SEGURANÇA NACIONAL SNB BRASIL

domingo, 20 de novembro de 2011

Como um helicóptero Apache controla um VANT em voo?



capacidade de controlar um VANT MQ-1C Grey Eagle também em voo.
O hardware que possibilita essa façanha é chamado de Longbow Unmanned Aerial Systems Tactical Common Data Link Assembly, ou simplesmente Longbow UTA. Ele é montado no domo sobre o rotor – onde originalmente se instalava o radar de controle de fogo AN/APG-78.
Eu já disse anteriormente que o OH-58D não permite um nível de interoperabilidade com VANT superior a 2 por falta de espaço – e de capacidade de carga – na aeronave. Como se pode ver, o Apache sofre do mesmo mal: ou ele voa com o radar ou com o UTA.
Na verdade, o radar de tiro do Apache é uma daquelas tecnologias dissuasórias que acabaram não sendo efetivamente empregadas. Quando os Apaches foram mais exigidos em combate, os alvos múltiplos e bem definidos, para os quais o radar foi pensado, não existiam mais. Acredito que, daqui para a frente, quando virmos um AH-64D americano com o domo sobre o rotor, provavelmente estará equipado com o UTA.

Especificações do UTA:

  • Ku-band TCDL
  • Two-way communication
  • Switchable air and ground TCDL modes
  • Rates up to 45 Mbps
  • Range >50 km to UAS
  • Range >100 km to ground, limited only by line of sight
  • Continuous 360° azimuth
  • Elevation +60°/-20°
  • 64 GByte data storage
  • 100baseT ethernet and MIL-STD-1553 interfaces

Características:

  • Fully integrated with Apache mission processors and displays to reduce crew workload
  • Enables up through Level 4 UAS control for Apache – flight path and sensor control with imagery
  • High-gain directional antenna coupled with UAS tracking provides long-range, high-bandwidth communication for high-definition imagery
  • Integrated with Arrowhead to provide highest quality day or night imagery to ground units
  • Switchable TCDL modes provide for Apache-to-ground data linking of UAS imagery
  • Commonality with LONGBOW radar re­duces cost of ownership
  • Identical visual signature and aerodynamics as the LONGBOW radar
Foto: Lockheed Martin

Exército quer crescer na selva


Mais homens e tecnologia de ponta estão na mira do governo para ampliar presença na selva; empresas do Vale vão ajudar
Xandu AlvesEnviado especial a Manaus
O Exército Brasileiro trabalha para fazer da atuação na Amazônia uma referência que poderá ser aplicada em outras partes do mundo.

A iniciativa faz parte do processo de transformação das Forças Armadas a partir da Estratégia Nacional de Defesa, estabelecida no ano passado, e das pretensões do país no cenário mundial.

Na avaliação do comandante militar da Amazônia, general Eduardo Villas Bôas, as previsões indicam que, até 2020, o Brasil será a quinta economia do mundo. Isso exigirá mudanças.

“Como o país pleiteia vaga no Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas), tornando-se um ator global, as Forças Armadas terão que ser compatíveis com as responsabilidades”, afirmou Villas Bôas.

Para ele, se o país buscar o protagonismo, o que as Forças Armadas fazem na América Latina, em especial o Exército, terá que ser expandido para o resto do mundo.

A postura exigirá modernização dos equipamentos e mudança das concepções de emprego nas missões que se vai cumprir.

Tecnologia. O primeiro passo será adotar a tecnologia como item indispensável da vigilância na Amazônia. Nesse ponto o Vale do Paraíba tem papel fundamental.

O Exército finalizou em outubro o projeto básico e começa agora a fase de especificações de equipamento do Sisfron (Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras).

Trata-se de um sistema de alta tecnologia que terá uma rede de sensores colocados ao longo da faixa de fronteira. Na Amazônia, o sistema aproveitará a estrutura dos 27 Pelotões Especiais de Fronteira, ao longo da divisa com sete países.

A rede contará com radares, Vant (Veículo Aéreo Não Tripulado) e sistemas conectados por satélite a centros de comando que, por sua vez, estarão ligados a unidades operacionais e a sistemas de outras forças, como Polícia Federal, Marinha e Aeronáutica.

“Ao detectar qualquer problema em tempo real, a resposta do Exército também terá que ser em tempo real”, disse Villas Bôas, que prevê a implantação completa do sistema em 10 anos.

Empresas. Segundo o comandante da Amazônia, o sistema está “motivando a indústria brasileira a desenvolver tecnologia e equipamentos”, em especial empresas como Embraer, Avibras e Orbisat, todas instaladas no Vale do Paraíba.

Villas Bôas considera a tecnologia desenvolvida no Vale indispensável para aprimorar a cobertura militar na Amazônia. “A presença física é impossível em toda a área de fronteira. A única maneira é fazer por meio de tecnologia de ponta.”

O efetivo do Exército também será ampliado, na Amazônia, para corresponder às pretensões do país. A meta é saltar de 27 mil militares para 40 mil até 2030.

A barreira para a expansão é a falta de estrutura na Amazônia, que tem os piores indicadores sociais da América Latina, segundo relatório da ARA (Articulação Regional Amazônica), rede composta por 24 organizações atuantes na região (leia texto ao lado).

“A Amazônia não comporta muito efetivo. A infraestrutura não suporta. Poucas cidades têm condição de receber uma unidade com 600 integrantes”, apontou Villas Bôas.
“Nosso crescimento tem que ser qualitativo. Temos que ter tecnologia incorporada, melhores sistemas de comunicação e maior mobilidade.”

Unidades. O Exército criará três novas brigadas na Amazônia: uma na foz do rio Amazonas, a segunda em Manaus, que será estratégica para os problemas na fronteira, e a terceira no Acre. Esta última é necessária em razão da rodovia que ligará o Brasil com a rota comercial do Pacífico.

“Com a estrada, a Ásia e a China estarão colocadas dentro do nosso território. A região sofrerá um impacto econômico enorme. Temos que ficar atentos”, disse o general.

A previsão do setor de inteligência do Exército é que, com a estrada e a abundância de energia elétrica, diversas empresas se instalarão na Amazônia, o que trará progresso, mas também pode trazer crimes, como tráfico e contrabando.

População ainda vive em cenáriode desigualdadeDo enviado especial
Relatório da ARA (Articulação Regional Amazônica) divulgado na última quarta-feira, em Belém, durante encontro do Fórum Amazônia Sustentável, revela que a Amazônia ainda tem indicadores sociais distantes dos Objetivos do Desenvolvimento do Milênio, estabelecidos pela ONU em 2000.

Os 34 milhões de habitantes de nove países que compartilham a floresta estão longe de alcançar as metas da ONU para a população amazônica, em itens como educação, saúde, mortalidade infantil e materna e de meio ambiente. As metas têm de ser cumpridas até 2015.

O relatório mostra que, desde 1990, a Amazônia melhorou os indicadores, mas os avanços não foram considerados significativos e estão abaixo das médias nacionais.

Segundo o coordenador nacional da pesquisa, Adalberto Veríssimo, apenas um dos oito objetivos estabelecidos até 2015 foi alcançado na Amazônia: a eliminação da desigualdade de escolaridade entre homens e mulheres.

“A Amazônia é sempre a parte mais pobre de cada país porque é uma região que tem padrão de desenvolvimento baseado ainda na extração de recursos naturais, com grande impacto ambiental associado”, avaliou Veríssimo, representante do Imazon (Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia).

O fosso social é evidente nas pequenas cidades do interior da Amazônia, nas quais os poucos recursos e a mínima infraestrutura são garantidos pelo Exército Brasileiro.

Novo fuzil é reforço na fronteira



Mais leve e potente, novo armamento já é testado pelos militares; objetivo é facilitar operações e melhorar a vigilância
Xandu AlvesEnviado especial a Manaus
Militares do Exército Brasileiro testam nos Pelotões Especiais de Fronteira da Amazônia o novo fuzil fabricado pela Imbel (Indústria de Material Bélico do Brasil), que tem unidade em Piquete.

Batizado de IA2, o fuzil de calibre 5,56 mm irá equipar as Forças Armadas e as forças de segurança pública.

A intenção é substituir os fuzis FAL (Fuzil Automático Leve) de 7,62 mm, também fabricados pela Imbel, usados pelos militares há 30 anos.

O VALE conheceu o novo armamento no Pelotão Especial de Fronteira de Normandia, em Roraima.

Melhor. Segundo o sargento Eriberto Teixeira da Silva, 38 anos, a arma pesa metade do FAL, tem maior capacidade de tiro e carrega mais munição, além de tornar mais difícil qualquer tipo de incidente.

“A arma tem várias características que auxiliam o combatente. A utilização dela é melhor para o ambiente hostil da selva na comparação com o FAL”, disse o militar.

Enquanto o FAL leva 20 munições no carregador, o IA2 é capaz de guardar 30 balas, menores que aquelas usadas no fuzil mais antigo. A nova munição tem sido utilizada pelas principais Forças Armadas.

Custos. A fabricação do novo fuzil será feita na unidade da Imbel em Itajubá (MG), com capacidade para produzir 20 mil armas por ano.

Os custos de fabricação, manutenção e treinamento são reduzidos em razão de a maioria das peças ser similar às do fuzil FAL.

“A arma é bem adequada para operações de tropas especiais”, afirmou o sargento Fagner Henrique de Morais, 22 anos, do PEF de Normandia.

Desenvolvimento. Segundo Haroldo Leite Ribeiro, diretor de Mercado da Imbel, e Paulo Roberto Costa, chefe da Fábrica de Itajubá, o IA2 é um aprimoramento do fuzil MD97 por causa das novas necessidades operacionais das forças de defesa e de segurança.

A nova arma foi apresentada oficialmente na LAAD (Feira Latino-Americana de Defesa e Segurança), no Rio de Janeiro, em abril deste ano.

Antes de ser entregue para testes pelo Exército Brasileiro, disseram os executivos da Imbel, o fuzil foi testado na fábrica de Itajubá.

“Os protótipos dos fuzis foram entregues ao Exército em junho e já concluíram a avaliação técnica, estando em fase final da avaliação operacional, a qual acontece nos diversos ambientes operacionais do país, inclusive na selva”, afirmou Costa.

O armamento precisa de autorização do Exército para ser fabricado e comercializado. “Tão logo haja a certificação do fuzil, a Imbel iniciará a sua produção”, disse Ribeiro.

Segundo os executivos, o fuzil IA2 foi concebido para utilização em locais onde exige-se precisão nos tiros em curta e média distâncias, como na selva e nas zonas urbanas, facilidade na portabilidade e menor peso.

“Essas são as características mais importantes do armamento”, completou Costa.
 Grupo testa roupa especial contra o frio
Do enviado especial
A selva é um laboratórios ao ar livre. As dificuldades do ambiente operacional da floresta Amazônica o transformam em um excelente campo de testes para todo tipo de equipamento, de armas a materiais de segurança.

Além do novo fuzil fabricado pela Imbel, o IA2, testado por militares na faixa de fronteira, cinco alunos do Cigs (Centro de Instrução de Guerra na Selva) avaliam um novo sistema de rede e um poncho, vestimenta tradicional da América do Sul e usada para proteger do frio e do vento.

“Eles já fizeram um primeiro relatório, voltaram aos testes práticos e agora farão um segundo relatório. Depois disso é que decidiremos pelo uso ou não do novo material”, disse o coronel Edmundo Palaia Neto, comandante do Cigs.

Laboratório. O Centro de Instrução serve como um laboratório de experiência para o Exército Brasileiro.

A divisão de doutrina e pesquisa do Cigs é responsável por testar todo material que será usado na Amazônia.

Segundo Palaia Neto, quando o material chega em pouca quantidade, ele é avaliado pelo pessoal da divisão. Mas quando o lote é maior ou se quer submeter a desgaste, é levado para os alunos.

Para se ter uma ideia da resistência exigida dos equipamentos, os militares costumam passar boa parte do curso de guerra na selva molhados, em razão da alta umidade e do calor excessivos na Amazônia, além dos rios.