segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Política e concorrência na navegação global

Andrei Karneev..

O início da exploração comercial e o desenvolvimento dinâmico do sistema de navegação chinês não ameaça o sistema russo Glonass, consideram peritos russos.

Inicialmente, o sistema Beidou, que se desenvolve a partir dos anos 2 mil, atrasava-se seriamente em relação aos seus concorrentes. Os satélites de primeira geração não tiveram relógios atômicos de alta precisão, de que estão munidos os sistemas GPS e Glonass. Por outro lado, o número de satélites foi insuficiente. Em 2012, a quantidade total de satélites foi aumentada para 16, o que permitiu utilizar plenamente o Beidou na Região Asiática do Pacífico. Nas palavras de engenheiros chineses, já em 2020 o número de aparelhos espaciais subirá para 30-35 unidades projetadas e o sistema cobrirá todo o globo.
Analistas valorizam altamente o potencial do sistema de navegação chinês, consideram que a China possa garantir a cobertura global ainda antes de 2020.
Contudo, o sistema chinês fica para atrás em relação aos concorrentes pelas caraterísticas técnicas. Atualmente, sinais do Beidou no território da China têm uma precisão de 10 metros e nos territórios limítrofes – de 20 metros. O Glonass tem hoje uma precisão de 2,8 metros, devendo alcançar a de 0,6 metros para 2020. Portanto, o sistema Beidou não pode ser considerado ainda como concorrente do Glonass, mas é capaz de competir com o sistema russo no futuro.
Por um lado, a navegação global permite estabelecer uma cooperação que ultrapasse as fronteiras de Estados, mas, por outro, qualquer sistema de navegação encerra aspectos militares, o que pode impedir a interação entre diferentes sistemas de navegação ou países, declarou à Voz da Rússia Piotr Topychkanov, perito da Fundação Carnegie:
“Há um exemplo de cooperação frutífera que se desenvolve hoje entre a Rússia e Índia na área da aplicação do sistema Glonass. A Índia, que analisava diferentes variantes, inclusive a utilização do sistema de navegação americano, fez finalmente opção a favor da Rússia. Os indianos receiam que por razões políticas no caso de certas divergências os Estados Unidos possam desligar a Índia do sistema GPS”.
No ano passado, Moscou e Pequim aprovaram um novo programa de cooperação espacial para 2013-2015. Ao mesmo tempo, as partes começaram a cooperar na temática dos sistemas de navegação por satélites Glonass e Beidou. Na opinião de analistas russos, é pouco provável que se trate de uma interação profunda e tanto menos de uma conjugação do Beidou e Glonass. As partes, pelo visto, podem cooperar na produção de recetores Glonass/Beidou na base industrial chinesa.
Segundo Topychkanov, a Rússia deve acompanhar atentamente o desenvolvimento do sistema Beidou e não apenas na área civil, mas também militar. Nas palavras do perito, em tempos a parte chinesa tentava ilegalmente obter acesso a segredos militares e espaciais russos, copiava e continua a copiar largamente projetos militar-técnicos russos. Isso impõe certas limitações à cooperação dos dois países na navegação global.
Na opinião de outros peritos russos, o sistema de navegação chinês Beidou, que hoje está sendo desenvolvido, não ameaça o sistema russo Glonass, podendo tornar-se seu potencial aliado. “O mundo avança rumo a sistemas de navegação versáteis tanto no mercado de equipamentos profissionais, como no mercado de consumo”, considera o diretor técnico de uma grande holding russa que opera no mercado de navegação por satélites, Aleksei Kutsenko. Nas suas palavras, quanto mais sistemas forem apoiados por equipamentos de consumidores, tanto mais vantagens haverá para todos os participantes interessados
VOZ DA RUSSIA ..SNB

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