O discurso do chefe do Pentágono no Fórum Diálogo de Shangri-La, que foi realizado em Singapura, alarmou especialistas de todo o mundo, os quais advertem sobre a ameaça de guerra entre Estados Unidos e China.
Ao comparecer no fórum regional, que é dedicado aos problemas de segurança coletiva, o secretário de Defesa dos EUA, James Mattis, voltou a condenar as atividades de Pequim no mar do Sul da China.
Segundo a agência AFP, o chefe do Pentágono acrescentou que não exclui a possibilidade de confronto com o gigante asiático.
Esta não é a primeira vez que surgem advertências alarmantes a respeito da possibilidade de Pequim e Washington darem início a uma guerra no mar do Sul da China.
Anteriormente, o conselheiro de Donald Trump, Steve Bannon, previu que a confrontação entre China e EUA poderia acontecer nesta região nos próximos dez anos.
Apesar de uma autêntica guerra entre Estados Unidos e China parecer pouco provável, hoje em dia foi dada uma série de condições que poderia contribuir para este desenlace.
Por que ambos os países possuem tanto interesse no mar do Sul da China?
O mencionado Interesse pode ser explicado através de vários fatores. O primeiro deles é que pelo mar do Sul da China passam rotas de exportação de hidrocarbonetos dos países do Oriente Médio aos EUA e aos países da região do Pacífico.
Particularmente, enquanto China importa até 40% de seu petróleo cru através do mar do Sul da China, os EUA transportam por essas rotas hidrocarbonetos em um valor de 1,2 bilhão de dólares (cerca de R$ 4 bilhões).
Além disso, abundantes jazidas de petróleo foram descobertas na plataforma das ilhas Paracelso e no arquipélago Spratly. Atualmente, o mar do Sul da China conta com reservas de ouro negro de 11.000 milhões de barris, aproximadamente.
O cientista politico Leonid Krutakov destacou para a emissora russa RT que incluso os planos de Donald Trump de reduzir a dependência de Washington das importações de hidrocarbonetos através da intensificação da exploração das jazidas estadunidenses não ajudarão a melhorar as relações com Pequim.
"EUA sempre precisaram de mais energia, por isso que ocupam o primeiro lugar nas importações de hidrocarbonetos. Além disso, se Washington decidisse recuperar a exploração de todas suas jazidas, o país da mesma forma seguiria importando petróleo e gás", enfatizou o especialista.
Além disso, as ilhas Paracelso e o arquipélago Spratly possuem grande importância estratégica e militar, já que permitem controlar desde o ar a maior parte do mar do Sul da China.
O nascimento de uma potência naval
China não somente consolida suas posições no mar do Sul da China, como incrementa o potencial de suas Forças Armadas.
Pequim continua construindo submarinos adicionais, mesmo já possuindo uma frota de 75 submarinos. Para comparar, as Forças Armada dos EUA possuem só 70 submarinos. Porém, a China tem uma desvantagem no número de porta-aviões. O país asiático conta com somente dois porta-aviões, já os EUA — dez.
Pressagio de uma grande guerra
De acordo com Krutakov, o confronto entre China e EUA seguirá crescendo à medida que ambas as partes se preparem para uma guerra possível. Um dos passos principais rumo ao cenário de guerra se trata da instalação do sistema norte-americano THAAD na Coreia do Sul.
Não somente Steve Bannon, mas também Jacob Rothschild, disse que hoje em dia o mundo se encontra na margem da Terceira Guerra Mundial. Discrepâncias extremadamente sérias estão sendo acumuladas na economia mundial e estas discrepâncias são mais profundas do que as da Segunda Guerra Mundial", afirmou Krutakov, acrescentando que as armas nucleares freiam medidas preocupantes.
Os estreitos laços comerciais entre EUA e China poderiam ser o segundo fator. A ruptura com a China levaria os EUA ao déficit e à superprodução de mercadoria na China.
Porém, de acordo com especialistas, a história demostra que a presença de relações econômicas entre os dos países nunca garantiu a paz.
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