quarta-feira, 31 de julho de 2013

Área econômica e Defesa concentram corte adicional de R$ 10 bilhões no Orçamento

Brasília – Os ministérios ligados à área econômica e à defesa foram as principais pastas afetadas pelo corte adicional de R$ 10 bilhões no Orçamento Geral da União. O contingenciamento (bloqueio) de verbas adicional foi anunciado no último dia 22, mas o detalhamento dos cortes só foi divulgado hoje (30) em decreto presidencial publicado no Diário Oficial da União.
Em valores nominais, Fazenda (R$ 990 milhões) e Defesa (R$ 919,4 milhões) foram os ministérios com os maiores cortes. Eles estão bem à frente do terceiro colocado, o Ministério da Previdência Social, cuja verba foi reduzida em R$ 280,7 milhões. Nas posições seguintes, estão os ministérios da Justiça (R$ 275,9 milhões) e do Planejamento (R$ 216,6 milhões).
Em termos percentuais, ao comparar o tamanho do corte com o orçamento original de cada pasta, os órgãos mais afetados foram os ministérios da Fazenda (19,3%), das Relações Exteriores (14,1%), do Planejamento (13,5%), o gabinete da Vice-Presidência (13,4%) e o Ministério da Previdência Social (12%). Os ministérios da Saúde, da Educação e a Secretaria Especial das Micro e Pequenas Empresas foram preservados do novo corte.
O total dos cortes detalhados hoje chega a R$ 4,32 bilhões. O bloqueio de verbas abrange somente as despesas discricionárias (não obrigatórias), o único tipo de gasto que pode ser efetivamente cortado. De acordo com a equipe econômica, os cortes afetarão apenas gastos administrativos, como diárias e passagens, material de consumo, aluguel de imóveis, veículos e equipamentos e serviços terceirizados e de tecnologia da informação. Os investimentos, que abrangem as obras públicas, foram poupados, assim como os programas sociais.
Para completar os R$ 10 bilhões de corte anunciados, o governo revisou para baixo em R$ 5,68 bilhões a estimativa de despesas obrigatórias, alegando erro de cálculo na hora de elaborar o Orçamento ou mudança de parâmetros econômicos no decorrer dos últimos meses. Essa conta incluiu o cancelamento do repasse de R$ 4,4 bilhões do Tesouro Nacional à Previdência Social previstos por causa da desoneração da folha de pagamentos.
Agência Brasil
Redação Folha Vitória] SNB

CBERS-3: contagem regressiva

A notícia está confirmada: o CBERS-3, satélite brasileiro desenvolvido em parceria com os chineses, deverá ser lançado em outubro deste ano. Mas o que é, afinal, o Programa CBERS? A sigla, em inglês, significa Satélites Sino-brasileiros de Recursos Terrestres – empreitada que ambiciona lançar ao espaço sistemas de sensoriamento remoto com o objetivo de produzir imagens e coletar dados sobre nosso planeta.
“Os altos custos dessa tecnologia tornam os países em desenvolvimento dependentes das imagens fornecidas por equipamentos de outras nações”, lê-se no site do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). É exatamente essa a lacuna que o Programa CBERS visa preencher.
Três desses importantes satélites já foram lançados, mas não estão mais em operação: o CBERS-1, o CBERS-2 e o CBERS-2B. E, no afã desse desafio tecnológico, é grande a expectativa para o sucesso do CBERS-3.
É claro que o tema – estratégico para o país – não poderia ter ficado de fora da 65ª Reunião Anual da SBPC, que aconteceu na semana passada em Recife (PE).
Em videoentrevista concedida à CH On-line durante o evento, o atual presidente do Inpe, o engenheiro Leonel Perondi, comentou o histórico do programa e falou também sobre a importância de termos um sistema próprio de monitoramento de recursos terrestres.
No embalo, o geólogo Paulo Martini, também do Inpe, explicou as inúmeras aplicações que as imagens de satélite têm para a ciência e para a sociedade – mencionando exemplos muito práticos de como os sistemas de sensoriamento remoto impactam 
diretamente nosso cotidiano.
SNB

terça-feira, 30 de julho de 2013

MCTI ESCLARECIMENTOS SOBRE AS SALVAGUARDAS DO ACORDO COM OS EUA SOBRE O CLA

MINISTÉRIO DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA
ESCLARECIMENTOS SOBRE O ACORDO DE SALVAGUARDAS TECNOLÓGICAS COM OS ESTADOS UNIDOS, COM VISTAS AO LANÇAMENTO COMERCIAL DE FOGUETES E SATÉLITES NORTE-AMERICANOS PELO CENTRO DE LANÇAMENTO DE ALCÂNTARA,NO MARANHÃO.
Agosto de 2001

Senhor Parlamentar,
Este documento foi elaborado com o objetivo de esclarecer as principais dúvidas quanto ao Acordo de Salvaguardas Tecnológicas que o Brasil assinou com os Estados Unidos, em abril do ano passado, com vistas ao lançamento comercial de foguetes e satélites norte-americanos do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão. O texto do Acordo, como se sabe, encontra-se em análise pelo Congresso Nacional. O Governo brasileiro assinou o Acordo, sobretudo porque está convencido de que seus termos não ferem a soberania nacional. Chegamos a essa conclusão amparados nas posições do Ministério da Ciência e Tecnologia, do Ministério da Defesa e do Ministério das Relações Exteriores.
Contudo, podem ser observadas algumas interpretações críticas a respeito do Acordo. A principal delas dá conta de que o documento agride a soberania nacional. Não é verdade. Acreditamos que essa visão resiste principalmente em razão da falta de acesso a um maior volume de informações a respeito do Acordo, o qual, na verdade, beneficia o Brasil. Com este documento, esperamos estar propiciando o pleno entendimento do Acordo, sobretudo dos pontos polêmicos.
Por meio do texto, dirigido aos Parlamentares brasileiros, acreditamos serão esclarecidas as principais dúvidas que ainda existam quanto à integridade de propósitos do Acordo. Seus pontos mais questionados estão aqui explicados – em termos práticos – pormenorizadamente.
Ronaldo Mota Sardenberg
Ministro da Ciência e Tecnologia
Brasília, agosto de 2001

1) Por que empresas de outros países têm interesse em utilizar o Centro de Lançamento de Alcântara para colocar satélites em órbita?
O interesse existe em virtude da posição geográfica privilegiada do Centro em relação às outras 17 bases de lançamento de foguetes existentes no planeta. Situado a dois graus de latitude sul da Linha do Equador, o Centro proporciona às empresas responsáveis pelo lançamento de satélites uma economia de custos, de combustível, basicamente, no lançamento daqueles equipamentos. Quando os lançamentos ocorrem para a órbita equatorial, no sentido leste, a economia de combustível é da ordem de 31% em relação a Baikonur, no Cazaquistão, e de 13% em relação a Cabo Canaveral, nos Estados Unidos, dois dos principais centros de lançamento que operam comercialmente.
Partindo de Alcântara, o foguete atinge facilmente uma órbita equatorial, que é a mais utilizada para o posicionamento de grandes satélites, como os de telecomunicações (telefonia, televisão etc.), observação da Terra e meteorologia. Ao usar menos combustível no foguete, as empresas podem aumentar a carga útil, lançando mais de um satélite, por exemplo, ou, simplesmente, cortar custos.
2) Que outras vantagens atraem as empresas lançadoras estrangeiras?
Além da economia de custos, outros dois fatores importantes fazem do CLA um Centro atraente. Embora o CLA dê prioridade à operação de lançadores brasileiros, as empresas estrangeiras se interessam pelo Centro porque este dispõe de um número maior de vagas para lançamento de satélites em relação a outros centros estrangeiros, principalmente dos EUA, que estão com a agenda de lançamentos sobrecarregada. Além dessas vantagens, as boas condições climáticas da região permitem a realização de lançamentos praticamente o ano inteiro.
3) Qual o objetivo de um acordo de salvaguardas tecnológicas, como o que o Brasil firmou com os Estados Unidos?
O acordo de salvaguardas tecnológicas é um instrumento internacional usado por todas as nações para impedir o acesso não autorizado, por empresas de um país, a tecnologias de ponta que são domínio de empresas de outro país. Esses acordos são absolutamente normais, especialmente quando estão em jogo tecnologias em áreas estratégicas, como a espacial. Além de existir uma competição muito acirrada nessa área, a tecnologia de fabricação de foguetes lançadores de satélites tem uso dual, ou seja, pode ser utilizada, com adaptações, para lançamento de mísseis balísticos, o que implica em sérias repercussões para a segurança mundial. Uma das bases do acordo é justamente o comprometimento dos países signatários com os objetivos de não-proliferação e controle de exportação de tecnologias, tal como contemplado nas diretrizes do Regime de Controle de Tecnologia de Mísseis (MTCR, em inglês Missile Technology Control Regime), do qual o Brasil é parte.
4) O acordo de salvaguardas é bom para o Brasil?
Sim. Porque possibilita ao Governo iniciar uma atividade comercial no CLA. Além de poder efetuar lançamentos de foguetes nacionais, o Centro tem potencial para oferecer o mesmo serviço a empresas estrangeiras. Pelo teor de um acordo de salvaguardas, todos os países envolvidos em missões de lançamento a partir do CLA terão suas tecnologias protegidas, inclusive o Brasil.
5) O Brasil alugará o Centro de Lançamento de Alcântara para os norte-americanos?
Que fique claro: o Brasil não aluga, não arrenda, não empresta, a nenhum outro país, em hipótese alguma, o CLA. Essa possibilidade jamais foi cogitada. O Centro prestará serviços de lançamento de satélites, em bases comerciais, tendo no controle o Governo brasileiro.
6) O governo norte-americano assumirá o controle do CLA?
Não. O controle, inclusive militar, sobre o CLA sempre foi e continuará sendo exercido exclusivamente pelo Governo brasileiro, por meio do
Comando da Aeronáutica, no âmbito do Ministério da Defesa. Não está prevista no Acordo a presença de militares ou forças estrangeiras em Alcântara. Os únicos cidadãos não brasileiros envolvidos com as operações em Alcântara serão funcionários da(s) empresa(s) estrangeira(s) responsáveis pelos foguetes, satélites e/ou equipamentos afins. Sua presença no Centro se deve a fatores estritamente técnicos. O Brasil fiscalizará o acesso de pessoas e veículos ao Centro, por meio da utilização de crachás emitidos pelo governo brasileiro. O Governo permitirá que técnicos civis estrangeiros controlem o acesso nas áreas em que estiverem os foguetes e equipamentos associados, trazidos ao Brasil pelas empresas.
O acesso às áreas onde os equipamentos estiverem sendo montados será controlado pelas empresas envolvidas. Elas proporão um plano de controle de tecnologias, contendo sugestões a serem aprovadas pelo Governo brasileiro, de designação de áreas às quais o acesso será restrito, temporariamente, por ocasião da montagem de sistemas e equipamentos com tecnologias sensíveis.
7) Como se inicia o processo que permite a presença de uma empresa estrangeira no CLA?
Por meio de entendimentos e acordo prévios com o Governo brasileiro, que detém com exclusividade o poder de autorizar a campanha de lançamentos de satélites e licenciar cada lançamento propriamente dito.
8) Os termos do acordo ferem a soberania nacional?
Não. Em nenhum momento o acordo interfere na soberania do Brasil. Como já se afirmou, o controle do Centro é do governo brasileiro. E a esse controle terão de submeter-se os técnicos estrangeiros, resguardando-se os termos do acordo de salvaguardas, que inibem o "roubo" de tecnologia de uma empresa por outra. Não interessa ao Brasil apropriar-se, de forma indébita, de tecnologias que não lhe pertencem. O Brasil tem interesse em desenvolver seu veículo lançador com seus próprios meios, e com a cooperação internacional, quando necessária, de países que se disponham a fazê-lo.
9) Como será feito o controle alfandegário dos equipamentos estrangeiros em Alcântara?
Ao chegar ao Brasil, por aeroporto ou porto, a carga referente a foguetes, satélites e equipamentos de apoio é lacrada, sob responsabilidade da Secretaria da Receita Federal. Por razões de segurança, o controle da carga será feito exclusivamente dentro do Centro de Lançamento de Alcântara, que é uma zona alfandegada, ou seja, tem status de zona alfandegária. Essa área fica em aeroporto situado no CLA. Nela, será realizada a conferência alfandegária, na presença de representantes do Ministério da Defesa brasileiro, da Agência Espacial Brasileira, da Secretaria da Receita Federal e da empresa importadora dos equipamentos.
O grupo fará a checagem do material com base numa declaração de conteúdo que discrimina equipamentos. Conferida, a carga é liberada para permanecer no Centro com prazo limitado ao período correspondente às operações de lançamento. Feito o lançamento, os equipamentos envolvidos no vôo são legalmente considerados "reexportados". Os equipamentos que permanecerem em solo devem ser retirados do Brasil após o lançamento.
10) O Brasil está impedido de investir no Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE) os recursos obtidos com os serviços do CLA?
Não. Os recursos adquiridos dos serviços de lançamento a partir do Centro serão direcionados ao caixa único do Tesouro Nacional, nele se diluindo com outras fontes de arrecadação O Brasil é soberano para decidir o que fazer com os recursos do Tesouro Nacional. Sendo assim, o Poder Executivo poderá encaminhar ao Congresso Nacional proposta de alocação dos recursos no Orçamento Geral da União para o setor que desejar, inclusive o programa de veículos lançadores, tal como o VLS-1 (Veículo Lançador de Satélites-1), que está em fase de qualificação.
11) Qual o destino dos recursos pagos pelos serviços prestados?
O Centro será remunerado pelos serviços prestados às empresas. De acordo com a lei Nº 9.994, de 24 de julho de 2000, que instituiu o Programa de Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Setor Espacial (usualmente referido como Fundo Espacial), uma fração de 25% das receitas auferidas pela União, provenientes de lançamentos, em caráter comercial, de satélites e foguetes de sondagem, a partir do território brasileiro, será revertida para o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNCDT), em categoria de programação específica.
12) Por que o acordo de salvaguardas tecnológicas foi assinado em primeiro lugar com os Estados Unidos, se outros países desejam também lançar satélites de Alcântara?
Por uma questão de funcionalidade. Os Estados Unidos detêm a liderança mundial do mercado de satélites. Sozinho, aquele país fabrica 80% dos satélites comercializados no planeta. Sendo assim, antes de firmar acordos de salvaguardas com outras nações para lançamentos de satélites (que, em geral, são norte-americanos), é producente já Ter assinado o acordo com os Estados Unidos. Tê-lo feito proporciona maior rapidez ao processo de execução de acordos de salvaguardas e de
acordos comerciais posteriores. Fosse outra nação a líder mundial do mercado na produção de satélites, pelo motivo mencionado acima, o acordo de salvaguardas seria assinado em primeiro lugar com esse país.
13) O Brasil vai interromper seu programa de lançadores de satélites?
Não. O governo brasileiro nunca cogitou essa possibilidade. O programa é prioritário para o País. Ao continuá-lo, o Brasil pode, num futuro próximo, vender os serviços de lançamento em seus próprios foguetes, como o VLS-1, quando então o Brasil também deverá exigir acordos de salvaguardas em relação à nossa tecnologia.
14) Além das empresas norte-americanas, companhias de outros países expressaram interesse em utilizar o CLA para lançar satélites?
Sim, em número crescente. O mesmo interesse já foi manifestado por empresas de países como Ucrânia, França, Rússia e Itália. A procura demonstra a importância estratégica do Centro e seu potencial comercial em relação a uma forte demanda internacional. Toda a operação de lançamento dos foguetes e satélites estrangeiros, diga-se, será realizada por técnicos brasileiros.
15) O Brasil terá de assinar acordos de salvaguardas com os governos desses países, como pretende fazer com o governo norte-americano?
Sim. Mas apenas se esse for o intento do Brasil e dos governos de outras nações cujas empresas tenham interesse em utilizar o CLA. O Brasil assinará esse acordo com a Ucrânia. Propôs o mesmo ao governo italiano e pretende formalizar a proposta também aos governos da Rússia e da França. Após a aprovação do acordo de salvaguardas tecnológicas com os Estados Unidos, todos os países envolvidos em uma missão de lançamento com a participação de foguetes ou de satélites norte-americanos terão de ser signatários de acordo similar.
O governo brasileiro assinará acordos como esse, como é praxe internacional, com todos os países amigos que tenham empresas interessadas em participar, com empresas nacionais, do oferecimento de serviços de lançamento de satélites, em bases comerciais, a partir de Alcântara.
O primeiro desses acordos foi assinado com os EUA, não por interesse desse país, mas por interesse do governo brasileiro em que tais serviços possam ser usados em lançamentos de satélites de empresas norte-americanas.
16) Qualquer empresa estrangeira poderá fazer lançamentos de Alcântara?
Não. O Brasil não permitirá o lançamento em solo nacional de cargas úteis ou veículos de lançamento espacial de propriedade ou sob controle de países os quais, na ocasião do lançamento, estejam sujeitos a sanções estabelecidas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas ou cujos governos, a juízo de qualquer das partes, tenham dado, repetidamente, apoio a atos de terrorismo internacional. Não permitirá também o ingresso significativo, qualitativa ou quantitativamente, de equipamentos, tecnologias, mão-de-obra ou recursos financeiros, no Centro, provenientes de países que não sejam parceiros (membros) do Regime de Controle de Tecnologia de Mísseis, exceto se de outro modo acordado entre as partes. Desde 1994, o Brasil tornou pública sua adesão ao referido Regime, que visa a controlar as tecnologias de uso dual do setor espacial, tal como aquela relacionada a foguetes de sondagem e veículos lançadores de satélites. O Brasil já estabeleceu legislação própria a esse respeito.
17) O que é o Regime de Controle de Tecnologia de Mísseis?
Em 16 de abril de 1987, os países membros do G-7 anunciaram, publicamente, a decisão de instituir o que chamaram de Regime de Controle de Tecnologia de Mísseis (MTCR), com o objetivo de limitar a proliferação de mísseis capazes de lançar armas nucleares. Preocupados com a possibilidade de difusão de tecnologias concorrentes para o desenvolvimento de mísseis balísticos – capazes de lançar cargas de até 500kg a mais de 300km – passou a ser adotado um procedimento comum de controle de exportação de bens e serviços especiais.
Face ao desenvolvimento de outros armamentos de grande poder destrutivo, que não os nucleares, foi modificada a declaração, passando de "armas nucleares" para "armas de destruição em massa" (nucleares, químicas e biológicas). Vários países aderiram ao MTCR. A adesão é uma simples declaração pública de que o país passa a adotar as linhas mestras do Regime. Os países participantes deverão possuir um suporte legal interno que permita ao seu governo exercer o controle de suas exportações.
Em 11 de fevereiro de 1994 foi formalizada a adesão do Brasil ao MTCR, com um comunicado à imprensa sobre "Aplicação pelo Brasil das Diretrizes do Regime de Controle de Tecnologia de Mísseis (MTCR)".
A entrada em vigor da Lei 9.112, de 10 de outubro de 1995, que dispõe sobre a exportação de bens sensíveis e serviços diretamente vinculados, permitiu complementar o que vinha sendo aplicado pela legislação nacional desde 1936.
18) O Brasil tem condições de expandir a utilização do Centro?
É interesse do Governo expandir a utilização do Centro. Das 17 bases de lançamento de foguetes que existem no mundo, oito operam em regime comercial. Com o CLA, o Brasil está pronto a oferecer a nona opção rentável e competitiva. Como já se viu, Alcântara reúne condições de oferecer serviços com grandes vantagens comparativas em relação às outras bases, o que permitirá, dentre outros investimentos do Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE), melhorar progressivamente a infra-estrutura do Centro. É possível prever que a realização de lançamentos comerciais permitirá não apenas a ampliação e a modernização da infra-estrutura do
CLA, como também resultará em impactos econômicos diretos e indiretos na região, inclusive no setor industrial, em decorrência da demanda por equipamentos, peças, suprimentos e serviços.
19) O governo implementará um projeto de desenvolvimento regional em Alcântara?
O Ministério da Ciência e Tecnologia vai fortalecer programas e projetos de desenvolvimento integrado para o entorno do Centro de Lançamento de Alcântara. Os projetos do Governo Federal já existentes serão dinamizados e ampliados para acelerar medidas de caráter social e econômico em benefício da população de Alcântara, principalmente das comunidades que foram transferidas para áreas próximas, por ocasião da construção do Centro.
20) Aprovado o acordo de salvaguardas pelo Congresso Nacional, os lançamentos podem ocorrer imediatamente?
Uma vez aprovado o acordo em questão, qualquer empresa norte-americana pode credenciar-se a fazer lançamentos a partir do CLA. Antes, deve obter autorização e licença do governo brasileiro, através da Agência Espacial Brasileira, do Ministério da Ciência e Tecnologia. Mas os lançamentos só ocorrerão após a assinatura de um contrato comercial entre as empresas dos Estados Unidos e o Governo brasileiro, por meio da Agência Espacial Brasileira.
21) O que representará para o País a não aprovação do Acordo pelo Congresso Nacional?
Ao não utilizar Alcântara na sua total potencialidade, o Brasil perde recursos financeiros e corre o risco de desperdiçar investimentos já feitos no Centro, da ordem de US$ 300 milhões, com claros prejuízos para o País e para o desenvolvimento da região. A expansão da utilização do CLA pode colocar o Brasil no cenário mundial dos centros de lançamento de satélites que operam em regime comercial. Nos últimos anos, cresceu de forma expressiva a demanda desse mercado, que projeta
para o período de 1998 a 2007 cifras que alcançam vários bilhões de dólares.
22) Se houver desacordo com os EUA, o que acontece?
Procura-se resolver a questão, primeiro em nível técnico, e se este persistir, por meio de entendimentos diplomáticos. Em todos os casos, o Governo brasileiro tem a faculdade de, unilateralmente, denunciar o Acordo, sem qualquer condicionante substantiva.
História do Centro de Lançamentos
A impossibilidade de expansão do Centro de Lançamento da Barreira do Inferno, em Natal (RN), em função do processo de expansão urbana local, levou à realização de estudos para definição de local mais adequado à construção de um novo espaçoporto nacional. Após cuidadosa análise, foi definida uma área na península do município de Alcântara, no Maranhão. Nela, foi construído o Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), dirigido pelo Comando da Aeronáutica, do Ministério da Defesa. Como requisitos importantes, a região possui baixa densidade populacional, excelentes condições de segurança e facilidade de acesso aéreo e marítimo. O mais importante: está situada a exatamente 2 graus e 18 minutos ao sul da Linha do Equador. Essa posição possibilita aproveitar ao máximo a rotação da Terra para impulsionar lançamentos para órbitas equatoriais, além de apresentar litoral favorável a lançamentos polares.
Construído na década de 80, o CLA recebeu até hoje investimentos totais de US$ 300 milhões, para sua construção e manutenção. O Centro ocupa uma área de 620 quilômetros quadrados e é capaz de atender demandas internas e externas por lançamentos de foguetes.
Entre os principais serviços do CLA, estão a preparação para vôo, tanto de sistemas de veículos como de satélites, o sistema de previsão e monitorização das condições meteorológicas e a estação de comunicação via satélite. Desde a primeira operação feita no CLA, em dezembro de 1989, foram lançados mais de 200 foguetes de sondagem.
A estrutura do Centro oferece condições de explorar comercialmente o mercado de lançamentos, com grandes e significativos ganhos não só do ponto de vista econômico, mas também social, em benefício, sobretudo, das comunidades em torno do Centro, assim como da população de Alcântara.
O CLA trouxe a Alcântara novas oportunidades socioeconômicas em reação à decadência vivida pela cidade por longo período. Aprovados os termos de sua exploração comercial, o Ministério da Ciência e Tecnologia pretende fortalecer e ampliar projetos voltados a acelerar medidas de cunho social e econômico em benefício da população local, principalmente das comunidades que foram transferidas para áreas próximas, por ocasião da construção do Centro.
EBC
SNB
NOTA....
Agosto de 2001 Este documento foi elaborado com o objetivo de esclarecer as principais dúvidas quanto ao Acordo de Salvaguardas Tecnológicas que o Brasil assinou com os Estados Unidos, em abril do ano passado, com vistas ao lançamento comercial de foguetes e satélites norte-americanos do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão. O texto do Acordo, como se sabe, encontra-se em análise pelo Congresso Nacional. O Governo brasileiro assinou o Acordo, sobretudo porque está convencido de que seus termos não ferem a soberania nacional. Chegamos a essa conclusão amparados nas posições do Ministério da Ciência e Tecnologia, do Ministério da Defesa e do Ministério das Relações Exteriores.

O POVO BRASILEIRO QUE SABER  PORQUE  OS EUA.. ESTÃO  ESPIONADO O BRASIL SE  UM DOS  MOTIVO JÁ 
NÃO SERIA A  BASE DE  ALCÂNTARA  E A COMPRA DOS  CAÇA  PARA HÁ  FAB  POR ESTA  REPORTAGEM  JÁ...
DA  PARA  ABRI  AS  MENTE DE PATRIOTAS BRASILEIRO O POVO NÃO E BURRO OS AMERICANO E UM POVO 
QUE GOSTA DE DOMINAR O MUNDO   COM  A PARANOIA DE TERRORISMO PARA COM ISSO VÃO CUIDAR DO
SEU  QUINTAL   

Exclusivo: A estratégia da MDA e Space Systems / Loral para o Brasil

O blog Panorama Espacial tem frequentemente abordado as estratégias de grupos e empresas interessadas em participar de projetos relacionados ao Programa Espacial Brasileiro, como o do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC), atualmente o mais avançado e evidente deles.

Das três fabricantes pré-selecionadas para a fase final do SGDC, já tratamos da Thales Alenia Space (veja aqui). Agora é a vez da Space Systems / Loral, controlada pelo grupo canadenseMDA Coporation.

A seguir, reproduzimos informações traduzidas e adaptadas pelo blog Panorama Espacial, a partir de material recebido das empresas, sobre o histórico da SS/L / MDA na América Latina, experiência em satélites de banda larga e banda Ka, e também algumas informações sobre a proposta para o projeto do SGDC.

Desde junho, Laurent Mourre, executivo com extensa experiência nos setores aeroespacial e de defesa, e que anteriormente foi diretor geral do grupo francês Thales no Brasil, está encarregado da estratégia da MDA para o País.

Comprometimento com o Brasil

Em novembro de 2012, a SS/L foi adquirida pela MDA, uma companhia canadense criada em 1969. A aquisição foi importante para a SS/L por muitas razões, mas particularmente por que a MDA está assumindo um compromisso de longo prazo em fazer negócios na América Latina, com um enfoque particular em estabelecer uma presença no Brasil e tornar o País parte de sua cadeia global de fornecedores. A empresa oferece serviços de imageamento radar e vigilância, além de sistemas de comunicações e robótica, sistemas de informações, entre outros. A SS/L está comprometida com o mercado latino-americano como parte de uma estratégia corporativa e já demonstrou o valor de seus satélites de comunicações no Brasil e em outros países da América Latina.

Experiência em banda larga

A SS/L construiu o primeiro satélite com capacidade de banda larga em banda Ka hoje em serviço na América Latina. O satélite, chamado Amazonas 3, foi lançado em fevereiro deste ano e é operado pela Hispasat e por sua afiliada brasileira, a Hispamar. No Brasil, o satélite tem prestado serviços de banda larga no Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília. Ele também oferece serviços de banda larga em outras cidades chave na América Latina, assim como outros serviços.

A SS/L é líder mundial em capacidade de banda larga espacial e construiu dois dos mais capazes satélites com banda Ka, atualmente em operação na América do Norte. A companhia está particularmente bem posicionada para oferecer serviços de satélites para inclusão digital e serviços governamentais no Brasil, a exemplo dos satélites e sistemas terrestres atualmente em produção para uma rede de banda larga nacional similar para o governo da Austrália. O sistema distribuirá capacidade em banda larga para regiões rurais e remotas na Austrália que não podem ser alcançadas por redes sem fio e tecnologia de fibra ótica. A companhia está bastante familiarizada com as questões técnicas e administrativas relacionadas a este tipo de projeto nacional, estando em condições de aportar sua experiência para um programa similar no Brasil.

Informações adicionais

- Durante este ano, a SS/L conquistou contratos para a construção de cinco satélites de comunicações, quatro destes que contarão com cargas úteis em banda Ka, para transmissões em banda larga. Segundo a companhia, seu "sucesso está baseado em sua reputação por qualidade, confiabilidade e valor, e [seu] conhecimento em satélites com banda Ka e transmissões em banda larga é insuperável".

- A SS/L já construiu ou está construído 42 cargas úteis em banda Ka. Satélites dedicados em banda larga incluem o Thaicom 4/iPSTAR (lançado em 2005); Wildblue 1 (2006), ViaSat01 (outubro de 2011), EchoStar XVII/Jupiter-1 (julho de 2012), NBN Co 1A (previsão de lançamento em 2015), NBN Co 1B (previsão de lançamento em 2015), Jupiter 2/EchoStar XIX (previsto para 2016).

- Aproximadamente 25 satélites construídos pela SS/L já atenderam o mercado latino-americano: vários satélites para a Intelsat, maior operadora de satélites de comunicações do mundo, em posições orbitais atendendo a América do Sul e América Central. Satélites recentemente colocados em órbita que atendem a região: Satmex 8 (México), Amazonas 3 (Hispasat / Hispamar do Brasil) (ilustração), Anik G1 (Telesat / Telesat Brasil). Outros satélites da SS/L que atendem a América Latina: QuetzSat-1, Telstar 11N, EchoStar 9, SES-4, Hispasat 1E e Satmex 6. A SS/L está atualmente construindo o Star One C4, da operadora brasileira Star One, do grupo Embratel. [Nota do blog: no mercado, comenta-se que a SS/L também fabricará o Star One D1, primeiro satélite da quarta geração da Star One, previsto para ser lançado no primeiro trimestre de 2016 e que contará com capacidade em banda C, Ku e Ka. A fabricante, porém, não confirma a informação]

- A SS/L não vende qualquer satélite para o governo norte-americano há mais de dez anos. É a única fabricante que venda apenas para companhias privadas e governos estrangeiros. [Nota do blog: a ausência de contratos governamentais nos EUA exige que a companhia seja mais competitiva - daí ser conhecida no mercado por seus preços e condições financeiras bastante agressivas levando-se em conta a proporção preço versus gigabytes transmitidos. Ainda, o fato de não haver vínculo com o governo norte-americano tende a desvincular a SS/L dos problemas relacionados à suposta espionagem dos EUA]

- A MDA, controladora da SS/L, é baseada no Canadá e está totalmente livre para propor transferência de tecnologia, independente da legislação norte-americana de exportação de produtos sensíveis (ITAR).
SNB

Brincando de Prism: como monitorar seus e-mails

Quer saber como funciona o Prism, o programa dos EUA para vigiar internautas? É fácil, basta aplicar o método de análise em você mesmo. Para isso, é só ir ao site do projeto Immersion (imersão) no link bit.ly/immersn.
Quem usa Gmail faz o login autorizando o site a analisar todos as mensagens que você enviou e recebeu na vida. O resultado assusta. Vem na forma de um gráfico com todas suas relações sociais vistas por meio dos e-mails. Mostra as pessoas com quem mais temos contato e as "turmas" com quem falamos: trabalho, família, amigos etc.
O gráfico indica também quem conhece quem nos seus diferentes círculos sociais (e mostra quem foi apresentado primeiro!). Tudo isso sem entrar no conteúdo das mensagens. O Immersion (assim como o Prism) analisa apenas "metadados", ou seja, o "envelope" das mensagens, que mostra de onde elas vieram e para onde foram.
Quem acha que analisar só metadados é tranquilo e não afeta a privacidade vai se surpreender. O mero endereçamento revela muito: círculos sociais, grau de proximidade e mais. Isso feito em escala planetária preocupa (por isso implico com a Anatel quanto ao banco de dados que a agência tem com os metadados das ligações telefônicas de todos os brasileiros).
Importante: o Immersion foi feito pelo MIT Media Lab, respeitado laboratório de mídia dos EUA (do qual, vale dizer, sou pesquisador). Por isso, o usuário pode simplesmente pedir para apagar todos os seus dados quando sair. Oxalá essa mesma opção estivesse disponível em todos os serviços da internet.
READER
JÁ ERA Ser monitorado e não ter defesa contra isso
JÁ É Bloquear monitoramento com plug-ins do Firefox como o Ghostery.com
JÁ VEM Bloquear monitoramento no celular com versões do Android como o CyanogenMod
Ronaldo Lemo
s é diretor do Centro de Tecnologia e Sociedade da FGV e do Creative Commons no Brasil. É professor titular e coordenador da área de Propriedade Intelectual da Escola de Direito da FGV-RJ. Foi professor visitante da Universidade de Princeton. Mestre em direito por Harvard e doutor em direito pela USP, é autor de livros como "Tecnobrega: o Pará Reiventando o Negócio da Música" (Aeroplano). Escreve às segundas na versão impressa de "Ilustrada".
Ronaldo Lemos
FOLHA..SNB

Hackers atacaram sites governamentais 672 vezes em 2013

Os ataques de hackers aos sites e portais da Administração Pública Federal (APF) se tornaram um problema quase corriqueiro na estrutura de informática governamental. Somente no primeiro semestre de 2013, as páginas do governo federal ficaram fora do ar 672 vezes – conforme relatório obtido pelo iG junto ao Centro de Tratamento de Incidentes de Segurança de Redes de Computadores (CTIR-Gov), departamento do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do Palácio do Planalto.Em média, as páginas do governo na internet ficaram inacessíveis uma vez a cada oito horas. A suspensão desses acessos é a segunda maior reclamação de incidentes de informática no governo. Entre janeiro e junho deste ano, cerca de 20% das reclamações repassadas ao CTIR-Gov foram relacionadas à “indisponibilidade de sítio”, segundo o relatório.A reclamação mais recorrente é o chamado “abuso de sítio”, ou seja, problemas com a configuração dos sites (provocados por agentes externos ou não) e exposição de códigos fonte ou descobertas de eventuais vulnerabilidades nos sistemas. Esses casos foram responsáveis por 25% das notificações no primeiro semestre.
Ataques pró-manifestações
A reportagem do iG revelou, com base nos documentos do CTIR-Gov, 67 casos de vazamento de informações de órgãos federais no primeiro semestre . Nesses casos, houve vazamento de dados sigilosos e confidenciais do governo.
No dia 22 de junho, durante os protestos em todo o Brasil, por exemplo, o portal do governo federal sofreu ataque de hacker e ficou fora do ar por pelo menos uma hora. A invasão ocorreu por volta das 2h da manhã. A mesma situação ocorreu nos portais Receita Federal e Presidência da República. Ainda no dia 22, o site da Petrobrás ficou instável pela manhã e caiu durante a tarde.
Já no final de junho foram alvos de ataques os portais da Polícia Federal, Senado, Ministério dos Esportes, Ministério da Cultura, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) e Ministério das Cidades. Parte desses ataques foi assumida por grupos como Fatal Error, Havittaja, Fail Shell e Anonymous.
Especialistas apontam, entretanto, que invasões desse tipo são consideradas menos danosas, porque o autor não consegue acesso a dados sigilosos, como nos casos de entrada dos sistemas de órgãos estratégicos.
Os hackers conseguiram apenas acesso remoto dos portais sem autorização ou simular um grande número de acessos, ocasionando a derrubada ou dificuldade de navegação por usuários reais – é o chamado DDoS (Distributed Denial of Service). “Em todos estes casos, o que houve foi acesso aos portais, não alcançando informações sigilosas, e/ou indisponibilização dos serviços”, avalia o secretário-geral da Comissão Especial de Crimes de Alta Tecnologia da OAB-SP, Fernando Barreira.
iG...SNB

    segunda-feira, 29 de julho de 2013

    Itamaraty minimiza suspeita de espionagem dos EUA em conselho da ONU

    O ministro Antonio Patriota (Relações Exteriores) minimizou nesta segunda-feira (29) informação de que os Estados Unidos teriam espionado delegação brasileira e de outros países no Conselho de Segurança da ONU, em 2010.
    Documentos sigilosos divulgados pela revista "Época" indicam que os Estados Unidos espionaram 8 dos 15 integrantes do grupo em maio daquele ano, para antecipar como seriam os votos sobre sanções contra o governo do Irã.
    "Não chega a ser um segredo que exija um aparato de alta sofisticação você descobrir como é que um país vai votar no Conselho de Segurança. Por uma ação diplomática perfeitamente lícita e permitida - e que é mesmo da essência do nosso trabalho como diplomata - você pode muito bem através de contatos com diferentes missões, interlocutores [como] jornalistas, entre outros, ficar sabendo qual é mais ou menos a orientação de cada país", disse o chanceler em coletiva de imprensa.
    Para ele, as denúncias mais recentes envolvendo espionagem norte-americana no Brasil "nos preocupam de uma maneira mais direta". "Porque tem a ver com práticas que aparentemente estão ocorrendo enquanto nós conversamos aqui", justificou.
    Patriota lembrou que a Convenção de Viena garante o sigilo das comunicações de missões diplomáticas e ponderou que a inviolabilidade das informações é tarefa também dos chefes de postos diplomáticos. O ministro ponderou ainda que suspeitas de espionagem "são recorrentes".

    "Quando houve iniciativa da intervenção militar norte-americana e britânica no Iraque em 2003 surgiram várias notícias falando de espionagem nas missões do México e do Chile, que eram membros não-permanentes do conselho de segurança naquela época", citou como exemplo.
    FOLHA ..SNB 

    Brasil volta a negociar uso de base de Alcântara com os EUA

    Lisandra Paraguassu / Brasília - O Estado de S.Paulo
    O governo brasileiro retomou as negociações com os Estados Unidos para permitir o uso da base de Alcântara (MA) pelo serviço espacial americano. As conversas, sepultadas no início do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, foram reiniciadas em termos diferentes e o Itamaraty espera ter um acordo pronto para ser assinado na visita da presidente Dilma Rousseff a Washington, em outubro.
     A intenção é abrir a base para que os americanos usem o local para lançamentos, mas sem limitar o acesso dos próprios brasileiros nem impedir que acordos com outros países sejam feitos. O governo vê a localização privilegiada de Alcântara - que, segundo especialistas, reduz em até 30% o custo de um lançamento - como um ativo que deve ser explorado, inclusive para financiar o próprio programa espacial brasileiro.
    Depois de negociar com os americanos, o projeto é abrir as mesmas conversas com europeus e japoneses, entre outros. Calcula-se que um lançamento pode custar entre US$ 25 milhões e US$ 30 milhões.
    A retomada das negociações com os americanos prevê uma espécie de aluguel do local para que os Estados Unidos possam lançar dali seus satélites. As discussões giram em torno das condições para esse uso, as chamadas salvaguardas tecnológicas esperadas pelo governo de Barack Obama. Reticentes a dar a outros países conhecimento de tecnologias consideradas sensíveis, os americanos querem usar a base, mas fazem exigências para impedir o acesso a informações, especialmente a dados militares.
    "Secreto". As discussões vão estabelecer alguns limites, mas o assunto ainda é classificado como "secreto" pelo governo. No entanto, a hipótese de reservar áreas da base para uso exclusivo americano, como chegou a ser estabelecido no Tratado de Salvaguardas (TSA) assinado pelo governo Fernando Henrique Cardoso, em abril de 2000, nem sequer será considerada.
    O excesso de restrições daquele tratado levou o documento a jamais ser ratificado pelo Congresso, e o acordo naufragou. Entre as exigências estava a de que determinadas áreas da base de Alcântara seriam de acesso exclusivo dos americanos, não sendo permitida a entrada de brasileiros sem autorização dos EUA.
    Inspeções americanas à base também seriam permitidas sem aviso prévio ao Brasil, e a entrada de componentes americanos em contêineres selados poderia ser liberada apenas com uma descrição do conteúdo. Além disso, o governo brasileiro não poderia usar o dinheiro recebido para desenvolver tecnologia de lançamento de satélites, mas apenas para obras de infraestrutura.
    A reação foi tão ruim que o Congresso enterrou o acordo em 2002. Ao assumir o governo, em 2003, o então presidente Lula foi procurado pelos americanos, mas não quis retomar o assunto.
    Sem uso. Com localização ideal para lançamentos, a base é considerada estratégica para o programa espacial brasileiro, mas até hoje é subutilizada. Nenhum satélite ou foguete jamais foi lançado de Alcântara, seja porque o Brasil ainda não conseguiu desenvolver a tecnologia para usá-la, seja porque os acordos internacionais para utilização da base até agora não deram frutos. Um teste feito há dez anos terminou em tragédia, com a explosão do foguete e 21 pessoas mortas.
    Ainda em 2003, Lula fechou um acordo com a Ucrânia para desenvolvimento de foguete, o Cyclone-4. Uma empresa binacional, a Alcântara Cyclone Space (ACS), foi fundada, mas até hoje não teve grandes resultados. O Brasil investiu 43% dos recursos previstos, mas até este ano a Ucrânia pôs apenas 19%. Na visita do presidente ucraniano Viktor Yanukovych ao Brasil, em 2011, houve a promessa de que o processo seria acelerado, o que não ocorreu. Este ano, o chanceler Antonio Patriota foi ao país e, mais uma vez, voltou com a promessa de que o foguete estaria pronto em 2014. Seria a estreia da base, se os americanos não a usarem antes.
    SNB 
    NOTA...o brasil na verdade tem e medo dos EUA eles já faz espionagem e há. agora tem base>
    para lançar foguetes ja não basta ter base de espionagem o brasil e um pais sem estrategia militar
    politico corruptos  sem diretiva falta patriotismo com a nossa bandeira o povo tem que protestar mesmo contra esta politica vagarosa de defender o nosso pais viva o brasil...........?

    Rússia é única alternativa para Snowden


    TV Estadão ...SNB

    Computador busca sobrevida diante da ameaça dos tablets

    SEATTLE - A morte do computador pessoal pode ser um exagero. Mas a indústria de computadores pessoais parece estar no limbo. O PC irá quase certamente enganar a morte por algum tempo, e uma das alternativas são os novos lançamentos que começam a chegar ao mercado.
    É verdade que os dispositivos móveis como o iPad continuam ganhando espaço, mas os dispositivos portáteis provavelmente nunca irão satisfazer mestres de planilhas, editores de filmes e outros trabalhadores que dependem múltiplas telas e da precisão de um teclado e do mouse.
    Ainda assim, há uma forte opinião entre muitos executivos do setor de tecnologia de que o PC irá perder relevância progressivamente.

    "Na minha humilde opinião, o PC como o conhecemos está em um declínio contínuo e sendo relegado a um dispositivo de utilidade para as empresas ", disse Hector Ruiz, ex-executivo-chefe da Advanced Micro Devices, empresa que produz chips para PCs e outros dispositivos.

    Futuro incerto. O clima em torno da indústria do PC tornou-se cada vez mais sombrio. O negócio está efetivamente em recessão, e não há recuperação à vista. Durante o segundo trimestre do ano, as vendas mundiais de computadores caíram cerca de 11%, no quinto trimestre consecutivo de declínio, a pior crise desde o advento do PC há mais de 30 anos.
    A Intel, fornecedora dos chips da maioria dos PCs, e a Microsoft, que faz o Windows, sistema operacional da grande maioria dessas máquinas, entregaram resultados financeiros decepcionantes.

    A grande revisão de software da Microsoft, o Windows 8, não aumentou as vendas e pode provocar efeito contrário ao esperado.

    A outrora poderosa Dell, profundamente enfraquecida pela crise PC, está atolada em uma luta com acionistas em torno de um plano para alívio da pressão dos investidores.

    Michael S. Dell, fundador da empresa, e a empresa de investimento Silver Lake, têm argumentado que eles iriam transformar a Dell em prestadora de serviços de software corporativo. A votação sobre o futuro da empresa é esperado para esta semana.

    Concorrência. Enquanto as vendas de PCs para as empresas permanecerem estáveis, a demanda entre os consumidores caiu, em grande parte porque as pessoas estão preferindo gastar dinheiro em iPads, Kindle e outros tablets e celulares inteligentes.

    Ainda assim, mais de 300 milhões de PCs devem ser vendidos no munto este ano. As vendas de tablets, enquanto isso, crescem explosivamente. Este ano, serão cerca de 200 milhões de unidades, número que pela primeira vez vai exceder o número de notebooks, a maior categoria de PCs, segundo pesquisa da Gartner.

    Steve Jobs, o executivo-chefe da Apple, que morreu em 2011, previu alguns anos atrás que os PCs se tornariam algo como caminhões, usados por muitas empresas, mas em desvantagem em relação aos tablets, preferidos pelo grande público.

    Uma teoria é a de que os consumidores estão postergando cada vez mais a compra de novos Pcs. "Ciclos de reposição estão sendo empurrados para a frente", disse Toni Sacconaghi, analista da Bernstein Research.

    A visão mais pessimista é que uma grande parte da demanda dos consumidores por PCs nunca vai voltar. Daniel Huttenlocher, reitor da Universidade de Cornell, diz que os consumidores começaram a comprar PCs em grande número na década de 1990, porque não existia melhor dispositivo para entrar no Internet.

    Mas o PC, disse ele, era sempre mais adequado como uma máquina de escritório para a produção de documentos, apresentações e outros trabalhos. Na sua opinião, tablets são melhores para o consumo de
    conteúdo, ver filmes no Netflix ou navegar na Web.

    No primeiro trimestre, 53% das vendas de computadores foram para o mercado consumidor enquanto 47% foram para o mercado comercial, estima a empresa de pesquisa IDC.

    Muitos consumidores ainda vão preferir um PC para tarefas como edição de vídeos caseiros e escrever documentos. Mas tablets já estão invadindo o reinado dos PCs em muitos nichos profissionais, desde manuais de voo para pilotos até caixas registadoras em restaurantes.

    Perdas. As grandes empresas da indústria de PC - especialmente a Microsoft e Intel - vão perder com o declínio do negócio. E a resposta para essas companhias é simples: redefinir o PC para torná-lo mais leve e portátil.

    A Microsoft projetou o Windows 8 para funcionar bem em dispositivos touch-screen. Se o usuário preferir, ele pode optar pela interface clássica do desktop com mouse e teclado.

    A Intel, por sua vez, aperfeiçoou seus chips para que eles sejam mais parcimoniosos no consumo de energia, requisito importante para dispositivos móveis.

    As mudanças deram origem a um frenesi de cruzamentos em dispositivos, aproximando as fronteiras entre PCs e tablets. Agora, há notebooks que se transformam em tablets. Muitos notebooks vêm com telas sensíveis ao toque para saltar rapidamente entre diferentes modos de operação.

    Microsoft e Intel estão apostando que os dispositivos que saem nos próximos meses vão finalmente começar a trazer os compradores de Pcs de volta às lojas.

    A Microsoft planeja lançar uma nova versão de seu sistema operacional, o Windows 8.1, que responde às reclamações dos clientes em relação à versão anterior.

    "Veremos nos próximos meses muito mais projetos dos fabricante de PC", disse Adam King, diretor de marketing de produto da Intel.
    The New York Times...SNB

    Tablet CCE Motion Tab, com tela de 7 ou 10", traz Android 4.1 a preço acessível

    CCE está em nova fase depois de ter sido comprada pela Lenovo, e parece disposta a entrar na briga por um espaço no mercado de dispositivos com boas configurações e preços bem acessíveis. A empresa anunciou na última terça feira (25), em São Paulo, dois novos modelos de tablets Android que chegam ao mercado em setembro.Os modelos são bastante parecidos, diferentes apenas no tamanho da tela: um com 7 polegadas e outro com 10. Ambos possuem processadores dual-core Qualcomm Snapdragon de 1,2 GHz, 16 GB de armazenamento interno, 1 GB de RAM, câmera de 5 megapixels com flash e corpo resistente a impactos e à prova d'água. Além disso, os modelos rodam o Android 4.1 Jelly Bean, e possuem conectividade 3G, Wi-Fi e Bluetooth.Os novos tablets da CCE, mesmo com as boas especificações, possuem preço bastante acessível. O tablet com 7 polegadas, chamado de Motion Tab TD72G, tem preço sugerido de R$ 699. Já o modelo com 10 polegadas, o Motion Tab TD102G, sai por volta de R$ 899.
    Os aparelhos, desenvolvidos pela CCE em parceria com a Qualcomm especialmente para o mercado brasileiro, começam a ser vendidos em setembro de 2013 nas principais lojas do país.
    SNB

    domingo, 28 de julho de 2013

    65ª SBPC Ciência Sem Fronteiras anuncia bolsas para área espacial


    SNB

    Brasileiros desenvolvem robôs que entendem emoções

    Pesquisadores da Escola Politécnica da USP estão se preparando para participar de um esforço mundial de criar uma nova geração de máquinas capazes de auxiliar os seres humanos em suas tarefas diárias.
    Na área emergente da "Computação Afetiva", o objetivo é criar robôs ou agentes de software que possam se lembrar dos aniversários ou mesmo de fazer uma ligação importante, indo além dos assistentes de voz que já existem para celulares e computadores.
    O primeiro desafio a ser enfrentado pela equipe será desenvolver um algoritmo capaz de reconhecer a emoção de seres humanos em diferentes meios, como vídeo, áudio e até redes sociais.
    Para se ter ideia do tamanho do problema, um estudo recente mostrou que a frase "Eu sou um homem", pode ter 140 significados diferentes, dependendo do contexto, momento e entonação - e este é apenas um dos muitos exemplos.
    Inclusão do português
    Os professores Fábio Gagliardi Cozman e Marcos Pereira Barretto querem ser um dos pilares do grupo brasileiro que participará no esforço mundial para criar robôs capazes de compreender os humanos e agir de acordo com essa compreensão.
    "Não queremos criar extraterrestres ou seres que vão dominar o mundo", brinca Barretto. "Assim como o carro nos ajuda na locomoção e uma máquina de café na preparação de uma bebida saborosa, a ideia é desenvolver seres que possam ser significativamente úteis aos humanos."
    Mesmo estando relativamente fora do circuito principal de tecnologia robótica, os pesquisadores acreditam que o Brasil oferece muito espaço para a execução de um projeto científico tão ambicioso.
    "A maior parte do trabalho já desenvolvido na área de Computação Afetiva serve para a língua inglesa", explica Barretto. "O trabalho da Poli, e de outros centros de pesquisa brasileiros, concentra-se no português do Brasil e constrói, tijolo por tijolo, as bases para que no futuro, quando a tecnologia alcançar maturidade necessária, nossa língua não fique de fora."
    Linguagem das emoções
    Já existem dispositivos que analisam no ato qual emoção caracteriza melhor um rosto numa foto. Contudo, essa técnica está longe de ser a ideal.
    "A análise de fotos por vezes engana o observador, pois o algoritmo poderia identificar raiva, quando na verdade o fotografado estaria pronunciando uma vogal fechada", afirma Barretto.
    O desafio então é ter os mesmos resultados dos algoritmos instantâneos, mas com imagens em movimento, que se aproximam das situações reais.
    Os primeiros passos estão sendo dados pelos pesquisadores Diego Cueva e Rafael Gonçalves, membros da equipe.
    Gonçalves desenvolveu um programa que percorre trechos de 5 segundos de vídeo e identifica as alterações na musculatura da face que caracterizam sentimentos de alegria ou medo, por exemplo.
    De acordo com resultados preliminares, o trabalho consegue identificar quatro tipos de emoção em seres humanos - alegria, tristeza, raiva e medo - com 90% de acerto.
    Brasileiros querem desenvolver robôs que entendem emoções
    Cueva analisou a conotação que as palavras têm nos diálogos. Pegando trechos de áudio, o engenheiro comparou os dados de um algoritmo de reconhecimento de emoção de voz com informações publicadas no Twitter - "viagem", por exemplo, possui uma conotação mais positiva, enquanto "morte" é mais associada a coisas negativas.
    Realismo
    Apesar de promissores, os trabalhos desenvolvidos na Poli representam passos iniciais de uma área que tem muito a crescer.
    E os pesquisadores brasileiros não entram na tendência ufanista que é muito comum de se ver na área: "Não tenho expectativa de ver esses robôs funcionando no meu tempo de vida", confessa Barretto.
    "Simular o comportamento humano, mesmo em situações ridiculamente simples é estupidamente difícil", reconhece ele.
    Ainda assim, os pesquisadores seguem confiantes: "Ainda estamos longe do objetivo principal, mas a cada dia descobrimos uma coisa nova," conclui Barretto.
    SNB