terça-feira, 27 de novembro de 2012

Nova tecnologia Thales

Sensores, radares e equipamentos de comunicações, partes vitais de um navio militar, estão usualmente montados em mastros complexos, de difícil integração e que demandam extensos e custosos testes visando eliminar interferências e validar desempenhos. A Thales Netherlands desenvolveu e está colocando em serviço um novo conceito de mastro, totalmente integrado, de concepção modular e que pode ser construído juntamente com o navio, o Integrated Mast, ou I-Mast. Oferecido a Marinha do Brasil formalmente durante a Euronaval 2012 como parte das soluções para o Programa PROSUPER de obtenção de novos meios de superfície, especificamente no caso dos cinco novos Ocean Patrol Vessels (OPV), a tecnologia I-Mast oferece um amplo leque de vantagens. Para conhecê-las de perto, a revista Tecnologia & Defesa esteve na Base Naval Den Helder, da Real Marinha Holandesa, a convite, onde embarcou a bordo do OPV P840 Holland, primeiro navio de sua classe a receber esta revolucionária tecnologia, para acompanhar parte dos testes finais de aceitação para o serviço durante uma saída para alto mar por um dia.Criado para fornecer uma solução única em termos de integração de sensores navais, o I-Mast consiste de uma estrutura modular, compacta e resistente, projetada para receber antenas de comunicações, radares, sensores eletro-ópticos e demais equipamentos associados, maximizando seu funcionamento, reduzindo a necessidade de manutenção e tornando a silhueta do navio que o utiliza mais furtiva (stealth). Adicionalmente, o I-Mast libera espaço no convés e pode ser construído ao mesmo tempo em que o navio que irá recebê-lo vai tomando forma, o que significa menos tempo na carreira do estaleiro, menores prazos de entrega, testes e certificação, e redução de custos.A Holanda, uma nação marítima de longa tradição, optou por manter uma frota de superfície no estado da arte como uma das principais estratégias para a sua defesa. O navio patrulha oceânico da Classe Holland (Holland, Zeeland, Friesland, Groningen) tem por missão manter seguras as águas territoriais holandesas contra ameaças assimétricas (piratas, contrabandistas e traficantes de drogas e armas) além de atuarem como vetores de presença ou como belonaves de resgate em situações de desastres naturais ou questões humanitárias. Em 20 de dezembro de 2007, a Organização de Material de Defesa da Holanda (DMO) e a Thales Nederland assinaram um contrato de 125 milhões de euros para o desenvolvimento e fornecimento de quatro Integrated Mast para esses navios. O Holland (P840), primeiro OPV da Classe, recebeu o I-Mast no final de 2011 e desde então vem procedendo aos trabalhos de integração e verificação final de todos os sistemas, visando a sua volta ao setor operativo da Real Marinha Holandesa.Construídos pelo estaleiro DAMEN em duas localidades (Vlissingen e Galați), os OPV Classe Holland são navios flexíveis, de desenho de casco moderno e capazes de permanecerem por longo tempo em patrulha (mais de 60 dias), apresentando um alto desempenho graças aos 2 motores MAN 12V28/33D diesel de 5460KW. Com 108 metros de comprimento, calado de 4,5 metros e velocidade máxima de 21 nós, os OPV Classe Holland ainda possuem uma apreciável autonomia de 5.000 milhas náuticas a 15 nós. 50 marinheiros formam a sua reduzida tripulação, graças ao intenso automatismo dos sistemas de bordo.O I-Mast integrado ao Holland, e que será instalado nas outras três unidades da classe, formam o Thales Integrated Sensor and Communication Systems (ISCS), que contém os sensores SMILE (radar SEAMASTER 400), SEASTAR (radar SEAWATCHER 100 – vigilância de superfície) e GATEKEEPER (sensor electro-óptico de 360 ​​° de vigilância e alerta baseado em tecnologia IR/TV projetado para combater novas ameaças assimétricas de curto alcance como pequenos barcos e mesmo jet-skis, aumentando a consciência situacional em ambientes costeiros). Os radares de antenas fixas planas multifacetadas SMILE e SEASTAR foram concebidos para detectar alvos litorâneos, difíceis de serem traqueados por um radar de rotação típica. Estes sensores apoiam missões em águas costeiras, graças ao seu baixo tempo de resposta frente a alvos esquivos, possuem a capacidade para operar em condições atmosféricas complicadas e podem lidar com objetos (alvos) pequenos como nadadores na superfície ou periscópios. Adicionalmente, o SEASTAR pode ser usado para guiar o helicóptero orgânico de bordo, usualmente do tipo NFH NH-90. O projeto ainda utiliza um sonar para a detecção de minas.Os OPV Classe Holland estão armados com um canhão naval de fogo rápido Oto Melara de 76 mm montado na proa, um canhão Oto Melara Marlin WS de 30 mm, duas estações para armas de 12.7 mm Oto Melara Hitrole NT's e duas estações para metralhadoras pesadas .50 do tipo M2HB. Todo o armamento pode ser operado de forma automática. Existem mais seis posições para metralhadoras leves FN MAG 7,62 mm operadas manualmente. O navio também está equipado com duas embarcações Fast Raiding Interception and Special Forces Craft (FRISC), utilizadas para abordagens transportando um pelotão de forças especiais. Até 50 soldados podem ser transportados pelo navio em operações militares, e em caso de necessidade, estes OPV podem alojar 40 pessoas em condições satisfatórias de acomodações e higiene (desastres naturais, questões humanitárias ou resgate/salvamento)
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