segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Sucateado, Exército não teria como responder a guerra, dizem generais


infografico_exercito_END_versaofinal_300 (Foto: Editoria de Arte/G1)
O Exército, que possui o maior efetivo entre as três Forças (são 203,4 mil militares), está em situação de sucateamento. Segundo relato de generais, há munição disponível para cerca de uma hora de guerra.
G1 publica, ao longo da semana, uma série de reportagens sobre a situação do Exército brasileiro quatro anos após o decreto da END, assinado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Foram ouvidos oficiais e praças das mais diversas patentes - da ativa e da reserva -, além de historiadores, professores e especialistas em segurança e defesa. O balanço mostra o que está previsto e o que já foi feito em relação a fronteiras, defesa cibernética, artilharia antiaérea, proteção da Amazônia, defesa de estruturas estratégicas, ações de segurança pública, desenvolvimento de mísseis, atuação em missões de paz, ações antiterrorismo, entre outros pontos considerados fundamentais pelos militares.

O Exército usa o mesmo fuzil, o FAL, fabricado pela empresa brasileira Imbel, há mais de 45 anos. Por motivos estratégicos, os militares não divulgam o total de fuzis que possuem em seu estoque, mas mais de 120 mil unidades teriam mais de 30 anos de uso.

Carros, barcos e helicópteros são escassos nas bases militares. O índice de obsolescência dos meios de comunicações ultrapassa 92% - sendo que mais de 87% dos equipamentos nem pode mais ser usado, segundo documento do Exército ao qual o G1teve acesso. Até o início de 2012, as fardas dos soldados recrutas eram importadas da China e desbotavam após poucas lavadas.
A Estratégia Nacional de Defesa elencou entre os pontos-chave a proteção da Amazônia, o controle das fronteiras e o reaparelhamento da tropa, com o objetivo de obter mobilidade e rapidez na resposta a qualquer risco. Defesa cibernética e recuperação da artilharia antiaérea também estão entre os fatores de preocupação.

Um centro de defesa contra ataques virtuais começou a ser instalado pelo Exército em 2010, em Brasília, mas ainda é enxuto e não conseguiu impedir ataques a uma série de páginas do governo durante a Rio+20, em junho deste ano.
O Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron), iniciativa que busca vigiar mais de 17 mil quilômetros de divisas com 10 países, começará a ser implantado ainda em 2012, com um teste na fronteira do Mato Grosso do Sul com Paraguai e Bolívia.

Segundo o general Walmir Almada Schneider Filho, do Estado-Maior do Exército, a Força criou 245 projetos para tentar atingir os objetivos da Estratégia Nacional de Defesa. Ele afirma que os recursos, porém, chegam aos poucos.
Nos últimos 10 anos, a percentagem do Produto Interno Bruto (PIB) investido em defesa gira em torno de 1,5%, segundo números do Ministério da Defesa - em 2011, o valor foi de R$ 61,787 bilhões. Durante a crise econômica, entre 2003 e 2004, o índice chegou a 1,43%. O maior percentual foi registrado em 2009, quando 1,62% do PIB foram destinados para o setor.
Em 2012, o Exército receberá cerca de R$ 28,018 bilhões, mas 90% serão destinados ao pagamento de pessoal. Desde 2004, varia entre 9% e 10% o montante disponível para custos operacionais e investimentos.
A ideia do ministro da Defesa, Celso Amorim, é elevar gradativamente os gastos com defesa para a média dos demais países dos Brics (Rússia, Índia e China), que é de 2,4%. Segundo afirmou em audiência no Senado, o objetivo é fazer o Brasil ter maior peso no cenário internacional.
“Nós perdemos nossa capacidade operacional, sabemos dessa defasagem. A obsolescência é grande. Por isso, um dos nossos projetos busca a recuperação da capacidade operacional. Até 2015, devemos receber R$ 10 bilhões só para isso”, afirma o general Schneider Filho, responsável pelos estudos da END no Estado-Maior do Exército.
Posso lhe afirmar que possuímos munição para menos de uma hora de combate"
General Maynard Santa Rosa
Falta munição
Dois generais da alta cúpula, que passaram para a reserva recentemente, afirmaram aoG1 que o Brasil não tem condições de reagir a uma guerra. “Posso lhe afirmar que possuímos munição para menos de uma hora de combate”, diz o general Maynard Marques de Santa Rosa, ex-secretário de Política, Estratégia e Assuntos Internacionais do Ministério da Defesa.
exercito_especial_soldado_barco_300 (Foto: Tahiane Stochero/G1)Guerreiro de selva patrulha rio na Amazônia durante
ação militar em 2012 (Foto: Tahiane Stochero/G1)
“A quantidade de munição que temos sempre foi a mínima. Ela quase não existe, principalmente para pistolas e fuzis. Nossa artilharia, carros de combate e grande parte do armamento foram comprados nas décadas de 70, 80. Existe uma ideia errada de que não há ameaça. Mas se ela surgir, não vai dar tempo de atingir a capacidade para reagir”, alerta o general Carlos Alberto Pinto Silva, ex-chefe do Comando de Operações Terrestres (Coter), que coordena todas as tropas do país.
“Nos últimos anos, o Exército só tem conseguido adquirir o mínimo de munição para a instrução. Os sistemas de guerra eletrônica (rádio, internet e celular), a artilharia e os blindados são de geração tecnológica superada. Mais de 120 mil fuzis têm mais de 30 anos de uso. Não há recursos de custeio suficientes”, diz Santa Rosa. Ele deixou o Exército em fevereiro de 2010, demitido por Lula após chamar a Comissão da Verdade, que investiga casos de desaparecidos políticos na Ditadura, de “comissão da calúnia”.
Nós perdemos nossa capacidade operacional, sabemos dessa defasagem. A obsolescência é grande"
General Walmir Almada Schneider Filho
Segundo o Livro Branco, documento que reúne dados sobre a defesa nacional, o Exército possui 71.791 veículos blindados, a maioria deles comprados há mais de 30 anos. Apenas um é do modelo novo, o Guarani, entregue em 2012 e que ainda está em avaliação. Um contrato inicial de R$ 41 milhões foi fechado para a aquisição dos primeiros 16 novos carros de combate. No último dia 7, um novo contrato foi assinado para a aquisição de outras 86 viaturas Guarani, ao custo de R$ 240 milhões.
"Nenhuma nação pode abrir mão de ter um Exército forte, que se prepara intensivamente para algo que espera que nunca ocorra. A população tem que entender que é preciso ter essa capacidade ociosa, sempre, para estar pronto para dar uma resposta se um dia for necessário", defende o general Fernando Vasconcellos Pereira, diretor do Departamento de Educação e Cultura do Exército.
Riscos e ameaças
Para saber quais equipamentos, tecnologias e armas precisam ser compradas e que outras mudanças são necessárias, o Exército criou o Grupo Lins, que reúne uma equipe para prever cenários de conflitos ou crises - internos ou externos - em que a sociedade e os políticos possam exigir a atuação dos militares até 2030.
O objetivo é antever problemas, sejam econômicos, sociais, de segurança pública ou de calamidade, e saber quais treinamentos devem ser dados aos soldados até lá.
soldados_treinamento_engatinham_300 (Foto: Tahiane Stochero/G1)Soldados recrutas fazem teste de resistência em
treinamento no Exército (Foto: Exército/Divulgação)
Nesses cenários, a Amazônia e as fronteiras estão entre as maiores preocupações. O texto revisado da Estratégia Nacional de Defesa, entregue pelo governo ao Congresso Nacional em 17 de julho, destaca "a ameaça de forças militares muito superiores na região amazônica”.
Difícil – e necessário – é para um país que pouco trato teve com guerras convencer-se da necessidade de defender-se para poder construir-se"
Trecho da Estratégia Nacional de Defesa
Para impedir qualquer ataque, o Exército prepara o Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron), que, através de um conjunto de sensores, radares e câmeras, permitirá a visualização de tudo o que ocorre nas fronteiras em tempo real. Os equipamentos facilitarão a repressão ao tráfico de drogas e armas, ao contrabando e aos crimes ambientais. A previsão é de que o sistema esteja totalmente operando em 2024.
O alto valor que o governo pretende passar para o Sisfron - R$ 12 bilhões até 2030 – movimentou o mercado nacional e fez com que empresas se unissem buscando soluções para vencer a licitação em andamento. Entre as interessadas estão Odebrecht, Andrade Gutierrez e Embraer, que fizeram parcerias com grandes indústrias do setor.
O general da reserva Carlos Alberto Pinto Silva diz que o problema continua sendo o orçamento. "Um coronel argentino me disse que eles aprenderam na guerra nas Malvinas que, se não existe a capacidade mínima de responder, não dá tempo para adquirir. Não adianta chorar depois”, afirma.Para o historiador e criador do Núcleo de Estudos Estratégicos da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Geraldo Cavanhari, o Exército está em transformação e precisa se adequar para os inimigos do futuro. “O inimigo, seja interno ou externo, agora está extremamente bem armado. Por enquanto, não temos ameaças explícitas, mas temos que cuidar da nossa casa e estar preparados para responder, caso seja necessário”.
Mudança de percepção
Estudioso da área, o professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Ronaldo Fiani entende que a abertura democrática e a criação do Mercosul provocaram mudanças na forma da população conceber a proteção do país, Consequentemente, foram feitos cortes nos investimentos militares. “O fim da ditadura e a união dos países latinos fez com que houvesse enfoque em integração, com diminuição do investimento na área militar", explica.

Burocracia, crises financeiras e déficit fiscal também são entraves para maior disponibilidade de recursos. “A única forma dos militares receberem mais investimentos é se integrando à pesquisa acadêmica e às empresas, como ocorre nos países desenvolvidos", diz Fiani.
exercito_especial_general_indios_para_300 (Foto: Tahiane Stochero/G1)General José Carlos de Nardi cumprimenta índios
durante visita ao Pará  (Foto: Tahiane Stochero/G1)
O general Walmir Almada Schneider Filho concorda com o professor. “No primeiro mundo, o povo tem a mentalidade de que defesa e desenvolvimento caminham juntos e complementam-se. Um impulsiona o outro. Nós não queremos chegar neste patamar [de país voltado para a guerra], mas criar uma mentalidade de defesa, para que o povo discuta o assunto", diz.
A base da defesa nacional é a identificação da Nação com as Forças Armadas e das Forças Armadas com a Nação. Isso exige que a Nação compreenda serem inseparáveis as causas do desenvolvimento e da defesa"
Trecho da Estratégia Nacional de Defesa
“Eu acho que a redução dos investimentos tem relação com o período militar e a própria mentalidade da população, que vê como melhor alternativa aplicar os recursos em outro setor fundamental, como saúde, educação, etc", acrescenta Schneider Filho.

"Não há um palmo sobre o território brasileiro que não esteja sob a responsabilidade de uma tropa do Exército. Somos a organização mais presente em todo o território e que tem meios de chegar o quanto antes em qualquer situação. Por isso, assumimos cada vez mais responsabilidades e temos que ter capacidade para atuar em situações de emergência”, diz o general José Fernando Yasbech, também do Estado-Maior do Exército.
Yasbech se refere aos múltiplos empregos do Exército em ações civis dentro do país, como as operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), como a Constituição determina o emprego militar em casos graves de segurança pública. Além disso, o militares são convocados para o apoio em caso de enchentes, abertura de estradas, construção de pontes, distribuição de ajuda humanitária, apoio em eleições, combate à dengue e à aftosa, entre outros.
Proteger
Em 2012, mais uma linha de atuação está sendo aberta: os militares serão responsáveis pela defesa e proteção de infraestruturas estratégicas do país, como hidrelétricas, usinas nucleares, indústrias essenciais e centros financeiros e de telecomunicações a partir da criação do projeto Proteger. O programa terá recursos na casa dos R$ 9,6 bilhões e reunirá órgãos públicos dos estados e informações necessárias para prevenir, conter ou reprimir ataques ou acidentes nesses locais.
Se o Brasil quiser ocupar o lugar que lhe cabe no mundo, precisará estar preparado para defender-se não somente das agressões, mas também das ameaças"
Trecho da Estratégia Nacional de Defesa
São mais de seis mil infraestruturas estratégicas existentes no país, sendo que 364 estão entre as mais críticas, conforme levantamento do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República.
exercito_especial_cabana_cancela_300 (Foto: Tahiane Stochero/G1)Pelotão de fronteira no Pará conta com apenas 9
horas diárias de luz (Foto: Tahiane Stochero/G1)
"O trabalho será tanto no sentido de prevenir acidentes nessas estruturas como também de identificar riscos e, eventualmente, contê-los", diz o general José Fernando Yasbech, que responde pelo projeto.
O trabalho começará no Paraná, com a implementação de um centro de ação conjunta com polícia, Bombeiros e Defesa Civil para defender a Usina de Itaipu.

“O reaparelhamento das Forças Armadas vai além de apenas dizer que um país pacifista está tomando uma atitude de se tornar mais bélico. O emprego dos militares tem sido bem diferente nos últimos anos, seja em ações de defesa civil, de segurança pública, de apoio aos órgãos estaduais. E isso demanda alterações estruturais profundas na política, na mentalidade da população e em investimentos”, diz Iberê Pinheiro Filho, mestre em Relações Internacionais e estudioso da Estratégia Nacional de Defesa.

Procurado para comentar a atual situação do Exército, o ex-ministro de Assuntos Estratégicos Roberto Mangabeira Unger, que escreveu o texto da Estratégia Nacional de Defesa, disse que se considerava "moralmente impedido de falar" devido à "relação íntima e especial com as ações e tarefas de que tratará a reportagem".
"Direi apenas o que escrevi na dedicatória de um livro que dei à biblioteca do Exército, por mãos do general que a comanda: o Exército brasileiro é a mais importante instituição do Brasil", afirmou Mangabeira Unger ao G1.
Já o ex-ministro da Defesa Nelson Jobim, que também assinou a END em 2008, disse que não iria comentar a situação, pois não ocupa mais o cargo. segurança nacional blog... g-1

USS Porter colide com o petroleiro Otowasan próximo ao Estreito de Hormuz, no Golfo Pérsico

O DDG 78 USS Porter, navio de guerra estadunidense que colidiu com um petroleiro panamenho no último domingo, próximo a conturbada região do Estreito de Hormuz, no Golfo PérsicoDUBAI, Emirados Árabes Unidos — Um destróyer lançador de mísseis da classe Alrleigh Burke, o USS Porter, da Marinha dos Estados Unidos, colidiu com um petroleiro de bandeira panamenha, o M/V Otowasan, deixando um enorme "rombo" com severos danos, no seu lado direito, mais ou menos a meia nau. A colisão aconteceu no último domingo na entrada do estratégico Estreito de Hormuz (Golfo Pérsico).O impacto abriu uma brecha de três x três metros no navio de combate estadunidense, porém, sem causar ferimentos em nenhum membro da tripulação dos dois navios. O acidente aconteceu por volta de uma hora da madrugada, horário locaFotos divulgadas pela US Navy mostram a extensão dos danos e trabalhadores atuando para reparar as avarias, classificadas como muito sérias, no porto de Jebel Ali, em Dubai.
As causas do acidente estão sendo investigadas, sendo que o USS Porter estava escalado para operar baseado em Bahrain, uma nação ilha próxima ao Irã, compondo a 5ª Frota da Marinha dos Estados Unidos
O choque dos navios, ocorrido tão próximo da estratégica região do Estreito de Hormuz, serviu para chamar a atenção mundial para a crescente tensão existente entre os Estados Unidos e o Irã. A nação persa já deu seguidas declarações de que, em caso de ser atacada pelos Estados Unidos ou seus aliados, irá fechar a navegação no Estreito, com sérias consequências para o transporte internacional de óleo e gás por via marítima, abalando ainda mais a já combalida economia ocidental.
A investigação ora em curso deverá apontar as causas do choque entre os navios, e como já foi feito em ocasião semelhante no passado, os responsáveis entre os militares da Marinha dos Estados Unidos deverão ser severamente punidos, incluindo no escalão de comando.
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domingo, 12 de agosto de 2012

Grupo de VANTs submeteu-se ao homem


A empresa Boeing demonstrou o seu sistema avançado de controlo de veículos aéreos não tripulados (VANT), realizado com base em tecnologia de swarm (enxame).

Pela primeira vez, um operador em terra, usando apenas um computador portátil e uma radioemissora militar, conseguiu dirigir VANTs que funcionam de forma autônoma. Tal controle de veículos militares mudará radicalmente as táticas de guerra.
Atualmente, os VANTs são dirigidos a partir de certos pontos terrestres e aéreos, o que exige bastante tempo para coordenar as tarefas. No futuro, os soldados só precisarão de estabelecer metas e utilizar as capacidades dos veículos de combate não tripulados.
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Israel testa sistema de SMS-avisos sobre ataques com mísseis


Israel começou os testes do sistema de SMS-avisos sobre ataques com mísseis.

Os avisos serão divulgados em quatro idiomas: hebráico, russo, árabe e inglês. Segundo escreve o Jerusalem Post, os avisos poderão ser enviados aos habitantes de diversas regiões, partindo do supostio itinerário de vôo do míssil.
O sistema esteve em fase de elaboração durante vários anos. Seu lançamento protelou-se, porque o Ministério da Defesa de Israel não podia chegar ao entendimento com os operadores da comunicação celular, mas, ao que tudo indica, conseguiu vencer as divergências.
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Uma nova guerra no Sinai?


A crise na Península do Sinai está preocupante. O Egito enviou tropas para o Sinai a fim de realizar operações em grande escala contra os extremistas radicais. Israel está assistindo passivamente a revisão dos acordos de paz de Camp David, quando, nesta semana, os rebeldes já tinham feito a primeira tentativa de invadir o seu território.

O exército egípcio está varrendo a Península do Sinai de grupos radicais. Está sendo planejada a operação para destruir os rebeldes nas montanhas. Para realizá-la, foram transferidas urgentemente para o local tanques, aviões e lançadores de foguetes.
Já foram eliminados mais de 50 rebeldes, o mesmo numero deles foi preso. Eles são suspeitos de ataques aos postos de controle do exército e assassinato de 16 soldados. Autoridades egípcias afirmam que rebeldes têm ligações com Al-Qaeda.
Quando o presidente era Hosni Mubarak, o Cairo, mais ou menos, controlava a situação no Sinai, afirma o presidente do Instituto do Oriente Médio e Israel, Evgueni Satanovsky. Depois de derrubá-lo, a situação ficou fora de controle:
“Depois da Primavera árabe, após a queda do regime de Mubarak, não há controle no Sinai. Sinai se tornou uma área de anarquia. A libertação de prisioneiros após a derrubada de Mubarak fez com que milhares e dezenas de milhares de terroristas islamitas e elementos criminosos ficassem fora do controle do sistema egípcio de detenção. Tráfico de armas no Egito no momento é absolutamente livre, dezenas de milhares e centenas de milhares de armas estão espalhadas por todo o país no mercado interno. Entre este armamento estão os sistemas de mísseis antitanques que permitem abater aviões. Hamas estabeleceu no Sinai a sua rede de bases de apoio para ataques terroristas contra Israel.”
Muitos destes grupos, na semana passada, declararam contra o Cairo uma guerra de guerrilha. O presidente egípcio, Mohammed Mursi, prometeu restaurar a ordem na península. Seus oponentes não acreditam nele. A transferência de tropas para o Sinai, através do Canal de Suez é um argumento forte na disputa. No entanto, quando e com que resultado vai terminar a operação militar, ninguém é capaz de prever, além disso, o controle real da situação só é possível no caso da cooperação com os serviços de inteligência israelenses. Quando Hosni Mubarak era presidente,o controle estava presente, mas agora é minimizado. O seguinte episódio, por exemplo, é evidência disso. A inteligência israelense teve a informação de que os rebeldes iriam, em carros blindados, realizar ataques contra Israel após capturarem um posto de controle na fronteira egípcia. Como resultado, a Força Aérea Israelense destruiu rebeldes a 50 metros da fronteira. Enquanto os militares egípcios estavam totalmente despreparados para este ataque.
Cooperação com Israel na esfera de segurança, obviamente, pode ajudar ao presidente do Egito a sair do "impasse de Sinai." No entanto, é provável que a Irmandade Muçulmana não permita que o seu candidato coopere com os "inimigos sionistas", concluindo, por exemplo, com ele alguns acordos informais.
Se Israel de repente decidir estender primeiro a mão para o Egito, então, em troca, ele vai colocar suas próprias condições, diz o chefe do Centro de Estudos Árabes do Instituto de Estudos Orientais da Academia de Ciências Russa, Bagrat Seyronyan:
“Depois da revolução do Egito, em janeiro do ano passado, especialmente após a chegada à presidência do islamita, foram feitas algumas declarações muito duras contra Israel, após os quais as relações com este evidentemente ficariam piores, comparando com o período de Mubarak. Israel gostaria de ter alguma pressão sobre o novo governo egípcio, para confirmar, pelo menos, os acordos que foram alcançados durante o regime anterior. Parece-me que este fator seja, naturalmente, importante.”
Israel, evidentemente, está interessado no mais rápido restabelecimento do controle sobre o Sinai por parte do Cairo. No entanto, as forças conservadoras de Israel ainda não disseram a sua última palavra sobre a transferência de soldados egípcios e armas pesadas na área. Na verdade, até 1973 Sinai tinha sido ocupado por Israel e os Acordos de Camp-David o obrigaram a retirar suas tropas de lá. Agora, o lugar dos israelenses ocupam soldados egípcios, por isso podemos esperar uma reação dura do Tel-Aviv contra isso.
É claro que os extremistas radicais atingiram o que queriam i.e. conseguiram provocar uma grave crise nas relações entre Egito e Israel, afirma o perito do Instituto de Estudos Orientais da Academia de Ciências Russa, Boris Dolgov. Ele prevê que o desenvolvimento da situação será seguinte:
“A tensão e a incerteza da situação na Síria vão continuar, os confrontos continuarão. Isso cria dificuldades para Israel, com os radicais islâmicos que tentaram reingressar no território. É possível falar sobre o crescimento de uma ameaça direta contra os serviços de inteligência egípcios e o exército, porque os radicais islâmicos encaram o exército do Egito como o seu adversário.”
Na mesquita do Cairo, Al-Rashdan, onde se despediam com os policiais mortos no posto de controle, Rafah, quase que explodiu uma revolta espontânea da população. Ao chegar na cerimônia, o Primeiro-ministro Hisham Kandil, foi atacado pela multidão e se retirou rapidamente. Jogaram nele sapatos que é o indicador do mais alto grau de desprezo no mundo muçulmano. E em seguida, foram ouvidas maldições contra a Irmandade Muçulmana.
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China Afirma Reivindicação do Mar com a política e Navios

Haikou, China - A China não quer controlar todo o Mar da China Meridional, diz Wu Shicun, o presidente de uma pesquisa patrocinada pelo governo instituto aqui dedicado a esse canal estratégico, cujo leito se acredita ser rico em petróleo e gás natural. Ele quer apenas 80 por cento.O Sr. Wu é um político de cabelos prateados com um gosto de pinturas a óleo europeus e mobiliário fino. Ele é também um defensor agressivo e efetivo para a reivindicação de longa data de Pequim em grande parte do Mar da China do Sul em uma disputa cada vez mais dividido com vários outros países na região que está atraindo os Estados Unidos mais profunda para o conflito.
China estabeleceu recentemente um maior guarnição do exército e expandiu o tamanho de uma legislatura ostensivo para governar um pedaço de terra, conhecida como Ilha Yongxing, mais de 200 quilômetros a sudeste de Hainan. O objetivo desse movimento, o Sr. Wu disse, é permitir que Pequim para "exercer a soberania sobre todos os recursos de terra no interior do Mar da China Meridional", incluindo mais de 40 ilhas "que agora estão ocupadas ilegalmente" pelo Vietnã, Filipinas e Malásia.
Nas últimas semanas, a China tem aumentado regularmente a sua pressão, o envio de patrulhas com navios maiores e emissão de avisos persistentes em controladas pelo governo jornais de Washington para parar de apoiar os seus amigos asiáticos contra a China.
A liderança em Pequim parece ter fixado para o Mar do Sul da China como uma forma de mostrar o seu público interno que a China é hoje uma potência regional, capaz de obter o seu caminho em uma área há muito tempo considerada legitimamente a sua própria. Alguns analistas ver as ações reacendeu-se como um desvio a partir da transição de liderança que vem uma vez por década-a, deixando a mostra a força do governo em um momento potencialmente vulnerável.
"Eles têm de ser vistas no mercado interno tão forte e dura nos próximos meses", Kishore Mahbubani, reitor da Escola Lee Kuan Yew de Políticas Públicas da Universidade Nacional de Cingapura, disse que da liderança sênior. "Eles têm que se certificar que não são vistos como fracos."
A administração Obama, alarmados com impulso de Pequim, afirma que as disputas devem ser resolvidas por negociação, e que, como um dos corredores comerciais mais importantes do mundo, o Mar da China Meridional devem desfrutar de liberdade de navegação. O Departamento de Estado, em uma forte e incomum comunicado emitido este mês destina-se a avisar a China que deve moderar seu comportamento, disse que Washington acreditava que as reclamações devem ser resolvidas ", sem coação, sem intimidação, sem ameaças e sem o uso da força."
Washington estava reagindo ao que consideravam uma campanha permanente sobre o Mar da China Meridional, após Pequim impediu que a Associação de Nações do Sudeste Asiático, na sua reunião de cúpula no Camboja, em julho, de lançar um comunicado descrevendo uma abordagem comum para o Mar da China Meridional.
A disputa continua aumentando. Em 31 de julho, o 85 º aniversário da fundação da Libertação do Povo do Exército, o Ministério da Defesa chinês anunciou a ocasião, anunciando "um sistema regular de patrulha de combate-readiness" para as águas do mar sob jurisdição da China.
O governo então disse que tinha lançado seu mais novo navio patrulha: um navio de 5.400 toneladas. Ele foi projetado especificamente para manter a "soberania marítima", disse o Diário do Povo, jornal do Partido Comunista levando.
Somando-se a ansiedade entre os vizinhos da China, uma fragata da Marinha chinesa encalhou em Julho perto de uma formação rochosa conhecida como Meia Lua Shoal, em águas reivindicadas pelas Filipinas. O acidente levantou dúvidas sobre a competência da Marinha chinesa e suspeitas sobre o que o barco estava fazendo ali.
Wu, que é o presidente do Instituto Nacional de Estudos Mar da China Meridional , bem como o diretor-geral do Ministério do governo provincial de Hainan dos Negócios Estrangeiros, disse que nenhuma das ações da China foram desagradável.
Entrevistado em seu escritório espaçoso decorado com pinturas de paisagens da Itália e da Rússia, ele tinha retornado recentemente de um dia de festividades para a legislatura expandido e guarnição em Yongxing Island.
Yongxing, uma ilha de areia franjas de menos de um quilômetro quadrado dominado por uma pista que pode lidar com aviões de passageiros de médio porte, é parte do que a China chama as ilhas Xisha. Eles são conhecidos como os Paracels do Vietnã, que também reivindica o território.
New York Times SEGURANÇA NACIONAL BLOG

Virus Buscando Dados do Banco está atrelado ao ataque ao Irã


Uma empresa de segurança nesta quinta-feira que tinha descoberto o que ele acreditava ser o vírus de computador quarto patrocinado pelo Estado para a superfície no Oriente Médio nos últimos três anos, aparentemente destinada a computadores no Líbano.
A empresa, o Kaspersky Lab, disse que o vírus parece ter sido escrito pelos mesmos programadores que criaram Flame, o vírus de computador de mineração de dados que foi encontrado para ser espionagem em computadores no Irã, em maio, e que pode estar vinculado a Stuxnet , o vírus que interrompeu o trabalho de enriquecimento de urânio no Irã, em 2010.
O vírus, apelidado de Gauss depois de um nome encontrado em seu código, foi detectada em 2.500 computadores, a maioria no Líbano, disse a empresa. Seu objetivo parecia ser para adquirir logins para contas de mensagens de correio electrónico e instantâneas, redes sociais e, nomeadamente, contas em determinados bancos - uma função mais tipicamente encontradas em programas maliciosos usados ​​por criminosos com fins lucrativos.
Os pesquisadores disseram que os bancos alvo incluiu vários Líbano maior - o Bank of Beirut, Banco Blom, Banco Byblos e Libanais crédito - juntamente com o Citibank e do sistema de pagamento online PayPal.
"Nós nunca vimos qualquer alvo de malware, uma faixa específica de bancos", Costin Raiu, diretor da Kaspersky da pesquisa global e análise, disse em uma entrevista. "Geralmente, o alvo cibercriminosos como muitos bancos como possíveis para maximizar o lucro financeiro, mas esta é uma campanha cyberespionage muito focados para usuários de certos sistemas bancários online."
Especialistas do Líbano disse que uma campanha de espionagem norte-americana cibernético dirigido sistema Líbano bancário parece ser uma possibilidade plausível, dadas as preocupações de Washington de que os bancos do país estão sendo utilizados como um canal financeiro para o governo da Síria e ao Hezbollah, o grupo militante libanês e política partido.
"Os Estados Unidos teve um número de bancos libaneses sob o microscópio por um tempo", disse Bilal Y. Saab, especialista em Líbano do Instituto Monterey de Estudos Internacionais, que disse que os bancos "operam como bancos suíços" em termos de sigilo. "Um vírus de computador poderia minar completamente isso", disse ele.
Pesquisadores da Kaspersky Lab, com sede em Moscou, disseram que encontraram o vírus Gauss ao analisar o vírus da Chama em junho. Chama é uma ferramenta de reconhecimento que pode capturar imagens de sessões de tela do computador do usuário, o registro de e-mail e bate-papo, ligar microfones remotamente e monitorar as teclas pressionadas e tráfego de rede. Ele pode infectar um computador offline através de um stick USB ou uma conexão Bluetooth.
Pesquisadores da Kaspersky disse que eles estavam confiantes de que Gauss foi o trabalho das mesmas mãos, como chama, porque os dois vírus foram escritas na mesma língua (conhecido como C + +) sobre a mesma plataforma e compartilhou alguns códigos e características. Diferentes pessoas provavelmente escreveu Doqu e Stuxnet , os dois primeiros patrocinados pelo Estado vírus à superfície em anos recentes, eles disseram, mas todos os quatro foram provavelmente encomendado pela entidade patrocinada pelo Estado mesmo.
"Não há absolutamente nenhuma dúvida de que Gauss e Flame foram impressas pelas mesmas fábricas", disse Raiu disse. "Uma versão inicial do Stuxnet utilizado um módulo de Chama, que mostra que eles estão conectados. Stuxnet foi criado por um Estado-nação - ele simplesmente não poderia ter sido concebida sem apoio do Estado-nação -. O que significa Chama e Gauss foram criados com o apoio estado-nação bem "
Kaspersky Lab se recusou a especular sobre o que os Estados-nação eram responsáveis. The New York Times relatou em junho , com base em entrevistas com funcionários de vários países, que Stuxnet foi desenvolvido em conjunto pelos Estados Unidos e Israel.
Especialistas em segurança não relacionados com o laboratório foram menos certo que o governo estava por trás de Gauss. "É um salto bastante grande, em termos de raciocínio dedutivo, a assumir que, porque eles compartilham uma plataforma de arquitetura comum, essa variante é também patrocinado pelo Estado", disse Will Gragido da RSA, uma empresa de segurança, que estudou a chama, mas não tem ainda analisados ​​de Gauss. "É possível que o código foi disponibilizado no subsolo e reutilizado ou reutilizados por cibercriminosos."
Pesquisadores da Kaspersky disse Gauss continha uma "ogiva", que busca um sistema de computador muito específico, sem conexão com a Internet e instala-se apenas se encontra um. "É feito de tal forma inteligente que os pesquisadores de segurança não pode analisá-lo, porque eles não sabem a chave de descriptografia que desbloqueia o verdadeiro propósito desse programa", disse Raiu disse.
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Israel diz que ameaça nuclear do Irã é grande


Dan Williams - Reuters
JERUSALÉM - O premiê de Israel, Benjamin Netanyahu, disse neste domingo, 12, que a maior parte das ameaças à segurança do país se tornam menores diante da possibilidade de o Irã obter armas nucleares. Segundo a mídia israelense, Teerã tem intensificado os seus esforços para produzi-las.Os comentários do primeiro-ministro na reunião semanal de gabinete e as notícias de primeira página no liberal Haaretz, crítico de Netanyahu, e no jornal conservador Israel Hayom se dão em meio ao debate cada vez mais intenso sobre se Israel deve ou não atacar o Irã por causa de seu controverso programa atômico.
O debate desafiou os apelos do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que disputa a reeleição e que pede mais tempo para a diplomacia internacional. Teerã diz que seu programa nuclear é pacífico e promete fortes represálias caso atacado.
Nos comentários também transmitidos ao vivo pela mídia israelense, Netanyahu afirmou que "todas as ameaças dirigidas neste momento a Israel se tornam pequenas diante de outra ameaça, diferente em escopo, diferente em substância."
"Por essa razão, eu digo de novo que ao Irã não pode ser permitida a obtenção de armas nucleares", declarou Netanyahu. Netanyahu também disse que Israel investe bilhões em defesa.
O Banco Central, por exemplo, tem feito simulações para o caso de "grandes crises", como uma guerra contra o Irã, disse Stanly Fischer, chefe do banco, a uma televisão israelense neste fim de semana.
Os jornais Haaretz e Israel Hayom publicaram que o Irã teria feito progressos significativos para o desenvolvimento de armas nucleares, com base em fontes anônimas.
Amplamente conhecido por ter o único arsenal atômico da região, o Estado judeu vê um conflito nuclear com o Irã como uma ameaça mortal e há tempos tem ameaçado atacar seu arquirrival preventivamente.
Os comentários sobre guerra têm, em parte, como objetivo endurecer as sanções internacionais contra Teerã. Alguns analistas especulam que Netanyahu esteja blefando. Outros acham que é uma tentativa de mudar a opinião de ministros, militares e eleitores contrários a um ataque.
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sábado, 11 de agosto de 2012

Até o Exército


O Estado de S.Paulo
O padrão de incompetência do governo federal na gestão do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) tem na transposição do Rio São Francisco talvez sua face mais dramática. Financiado inteiramente com recursos públicos, o projeto, que é o mais caro do PAC, foi alardeado como a salvação dos nordestinos acossados pela seca, mas tornou-se um manancial de irregularidades - das quais agora nem o Exército parece ter escapado.
A ideia da transposição é desviar parte das águas do rio, por meio de canais de concreto, para irrigar o semiárido de Pernambuco, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte. O projeto está dividido em dois eixos, o Norte e o Leste. Na semana passada, como mostra o jornal Valor, o TCU concluiu uma auditoria no Eixo Norte e constatou que houve superfaturamento na parte desse trecho que estava entregue ao 2.º Batalhão de Engenharia do Exército, num montante estimado em mais de R$ 7 milhões. A auditoria sustenta que a irregularidade, em Cabrobó (PE), ocorreu em razão da "fiscalização inadequada por parte do Exército".
Problemas desse tipo não são incomuns quando se trata da transposição do São Francisco, cujo Eixo Leste deveria ter sido inaugurado no segundo semestre de 2010, mas que agora deve ficar pronto, se Deus quiser, só em dezembro de 2014. O Eixo Norte, esperado para este ano, pode ser concluído em 2015. Além disso, há várias suspeitas de superfaturamento e desvio de recursos. O mais recente relatório do TCU a respeito apontou sobrepreço de R$ 29 milhões em trechos no Ceará e mandou rever os custos. Além disso, o tribunal constatou indícios de irregularidades na desapropriação de imóveis para as obras - teria havido avaliação muito acima dos preços de mercado, e locais em péssimo estado de conservação foram considerados "em bom estado". Não é à toa que a previsão de custo da transposição tenha saltado de R$ 4,7 bilhões para R$ 8,2 bilhões, e fica difícil acreditar na presidente Dilma Rousseff quando ela diz, como fez em fevereiro passado, que o governo tem "uma clara perspectiva de fazer com que essa obra entre em regime de cruzeiro e não tenha nenhum problema de continuidade".
Causa espécie, porém, a notícia de que pode ter havido irregularidades até em obra tocada pelo Exército, instituição que costuma estar acima de qualquer suspeita. Os militares têm sido uma espécie de esteio dos programas de infraestrutura do governo federal, porque cumprem prazos e economizam recursos. O Exército está hoje em 25 obras do PAC. Atua na terraplenagem do novo terminal do Aeroporto de Guarulhos, além de ter oferecido à Infraero projetos de engenharia para a expansão dos aeroportos de Vitória, Goiânia e Porto Alegre.
No caso do Aeroporto de Guarulhos, a competência da "empreiteira militar" foi amplamente comprovada: o prazo para a entrega da terraplenagem foi antecipado em 15 meses, e o custo, antes orçado em R$ 417 milhões, caiu 25%. É o exato oposto do que acontece na maioria das obras do PAC - inclusive, agora se sabe, em uma das que estavam sob incumbência do Exército.
O próprio TCU acaba de constatar que houve desvio de pelo menos R$ 36,4 milhões na obra da Ferrovia Norte-Sul entre Palmas (TO) e Uruaçu (GO), como mostrou a Folha (4/8). Entre outras irregularidades, foram comprados trilhos e dormentes que acabaram não sendo usados. Além disso, o empreendimento tem erros de execução que geraram superfaturamento de R$ 20,7 milhões e que podem comprometer a própria segurança da operação ferroviária.
Em outro caso exemplar do descalabro do PAC, revelado pelo Estado (5/8), as obras de construção da refinaria cearense Premium 2, tida como prioritária pela Petrobrás, não foram nem sequer iniciadas, por problemas fundiários. O lugar é apenas mato, nada menos que 18 meses depois do lançamento da pedra fundamental por um orgulhoso presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que logo em seguida passaria a faixa a Dilma Rousseff, a quem apelidou de "mãe do PAC". Há apenas restos do palanque ali montado para mais uma sessão do prometido "espetáculo do crescimento".
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Após Curiosity, incertezas rondam programa da Nasa em Marte

PASADENA, CALIFÓRNIA, 11 AGO -A chegada da nave da NASA em Marte, levando o robô Curiosity nesta semana, preparou o terreno para uma potencialmente mudança na missão para saber se o planeta mais parecido com a Terra já teve a chance de desenvolver vida, embora as missões de acompanhamento só existam em rascunhos.Os Estados Unidos haviam planejado uma equipe com a Europa em um trio de missões a partir de 2016 que culminaria com o retorno de amostras de rochas de Marte para a Terra, um esforço que o Conselho Nacional de Pesquisa considera prioridade máxima em ciência planetária para a próxima década.
Citando preocupações com o orçamento, a administração de Obama colocou um fim na participação da Nasa no programa europeu ExoMars no início do ano, levando a agência espacial dos EUA a reexaminar suas opções antes que mais uma oportunidade de voo apareça. Terra e Marte se alinham favoravelmente para lançamentos a cada 26 meses.
Um relatório da NASA, que deverá ser divulgado neste mês, deverá destacar alternativas de menor custo para as missões em Marte que poderão ser lançadas em 2018 e 2020.
Uma segunda missão espacial para acompanhar as descobertas do Curiosity ou para explorar outros três locais de aterrissagem identificados originalmente para o Curiosity poderiam ser "o próximo passo lógico", disse o chefe do programa de exploração em Marte, Doug McCuistion. Mas ele duvida que terá o dinheiro para isso.
(Por Irene Klotz  Reuters SEGURANÇA NACIONAL BLOG

Trem-bala entra em pacote de concessões


Agencia Estado
São Paulo, 11/08/2012 - O polêmico projeto do trem-bala estará no pacote de concessões que a presidente Dilma Rousseff pretende anunciar na próxima quarta-feira, na tentativa de aumentar o investimento privado e combater as baixas taxas de crescimento econômico do País. Para vender os projetos, ela caprichou na lista de convidados, incluindo nela várias empresas internacionais. Dilma quer dinheiro estrangeiro na infraestrutura nacional.
O pacote a ser anunciado na semana que vem inclui mais de 5 mil quilômetros de rodovias e 8 mil de ferrovias, neles incluído o trem-bala.
Numa segunda etapa, deverão ser anunciadas as concessões de aeroportos e dos portos. Somados, os projetos de logística de transporte envolverão investimentos superiores a R$ 80 bilhões e inferiores a R$ 90 bilhões, segundo dados que circulavam ontem no governo.
Além do trem de alta velocidade ligando São Paulo, Campinas e Rio de Janeiro, deverão ser oferecidos à iniciativa privada investimentos no Ferroanel de São Paulo e na Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (Fico), no trecho que sai de Lucas de Rio Verde (MT) e se integra à Ferrovia Norte-Sul em Campinorte (GO).
Em rodovias, estão na lista empreendimentos como as BR-040 e BR-116 em Minas Gerais. "Todos os trechos são de interesse das empresas", disse o presidente da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR), Moacyr Servilha Duarte. Ele acredita que, desta vez, o governo deverá exigir um volume maior de investimentos ao fazer as concessões.
Parcerias. Os leilões de aeroportos, que estão na fila de anúncios, poderão envolver uma novidade: Parcerias Público-Privadas (PPPs). O governo federal até hoje não utilizou essa forma de concessão na qual a participação do setor público é maior do que numa concessão tradicional. Os editais deverão também trazer novas exigências para os candidatos à concessão, pois o governo quer atrair operadores de aeroportos com maior experiência do que os que venceram os leilões de Guarulhos, Viracopos e Brasília.
O pacote de portos está um pouco mais atrasado, dada a complexidade do assunto. O anúncio por etapas das concessões em infraestrutura atende também à necessidade do governo de gerar uma agenda positiva ao longo do mês.
Em seguida, será a vez da desoneração da eletricidade, um conjunto de medidas que deverá baixar a tarifa em cerca de 10%. É possível que o anúncio ocorra só em setembro.
Outras medidas aguardadas pelos empresários, como a ampliação das desonerações tributárias e a reforma do PIS-Cofins, dependem de uma avaliação sobre a evolução das contas públicas. Com a arrecadação abaixo do esperado, Dilma tem dificuldades em aprovar medidas que representarão menos recursos em caixa. As informações são da edição deste sábado do jornal O Estado de S.Paulo.SEGURANÇA NACIONAL BLOG

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Israel está decidido a atacar o Irã no outono, diz jornal

A imprensa israelense dedicou suas capas nesta sexta-feira a um possível ataque militar de Israel contra instalações nucleares iranianas, considerando que os principais defensores deste controverso plano são o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, e o ministro da Defesa, Ehud Barak. Para o jornal de grande circulação Yediot Aharonot, Netanyahu e Barak estão "decididos a atacar o Irã no outono", inclusive antes das eleições americanas."É muito relevante que estas duas figuras de alto escalão, o primeiro-ministro e o ministro da Defesa, estejam decididos a isso", consideraram dois editorialistas do Yediot Aharonot, Nahum Barnea e Shimon Shiffer. "Mas também é muito relevante que nenhuma personalidade da classe dirigente - nem no exército, nem nos círculos da Defesa, nem sequer o presidente - apoie atualmente um ataque israelense", acrescentaram.
O jornal Haaretz abre sua edição do fim de semana com declarações de um funcionário de alto escalão que pediu o anonimato. "Israel tem que se perguntar de maneira responsável qual seria o sentido de não agir neste momento", considerou o dirigente.
Por sua vez, o Maariv se refere em sua primeira página a uma pesquisa que indica que 37% dos israelenses entrevistados pensam que se o Irã tivesse uma arma nuclear poderia provocar um "segundo Holocausto".
Teerã nega as acusações das potências ocidentais e de Israel e assegura que seu programa nuclear só tem fins civis. Israel, a única potência nuclear - embora não reconheça - da região, considera que sua existência estaria ameaçada se o Irã possuísse uma bomba atômica.
Na quinta-feira, Barak havia afirmado que "as estimativas dos americanos sobre a possibilidade de que o Irã possa dispor de uma bomba atômica (...) se aproximam das nossas". Isso "faz com que a questão iraniana seja um pouco mais urgente", acrescentou.
segurança nacional blog..AFP 

Egito mobiliza tropas no Sinai para combater radicais

O Exército egípcio está mobilizado desde quinta-feira na península do Sinai, com autorização de Israel, em uma operação destinada combater os ataques mortíferos dos grupos islamitas radicais, segundo jornalistas e testemunhas em Al-Arish (Egito). Uma fonte do Exército disse à agência Reuters que seis "terroristas" foram presos na região nesta sexta-feira.
Os chefes beduínos, apesar de serem hostis ao governo central, prometeram ajuda às autoridades egípcias em uma reunião realizada na noite de quinta-feira com o ministro do Interior em Al-Arish, cidade situada a 50 km da fronteira com Gaza, território palestino controlado pelo movimento islamita Hamas.
Caminhões militares que transportavam dezenas de veículos blindados equipados com metralhadoras cruzaram Al-Arish em direção ao leste, onde ativistas islamitas beduínos ocuparam povoados próximos à fronteira palestina, segundo as mesmas fontes.
Israel autorizou o Egito na noite de quinta-feira para a mobilização de helicópteros de combate com o objetivo de lutar contra supostos militantes islamitas no Sinai, fronteiriço com o Estado hebreu, indicou um funcionário israelense em Jerusalém.
Em sua reunião com o ministro Ahmed Gamal al-Din, os chefes beduínos pediram para ver os corpos dos 20 supostos radicais mortos na quarta-feira pelas mãos do Exército egípcio. "Pedimos que nos apresentem os corpos, um ou dois corpos, nada mais, para nos convencermos", declarou Eid Abu Marzuka, um dos beduínos que participou da reunião. Outros beduínos disseram que tinham dúvidas sobre estas informações confirmadas por um comandante do exército no Sinai.
Os chefes tribais também indicaram que deram sua aprovação para ajudar o Exército e a polícia a restaurar a segurança nesta zona sem lei e para fechar os túneis utilizados para o contrabando e para o transporte de armas à Faixa de Gaza.
"Houve consenso entre as tribos para destruir os túneis. Não nos importamos que isto incomode o Hamas. O Egito deveria comercializar com os palestinos passando pelo posto fronteiriço de Rafah", declarou Marzuka. "Nós estamos contra o contrabando e contra o cerco", acrescentou, em alusão ao semibloqueio imposto por Israel ao enclave desde 2007.
Após a reunião, o ministro do Interior assegurou à imprensa que o Exército egípcio combateria os ativistas com a ajuda das tribos beduínas, que, no entanto, criticam o governo por marginalizá-las. "Com a ajuda das populações (do Sinai), a missão será cumprida", declarou aos jornalistas.
Outro membro de alto escalão egípcio da segurança baseado no Sinai reconheceu que estão diante de um inimigo difícil de encontrar e que conta com a vantagem do local, por conhecerem as montanhas e um deserto que ali se encontram. "Conseguiremos pouco a pouco", declarou à AFP sob anonimato por não estar autorizado a falar à imprensa. "A geografia, o deserto e as montanhas tornarão a operação muito difícil", explicou.
O ataque de um posto fronteiriço no último domingo por supostos radicais islamitas, que custou a vida de 16 guardas fronteiriços, comoveu o governo e levou o presidente Mohamed Mursi a destituir o chefe do serviço de informação e dois generais. Segundo o Exército, os agressores receberam apoio de fogo de morteiros disparados de Gaza durante seu ataque.
Por sua vez, segundo informações da televisão estatal divulgadas nesta sexta-feira, o Egito decidiu abrir em apenas um sentido o terminal de Rafah, fechado após o ataque no Sinai, para permitir que os palestinos que se encontram em seu território possam voltar à Faixa de Gaza.
AFP ..segurança nacional blog

Paraguai: suspensão de venda de energia de Itaipu irá ao Congresso

O anúncio do presidente do Paraguai, Federico Franco de que irá suspender a venda de energia excedente para o Brasil e a Argentina precisa ser submetido à apreciação e votação do Parlamento paraguaio. O Congresso do país é formado pelo Senado (com 45 parlamentares) e pela Câmara (com 80 integrantes). Segundo o presidente, o assunto é uma questão de soberania nacional. Desde junho, o Paraguai está suspenso do Mercosul e da União de Nações Sul-Americanas (Unasul).
Franco disse que enviará até dezembro um projeto de lei recomendando a suspensão da venda de excedentes de energia para o Brasil. Uma vez enviado, o texto será submetido à apreciação dos parlamentares e, depois votado. Não há prazo para os procedimentos. Em abril de 2013, há eleições presidenciais no Paraguai. Franco não pode ser candidato à reeleição pela Constituição do país.
Paralelamente, Franco anunciou que o governo lançará uma campanha de incentivo para os empresários nacionais e estrangeiros para que invistam no país. A ideia é incrementar o setor industrial das regiões de San Pedro e Concepción.
No entanto, a ameaça de Franco de não mais "ceder" energia ao Brasil não gera transtornos para o governo, segundo o diretor-geral brasileiro da Usina Hidrelétrica de Itaipu, Jorge Miguel Samek. Segundo ele, a usina tem regras que definem claramente as formas de compra de energia e o seu funcionamento.
Samek disse que não está "nada preocupado" com o caso. "Itaipu tem contrato e tratado que estabelecem claramente formas de compra (de energia) e de funcionamento (da usina). Eles compram a energia necessária para o país e o que não consome é comprado pelo Brasil", afirmou. "Claro que se eles consumirem mais haverá, obviamente, menos energia para o Brasil. Mas isso requer instalação de novas indústrias e fatores que levem a um maior consumo. Isso está muito bem consumado no contrato", disse Samek.
O diretor de Itaipu acrescentou que teve um encontro muito positivo com o presidente paraguaio, no último dia 3. Segundo Samek, Franco visitou as instalações da usina e eles conversaram "muito" quando Franco indicou que "estava tudo normal".
A Usina Hidrelétrica de Itaipu, construída e administrada conjuntamente pelo Brasil e Paraguai, tem 14 mil megawatts de potência instalada e atende a cerca de 19% da energia consumida no Brasil e a 91% do consumo paraguaio. O Tratado de Itaipu, firmado em 1973, estabelece que cada país tem direito a usar metade da energia gerada pela usina. Como usa apenas 5% do que teria direito, o Paraguai vende o restante ao Brasil.

Brasil reage a FrancoO governo brasileiro reagiu à ameaça do presidente do Paraguai, Federico Franco, de cortar fornecimento da energia da hidrelétrica de Itaipu, vendida ao país por não ser consumida no mercado paraguaio. O porta-voz do Itamaraty, embaixador Tovar Nunes, disse ontem que o Brasil "paga" pela eletricidade e que o Paraguai "não a cede", como Franco afirmou na quarta-feira. "Não existe cessão de energia, ela é comprada. Essa energia, o Brasil não tem de graça", disse o diplomata.


Ele lembrou que o tratado internacional de Itaipu (1973) estabelece que Brasil e Paraguai têm direito, cada um, a 50% da eletricidade gerada. Da mesma forma, o documento fixa também claramente que a energia excedente, não utilizada por um dos dois sócios, deve ser vendida ao outro. Como o Paraguai satisfaz sua demanda com só 5% da eletricidade da usina, construída sobre o rio Paraná, na fronteira entre os dois países, o restante acaba no Brasil.

Desde 2011, o país paga por essa conta US$ 360 milhões anuais, valores triplicados graças a negociação política feita entre os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Lugo. Esse reajuste fora de contrato tinha sido bandeira de campanha eleitoral de Lugo em 2008.

Franco, por sua vez, disse que "a decisão do governo é clara" e "não continuará a ceder energia". Em seguida, enfatizou: "Notem que usei a palavra "ceder", porque o que estamos fazendo é dar energia para o Brasil e a Argentina. Não estamos vendendo mesmo".

Interessado em atrair empresas grandes consumidoras de eletricidade, como aviários e fábricas de alumínio, o presidente paraguaio promete encaminhar até dezembro ao Congresso projeto de lei que garantirá às futuras gerações "soberania e convergência energética do Paraguai", barrando venda de excedentes ao Brasil. A ameaça incluiu a usina de Yacyretá, na qual o país é sócio da Argentina.

"Vamos trazer o que é nosso e criar postos de trabalho para evitar migrações. A única alternativa será criar condições a fim de industrializar o país", discursou. Uma vez enviado, o texto será submetido à apreciação dos parlamentares e, depois votado, sem qualquer prazo para isso. Em abril de 2013, há eleições presidenciais e Franco não pode ser candidato à reeleição.
 

Mercosul

Para analistas, as declarações de Franco são uma retaliação política à suspensão temporária do Paraguai do Mercosul e da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), definida em junho depois da destituição sumária de Lugo pelo Senado paraguaio. O embaixador Nunes afirmou que desconhece o interesse do Paraguai em novos aumentos nos preços da energia de Itaipu, o que precisa obrigatoriamente ser negociado pelos dois países.

"Acredito que a declaração do presidente Franco serviu para sinalizar desconforto com a decisão do Mercosul de permitir a entrada da Venezuela no bloco, à revelia do Paraguai, que foi afastado por Brasil, Argentina e Uruguai", declarou a senadora Ana Amélia (PP-RS).

O diretor-geral de Itaipu, o brasileiro Jorge Miguel Samek, também afirmou que existem regras claras sobre o funcionamento da usina e as formas de compra da energia. Ele disse que não está "nada preocupado" com o caso. "Se eles (Paraguai) consumirem mais, haverá, obviamente, menos energia para o Brasil. Mas isso requer fatores que levem a um maior consumo", sublinhou. Ele acrescentou que teve, no último dia 3, um encontro positivo com o presidente paraguaio. Franco visitou as instalações da usina e indicou que "estava tudo normal".
 

Marca recorde

Em uma tentativa de mostrar harmonia, os dois diretores-gerais da Hidrelétrica Itaipu Binacional, o brasileiro Jorge Samek e o paraguaio Franklin Rafael Boccia, divulgaram ontem nota comum no qual comemoram a marca de 2 bilhões de megawatts-hora (MWh) gerados ao longo dos últimos 18 anos. Desde o início da operação, em 1984, até as 18h55 da quarta-feira, informam os diretores, a maior hidrelétrica em plena atividade do mundo gerou a carga recorde. Ela seria suficiente, por exemplo, para suprir as necessidades de energia elétrica do mundo inteiro por 40 dias. Construída e administrada conjuntamente pelo Brasil e pelo Paraguai, Itaipu tem 14 mil megawatts (MW) de potência instalada e atende a um quinto da energia consumida no Brasil e mais de 90% do consumo paraguaio.
Agência Brasil..segurança nacional blog

O verdadeiro inimigo


O ministro da Defesa, Celso Amorim, voltou a pedir a ampliação dos gastos com as Forças Armadas, em recente evento da Associação de Estudos da Defesa, como noticiou o Estado (7/8). No entanto, sua justificativa para pedir mais recursos na área militar foi constrangedora: o ministro acredita na possibilidade de agressão não de algum vizinho, tampouco de narcoguerrilhas ou grupos terroristas, mas de "grandes potências e alianças militares" - que só podem ser Estados Unidos e Otan.
Amorim avalia que há hoje um "forte sentimento de insegurança no sistema internacional" em razão de ações militares unilaterais, referindo-se às guerras no Iraque e no Afeganistão, deflagradas pelos americanos, e à intervenção da Otan na Líbia sem que houvesse claro mandato da ONU para isso.
Como sugere a fala do ministro, casos como esses mostram que o Brasil deve se precaver. "Temos um patrimônio que nos transforma num dos territórios mais ricos do planeta", disse ele, enfatizando também a "nova estatura internacional do Brasil ao redor do mundo" (sic !). E arrematou: "O Brasil deve construir capacidade dissuasória crível, que torne extremamente custosa a perspectiva de agressão externa a nosso país". Os estrategistas militares de Washington devem ter perdido o sono depois disso.
O discurso de Amorim se aproxima perigosamente da delirante retórica bolivariana, que enxerga nos Estados Unidos uma ameaça militar permanente, como se uma invasão dos "ianques" fosse acontecer a qualquer momento na América do Sul. Foi com essa desculpa grotesca que o caudilho venezuelano, Hugo Chávez, armou-se até os dentes com equipamento bélico russo - muito mais para atemorizar a oposição interna, graças à militarização das chamadas "milícias bolivarianas", do que para enfrentar uma improvável intervenção americana. Essa coincidência entre a posição de Amorim e as bandeiras do bolivarianismo não deveria causar espanto, a julgar por sua trajetória na Chancelaria do governo Lula.
Nada disso significa que não haja necessidade de qualificar os investimentos nas Forças Armadas, sobretudo diante do estado de penúria em que elas se encontram. Um estudo produzido pelo Ministério da Defesa mostra que metade dos equipamentos militares do Brasil simplesmente não tem condições de uso. Há casos críticos, como o da Marinha, responsável por patrulhar a área que guarda uma das principais riquezas a que aludiu Amorim - isto é, o petróleo do pré-sal. Os números mais recentes, compilados no ano passado, mostram que somente 2 dos 23 jatos A-4 da Marinha estavam em condições de voar. Além disso, apenas 53 das 100 embarcações e 2 dos 5 submarinos podiam navegar. Na Aeronáutica, nem metade dos aviões saía do chão, e a maior parte da envelhecida frota superou os 15 anos de uso. Como se sabe, porém, essa renovação, prometida ainda no governo Lula, está emperrada.
O Brasil gasta 1,5% do PIB com defesa, e Amorim quer algo em torno de 2%, equiparando-se à China, Rússia e Índia. É difícil imaginar, no entanto, que o Brasil tenha necessidades militares semelhantes às desses países, a não ser como expressão de megalomania. Ademais, já estamos entre os 15 países do mundo que mais gastam na área militar - na Lei Orçamentária Anual para este ano, a dotação do Ministério da Defesa foi de R$ 64,795 bilhões. O problema é que, desse valor, R$ 45,298 bilhões estavam destinados ao pagamento de pessoal e de encargos sociais, enquanto R$ 9,128 bilhões foram destacados para investimentos. Ainda assim, a verba para modernizar a área militar vem crescendo constantemente desde 2007, quando somou R$ 5 bilhões.
Mais econômico, portanto, seria investir numa equação em que as Forças Armadas gastassem melhor os recursos disponíveis e priorizassem a proteção das fronteiras, sem ter de, recorrentemente, fazer o papel que cabe à polícia.
Não resta dúvida de que é imperativo manter uma força militar capaz de enfrentar os desafios da defesa nacional, mas é preciso estabelecer prioridades claras, lastreadas em ameaças reais, e não na imaginação fértil de um punhado de ideólogos.ESTADO DE SÃO PAULO SEGURANÇA NACIONAL BLOG