quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Marinha do Brasil pede quatro novas corvetas derivadas da Barroso ao MD


No início de agosto, o Comando da Marinha encaminhou um ofício ao Ministro da Defesa solicitando a aquisição de quatro novas corvetas. Estes navios seriam derivados do projeto básico da Corveta Barroso. O Comando da Marinha espera que uma vez autorizado o seu início a construção destes novos navios sejam licitada para a construção em estaleiros privado brasileiros nos mesmos moldes do que se está fazendo com os navios patrulha da classe Macaé. Imagina-se que os estaleiros EISA e INACE sejam candidatos naturais para conquistar este novo contrato tendo em vista seu envolvimento atual com a fabricação dos sete patrulheiros Macaé até agora encomendados.
Segundo o cronograma no documento, o ano de 2013 seria usado para o reprojeto e atualização da classe Barroso, atualizando-a no estado da arte. Tudo caminhando adequadamente a construção se iniciaria em 2014 para entrega da primeira unidade à Esquadra no ano de 2019. Segundos as fontes de ALIDE o Ministério está ciente do pedido e o vê com bons olhos, esperando apenas a hora adequada para levá-lo à aprovação da Presidente Dilma.
É interessante notar que a despeito do muito que se falou recentemente sobre o programa Prosuper, e a sua aquisição de cinco novas fragatas de 6000 toneladas, a efetiva retomada das construção das corvetas (ou, melhor dizendo, fragatas leves) derivadas da Barroso, torna o número desejado pela Marinha, as trinta novas escoltas, agora num mix de navios grandes e menores, um alvo mais plausível aos observadores externos. O mesmo não se pode dizer da idéia de termos 30 unidades padronizando apenas do navio de 6000 toneladas.
Este novo documento é consistente com declarações que o Comandante da Marinha Almirante Julio Moura Neto deu a ALIDE em 30 de junho de 2010, mencionando sua expectativa de que a Marinha viesse a encomendar eventualmente mais navios derivados da Cv Barroso. Naquela ocasião ele disse: "Eu gostaria muito de ver mais navios desta classe em serviço na Marinha do Brasil para comprovar a quem quer que seja do mundo todo, que no nosso país nós temos capacidade de projetar navios modernos e tão bons quanto os de qualquer outro país."
Após seu retorno de Valparaíso, onde representou a Marinha do Brasil na cerimônia de 200 anos de independência do Chile, a Corveta Barroso se focou na conclusão de sua Avaliação Operacional processo que avalia minuciosamente as características do navio comparando-os com os parâmetros básicos exigidos pela Marinha no seu projeto. Os resultados parciais da Avaliação Operacional bastaram para dar à Marinha a certeza de que os problemas verificados na classe Inhaúma, os navios que precederam à Barroso, foram totalmente sanados e de que seu casco e configuração geral tinham características muito positivas que qualificavam o projeto para ser reutilizado, modernizando apenas alguns detalhes externos, os sensores e o armamento.
Naturalmente, devido ao seu inesperadamente longo período de "gestação" o design original da Barroso não conforma mais com alguns dos parâmetros mais modernos do design de belonaves como o conforto interno para os tripulantes, o emprego de mísseis antiaéreos de lançamento vertical, e especialmente a superestrutura desenhada para a redução do ecos eletromagnéticos. Especialmente este último item, popularmente conhecido como "design Stealth" é que deve mudar o aspecto externo do novo navio.
Na falta de detalhes mais claros podemos apenas especular alguns detalhes que mudarão na versão modernizada da Barroso. Uma nova proa "fechada" e uma nova "popinha", ambas sem acesso externo e com todas suas engrenagens e turcos dos cabos de amarração passando a ser 100% internos deve ser adotada. Outra área passível de grande mudança deve ser o mastro que pode vir a ser substituído por um novo "mastro integrado", construído em material composto mais leve e com todas as antenas e sensores instalados internamente. A área central da lateral do navio, onde hoje fica o convés do Exocet, provavelmente será fechada um pouco mais para reduzir o eco radar.

Aguardamos, agora, a movimentação deste programa dentro do Ministério da Defesa.

Fonte: ALIDE..segurança nacional blog

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