroristas que despertou a atenção da França, que, nos primeiros dias de 2013, decidiu intervir no Mali. Diversas cidades da região central do país já haviam sido parcial ou completamente tomadas pelos militantes islâmicos, nos quais já imperava um novo tipo de sociedade – distinta mesmo da desejada pelos tuaregues. De modo geral, a ação francesa está sendo bem recebida pelos malinenses que, somente amparados no seu frágil, velho e pobre Exército, nenhuma chance tinham contra o avanço dos terroristas.
Mas a ação francesa, que já conseguiu conter o avanço islâmico e mesmo libertou algumas cidades, acabou por provocar retaliações por parte destes grupos. Em reação à intervenção, um grupo da AQIM liderado pelo terrorista Mokhtar Belmokhtar invadiu um campo de exploração de gás na Argélia, fazendo cerca de 700 reféns. Belmokhtar, um dos fundadores da AQIM, pedia a saída das tropas francesas do Mali e a libertação de aliados detidos nos Estados Unidos sob a acusação de terrorismo. A crise dos reféns do complexo de In Amenas levou à ação do Exército da Argélia, que, em uma operação de resgate que se estendeu por três dias, provocou a morte de dezenas de reféns e militantes.
O Mali espera a chegada de um Exército de soldados da comunidade africana, cujos líderes temem o aumento da atividade terrorista na região. A intervenção francesa foi prontamente apoiada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas. Paris, Bamako e outros líderes africanos, como Alassane Ouattara – presidente da Costa Marfinense e da Comunidade Econômica dos Estados do Oeste Africano (Ecowas) – esperam contar com crescente apoio internacional no enfrentamento deste novo desafio do terrorismo do século XXI
Terra..SNB

Ele falou o capitão do navio afundando das Malvinas: "É tremendamente triste"


"É uma tremenda triste o que está acontecendo. Queria muito para esse navio", afirmou esta manhã Tejo Claudio, comandante do ARA da Santíssima Trindade, que é defeituoso no cais sul da doca de Puerto Belgrano e Base Naval em risco de afundar completamente. "O oficial da marinha atinge capitão de um navio como um marco em sua carreira e é uma das maiores satisfações tem. Mantido uma memória muito especial do navio e da tripulação", disse ele.
Cuidado, Tejo recusou a análise apressada sobre a situação do navio:. "Eu não quero fazer qualquer declaração específica, porque não sabe as circunstâncias em que ocorreu o colapso, seria irresponsável Não sei o que aconteceu, eu sei o que eu ouvi na televisão. caso contrário, eu não tenho informações precisas para formar uma opinião sobre o que realmente aconteceu e expressar a minha opinião. "
O ex-comandante do destróier lembrou que durante a guerra, ele estava em Mlavinas de carga a 310 homens, nenhum foi morto e que ainda manter a comunicação e você geralmente se encontram em refeições e eventos.
No navio, ele acrescentou: "Foi o carro-chefe durante o desembarque na Guerra das Malvinas homens que foram para lá levou a casa do governador tinha se juntou ao navio por três meses no mar da frota, era novo..."
clarin.com..SEGURANÇA NACINAL BLOG

Entrevista com Alexei Vassiliev, diretor do Instituto da África da Academia de Ciências Russa


 

Vamos dedicar a atual emissão da “África em foco” aos eventos que se desenrolam nestes dias na parte ocidental do continente africano – na República do Mali, onde o exército francês deu início a uma operação militar.

– Por que, na sua opinião, ocorre isso?
 Porque estes países sentem o perigo de difusão do extremismo islamita e do terrorismo ou da atividade separatista dos tuaregues para os seus territórios. Não constitui segredo que nos acampamentos militares na parte norte do Mali já foram treinados os terroristas da organização nigeriana Boko Haram e de outras organizações semelhantes desta região. Pode-se afirmar que na Nigéria vivem mais tuaregues do que no Mali e embora entre os tuaregues também haja contradições, a ameaça de separatismo para este país é real.
– Qual seria o seu prognóstico do desenrolar de acontecimentos no Mali?
 Pode-se supor que se a operação for bastante longa, e a julgar por tudo, é assim que será, muitos países africanos irão recordar que a França foi outrora uma potência colonial e que nos dois últimos anos este é o terceiro fato de intromissão nos assuntos internos dos outros. A França já interveio militarmente na luta entre os dois presidentes da Costa do Marfim, foi a primeira nas operações militares contra o regime de Kadhafi, agora as tropas francesas participam de operações militares no território do Mali. Mas eu pessoalmente não nutro a esperança de que as suas funções sejam concluídas dentro de duas ou três semanas.
– Quais são os motivos políticos da intervenção da França no território da África?
 Bem, eu preferiria não utilizar a fórmula “invasão da França no território da África”, pois mesmo a CEDEAO e o Conselho de segurança da ONU não reclamaram contra as operações militares da França no Mali. A maioria dos países mantiveram-se calados ou apoiaram estas ações da França. Creio, todavia, que existem dois motivos básicos. Primeiro: impedir a transformação do Mali em base segura para o desenvolvimento e para a ação de grupos terroristas e extremistas. E segundo: considerações políticas internas do presidente da França Hollande, tido como pessoa, capaz de recorrer a compromissos e a manobras.
– Qual é a sua opinião a respeito do papel do presidente da França François Hollande neste enredo africano?
 Ele precisava demonstrar que é presidente duro, pronto a empreender ações decididas. E como sempre, especialmente no primeiro período da existência deste perigo para o país, a nação consolida-se em torno do presidente. Neste plano – ele ganhou, pelo menos no presente momento.
– Quais podem ser as consequências no caso da queda do regime de Bamaco?
 O Mali é um país com população pobre e com riquezas muito grandes. Tem-se em vista grandes reservas de ouro e de outros minérios. O Mali é um dos maiores produtores africanos do algodão, um dos exportadores de produtos pecuários, etc. É o país central da região de países francófonos e a queda do regime em Bamaco pode desestabilizar a situação na região em geral e causar um golpe tanto contra as posições da França, como, numa certa medida, contra as posições da Rússia, que está interessada na estabilidade dos países desta região e na manutenção de relações econômicas e políticas normais com eles.
A Voz da Rússia continua a acompanhar o desenrolar de acontecimentos no Mali.
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