segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

Ameaça mortal portátil: do que é capaz o novo sistema de mísseis russos

Um cano de 1,5 metros de cor caqui parece ser à primeira vista um dispositivo simples. No entanto, ele contém em si uma ameaça mortal para os pilotos dos aviões e helicópteros que atuam a alturas de menos de 4,5 mil metros.
Quase não se pode escapar a um míssil lançado do sistema portátil russo mais recente 9K333 Verba. Ele não reage a contramedidas térmicas outras ciladas e tem apenas um objetivo: encontrar o alvo e eliminá-lo. A Sputnik revela as capacidades desta nova arma potente.
Sistema de defesa antiaérea de bolso
Os primeiros sistemas de defesa antiaérea transportáveis surgiram nos anos de 1960 e logo viraram o inimigo número um para os pilotos que aprenderam a voar em baixa altitude se escondendo dos mísseis de longo alcance. O "homem com o tubo" vestido de camuflado é quase invisível para os pilotos. Um tiro preciso desta arma pode "fazer aterrissar" aeronaves, até mesmo as bem grandes.
Os construtores soviéticos conseguiram um êxito especial com a criação desta arma, muito moderna para aquela época. Foi ordenado para que em prazos bastante curtos eles criassem um sistema compacto e barato ao máximo para tropas terrestres: o sistema tinha que ser capaz de atingir todos os tipos de objetivos aéreos em altitudes de até 1,5 km e a distâncias de até 3 km. A exigência principal era que o sistema fosse usado por uma só pessoa a partir de uma posição despreparada.
Assim nasceu o primeiro sistema de defesa antiaérea portátil 9K32 Strela-2, que revolucionou a produção de armas antiaéreas. O Strela-2 entrou no serviço das Forças Armadas soviéticas em 1967 e os primeiros que sentiram todo o poder destes mísseis foram os pilotos israelenses durante o conflito árabe-israelense. O primeiro ataque aéreo resultou na derrubada de 30% dos aviões.
Do Strela ao Verba
O Strela-2 foi modificado e depois substituído pelo sistema Igla que, por sua vez, será sucedido pelo Verba.
O sistema Verba é muito preciso e sabe separar os aviões "amigos" dos "inimigos" e atacá-los sem falhar e sem reagir às contramedidas e outras interferências. Com apenas um sistema deste tipo é possível abater diferentes tipos de aparelhos voadores, começando com helicópteros e aviões de assalto e terminando nos mísseis de cruzeiro.
Um míssil lançado com o Verba pode atingir alvos a altitudes de até 4,5 km e a distâncias de até 6,5 km. Na prática, estas caraterísticas cobrem completamente a faixa de atuação da aviação tática: aviões de assalto, bombardeiros táticos e helicópteros.
O sistema de guiamento automatizado leva em consideração a velocidade e direção do objetivo e os distribui entre os artilheiros antiaéreos segundo sua localização determinada pelos satélites GLONASS.
Uma ogiva escrupulosa
Os mísseis do Verba contam com uma ogiva de três feixes autoguiada que "vê" os objetivos nas faixas ultravioleta e infravermelhas próxima e média.
Tal como as outras armas deste tipo, o Verba pode ser usado não apenas como arma "de ombro", mas também como arma auxiliar em navios e helicópteros. O que distingue o novo sistema russo dos outros é o pouco tempo que demora desde o momento de detecção do alvo até ao disparo: apenas alguns segundos.
O Verba já está sendo entregue aos militares russos, que consideram que os novos sistemas garantirão uma cobertura segura dos destacamentos militares para protegê-los da aviação e dos ataques em massa de mísseis de cruzeiro.


Rússia construirá enorme e silenciosa plataforma para transportar múltiplos mísseis

O bombardeiro estratégico futurista PAK DA terá grande autonomia e em alguns anos poderá substituir outras aeronaves de combate russas.
Rússia "está perto" de começar a construção do primeiro modelo de teste do avançado bombardeiro estratégico PAK DA, indica o chefe do Comitê de Defesa e Segurança do Conselho da Federação Russa, senador Viktor Bondarev.
Atualmente, as autoridades russas estão realizando trabalhos de investigação para construir um complexo aeronáutico onde se planeja desenvolver este avião futurista de longo alcance.
Está previsto que se converterá em aeronave de combate universal, que as Forças Armadas da Rússia esperam incorporar em grande escala até 2025.
Ao contrário dos conceitos dominantes dos aviões da União Soviética e da Rússia atual, o PAK DA será uma enorme e silenciosa plataforma para transportar múltiplos mísseis que possuirá grande autonomia e terá capacidade em operar desde pistas de pequeno tamanho.  Com o tempo, a Força Aérea da Rússia espera substituir os bombardeiros estratégicos Tu-22M3, Tu-95MC e Tu-160.
Entretanto, mais cedo, o vice-ministro da Defesa russo, Yuri Borisov, tinha informado que seu país poderá receber um novo bombardeiro estratégico para 2018. Ao mesmo tempo, em novembro, Moscou apresentou um protótipo do modernizado Tu-160M2 que é duas vezes e meia mais eficaz do que seu predecessor soviético e pretende que se torne a coluna vertebral das suas forças aéreas nucleares.

domingo, 24 de dezembro de 2017

Submarino ARA San Juan: descartou um objeto a 845 metros de profundidade e vai para outro novo "contato"

A Marinha informou domingo que um objeto detectado ontem a 845 metros de profundidade não é o submarino ARA San Juan , desaparecido na quarta-feira 15 de novembro com 44 tripulantes a bordo, mas um "meio tambor".
"O alerta ARA Islas Malvinas, que tem a bordo do ROV (veículo operado remotamente)" Panther Plus ", investigou o contato detectado ontem pelo destruidor ARA Sarandí, que foi corroborado que pertence a um meio tambor que foi uma profundidade de 845 metros ", explicou a Marinha nesta manhã em um comunicado de imprensa.
O partido também informa que "se as condições climáticas o permitirem" hoje, eles investigarão outro contato , que tem 814 metros de profundidade.
"O aviso ARA" Puerto Argentino e o navio oceanográfico Atlantis, dos Estados Unidos, continuam a explorar a área de busca atribuída ", diz o texto. Além disso, indica que o navio russo Yantar está a caminho da área de operações, onde chegaria amanhã à tarde.
De acordo com a Marinha, na área há ondas de 2,5 metros e esperam que amanhã serão 3. Os ventos, entretanto, estarão entre 33 e 40 nós durante as primeiras horas de segunda-feira.

Confirmada a compra do HMS Ocean pela Marinha do Brasil

De que nos tentam advertir alienígenas com este sinal misterioso? (VÍDEO)

As câmeras de vigilância gravaram um misterioso objeto brilhante no céu sobre o supervulcão de Yellowstone (Wyoming, EUA).



Como costuma ocorrer, o vídeo provocou uma polêmica na rede. Alguns internautas estão convencidos de que foi um OVNI e mais ainda, garantem que este objeto voador sobre o vulcão deve ser considerado como um mau sinal que prenuncia uma erupção.
Outros usuários acham que pode ter sido uma lanterna voadora, uma aeronave ou um relâmpago globular.


Conheça os mais poderosos mísseis balísticos e de cruzeiro russos

Cada 23 de dezembro, na Rússia se celebra o Dia da Aviação de Longo Alcance da Força Aeroespacial. Por este motivo, o jornalista russo Andrei Kots escreveu um artigo para a Sputnik, fazendo uma resenha sobre os mísseis balísticos e de cruzeiro que equipam estas aeronaves.
Kh-15
O míssil balístico Kh-15, da classe ar-terra, entrou em serviço em 1980. Esta foi a maneira como a URSS respondeu à criação do míssil americano AGM-69 SRAW.
Embora inicialmente o Kh-15 tivesse uma ogiva nuclear com uma potência de quase 300 quilotons, os construtores russos desenvolveram posteriormente vários modelos que carregavam uma ogiva comum.
A peculiaridade principal deste projétil consiste na sua trajetória de voo. O avião lança o Kh-15 quando se encontra a uma distância de 50-280 quilômetros do alvo. Após ser lançado, o míssil não baixa, mas sobe no ar. Ao ascender a uma altitude de 44 mil metros, o projétil muda bruscamente de trajetória e atinge uma velocidade vertiginosa de quase 6 mil quilômetros por hora.
Agora, a Rússia conta com dois modelos de mísseis que foram construídos na base do Kh-15. Estes modelos são o Kh-15P e o Kh-15S. O primeiro, com uma ogiva de fragmentação, é destinado a lutar contra os radares do inimigo e é capaz de corrigir sua trajetória. O segundo míssil, do tipo antinavio possui uma ogiva de explosão alta. Seu alcance varia entre 60 e 150 quilômetros.
Kh-32
O míssil de cruzeiro hipersônico, do tipo antinavio, denominado Kh-32, é de fato a versão mais moderna do Kh-22. Inicialmente, o Kh-22 foi construído para atingir porta-aviões e respectivos grupos navais a uma distância de até 600 quilômetros. Entre as aeronaves que carregam esta arma estão os Tu-16K, Tu-22K, Tu-22M2/3 e Tu-95K.
Sua desvantagem mais importante foi sua baixa resistência às interferências de diferentes radares. Para eliminar este problema, a URSS começou a modernizá-lo, mas todo o trabalho parou na década de 1990 por causa da difícil situação econômica.
Os testes do novo modelo foram reiniciados apenas em 2013. A variante modernizada foi batizada como Kh-32.
O novo míssil é capaz de atingir o alvo a uma distância de até 1.000 quilômetros. Sua ogiva pode ser tanto nuclear quanto de explosão alta. A aeronave modernizada Tu-22M3M será o principal meio de transporte desse míssil.
Kh-555
A produção de mísseis de cruzeiro Kh-555 se iniciou em 1999, com o fim de substituir os projéteis soviéticos antiquados Kh-55 e Kh-55SM que haviam sido criados na década de 80 do século passado.
Os mísseis modernizados K-555 são uma arma mais flexível que seus antecessores. Além do sistema de navegação inercial, este míssil conta com um sistema de correção ótico-eletrônica e um sistema de navegação por satélite. As tecnologias aplicadas na projeção deste míssil permitiram aumentar sua precisão em 5 vezes. Cabe destacar que os aviões Tu-160 e Tu-95MS usaram precisamente estes projéteis para bombardear as posições dos terroristas na Síria. O Kh-555 pode atingir alvos situados a uma distância de até 2.500 quilômetros.
Kh-101
O míssil de cruzeiro Kh-101 é o mais moderno e mais mortal da Aviação Estratégica da Força Aeroespacial da Rússia. Com a passagem do tempo, estes mísseis substituíram os mísseis Kh-555 e se converteram nas principais armas dos Tu-160M/M2 e Tu-95MS/MSM. A maior parte da informação sobre estes mísseis está classificada.
Sabe-se que o Kh-101 tem um sistema de guiamento combinado que inclui o sistema de navegação inercial, a correção ótico-eletrônica e outras novidades.
O projétil é capaz de receber informações complexas sobre a rota e as coordenadas do alvo. Ademais, os operadores do míssil poderão redirigi-lo diretamente no espaço aéreo contra outro alvo.
De acordo com os cálculos de vários especialistas ocidentais, o alcance desta arma chega a 5 mil quilômetros. Os construtores russos dotaram o míssil de tecnologias que o tornam pouco visível, por isso é quase impossível interceptá-lo. Estes projéteis, junto com os Kh-555, foram usados pela Força Aeroespacial da Rússia na Síria.

O IRAN colocou o seu novo e míssil em exibição em uma universidade para explicar sua melancólica e aterradora

O IRAN colocou o seu novo e míssil em exibição em uma universidade para explicar sua melancólica e aterradora melhoria, à medida que os estudantes se autoeleiam com a arma, foi revelado

O Zolfaghar (às vezes soletrado Zulfiqar) literalmente significa "espinha-cleaver", foi exibido na Amikabir University of Technology desde 16 de dezembro.
Os alunos foram fotografados tomando macacões com o míssil e escrevendo "morte para Israel" na arma.
O Corpo da Guarda da Revolução Islâmica do Irã afirmou que o míssil aumentou enormemente seu desempenho e alcance em lançamentos recentes.
Fotos de close-up do míssil mostram que grande parte do seu corpo tem uma textura com nervuras, o que indica que ele é feito usando fibra de fio de filamento para torná-lo mais leve do que os modelos construídos a partir de metal.
Quando o Irã revelou o míssil em 2016, o míssil teria um alcance de 700 km, o que é uma melhoria significativa na faixa de 500 km de seu antecessor, o Fateh-313, exibido dois anos antes, com uma autonomia de apenas 500 km.
O Zolfaghar é dito ser exato dentro de 50 a 70 metros do local de ataque pretendido, de acordo com a mídia iraniana.
O Corpo da Guarda Revolucionária iraniana teria disparado uma série de mísseis Zolfaghar nas posições do ISIS na Síria em junho.
De acordo com o Projeto de Defesa de Mísseis do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, o Zolfaghar possui uma ogiva altamente explosiva, bem como submunições que se separam do míssil antes do impacto.
Vem quando a Arábia Saudita interceptou um míssil disparado por um grupo rebelde do Iêmen apoiado pelo Irã.
Um porta-voz dos rebeldes disse no Twitter que tinham disparado um míssil balístico volcano 2-H para o palácio.
O ataque teve lugar poucas horas antes de a Arábia Saudita ter anunciado seu orçamento anual em uma coletiva de imprensa.
O Centro para a Comunicação Internacional, com sede no governo, disse: "As forças da coalizão confirmam a intercepção de um míssil iraniano-Houthi visando o sul de Riade.
"Não há ferimentos relatados neste momento".
O ataque foi a fase mais recente em um amargo conflito entre os sauditas e os rebeldes.
No mês passado, outro míssil foi interceptado
Foi interceptado sobre o aeroporto King Khaled de Riade.
Riyad acusou o Irã de contrabando o míssil para os Houthis e impôs um bloqueio ao Iêmen exigindo que os procedimentos de inspeção das Nações Unidas fossem apertados.
Na semana passada, os EUA apresentaram pela primeira vez peças do que ele disse serem armas iranianas fornecidas aos Houthis, descrevendo-o como prova conclusiva de que Teerã estava violando as resoluções da ONU.
Irã, o inimigo regional da Arábia Saudita, negou o fornecimento de tal armamento aos Houthis que assumiram a capital do Iêmen, Sanaa e outras partes do país durante sua guerra civil.

Urgente procura-se o acervo tecnológico do Osório

O nome ou, melhor dizendo, o acrônimo ENGESA é muito mais do que o batismo de uma empresa. É o relato da obra de um empresário altamente dotado de inteligência, bagagem técnica e cultural, acurada visão de futuro e aptidão para selecionar valores humanos e que levou uma modesta firma de fabricação de componentes para exploração petroleira a se transformar num complexo industrial-militar, o qual disputou mercados com os maiores e mais tradicionais produtores de armamentos de alta tecnologia mundiais. Vencido pela concorrência por justa ambição de crescimento, que ignorou a ponderação no cumprimento de compromissos contratuais e bancários assumidos, esse empreendedor mergulhou na inadimplência, na concordata e na falência. Deixou de existir. Passou a ser uma história, a contar e lembrar.
Nascimento e evolução
Em 1958, a ENGESA (Engenheiros Especializados S/A) foi criada por José Luiz Whitaker Ribeiro. Em 1968, produzia componentes para a exploração de petróleo e os fornecia a Petrobras. Ao ter seus caminhões enfrentando estradas de terra e barro para chegarem ao destino no litoral, desenvolveu, "de motu próprio", uma caixa de transferência com tração total, aplicada com sucesso em seus veículos nacionais. Em 1970, o Exército interessou-se em testar o invento. Aprovado, passou a usá-lo.
Na época, estavam em desenvolvimento no Parque Regional de Motomecanização, da 2ª Região Militar, os blindados S/R Cascavel e Urutu. Convidada, a ENGESA aceitou associar-se à Força Terrestre e participar do empreendimento. Em 1974, a empresa tomou a iniciativa pioneira de oferecer à Líbia o blindado Cascavel, com canhão 90 milímetros. Foi um sucesso! A ENGESA começava a crescer com a exportação. Em poucos anos, vendeu esse blindado a 18 países localizados no Oriente Médio, na África, na América do Sul e no Mediterrâneo.
Nos anos de 1980, iniciou o desenvolvimento em computador (hoje, AutoCad) doEE-T1 Osório, carro de combate (CC) armado de canhão 120 milímetros. Em 1985, a Arábia Saudita convidou Alemanha, Brasil, EUA, França, Grã-Bretanha e Rússia a levarem seus CC para demonstração. O Osório, já testado aqui, foi transportado de avião ao destino. Teve muito bom desempenho.
Em 1986, a ENGESA obteve financiamento de US$ 65 milhões pelo BNDES. No mesmo ano, assinou contratos com o Exército para grandes fornecimentos: 40 mil tiros de morteiro; 100 conjuntos de rádio; 51 blindados Urutu; 500 a 600 viaturas de 2 1/2toneladas; 380 viaturas de 3/4 toneladas e 82 jipes. Apesar do subsídio, os recursos foram aplicados para a aquisição de fábricas, como a IMBEL, de Juiz de Fora, bem como para novos desenvolvimentos, como mísseis e helicópteros, que não chegaram a ser efetivados. O Exército exigiu e obteve uma Confissão de Dívida, porém, nada do contratado jamais foi entregue.
Plano inclinado descendente
Do exposto, deduz-se que 1986 foi o ano de entrada da empresa no plano inclinado descendente, que a levaria, mais adiante, à extinção. Em 1987, a Arábia Saudita convocou para segunda avaliação o Abrams norte-americano, o AMX 40 francês, o Challenger britânico e o Osório brasileiro, este, mais uma vez, transportado de avião. Pelo relato dos dirigentes da ENGESA, tudo indicava que seu produto foi o vencedor do certame. Prova disto é que foi assinado um pré-contrato para a aquisição de 316 carros de combate, por US$ 2,2 milhões.
Em 1989, o Departamento de Estado e o Departamento de Defesa norte-americanos apresentaram ao Congresso minucioso relatório defendendo a conveniência de o Abrams ser vendido à Arábia Saudita, tanto pelo que a fabricação representaria para a indústria nacional, como pelo que significaria a entrada de um novo fabricante (ENGESA) no mercado do Oriente Médio. A ação diplomática produziu seus efeitos e o Abrams foi vendido aos árabes, deixando a ENGESA "a ver navios".
Nos anos de 1990, a ENGESA pediu concordata. O Governo brasileiro autorizou o Tesouro Nacional a conceder à IMBEL NCz$ 30 milhões (de cruzados novos) para adquirir o acervo tecnológico da ENGESA, excluído o do Osório. A empresa vendedora teria três anos de prazo para recompra. Caso isto não ocorresse, o acervo tecnológico do Osório seria cedido à IMBEL por preço simbólico de NCz$ 1,00.
Deduz-se do parágrafo anterior que os méritos tecnológicos da ENGESA eram amplamente reconhecidos, seja pelo Exército, seja pelo mais alto escalão da administração pública. E que a inconsistência de sua política econômico-financeira vinha sendo severamente avaliada e mesmo sancionada, como o foi com a aquisição do acervo tecnológico.
Um Grupo de Trabalho criado na Presidência da República, ligado ao Gabinete Militar, reuniu representantes do Tesouro, do BNDES e do Banco do Brasil, para acompanhar a evolução do saneamento. Foi, inclusive, proposta a concessão de aumento de capital da IMBEL, pelo BNDES e BB, para que a ela fossem transferidas todas as garantias da ENGESA depositadas nos dois bancos. A IMBEL não aceitou a proposta, pois nada receberia em caso de falência. Em contraposição, propôs a entrega do acervo tecnológico, o que ocorreu, já que o prazo para recompra se esgotara. Os 30 milhões recebidos para a aquisição temporária do acervo tecnológico foram aplicados na recompra da Fábrica de Juiz de Fora, que voltou a ser propriedade da IMBEL.
Agonia
Em 1991, firmou-se um Protocolo de Intenções e Procedimentos. Nele, foi estabelecido que as ações dos controladores passassem ao domínio da IMBEL, a preço simbólico. A Fábrica foi credenciada para negociar com os credores redução de 90% das dívidas. O BNDES e o BB receberiam 53% do resultado da alienação de ativos não operacionais e os 47% restantes passariam para a IMBEL pagar parcialmente os credores. Seria criada nova empresa afim, com os recursos devidos aos trabalhadores, que virariam acionistas, com os valores desses recursos.
Em 1992, os ativos não operacionais não obtiveram preço. Em consequência, todo o plano falhou. Em 1994, o Gabinete Militar da Presidência apresentou proposta de desapropriação da ENGESA por interesse público. Na época, o Governo julgou temerária tal iniciativa e a arquivou.
Ainda naquele ano, o Presidente da IMBEL viajou à Grã-Bretanha para apresentar, ao Conselho de Administração da British Aerospace, uma proposta de associação com sua subsidiária Royal Ordnance para a copropriedade e a gerência conjunta da ENGESA, mediante investimento de US$ 125 milhões. Os britânicos disseram concordar com o valor da participação, porém, os recursos não poderiam ser aplicados para saldar dívidas tributárias, trabalhistas e bancárias. Mais uma tentativa frustrada de salvar a empresa.
Em 1995 decretou-se a falência da ENGESA. O juiz passou a tratar das alienações. Questionou a propriedade da IMBEL sobre o acervo tecnológico, que só foi assegurada com ganho de causa obtido na justiça. Todo o material do acervo foi transferido para a Fábrica de Piquete, à exceção dos planos do Osório, que não foram encontrados nem na fábrica, em São José dos Campos, nem no complexo administrativo de Barueri. Em 2005 a fábrica de São José dos Campos foi vendida à EMBRAER.
Considerações finais
A epopeia da ENGESA - da criação ao declínio, e deste à falência - é exemplo frustrante da aptidão criativa e tecnológica do empresariado brasileiro, bem como da carência de recursos financeiros governamentais para assegurar a regularidade de encomendas de que depende a sobrevivência das empresas. As motopeças, os blindados Charrua e Bernardini, e o carro de combate Tamoio reforçam a exemplificação.
Enquanto foi possível financiar demandas não entregues, a ENGESA foi largamente apoiada. Porém, seu ímpeto de produzir e exportar gerou compromissos financeiros que foram muito além do que o Governo brasileiro poderia apoiar. Veio-lhe a inadimplência e não houve como contorná-la, nem como moderar sua ambição. À frustração da venda do Osório somou-se o fracasso de novas iniciativas, como a de helicópteros e a de mísseis.
O Governo e o Exército Brasileiro, via IMBEL, procuraram caminhos para salvar a ENGESA, contudo, a cova que a enterraria já era muito funda, cavada por seu próprio Conselho de Administração. O Brasil perdeu uma empresa que lhe poderia dar autossuficiência em muitos itens de emprego militar, destruída pelas mãos de quem a criara e a quis maior do que lhe disponibilizavam os meios.
Não se tem notícia da utilização do acervo tecnológico guardado na Fábrica de Piquete, que poderia ser muito útil nos desenvolvimentos programados pelo Exército. Também não se sabe do acervo do Osório, sem dúvida muito valioso, que é propriedade da Força. Caberia uma ação, mesmo policial, para descobrir seu destino. Localizado, teria grande valor na orientação da fabricação de blindados brasileiros.

Como ficam os projetos militares estratégicos da EMBRAER?

Frota do Norte da Marinha da Rússia avança com missões no oceano global

A Frota do Norte da Rússia continuará enviando grupos de navios ao Ártico, ao oceano Atlântico e ao mar Mediterrâneo em 2018, disse aos jornalistas o comandante da Frota do Norte, almirante Nikolai Evmenov, após o colégio final do Ministério da Defesa que contou com a participação do presidente russo, Vladimir Putin.
"Se falarmos dos planos para o futuro, em 2018 a Frota do Norte continuará as missões de grupos de navios ao Ártico, ao oceano Atlântico e ao mar Mediterrâneo. Vamos ainda continuar o adestramento no uso das novas peças de armamento e equipamento técnico e os efetivos da Frota continuarão participando dos testes de navios mais novos – no ano que vem, por exemplo, vamos organizar as provas de um submarino portador de mísseis estratégicos do projeto Borei-A, o Knyaz Vladimir", disse Evmenov.
Ele lembrou que em 2017 a Frota do Norte garantiu a finalização dos testes estatais da fragata Admiral Gorshkov, do navio de apoio de retaguarda Elbrus e de lanchas para operações antissabotagem do tipo Grachonok.
De acordo com Evmenov, entre as tarefas-chave para o ano que vem estão as atividades orientadas para o objetivo de desenvolver e melhorar as infraestruturas no Ártico, bem como a manutenção da preparação militar a um nível alto.
O comandante sublinhou que em 2017 a Frota do Norte reconfirmou sua preparação para garantir com segurança a capacidade de defesa da Rússia tanto nas zonas árticas como em outras regiões do oceano global.
"As tripulações dos navios de superfície, submarinos nucleares e navios de apoio efetuaram mais de 40 missões de longo curso. Os marinheiros da Frota do Norte mostraram a bandeira com a cruz do Santo André nas águas dos oceanos Ártico e Atlântico", informou Evmenov.
O militar observou que no ano corrente as tripulações dos cruzadores submarinos nucleares da Frota do Norte Yury Dolgoruky e Bryansk efetuaram dois disparos de mísseis balísticos intercontinentais de baseamento marítimo. Evmenov sublinhou que um dos eventos mais importantes para a preparação operativa e de combate das forças da Frota do Norte foi mais uma missão dos seus navios pelas águas do Pacífico.
"Ademais, foi a primeira vez na história que os fuzileiros navais e a infantaria mecanizada ártica da Frota do Norte efetuaram o desembarque de um contingente em blindados no ponto mais setentrional do continente euroasiático, no cabo Chelyuskin. Além disso, foram efetuados desembarques anfíbios cabo nas ilhas árticas de Kotelny e Golomyanny", contou o comandante.
"Os eventos finais de preparação militar no período de instrução de verão foram as manobras de forças de diferentes tipos da Frota do Norte no mar de Barents e os treinamentos integrados de um conjunto de ações defensivas no Ártico. No decorrer destes exercícios foram efetuados lançamentos de mísseis de cruzeiro por navios, submarinos e sistemas costeiros", adiantou o almirante.

sábado, 23 de dezembro de 2017

O que Bolsonaro pode Fazer pelas Forças Armadas ?

Quão Fortes Poderiam ser as Forças Armadas com NIÓBIO ?

Conheça 'peixe dourado': o submarino mais rápido alguma vez construído na URSS

Há 49 anos, em 21 de dezembro de 1968, o submarino K-222 foi lançado à água nos estaleiros de Severodvinsk. Este submarino da segunda geração estava obrigado a ser um verdadeiro pioneiro na época e inclusive hoje ainda mantem o título de submarino mais veloz alguma vez construído.
Durante o processo de seu desenho, os engenheiros estavam motivados por um único objetivo: criar um veículo inalcançável para os meios de combate inimigos. Para isso, foi-lhes permitido se desviarem das normas convencionais de construção naval militar e até não tinham autorização para reutilizar algumas soluções técnicas já aplicadas nos navios seus antecessores. Por tudo isso, o projeto resultou altamente inovador.
O K-222 foi o primeiro a ter um casco de titânio, foi desenhado para lançar mísseis de cruzeiro das profundezas marinhas e, ainda hoje, mantem o título de submarino mais veloz alguma vez construído. Devido ao seu preço alto, dois bilhões de rublos ao câmbio de 1968, este navio foi apelidado pela sua tripulação como "peixe dourado". De fato, é o único submarino do projeto 661 Anchar que foi construído.
O navio resultou ser bastante compacto para suas capacidades. Com o comprimento de 106 metros e boca de 11,6 metros, deslocava umas 7 mil toneladas em estado de submersão. Durante seu serviço, ele conseguiu vários recordes de velocidade de navegação: em 1970, alcançou os 44 nós (mais de 82 km/h) debaixo de água.
Um ano mais tarde, o K-222 protagonizou um curioso episódio com um porta-aviões estadunidense. Durante sua missão no oceano Atlântico, ele se encontrou com o 6º grupo de ataque da Marinha dos EUA liderado pelo porta-aviões USS Saratoga CV-60. O K-222 se colocou à popa do Saratoga que por várias vezes tentou escapar à perseguição à velocidade de 30 nós. Contudo, nunca o conseguiu. O submarino soviético esteve "caçando" o navio norte-americano durante dois meses e meio.
Depois das várias tentativas fracassadas dos norte-americanos, o K-222 decidiu iniciar uma aproximação e ultrapassou claramente tanto o USS Saratoga como o seu grupo de escolta.
Este submarino, único em seu gênero, foi descartado em 1988. A experiência do seu projeto e serviço serviu aos construtores navais como ajuda para criar os submarinos sucessores multifuncionais de titânio de 2ª e 3ª geração, incluído os mais rápidos produzidos em série no âmbito do projeto 705 Lira.

Novo míssil de cruzeiro russo Kh-50 revolucionará bombardeiros estratégicos do país

Apelidado como Kh-50, o míssil subsônico possui um alcance de mais de 1.500 quilômetros e conta com dispositivos de autoproteção.

A Rússia incorporará um novo míssil de cruzeiro, o Kh-50, no seu arsenal bélico para depois o instalar nos seus bombardeiros estratégicos. Esta informação foi comunicada pelo famoso jornalista militar polonês Piotr Butowski através do blog Jane's 360, com referência a fontes oficiais russas.
Trata-se de um míssil subsônico de última geração com autonomia de voo de mais de 1.500 quilômetros a velocidades entre 700 e 950 km/h. Ele é guiado por um sistema de navegação inercial corrigido pelo sistema de satélites russo GLONASS e um sistema de emparelhamento eletro-óptico garante sua máxima precisão.
Por outro lado, o desenho do Kh-50, caracterizado por uma seção transversal plana e lados facetados, minimiza a possibilidade de ser detectado por radares e maximiza o uso do espaço no compartimento do arsenal da aeronave.
Além disso, o míssil de cruzeiro de médio alcance tem seu próprio sistema de autodefesa, que consiste de uma estação de interferência eletrônica e iscas especiais rebocadas que criam alvos falsos nos radares inimigos.
O Kh-50 destina-se a ser carregado nos tambores rotativos especiais dos bombardeiros Tu-22M3, Tu-95MS e Tu-160, assegura Butowski.
O blogueiro acrescenta ainda que o míssil será incorporado ao serviço das Forças Armadas russas no âmbito do Programa de Armamentos do Estado para os anos 2018-2027.

E se o GPS desaparecer?