quinta-feira, 25 de maio de 2017
Com governo de direita, economia brasileira ficou mais aberta à cooperação com Rússia'
Sendo ambos os países membros do BRICS, o Brasil e a Rússia têm apostado muito em cooperação bilateral nos últimos anos. Na véspera da próxima reunião entre os empresários brasileiros e russos, a Sputnik Brasil falou com o presidente do Conselho Empresarial Rússia-Brasil, Sergey Vasiliev, sobre as perspectivas do comércio entre os dois países.
Hoje em dia, o fluxo comercial entre o Brasil e a Rússia é de US$ 4,3 bilhões, sendo que cerca de 60% das exportações brasileiras contam com a carne de boi e de frango, além da soja, açúcar, café e tabaco, enquanto a Rússia vende, principalmente, para o país latino-americano seus produtos químicos.
Sputnik: Já passou um ano desde a destituição da ex-presidente brasileira, Dilma Rousseff. Será que o senhor, bem como toda sua equipe empresarial, sentiu alguma mudança na abordagem brasileira para com a cooperação com a Rússia com a chegada da nova administração? Houve algumas iniciativas novas ou, talvez, algumas esferas ficaram paradas?
Sergey Vasiliev: Já é a quinta vez que eu tomo parte das reuniões da Comissão Intergovernamental de Cooperação [trata-se do encontro da Comissão Intergovernamental de Cooperação Rússia-Brasil (CIC) que ocorreu nos dias 22 e 23 de maio em Brasília]. Claro que muita coisa mudou. Vou apenas falar que as relações ficaram muito mais calorosas, a nível econômico, particularmente. Há muito mais compreensão mútua, já que isso é extremamente importante. Propriamente dito, a nova administração anunciou um caráter muito mais aberto na economia, o que, claro, é crucial. […] Antes disso, ao longo de 5 anos, o comércio bilateral estava em declínio.
S: Ou seja, a seu ver, o governo que se inclina mais para a direita é um parceiro mais benéfico para a Rússia?
SV: Em algum sentido, sim, são mais abertos. Mas, falando justamente, certo encerramento da economia não se deu deliberadamente, mas sim por um conjunto de abordagens políticas. Não houve um conceito especial de fechar a economia, foi assim que aconteceu. Claro que foi um fator negativo, e deve ser combatido.
Falando sobre as perturbações políticas que abalam o Brasil hoje em dia, Vasiliev, que também ocupa o posto de vice-presidente do banco estatal russo Vnesheconombank, destacou que elas "não acabam minando o interesse por parte dos investidores russos, porém, desestabilizam em certo sentido o processo de negociação".
O economista adiantou que, entretanto, durante a reunião de anteontem (23) não dava para sentir qualquer tipo de perturbação ou incerteza durante as conversações, que decorreram em tom muito construtivo e amistoso.
Vale destacar que há vários anos, inclusive no decorrer da VI cúpula do BRICS que aconteceu de 15 a 16 de julho de 2014, em Fortaleza, o Brasil e a Rússia determinaram o objetivo de alcançar um fluxo comercial no volume de US$ 10 bilhões, o que até hoje não foi realizado.
Na verdade, esta meta foi colocada ainda antes [da cúpula em Fortaleza], e até hoje não foi alcançada. Mais que isso, não estou certo que seja possível alcançá-la nos próximos anos", confessou Vasiliev.
Entre as razões para o avanço bastante lento da iniciativa, o economista sublinhou a tendência russa de buscar autossuficiência no setor de carnes, enquanto este tipo de produtos alimentícios é aquilo que contribui para a parte leonina das vendas brasileiras. O especialista destacou que, por enquanto, não há nenhuma esfera de cooperação, de mesma forma ampla, que possa substituí-la, por isso é pouco provável que as importações russas cresçam a ritmos muito elevados.
S: Ou seja, a curto prazo a realização desta meta não será possível?
SV: Falando a verdade, hoje em dia é à cooperação tecnológica e à de investimentos que se dá maior destaque. Ou seja, às esferas que não refletem tanto nos índices brutos, mas é visível na qualidade dos produtos e na introdução de novas tecnologias.
Abordando o tema da operação Carne Fraca, que levou vários países do mundo a introduzirem suspensões temporárias às importações brasileiras, Vasiliev destacou que a Rússia decidiu seguir outro caminho de não impor quaisquer sanções, o que foi altamente elogiado pelos parceiros brasileiros, inclusive pelo Ministério da Agricultura.
Além disso, o especialista observou que tal tipo de entendimento pode dar um novo ímpeto ao comércio bilateral na esfera de agricultura.
"Por exemplo, temos tido uns desafios na área de agricultura, no que se trata das exportações de trigo russo. Havia umas regras bem rígidas, extremamente duras. Agora, há uma hipótese de que este problema se resolva", explicou Vasiliev.
S: Isto é, o escândalo da Carne Fraca não influiu de alguma maneira nos volumes de importações russas?
SV: Absolutamente não. Digamos a verdade, este foi um escândalo artificial, em algum sentido. Tratou-se de vários produtores bem "marginais" que produzem, acho, cerca de 2% do volume total. Foi uma clara "ação de publicidade", e teve nada a ver com os problemas reais. […] Uma ação alegadamente organizada por concorrentes, porém, não conheço este mercado tão bem para dizer ao certo.
Entre outros aspetos positivos, o presidente do Conselho Empresarial Rússia-Brasil sublinhou o impacto das sanções de retaliação russas contra os produtos agrícolas europeus que acabaram por beneficiar o comércio com outros países, inclusive o com o país verde e amarelo.
Abrem-se novas perspectivas. Por exemplo, cresceram as importações russas das frutas brasileiras, embora sempre tenham sido significativamente grandes. Além disso, há produtos lácticos, queijos, por exemplo, que também vão para a Rússia. Não é um processo rápido, mas é evidente que o comércio em outras esferas, além da de carnes, também vai aumentar", assegurou.
Entre os problemas que o Brasil e a Rússia estão enfrentando perante o desenvolvimento da cooperação bilateral está, por exemplo, a semelhança na estrutura econômica e na de exportações. Porém, Vasiliev sublinhou que há várias prioridades atuais na cooperação econômica entre os dois Estados: indústria, tecnologia e investimentos.
Em conclusão, o presidente do Conselho Empresarial Rússia-Brasil assinalou que, em 20 de junho, no âmbito da visita oficial de Michel Temer a Moscou, decorrerá o Fórum Empresarial bilateral, do qual o chefe do Estado também tomará parte ao pronunciar um discurso.
"Este é o evento mais importante para hoje. Todos os esforços estão sendo concentrados em torno dele", resumiu.
Poderiam ser hackeadas as armas nucleares dos EUA?
A Força Aérea dos EUA quer aumentar a cooperação com empresas do setor privado com o objetivo de estabelecer melhores redes contra ataques cibernéticos aos sistemas de armas nucleares, anunciaram os funcionários da entidade do país norte-americano, citados por Kris Osborn, autor do artigo para The National Interest.
Segundo os engenheiros estadunidenses, a força aérea dos EUA precisa aumentar seu enfoque nas tecnologias informáticas aplicadas aos sistemas de comando e controle do arsenal nuclear.
A tecnologia da informação dos sistemas de armas deve ser ciberneticamente segura, atualizada e melhorada. Os sistemas nucleares mundiais são um exemplo de área onde precisamos de uma revisão", destacou Peter Kim, oficial de segurança da informação da força aérea dos EUA.
A modernização das redes informáticas do arsenal nuclear faz parte do plano atual dos EUA para construir até 400 novos mísseis balísticos intercontinentais.
"É preciso contar com as tecnologias inovadoras que nos ajudem ser mais produtivos e garantir a segurança cibernética", explicou Kim.
Assim, a força aérea está procurando abordar as vulnerabilidades potenciais dos sistemas operativos, da infraestrutura e de várias redes informáticas.
Sonda da NASA testemunha solstício em Saturno (FOTO)
A sonda espacial Cassini conseguiu tirar novas fotos de Saturno e do famoso furacão hexágono, localizado no Polo Norte do planeta longínquo, no segundo dia de solstício, informa a NASA.
A Cassini se tornou testemunha do fantástico evento depois de 13 anos de viagem pelo espaço.Durante a segunda fase da missão Cassini — chamada de Solstício — observamos a mudança das estações de ano em Saturno. Todo o sistema muda completamente no fim do inverno e na chegada do verão, graças à Cassini tivemos a oportunidade única de admirar esse processo", declarou Linda Spilker, diretora científica da missão Cassini.Há algumas semanas, Cassini deu início à sua última fase da vida ao se encontrar com a lua de Saturno, Titã, em 22 de abril deste ano. Sua aproximação ao satélite ajudou com que mudasse de trajeto para sair na rota de coalizão com o planeta gigante.
Em 15 de setembro de 2017, sob o comando dos engenheiros da agência, depois de uma série de 22 sobrevoos entre o planeta e seu satélite, a Cassini vai penetrar na atmosfera de Saturno, enviar as últimas informações para a Terra e se desintegrar, como uma estrela cadente, unindo-se ao planeta, o qual ela ajudou a desvendar.
Desde 2010, Cassini vem trabalhando no programa Solstício, que analisa as estações do ano de Saturno, bem como o clima do planeta.
Segundo destaca a diretora da missão espacial, LindaSpilker, "nunca teríamos conseguido observar muitas destes processos se a NASA não tivesse decidido prolongar a missão. Por exemplo, há cinco anos, no outono, observamos a atmosfera de Saturno coberta por um furacão gigantesco".
Além disso, a sonda registrou como os raios solares penetram nos anéis de Saturno e seguiu as tempestades de inverno no satélite Titã, que migram do hemisfério sul para o hemisfério norte e voltam para o ponto inicial.
Mas a maior descoberta da Cassini se trata dos gêiseres de Encelado, lua de Saturno, que jorram água quente, que poderiam proporcionar o nascimento e manutenção de vida. Tal descoberta abriu os olhos da NASA quanto à importância da realização de mais uma missão espacial rumo ao planeta gigante e suas luas.
Por que os EUA deixaram de ser superpotência militar?
Os Estados Unidos já não são a "superpotência" que eram depois do fim da Guerra Fria, escreve o colunista Dave Majumdar no seu recente artigo para a mídia americana The National Interest, citando o diretor da Agência de Inteligência da Defesa dos EUA, Vincent Stewart.
Enquanto anteriormente Washington dominava o mundo completamente, agora o país enfrenta numerosos adversários. De acordo com o autor da nota, na atualidade existem dois países que são aptos para desafiar os EUA: a Rússia e a China.Moscou deverá seguir modernizando suas Forças Armadas ao longo de 2017, assinalou o autor na revista The National Interest. A Rússia investe muito dinheiro na modernização das suas capacidades de defesa, particularmente em sua interoperabilidade, sistemas de controle e comando avançados e sua indústria militar.
Majumdar recordou que, em 2015 e 2016, o Exército russo recebeu numerosos veículos blindados modernizados, como os tanques T-72B3, os veículos de combate de infantaria BMP-3 e os transportes blindados do pessoal BTR-82A.
A modernização da Marinha russa se foca hoje em dia na frota de submarinos e no equipamento de navios com os sistemas de mísseis de cruzeiro Kalibr.
Os planos de modernização da Força Aérea supõem a entrada em serviço de novos caças multifuncionais Su-34 e Su-35S, assim como de drones e novas munições para a aviação.
O autor sublinha que as reformas militares russas prosseguem e que o país eslavo está criando Forças Armadas mais ágeis, capazes de realizar operações no estrangeiro.
Entretanto, a China está se transformando em um gigante que um dia será capaz de competir lado ao lado com os EUA, indicou.A China segue avançando com suas reformas que buscam aumentar as possibilidades do Exército de Liberação Popular de combater em conflitos regionais e operar longe do território do país. Os líderes do gigante asiático tentam obter vantagem através do seu cada vez maior Exército, assim como através de medidas diplomáticas e econômicas para aumentar a influência do país no palco internacional, resume o autor, citando Stewart.
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