sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Maior foguete lançado da costa oeste dos EUA decola com satélite secreto

O maior foguete já lançado da costa oeste dos EUA decolou na última quinta-feira da Base da Força Aérea de Vandenberg, na Califórnia, carregando um satélite altamente secreto, disseram fontes militares.




O Delta IV tem 71,63 metros de altura e seus motores produziram 906 mil quilos de propulsão, de acordo com o 3º Braço de Operações Espaciais da Força Aérea americana.



O lançamento ocorreu às 13h10 do horário local (19h10 em Brasília) e transportou uma carga do Escritório Nacional de Reconhecimento dos EUA, serviço de inteligência que reúne informações para a CIA e para o Departamento de Defesa. A natureza do material é desconhecida.


Mas, segundo publicou o jornal Los Angeles Times, analistas acreditam que o equipamento seja um satélite espião, capaz de tirar fotos detalhadas o suficiente para distinguir o modelo de um carro a centenas de quilômetros.




O foguete descreveu um arco sobre o Oceano Pacífico, cujo espetáculo foi visível em uma grande área. A United Launch Alliance, projeto conjunto das construtoras de foguetes Lockheed Martin Corp. e Boeing Co., informou em comunicado que o lançamento foi um sucesso.



A decolagem atrasou dois minutos para evitar o encontro com um objeto no espaço, que poderia se interpor no caminho do Delta IV, afirmou o porta-voz da United Launch, Michael J. Rein.



Esse foi o quinto lançamento de um Delta IV. Os outros quatro saíram de Cabo Canaveral, na Flórida.

Dois astronautas russos fazem caminhada espacial fora da ISS

CABO CANAVERAL - Dois tripulantes russos da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) fazem uma caminhada nesta sexta-feira, 21, programada para terminar às 18h (horário de Brasília).




Os astronautas Dmitry Kondratyev e Oleg Skripochka saíram do módulo com a missão de instalar uma câmera e um sistema experimental de rádio na ISS, além de recolher alguns experimentos científicos antigos.


Os quatro outros tripulantes - um russo, dois americanos e um italiano - estão monitorando a caminhada do interior da estação. O atual comandante da ISS é o astronauta da Nasa Scott Kelly, cunhado da deputada democrata Gabrielle Giffords, baleada na cabeça no dia 8. Ela é casada com o irmão gêmeo idêntico de Scott, Mark Kelly, que também é astronauta e está licenciado do próximo voo do Discovery para cuidar da recuperação da mulher.


IVECO FORNECE 2.400 VEÍCULOS MILITARES







O contrato, da ordem de 800 milhões de euros, prevê a entrega de 2.400 veículos. O fornecimento inicial será de 200 veículos. Os veículos, com tração 8x8, de uso especificamente militar, serão produzidos pela Iveco Astra, divisão da Iveco que produz todos os tipos de veículos específicos para logística na área de defesa e também veículos off road, dedicados a obras de construção e pedreiras.



Os veículos destinados ao Exército francês serão equipados com cabine blindada e outros diferentes equipamentos, além de reboques e guindastes para a reparação de caminhões militares, com o objetivo de proporcionar a maior flexibilidade possível em qualquer tipo de operação. Além de fornecer os veículos, a Iveco fechou ainda um contrato de Pós-venda, incluindo serviços de manutenção e reparo, além do fornecimento de peças de reposição.



Os equipamentos a serem montados sobre chassis serão fabricados e montados na França, na fábrica da Soframe. Na França, também fica a fábrica da Fiat PowerTrain, onde são produzidos os motores Cursor que equiparão os veículos contratados.



A proposta da Iveco foi selecionada como a melhor tanto na área técnica como econômica e foi aprovada pelo Ministério da Defesa Francês no final de 2010. É um dos maiores contratos já aprovados pelo órgão militar da França.



Com mais este negócio, a Iveco confirma sua liderança no mercado europeu de veículos militares. A gama de veículos militares produzidos pela Iveco oferece alta tecnologia, flexibilidade, robustez e possui o mais eficiente Pós-venda desta área. O principal fator da proposta vitoriosa da Iveco foi pelo fato dos veículos da marca atenderem amplamente todas as exigências técnicas impostas pelo Exército francês.



O Fiat Group Industrial na França emprega aproximadamente 6.500 pessoas. Seu faturamento é de cerca de 4 bilhões de euros. A França também abriga instalações da Irisbus, divisão dedicada ao transporte de passageiros, urbanos e de turismo. Ainda na França, está localizada a CAMIVA, especializada em incêndio e salvamento, divisão da Iveco Magirus Group, localizada na Savoie Chambery. Por último, a Fiat Powertrain possui uma fábrica em Borgonha, na Bourbon-Lancy, onde são produzidas as famílias de motores Cursor que equipam os veículos pesados de todos os caminhões Iveco no mundo, bem como geradores.

Iveco projeta, produz e vende uma ampla gama de caminhões leves, médios e pesados, ônibus, veículos comerciais para aplicações de transporte, militares, fora de estrada, bombeiros, defesa civil etc.A Iveco emprega 25.000 pessoas e possui 23 fábricas em 10 países do mundo, utilizando excelente tecnologia desenvolvida em seus 6 centros de pesquisa e desenvolvimento, um deles no Brasil. Além da Europa, a empresa opera na China, Rússia, Austrália e América Latina. Mais de 5.000 mil concessionárias e pontos de serviço, distribuídos em 160 países, garantem suporte técnico onde quer que um produto Iveco esteja em serviço.






A Iveco, associada com a Soframe, empresa francesa especializada em equipamentos militares e controlada pelo Grupo Lohr, acaba de confirmar contrato para fornecimento de caminhões militares ao Exército francês. A concorrência foi feita pelo Ministério da Defesa Francês.

A sigilosa gastança da Abin

A Agência Brasileira de Inteligência elevou em 66% os gastos sigilosos por meio de cartões corporativos, no total de R$ 11,2 milhões em 2010. O aumento de despesas contrasta com o redirecionamento da Abin, que pode ser desvinculada do comando militar. Governo Lula gastou R$ 80 milhões com cartões corporativos em 2010, um recorde.


Gastos secretos da Abin custam R$ 11 milhões


Sob o manto da “garantia da segurança do Estado”, as despesas sigilosas por meio do cartão corporativo da Agência Brasileira de Inteligência, a Abin, deram um salto no ano passado. Os servidores do órgão responsável por desenvolver atividades voltadas para a defesa da sociedade brasileira desembolsaram R$ 11,2 milhões, com a justificativa de que as “informações são protegidas por sigilo. O aumento foi de 66% em relação aos R$ 6,8 milhões consumidos em 2009, de acordo com dados da ONG Contas Abertas (veja quadro).




O aumento dos gastos contrasta com a nova realidade da Abin na gestão Dilma Rousseff. Ligada ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI), a agência tem futuro incerto em função da possibilidade de ser desvinculada do órgão militar. Desde a posse de Dilma, o GSI — agora comandado pelo general José Elito — perdeu a Secretaria Nacional de Políticas contra as Drogas (Senad), levada para a estrutura do Ministério da Justiça. A mudança provocou a saída de 52 funcionários de cargos de confiança, o que esvaziou o poder dos militares no Planalto.



Os gastos na agência são feitos de forma descentralizada. Cada superintendência estadual ou escritório de representação é responsável pelas despesas com os cartões. Isso, segundo uma alta fonte do Comando Militar, aumenta o risco de abusos — muitos já identificados pelo próprio GSI. Um dos motivos é o atraso com que o núcleo central tem acesso aos dados e consegue identificar despesas tidas como irregulares. O outro é a dificuldade de fiscalização in loco.



Além do controle interno, o Tribunal de Contas da União (TCU) fiscaliza as contas da Abin. Entre as irregularidades já identificadas estão a aquisição de material permanente e pagamentos e gratificações a informantes e colaboradores. A prática, segundo a fonte, mantém-se na agência.



Ao todo, na administração pública, os portadores dos mais de 13 mil cartões de pagamento do governo espalhados pelo país torraram, de forma secreta, quase R$ 32 milhões em 2010. Em 2009, dois anos depois das primeiras denúncias de uso irregular do cartão corporativo, o montante chegou a R$ 27,6 milhões.



Um decreto regulamenta o uso dos cartões corporativos, mas não trata do caso específico de despesas sigilosas. “A Controladoria-Geral da União (CGU) audita todos os gastos de caráter secreto dos órgãos de sua competência. Não é porque é sigiloso que não auditamos”, diz o secretário de Prevenção da Corrupção e Informações Estratégicas da CGU, Mário Vinícius.



Ele explica, porém, que as despesas dos cartões da Presidência e dos ministérios da Defesa e Relações Exteriores não são fiscalizadas pela CGU, mas pelos controles internos desses órgãos. “Isso não significa que nós não acompanhamos a evolução dessas despesas”, garante.



Espólio

“Essas despesas sigilosas são uma herança da ditadura militar que não deveriam existir mais, pelo menos com esse volume de movimentação. É cômodo para os órgãos públicos manterem esse tipo de gasto para a manutenção de certos domínios. Isso não é nada transparente e evita que a sociedade tenha acesso às informações”, avalia Roberto Piscitelli, professor do departamento de Ciências Contábeis da UnB.



Segundo ele, os gastos sigilosos nem sempre podem ser justificados pela questão da segurança nacional. “É difícil colocar o dedo nessa ferida. É como se assinássemos um cheque em branco sob a justificativa da segurança nacional. Mas o conceito de segurança nacional é vago”, afirma. Nos últimos nove anos, as despesas sigilosas via cartão de pagamento pularam de R$ 2,8 milhões para R$ 31,8 milhões.



Procurada para explicar o crescimento das despesas sigilosas, a assessoria de imprensa da Abin informou que o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) poderia se manifestar sobre o caso. A assessoria do GSI afirmou que não se posiciona sobre assuntos sigilosos.



EFEITO TAPIOCA

Em outubro de 2007, o ministro do Esporte, Orlando Silva, ficou nacionalmente conhecido ao utilizar o cartão corporativo em uma tapiocaria de Brasília. Ele devolveu o valor depois que a irregularidade foi detectada e afirmou ter confundido o cartão com seu pessoal. Também em 2007, a então ministra da Igualdade Racial Matilde Ribeiro perdeu o cargo depois gastar, com o cartão do governo, R$ 461 num free shop.



Fatura da União bateu todos os recordes

Os dados tabulados pelo Contas Abertas também mostram que os gastos globais com o cartão corporativo — e não apenas os sigilosos — foram recorde em 2010. A fatura paga pela União alcançou R$ 80 milhões entre janeiro e dezembro do ano passado, o maior montante desde que o sistema foi criado no país, em 2002, e 24% maior em relação a 2009.



Levando em conta os nove anos monitorados, a Presidência (PR) foi o órgão que mais utilizou o cartão corporativo, só que grande parte dos mais de R$ 105 milhões pagos não podem ser divulgados por ser tratarem de “informações protegidas por sigilo, nos termos da legislação, para garantia da segurança da sociedade e do Estado”.



Segundo informações do governo, os gastos inflados no ano passado tiveram como razão as despesas extras com transporte durante as atividades do censo.

Os cartões corporativos são usados para pagar diversas contas, incluindo hospedagem e alimentação nas viagens presidenciais. Um grupo de funcionários, chamados de ecônomos, utiliza os cartões, mas não é raro que ministros tenham também.



A CGU mantém um sistema de alerta automático que avisa o portador do cartão quando eventualmente ele estiver cometendo ilegalidade. “Quando um servidor está de férias, por exemplo, e usa o cartão corporativo sem querer, recebe um alerta de que aquela despesa pode estar sendo errada. Nós abrimos espaço de forma automática para que ele explique a despesa”, diz o secretário de Prevenção da Corrupção e Informações Estratégicas da CGU, Mário Vinícius.



Controle

Em uma cartilha produzida pela CGU, a recomendação é de que os servidores utilizem o cartão com base nos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, algo que nem sempre acontece. A controladoria avalia que o cartão corporativo é um meio de pagamento mais ágil e que traz maior controle na gestão de recursos, pois é emitido em nome de cada órgão público do país, incluindo a identificação do portador.



O cartão substitui a modalidade de gasto chamada suprimento de fundos. Nela, um adiantamento é concedido ao servidor, a critério e sob a responsabilidade da figura do controlador de despesas em cada instituição. Há um prazo estipulado para a aplicação e a comprovação dos gastos, mas não há um controle na internet como ocorre com os cartões. (LK)


Blair: Ocidente deve estar preparado para ação contra Irã

O ex-primeiro-ministro do Reino Unido Tony Blair declarou nesta sexta-feira que o Ocidente tem que estar preparado para uma ação militar contra a ameaça que o Irã representa para a segurança do mundo.




Durante seu segundo comparecimento diante da comissão que investiga a Guerra do Iraque, Blair fez um apelo aos países ocidentais para que mudem sua atitude condescendente em relação a Teerã e seu programa de enriquecimento de urânio.



Blair, que é enviado especial do Quarteto para o Oriente Médio - formado por Estados Unidos, Rússia, ONU e União Europeia (UE) -, argumentou que o Irã continuará sendo um elemento desestabilizador na região a menos que o Ocidente tome alguma medida com "a determinação necessária".



"Trata-se de uma ameaça crescente. Eu passo na região o tempo todo e vejo o impacto e a influência do Irã em todas as partes. É negativa, desestabilizadora, de apoio a grupos terroristas e o país está fazendo tudo o que pode para impedir o avanço do processo (de paz) no Oriente Médio", declarou.



"O Ocidente tem que abandonar sua atitude 'de desculpa' por acreditar que somos responsáveis pelo que os iranianos fazem", defendeu Blair, que argumentou que o regime iraniano desenvolve um programa de armas nucleares porque é "contra o estilo de vida" ocidental.



Blair mencionou os esforços do presidente dos EUA, Barack Obama, de estender a mão ao Irã e acusou os iranianos de, como resposta, "seguirem com o terrorismo, com a desestabilização e com seu programa de armas nucleares".



"Em algum momento teremos que tirar a cabeça da terra e entender que (os iranianos) vão continuar com isso", afirmou.



O ex-primeiro-ministro do Reino Unido, um dos principais defensores da invasão do Iraque em 2003, rejeitou a ideia de que a operação para derrubar Saddam Hussein tenha fortalecido a influência iraniana no país e disse que o que fracassou foi a política do Ocidente do anos 1980, que apoiou o então ditador iraquiano como forma de frear o Irã islâmico.



"A resposta ao Irã não é Saddam. Essa foi a política de 1980 e tudo o que fizemos foi criar um monstro que não pudemos controlar", concluiu.



Há um ano, em seu anterior depoimento na comissão, Blair já havia declarado que achava as políticas do Irã mais preocupantes do que as do Iraque, devido ao suposto risco de que Teerã forneça armas de destruição em massa a grupos terroristas.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Dilma deve dar resposta sobre compra dos Rafale em até quatro meses


 

Andrei Netto, de O Estado de S.Paulo
Mais três a quatro meses. Esse é intervalo de tempo informado pela administração Dilma Rousseff ao Ministério da Defesa da França para que uma decisão seja tomada a respeito do projeto FX-2, o processo de seleção para a compra de 36 aviões de caça para a Força Aérea Brasileira (FAB). O prazo foi confirmado pelo ministro da Defesa, Alain Juppé, que ao comparecer à posse da nova presidente recebeu a notícia de que o caso seria reanalisado. Desde então, os franceses cruzam os dedos.
No período, a presidente Dilma Rousseff pretende se inteirar do dossiê antes de sacramentar a compra, que pode custar aos cofres públicos entre US$ 4 bilhões e US$ 7 bilhões, entre aviões e a transferência de tecnologia. "Acho que nós podemos ficar confiantes", afirmou o ministro da Defesa há uma semana, quando de seu retorno a Paris, após participar da posse da nova chefe de Estado e se encontrar com autoridades dos ministérios da Defesa e das Relações Exteriores.
Em Paris, o discurso de autoridades do governo e da indústria aeronáutica é o mesmo, e seu tom é diplomático. Christine Lagarde, ministra da Economia, ponderou que é natural que Dilma queira se inteirar do tema antes de tomar a decisão. "É preciso afirmar sua autoridade, é legítimo", afirmou à rádio Europe 1. "Houve um enorme trabalho prévio. Eu espero que os frutos deste trabalho sejam levados em consideração. Estamos de dedos cruzados."
Fontes do meio industrial ouvidas pelo Estado ontem confirmam que o prazo estimado para uma resposta seja de três a quatro meses. Mas, acredita-se em Paris, o momento é de espera para as companhias concorrentes, Dassault Aviation, Boeing e Gripen, e não para novas ofertas. "A bola neste momento está no campo do Brasil", disse um executivo francês que acompanha de perto o tema. "Estamos esperando um anúncio sobre com quem serão abertas negociações exclusivas. Depois disso, ainda haverá vários meses, talvez um ano de negociações jurídicas sobre o contrato, para que então seja conhecido o preço final do pacote."
A Dassault, fabricante dos Rafale - os aviões preferidos pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e concorrente dos Boeing F-18 Super Hornet e dos Saab Gripen NG -, não comenta as negociações em andamento.
Enquanto espera pelo Brasil, o governo francês e a Dassault vêm retomando neste mês as negociações para a venda de 60 aviões aos Emirados Árabes Unidos. Até aqui, os Rafale não foram vendidos ao exterior.

EUA desconfiaram de Super Tucanos

Quatro anos depois de ter bloqueado a venda de aviões Super Tucano, da Embraer, para a Venezuela, o governo dos Estados Unidos concluiu que a transação com o grande desafeto do governo americano na América do Sul não significaria um apoio político do Brasil ao regime de Hugo Chávez.




"É provável que o desejo do Brasil vender Super Tucanos foi motivado pelo fato de o fabricante, Embraer, ter colocado pressão sobre o governo brasileiro para aprovar a encomenda no sentido de proteger empregos industriais na época de eleições (reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva), e não baseado em qualquer política brasileira em relação à Venezuela", diz um telegrama enviado pelo então embaixador dos EUA em Brasília, Clifford Sobel, em junho de 2009.



Os comunicados referentes a esse tipo de negócios mostra, ainda, que o Brasil alertara os EUA de que se Washington proibisse a venda - como aconteceu - Chávez compraria o mesmo tipo de aeronaves, ou modelos ainda mais avançados, da Rússia (como de fato acabou acontecendo). E advertiu que isso provocaria um desequilíbrio entre as forças aéreas da região.



O Brasil chegou a argumentar, ainda, que a venda dos aviões da Embraer à Venezuela ajudaria o governo brasileiro a ter ainda mais influência sobre Chávez - algo de interesse dos EUA. Além disso, lembrou que, se houvesse algum problema, tanto o Brasil quanto os EUA poderiam manter no chão a frota venezuelana negando apoio e peças de reposição, assim como os EUA tinham feito no caso dos F-16 venezuelanos.



A transação havia sido concluída em 28 de outubro de 2005, quando a Embraer assinou um contrato de US$169,7 milhões com a Força Aérea da Venezuela, depois que os fabricantes de peças dos EUA forneceram garantias, por escrito, que o governo americano nada tinha contra a venda.



Uma série de telegramas, entre março de 2004 e fevereiro de 2009, mostra que os EUA demoraram a confiar no Brasil em termos de vendas de armamentos para terceiros países, pressionando com insistência para que o país adotasse os mesmos procedimentos dos Regulamentos Internacionais de Tráfico de Armas (ITAR, na sigla em inglês) do governo americano.



Inspetores americanos realizaram várias visitas à Embraer, à Avibrás (mísseis e carros de combate) e à Companhia Brasileira de Cartuchos (fabricante de munição). Eles agiram de forma minuciosa. Por fim, em junho de 2009, um telegrama da embaixada americana enviado ao Departamento de Estado concluiu: "Os controles brasileiros são baseados em políticas que têm como fim não contribuir a conflitos, e observam os padrões tanto da ONU quanto outros internacionais".

França espera que Dilma considere oferta de venda de caças em nova avaliação

A ministra de Economia francesa, Christine Lagarde, se mostrou esperançosa de que a presidente Dilma Rousseff levará em conta o trabalho realizado no contrato de venda de aviões caça Rafale à Força Aérea Brasileira durante a revisão do processo de compra das aeronaves.




"Um enorme trabalho foi feito anteriormente. Espero que os frutos destes esforços sejam levados em conta pela nova presidente", afirmou a ministra à rádio "Europe 1".



A reação de Christine Lagarde ocorre depois de ter sido vazado que Dilma deve recomeçar a corrida para outorgar o contrato de 36 caças militares, estimado em entre US$ 4 e 7 bilhões.



Ao lado do caça Rafale, fabricado pela companhia francesa Dassault, concorrem pelo negócio o F-18 da americana Boeing e o Gripen, do fabricante sueco Saab.



Lagarde assinalou que a França já consentiu em firmar importantes compromissos no que se refere à transferência de tecnologia ao Brasil, ponto mencionado pela presidente como condição para voltar a examinar os contratos.



O Rafale era o avião preferido pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que no entanto preferiu deixar a decisão sobre o contrato para sua sucessora.



Lagarde assinalou que a França "cruza os dedos" para obter este importante contrato, que, caso se concretize, representará a primeira venda destes caças fora do país.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Brasil rejeitou ajudar EUA na guerra do Afeganistão, diz WikiLeaks

- O Estado de S.Paulo


Os Estados Unidos pediram ao Brasil que contribuísse na guerra do Afeganistão, mas o País rejeitou participar, revelou um telegrama confidencial da diplomacia americana divulgado ontem pelo site WikiLeaks.





No telegrama de outubro de 2008, o então embaixador americano no Brasil, Clifford Sobel, diz que o pedido tinha sido encaminhado no mês anterior a funcionários brasileiros e afirma que o Brasil "tem procurado por projetos relacionados a desenvolvimento, em detrimento a um apoio para o setor militar".



"O histórico brasileiro sugere que seria uma quebra de precedentes o Brasil apoiar uma força militar estrangeira fora do mecanismo da Nações Unidas, com o qual o governo prefere trabalhar", afirma Sobel.



"O pedido de US$ 5 milhões em cinco anos é muito maior do que muitos outros que fizemos e ficaram sem resposta. Os recursos do Brasil para assistência em geral são extremamente limitados e o governo geralmente prefere a assistência técnica para projetos de desenvolvimento social", analisa o embaixador.



Meses depois, Sobel trata novamente da questão ao reportar uma conversação com o embaixador Roberto Jaguaribe. "Há três principais obstáculos a superar com relação aos pedidos de assistência: a) o orçamento brasileiro, b) receptividade política, e c) dificuldade do Brasil em "comprar uma coisa que ele não formulou".



"Observando que Afeganistão é um país "remoto e distante" para o Brasil, Jaguaribe disse que o Brasil acompanha o desenvolvimento da situação no Afeganistão, mas não é um "ator relevante", embora Afeganistão esteja para abrir uma embaixada em Brasília e o Brasil consideraria abrir uma em Cabul".

Forças Armadas têm 506 homens na serra do RJ

EQUIPE AE - Agência Estado


Um grupo de 11 helicópteros e 506 militares já foi deslocado pelas Forças Armadas para o Rio de Janeiro, para apoiar as ações da Defesa Civil na região de serra do Estado. Os helicópteros, entretanto, não conseguiram chegar hoje à região atingida, devido ao mau tempo. Os militares têm expectativa de que amanhã as condições meteorológicas melhorem, permitindo o acesso dos helicópteros e, assim, ação plena da equipe da "Operação Serrana". O balanço da ação das Forças Armadas na região foi divulgado na noite de hoje pelo Ministério das Defesa.


As principais ações efetuadas, ressalta o ministério da Defesa, envolvem a desobstrução de vias e remoção de escombros em três cidades; o apoio à Defesa Civil na distribuição de donativos; e o atendimento médico (HCamp) em Nova Friburgo.



A partir de hoje, as operações estão sendo coordenadas pelo General-de-Divisão Oswaldo de Jesus Ferreira, comandante da 1ª Divisão de Exército (1ªDE), do Rio de Janeiro. Ele terá sob seu comando um oficial de cada uma das Forças envolvidas na operação: Marinha, Exército e Aeronáutica.



A centralização das operações em um único comando foi determinada pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, por meio da Diretriz Ministerial 01/2011, assinada hoje. O documento determina a nomeação de um comandante de um Centro de Operações Militares Federais (não envolve as forças estaduais), e o emprego dos meios necessários, além dos que já estavam sendo destinados nos dias anteriores.


O acompanhamento operacional das tropas federais será feito pelo Chefe do Estado Maior Conjunto das Forças Armadas, do Ministério da Defesa, General-de-Exército José Carlos De Nardi, que tem o papel de empregar as forças em conjunto, enquanto os comandantes das Forças tem o papel do adestramento das mesmas e do emprego isolado.

Terceira aeronave de vigilância da Índia vai a teste

Terceira aeronave de vigilância da Índia vai a teste




O terceiro Sistema Aéreo de Alerta e Controle (Airborne Warning and Control System - AWC&S) da Força Aérea Indiana, instalado em um Ilyushin Il-76, passou por testes de vôo equipado com sistemas adicionais.



A aeronave foi testada durante vôos de longa duração sobre Israel e o Mediterrâneo a partir do aeroporto de Ben Gurion, em Tel Aviv, e incluiu "alguns cenários muito complexos", segundo uma fonte. Pessoal da força aérea indiana esteve abordo da plataforma para todas as incursões.



A Índia fez um pedido por capacidades adicionais não especificadas para sua terceira aeronave Il-76-AW&CS após a entrega dos dois primeiros exemplares pela Elta Systems, subsidiária da Israel Aerospace Industries.



A entrega da terceira aeronave de vigilância Il-76 está prevista para meados de 2011, mas a IAI se recusou a ser mais específica.



A Elta também preparou várias propostas para atender à demanda da força aérea indiana por mais plataformas AEW&C, incluindo mais Il-76 ou utilizando os menores G550 Gulfstream.



Tradução: Felipe Medeiros



Fonte: Flight Global

WikiLeaks/Os papéis brasileiros: EUA pediram cabeça de general brasileiro

Washington queria que Brasil usasse mais violência contra rebeldes no Haiti, revela telegrama do WikiLeaks Chefe do comando militar no país, Augusto Heleno teve apoio do Itamaraty e concluiu mandato sem ceder








Despachos diplomáticos vazados pelo WikiLeaks revelam que os EUA pediram ao governo brasileiro, em 2005, a substituição do general brasileiro Augusto Heleno Ribeiro Pereira do comando militar da Minustah, a missão da ONU no Haiti.



O pedido era parte de uma tentativa americana de pressionar o Brasil para aumentar a violência contra rebeldes e gangues haitianas .



Em um dos textos, de maio de 2005, o então embaixador dos EUA no Brasil John Danilovich justifica a pressão argumentando uma expansão das ações de gangues, que estariam "perdendo o medo", e uma onda de sequestros em Porto Príncipe.



A pressão incluiu ainda a ameaça dos EUA de enviar tropas ao Haiti caso o Brasil não fosse "mais firme".



Em 2005, a Minustah havia vencido uma tropa de ex-militares e começava a combater guerrilheiros. A favela de Bel Air estava pacificada e a resistência migrava para a favela de Cité Soleil.



"Surgiu um novo líder de gangues, em Cité Soleil, que pretendia se transformar em um mito: Dread Wilmé. daí a impaciência e o apelo da embaixada americana e outras por "operações robustas"", disse ontem à Folha o general Heleno, hoje no Departamento de Ciência e Tecnologia do Exército.



"O resultado de ações desse tipo, em uma área miserável, superpovoada, com milhares de crianças e mulheres pelas ruas, era imprevisível. Por isso, eu jamais cedi."



O general disse ter recebido apoio incondicional do Itamaraty, do Ministério da Defesa e do Exército.



"As pressões eram evidentes e aconteceram desde o início da missão, em 2004. Por isso, eu deixava bem claro que a agenda de operações era de minha exclusiva competência", disse.



A operação que resultou na morte de Wilmé só ocorreu em julho de 2005, quando a ONU obteve informações seguras sobre sua localização. A favela foi cercada e tropas especiais peruanas abordaram a gangue. Wilmé morreu no confronto junto com cerca de 40 rebeldes.



O general cumpriu normalmente seu mandato regular de cerca de um ano.



"Uma força de paz, na minha concepção, não poderia se comportar como uma força de ocupação. Resisti às pressões, na certeza de que a estratégia que traçara daria certo, desde que reuníssemos operações militares e ações humanitárias", disse.



A Folha e outras seis publicações têm acesso ao material antes da sua divulgação no site do WikiLeaks.



Fonte: Folha S.Paulo

Aspirantex 2011”

Partiu da Base Naval do Rio de Janeiro, no dia 7 de janeiro de 2011, o Grupo-Tarefa (GT) 701.1 que conduz a Operação “ASPIRANTEX 2011”, tendo como seu Comandante o Contra-Almirante Wagner Lopes de Moraes Zamith. Os navios que compõem o GT dirigem-se para o Sul do País e, no dia 12, serão divididos em duas Unidades-Tarefa, uma que demandará Buenos Aires (Argentina) e outra, Montevidéu (Uruguai).




Embarcados nos meios da Marinha do Brasil estão Aspirantes da Escola Naval que, durante a comissão, acompanham e participam de atividades desenvolvidas a bordo dos navios. Até o final da viagem, fruto das experiências e dos ensinamentos colhidos, terão a oportunidade de ratificar ou retificar a escolha do Corpo (Armada, Fuzileiros Navais ou Intendência) e de Habilitação (Eletrônica, Sistema de Armas e Máquinas) que fizeram ao final de 2010.



A “ASPIRANTEX” visa, também, ao aprimoramento do adestramento das tripulações dos meios da Esquadra que dela participam. Para isso, estão previstos exercícios e manobras marinheiras em grau crescente de dificuldade durante a cinemática da comissão. Fazem parte do GT: a Fragata “Niterói” (F40), Navio Capitânia do GT; a Fragata “Constituição” (F42), a Fragata “Bosisio” (F48), o Navio de Desembarque de Carros de Combate “Almirante Saboia” (G25), o Navio-Tanque “Almirante Gastão Motta” (G23) e a Corveta ”Frontin” (V33). Presentes, também, estão suas aeronaves orgânicas: dois AH-11A “Super Lynx” (F40 e F42), um UH-12 e um UH-13 “Esquilo” (F48 e V33) e um UH-14 “Super Puma” (G25).
No decorrer da Operação, dividida em três fases de mar, serão empregadas aeronaves de asa fixa AF-1 “Skyhawk” da Marinha do Brasil, meios navais distritais e aeronaves da Força Aérea Brasileira como figurativos inimigos e apoio ao adestramento. Os Submarinos “Tamoio” (S31) e “Timbira” (S32) participarão, também, dos exercícios de trânsito em área com ameaça submarina.




A primeira fase de mar da “ASPIRANTEX-11” estende-se até o dia 13 de janeiro, quando os navios atracarão em seus portos de destino. No período de estadia nos portos visitados - Buenos Aires, Montevidéu, Rio Grande e Itajaí - os navios estarão abertos à visitação pública. Além disso, nos portos nacionais serão realizadas Ações Cívico-Sociais (ACISO) com doação voluntária de sangue e de itens de vestuário.



A expectativa do Contra-Almirante Zamith com relação aos resultados da ASPIRANTEX-2011, que está apenas começando, é que, ao seu término, previsto para o dia 28 de janeiro, estejam plenamente atingidos os efeitos desejados que nortearam o seu planejamento, ou seja, que a Operação contribua efetivamente para o adestramento dos meios envolvidos e, principalmente, que garanta as escolhas de Corpo e Habilitação mais conscientes por parte dos Aspirantes do Segundo Ano, assim como amplie o preparo daqueles do Terceiro Ano embarcados, uma vez que na comissão, terão a oportunidade de interagir com o pessoal de bordo, familiarizando-se com a futura rotina.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Cientistas divulgam mapa em cores do Universo

SÃO PAULO - Na terça-feira, 11, o Centro de Pesquisa Digital do Céu Sloan III (ou, em sua sigla em inglês, SDSS-III) divulgou o mapa em cores do Universo mais completo até o momento. O mapa, feito desde 1998, reúne milhões de imagens de 2.8 megapixels , resultando em uma imagem final de mais de um trilhão de pixels. A imagem é tão grande e detalhada que seriam necessárias 500 mil TVs de alta definição para conseguir vê-la na totalidade de sua definição.

Essa nova imagem dá aos astrônomos a visão mais abrangente do céu já realizada. Os dados do SDSS-III já foram usados para descobrir cerca de meio bilhão de objetos astronômicos, incluindo asteroides, estrelas e galáxias. Os mais recentes e mais precisos posicionamentos, cores e formatos desses objetos também foram divulgados

A imagem começou a ser realizada em 1998, com o que era então a maior câmera digital existente (de 138 megapixels). Durante a última década, os pesquisadores fizeram registros de um terço do céu usando essa câmera, que foi aposentada e fará parte da coleção do museu Smithsonian.


A missão partiu para o espaço em maio de 2009 com o objetivo de detectar luz de poucos milhares de anos após o Big Bang, evento que se acredita tenha criado o Universo. No entanto, os detectores de última geração serão usados para fazer uma vistoria de todo o céu pelo menos quatro vezes, medindo sua radiação cósmica de fundo, ou a radiação derivada do Big Bang.




Esses dados irão ajudar os cientistas a entender melhor a evolução e o destino do nosso Universo. Embora os resultados das leituras do telescópio só fiquem prontos em dois anos, observações antecipadas de objetos astronômicos específicos na Via-Láctea, assim como em galáxias mais distantes, já estão sendo divulgados.

Israel: só ameaça militar pode deter programa nuclear do Irã

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse nesta terça-feira que só "uma ameaça militar crível" poderá frear o polêmico programa nuclear do Irã. "As sanções ao Irã não atingiram seus objetivos. O Irã continua empenhado em se munir de armas atômicas e só uma ameaça militar crível irá frear seu programa nuclear", declarou Netanyahu em entrevista coletiva.




O chefe de governo israelense afirmou que o Irã é o maior motivo de preocupação no Oriente Médio. Segundo ele, 2010 foi o ano em que a comunidade internacional se conscientizou do "perigo" que representa o regime de Teerã. "A principal prioridade na região é o Irã, a segunda o Irã e a terceira o Irã", afirmou o Netanyahu, para quem os iranianos só desistirão de seu suposto desejo de aceder ao armamento atômico se houver uma ameaça militar crível.



Ele alegou que as sanções internacionais contra o regime de Teerã "não foram suficientes". Netanyahu comentou que 2011 "será o ano em que se saberá quem quer a paz no Oriente Médio" e disse que "não há povo no mundo que queira mais a paz do que o povo de Israel".



O primeiro-ministro israelense acusou a Autoridade Nacional Palestina (ANP) - presidida por Mahmoud Abbas - de "se afastar da paz" porque "se afasta da negociação". Para Netanyahu, "os palestinos se afastam da negociação com sua postura de impor pré-condições à negociação", referindo-se à exigência da ANP de que Israel detenha a construção dos assentamentos judaicos antes de retomar as negociações.