SEGURANÇA NACIONAL SNB BRASIL

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

'É inusitado um partido como o PT lutar contra a diminuição de imposto'

A reação de uma parcela do Partido dos Trabalhadores à proposta de desoneração tributária para a construção de redes de telecomunicação, que foi contrária ao benefício, desagradou o ministro Paulo Bernardo, das Comunicações. Ele considerou a crítica ao corte de impostos algo "inusitado", ainda mais vindo de um partido como o PT. 
Em entrevista ao iG , Paulo Bernardo falou também sobre as manifestações vistas nas ruas do Brasil nos últimos meses. Para ele, os protestos ocorreram porque havia um ambiente favorável. E surpreenderam, segundo ele, pela amplitude e a forma de organização, que utilizou a internet, as redes sociais e os celulares.
Paulo Bernardo opinou ainda sobre a denúncia de espionagem americana , denunciada pelo técnico Edward Snowden , que incluiu o Brasil. O ministro foi incisivo: "A internet virou uma ferramenta mundial, mas na prática é gerenciada por um país, que são os Estados Unidos". Ele defende que haja uma mobilização para se criar uma governança mundial da internet com o "palpite" de todos. "A internet é do mundo", lembra o ministro.
FONTE.. IG...SNB

Análise: Ameaça da Al Qaeda expõe desafio do sucessor de Bin Laden

MARK MAZETTI

ERIC SCHMITT

DO "NEW YORK TIMES"
, EM WASHINGTON
O mundo ouviu muito, nos últimos dias, sobre um severo médico egípcio que acredita-se esteja escondido em algum lugar do Paquistão.
Ayman al-Zawahri, 62, o médico tornado líder terrorista que assumiu o comando da Al Qaeda depois que Osama bin Laden foi morto em 2011, usou um discurso em vídeo postado em fóruns online de jihadistas em 30 de julho para protestar contra o tratamento dos Estados Unidos aos prisioneiros da baía de Guantánamo, Cuba, e para prometer que seu grupo não pouparia esforços para livrá-los do cativeiro.
Dias mais tarde, ele criticou a derrubada do presidente egípcio Mohammed Mursi como parte de um complô dos "cruzados" para dividir seu Egito natal, e ao mesmo tempo atacou a Irmandade Muçulmana, o partido de Mursi, por tentar governar o país democraticamente, em lugar de governar pela lei islâmica, a Shariah.
Mas foi outra comunicação da Zawahri --parte da correspondência secreta entre ele e o líder da afiliada da Al Qaeda no Iêmen-- que causou preocupação profunda ao governo dos Estados Unidos quanto a um possível complô terrorista do grupo.
Esses temores conduziram ao fechamento temporário de numerosos postos diplomáticos e levaram analistas, no governo e fora dele, a reavaliar a possibilidade de que Zawahri talvez tenha mais controle do que imaginavam sobre a organização que ajudou a fundar.
Representantes do governo dos Estados Unidos afirmaram que Zawahri instou o líder iemenita, Nasser al-Wuhayshi, a executar um grande ataque terrorista, e que além disso, em comunicação separada, o promoveu a um papel mais importante na Al Qaeda.
Alguns analistas caracterizaram essas ações como os últimos e desesperados atos de um líder que já não exerce a mesma influência do passado. Para outros, Zawahri está sabiamente fazendo planos para o futuro de um grupo que ele espera possa continuar prosperando muito depois de sua morte, quer esta aconteça por causas naturais, quer por outros motivos.
Uma visão é a de que Zawahri, homem que não conta nem com o carisma nem com a capacidade administrativa e a influência mundial de Bin Laden, agiu com inteligência ao ampliar a autoridade de Wuhayshi, líder da Al Qaeda na Península Arábica, a única porção da organização que demonstrou capacidade de ameaçar os interesses norte-americanos por meio de ataques em larga escala.
"O modelo antigo de governança corporativa já não estava funcionando", diz Daniel Benjamin, que foi diretor de operações de combate ao terrorismo no Departamento de Estado norte-americano durante o primeiro mandato do presidente Barack Obama.
"Não faz sentido ter toda a direção da Al Qaeda concentrada no Paquistão quando os únicos agentes que têm alguma chance de fazer algo notável estão em outros lugares".
Os serviços de inteligência dos Estados Unidos estão tentando decifrar o papel de Zawahri, e as autoridades britânicas e norte-americanas reforçaram suas precauções de segurança no Iêmen.
Washington instou todos os cidadãos norte-americanos a deixar o país, e ordenou que todo o pessoal do governo "sem funções de emergência" e parte do pessoal "com funções de emergência" fizesse o mesmo.
A Secretaria do Exterior britânica, de sua parte, anunciou a retirada equipe diplomática do país da capital iemenita, Sanaa, "devido às crescentes preocupações de segurança".
Os alertas britânico e norte-americano surgiram algumas horas depois que líderes das forças armadas iemenitas informaram que ao menos quatro homens suspeitos de fazerem parte da Al Qaeda foram mortos, em uma ação descrita como um ataque de drones (aeronaves de pilotagem remota) norte-americanos na região de Marib, leste do país, na manhã de terça-feira, o quarto ataque aéreo dos Estados Unidos nas duas últimas semanas, parte de uma campanha intensificada para atrapalhar os supostos complôs que resultaram no fechamento das embaixadas.
A Agência Central de Inteligência (CIA) também vem mantendo sua campanha de ataques por drones nas regiões tribais do Paquistão, onde as agências de espionagem norte-americanas supõem que Zawahri esteja escondido.
Mas parecem existir poucas informações sólidas sobre seu paradeiro efetivo, e as autoridades paquistanesas negam vigorosamente que ele esteja em qualquer parte do país.
A última ocasião em que a CIA imaginou estar perto de capturá-lo ou matá-lo foi no final de 2009, quando um médico jordaniano alegou ter infiltrado os mais altos escalões da Al Qaeda e disse que poderia informar os norte-americanos sobre o lugar exato do esconderijo de Zawahri.
Mas o médico, Humam Khalil Abu-Mulal al-Bulawi, era agente duplo e, em 30 de dezembro de 2009, explodiu a bomba que carregava ao ser conduzido a uma base da CIA em Khost, Afeganistão, em um ataque matou sete funcionários da agência de inteligência.
Desde que assumiu o comando da Al Qaeda, em 2011, Zawahri vem encontrando dificuldades para administrar os grupos dispares que formam a constelação de sua organização, segundo especialistas em terrorismo.
Seu mais recente fracasso, dizem alguns deles, foi não ter conseguido evitar o rompimento entre jihadistas sírios e camaradas de armas da divisão da Al Qaeda no Iraque, o que resultou em uma batalha interna entre os dois grupos que provavelmente representam os mais efetivos combatentes na guerra contra o regime do presidente sírio Bashar Assad.
Mas ainda que sua organização esteja rachando em forma de unidades regionais muitas quais difíceis de controlar, e que os eventos mundiais não estejam se desenrolando da maneira que ele preferiria, Zawahri ainda detém a autoridade sobre um movimento com o qual está envolvido há mais de três décadas.
"Ele não é um sujeito popular, e tem a personalidade de um pioneiro do leninismo - falando sem parar e se envolvendo em polêmicas", diz Benjamin. "Mas continua a ser o sucessor designado por Osama bin Laden, e isso significa alguma coisa", acrescenta.
Tradução de PAULO MIGLIACCI
FOLHA ..SNB

Curiosity completa um ano em Marte

Foram mais de 70 mil imagens, 190 gigabits em dados e 1,5 km percorrido no solo de Marte desde que o jipe-robô Curiosity chegou a Marte, há exatamente um ano. De acordo com a Nasa, o objetivo da missão já foi atingido: em março, ele descobriu sinais de que Marte pode ter abrigado vida no passado .
Na análise das primeiras rochas perfurada pelo jipe-robô confirmou que a superfície de Marte tem água e minerais em quantidade suficiente para a vida microbiana. Entre os elementos químicos encontrados estão nitrogênio, hidrogênio, oxigênio, fósforo, enxofre e carbono, todos os ingredientes vitais para o desenvolvimento de bactérias e outros micro-organismos. As rochas também continham argila que foi formada em um ambiente aquoso - um ambiente favorável para vida, com pH neutro e quantidades apropriadas de sais. 

Infográfico: Conheça toda a tecnologia do Curiosity
“Agora sabemos que Marte oferecia condições favoráveis para abrigar vida microbiana há bilhões de anos”, disse John Grotzinger, diretor da missão Curiosity no Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa. “Esta descoberta também aguçou nosso apetite para aprender mais. Esperamos que as instigantes camadas do Monte Sharp também preservem uma ampla diversidade de outras condições ambientais que possam ter afetado a habitabilidade [do planeta]”, completou.Em junho, o Curiosity apontou as rodas para o Sul e iniciou um trajeto de oito quilômetros até o ponto principal da missão. A viagem deve durar dez meses, pois além de andar devagar, estão previstas algumas paradas para coleta de material.
Estratégia ousada De longe, este não é o momento mais desafiador da missão do jipe-robô em Marte. O grande desafio foi justamente no pouso, quando os controladores da missão na Terra ficaram sete minutos sem contato do Curiosity em Marte. Eram os tão temidos e já esperados “sete minutos de terror” causados pelo intervalo de tempo entre a comunicação entre a Terra e Marte. Isto fez com que o Curiosity pousasse completamente sozinho, sem a ajuda do controle de missão. 
Como seriam sete minutos para o Curiosity descer do topo da atmosfera da Marte até a sua superfície, e outros 14 minutos para o sinal da nave espacial onde estava o jipe-robô chegar até a Terra, quando a primeira notícia chegou a Terra, o Curiosity já estaria no solo há sete minutos, espatifado ou completamente intacto.
Minutos após os sinais de pouso do Curiosity chegarem à Terra, o jipe-robô enviou a primeira imagem em preto e branco do interior da cratera, a foto mostrava também a sombra do jipe-robô. “Nós pousamos em um ótimo ponto plano. Lindo, realmente lindo”, disse à AP Adam Steltzner, engenheiro do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, que liderou a equipe que desenvolveu a complicada estratégia de pouso do Curiosity.
E os marcianos? 
Há um ano, a sala de controle no Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, em Pasadena, Califórnia, explodia em gritos e aplausos de comemoração após os “sete minutos de terror” e a confirmação que o Curiosity estava são e salvo em solo marciano .
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, parabenizou a equipe da Nasa e brincou com seu diretor pedindo que, caso contatem marcianos, avisem-no "imediatamente". 
Por causa de seu tamanho e peso (900 quilos), o Curiosity não podia pousar como Spirit e o Opportunity, antecessores do Curiosity em Marte. Os dois se valeram da valeram da fricção com atmosfera marciana e air bags para descerem a salvo. Depois de muitos anos de trabalho, o Spirit atolou e foi aposentado. Já o Opportunity está no planeta vermelho há nove anos.
A previsão é que a missão do Curiosity dure mais um ano, mas não é descartada a hipótese de que ela se estenda por mais tempo, como é o caso Opportunity que tinha a missão original de apenas três anos.
“O sucesso do Curiosity, o pouso dramático há um ano e as descobertas científicas desde então, nos antecipa para futuras explorações espaciais, inclusive mandar humanos para asteroides e Marte”, disse o administrador da Nasa, Charles Bolden.
Bom de mídia Desde que aterrissou próximo ao equador de Marte no ano passado, o jipe-robô descobriu um antigo riacho e descobriu minerais semelhantes aos de vulcão havaiano e, principalmente, revelou provas de que Marte já foi um ambiente habitável no passado.
Ao custo de US$ 2,5 bilhões (R$ 5 bilhões), a missão do Curiosity também investe no poder midiático da Nasa. O jipe-robô transmitiu de Marte música inédita do rapper will.i.am, do Black Eyed Peas , acordou ao som de Beatles e The Doors , divulgou ovídeo de seu pouso e deu “ check-in” no foorsquare .
Talvez o fato de esta ser a missão mais cara e sofisticada que a agência espacial americana já mandou a Marte justifique estas brincadeiras para engajar o público. Afinal, Marte é um planeta com um histórico hostil para missões espaciais: mais da metade das tentativas de chegar a Marte foram fracassadas. Quando uma delas dá certo, é necessário comemorar. 

(
Com informações da AP)
SNB