quarta-feira, 16 de agosto de 2017

Apocalipse nuclear? 5 mitos sobre a ameaça da Coreia do Norte

Os clichês sobre a nação liderada por Kim Jong-un estão longe de refletir a realidade, diz Hazel Smith, um especialista da Universidade de Londres em assuntos coreanos. No entanto, alguns riscos realmente existem.
Durante os últimos anos, as ameaças apocalípticas da Coreia do Norte têm dominado as manchetes com seus desfiles militares, testes de armas nucleares, ou simplesmente, com declarações intimidatórias. Há aqueles que afirmam que as tensões em torno do país asiático são unicamente determinadas pelas decisões imprevisíveis do líder norte-coreano Kim Jong-un, chamado de "louco".
Contudo, para Hazel Smith, analista de assuntos norte-coreanos da Universidade de Londres, a crise na Península da Coreia não é tão simples. O especialista analisou cinco mitos sobre a Coreia do Norte e verificou que, na maioria deles, a realidade é diferente.   
Mito 1. A Coreia do Norte é liderada por um ditador omnipotente, apoiado por um exército impiedoso e ultra leal. 
Realidade: a Coreia do Norte politicamente não é toda homogénea. Não é governada apenas por Kim, mas por uma elite, formada por um punhado de famílias que dominam a vida política, militar e econômica do país.
"Há lutas infinitas e rivalidade dentro das famílias no topo", explica Smith. "Algumas delas controlam partes diferentes do aparelho estatal, inclusive o exército", acrescenta o especialista, segundo o iNews.Mito 2. A Coreia do Norte está empenhada em destruir o mundo.
Realidade: A elite norte-coreana realmente está interessada no desenvolvimento de suas armas nucleares, mas como um elemento dissuasivo para proteger seu país. "É a última cartada para evitar alguma forma de intervenção militar", assegura o professor Smith.
Mito 3. Os norte-coreanos querem destruir os sul-coreanos.
Realidade: os norte-coreanos querem se impor aos sul-coreanos mas o contrário também é verdade.
"A opinião dos norte-coreanos é que os sul-coreanos estão sofrendo pressões por parte do governo da Coreia do Sul; que no fim de contas todos são coreanos e que a ideia deles é ter uma Coreia unida", afirma o especialista. "Não é uma visão no estilo do Daesh (organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países), onde se considera legítimo matar civis no contexto da estratégia", ressaltou.Mito 4. Donald Trump vai complicar ainda mais a situação coreana.
Realidade: Sim, Donald Trump poderia complicar a situação coreana, pois seu protagonismo na crise "poderia causar a escalação do conflito a partir de pequenos incidentes".
Smith ressalta que, uma vez, o então presidente norte-americano Jimmy Carter conseguiu em uma visita de última hora a Pyongyang, evitar um conflito armado. Contudo, disse: "não é claro se seria possível alguém conseguir negociar um acordo com a Coreia do Norte neste momento".
Mito 5. O pior cenário é o apocalipse nuclear.
Realidade: Felizmente, não é assim. Smith explicou que nesse cenário não teria como estabelecer limites: implicaria milhões de mortes, tanto por parte da Coreia do Norte, como do Sul, mais de um milhão de refugiados para a China, "e arrastaria diplomaticamente a China, Rússia, EUA e Japão para um conflito militar direto entre eles". 

terça-feira, 15 de agosto de 2017

Kim Jong-un ordena exército a ficar de prontidão para 'atacar a qualquer momento'

O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, teria dito que os EUA devem fazer a "escolha certa" para evitar um conflito entre os dois países.
A agência de notícias estatal da Coreia do Norte informou que o presidente da Coreia do Norte, Kim Jong-un, foi informado sobre um teste de mísseis perto de Guam, território dos EUA no Pacífico.Kim Jong-un acrescentou que os EUA devem fazer a "escolha certa" para evitar um conflito entre as duas nações. Ele também ordenou que seus generais preparassem os militares para uma ataque se ele decidir que é necessário.
Na semana passada, Pyongyang prometeu concluir até o fim de agosto um plano para lançar quatro mísseis de alcance intermediário na direção da ilha de Guam, no Oceano Pacífico, que abriga bases militares dos EUA. A ideia ampliou as tensões entre os dois países.
Recentemente, Trump emitiu uma nova ameaça contra a Coreia do Norte, dizendo que os militares dos EUA estavam "trancados e carregados". Anteriormente, o presidente norte-americano havia declarado que a Coreia do Norte iria receber "fogo e fúria" em casos de novas ameaças de Pyongyang.
A Coreia do Norte, por sua vez, acusou os EUA de levar a Península Coreana à beira da guerra nuclear, deixando as potências mundiais alarmadas com a escalada da tensão.

segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Conheça o lendário torpedo russo Shkval que 'superou seu tempo'

A modernização do torpedo de supercavitação Shkval está incluída no programa estatal de armamentos russo para o período entre 2018 e 2025, comunicou recentemente o chefe da corporação Takticheskoe Raketnoe Vooruzhenie (Corporação de Mísseis Táticos), Boris Obnosov.
O colunista da Sputnik, Aleksandr Khrolenko, explicou que este torpedo é capaz de se mover debaixo de água com uma velocidade superior a 300 km por hora devido ao seu motor hidrojato e que ele entrou em serviço em 1977. O torpedo continua servindo na Marinha da Rússia e, de acordo com o jornalista, "tem um grande futuro".
Para Khrolenko, o Shkval "superou seu tempo em muitas décadas". Inicialmente, ele tinha uma ogiva nuclear de 150 quilotons de potência e uma velocidade inédita de marcha, 100 metros por segundo, o que criou também certas inconveniências, como um elevado nível de ruído, seu curto alcance (até 10 km) e sua capacidade de submergir a apenas 30 metros, bem como a baixa capacidade de manobra.
A versão moderna do torpedo não nuclear será melhorada consideravelmente, tendo em conta seus novos objetivos e missões. O interesse mundial pelo Shkval é enorme e seu modelo de exportação custa US$ 6 milhões por unidade.
Segundo o colunista, o alto custo de tal armamento é justificado. Os torpedos têm sido aperfeiçoados ao longo de mais de um século. Além disso, o Shkval se destaca de seus concorrentes, pois "foi criado mais além dos limites do possível", ou seja, com ajuda de tecnologias espaciais.
O fato de tal torpedo ter surgido desmascarou a total vulnerabilidade dos grupos de porta-aviões da Marinha americana e influenciou as estratégias e táticas da Marinha russa, afirma Khrolenko.
"Na esfera de hidrodinâmica não temos igual, com o Shkval estamos adiantados umas quatro décadas em relação ao resto do mundo. Atualmente, somente a Rússia produz este tipo de armas em massa", sublinha o analista.
Vários países do mundo estão trabalhando para construir torpedos de supercavitação. Em 2004, os representantes da empresa alemã Diehl BGT Defence anunciaram a criação do torpedo de supercavitação Barracuda, equipado com um sistema de pontaria automática inovador. Mas, na realidade, o Barracuda não chegou a ser comercializado, observa Khrolenko.
Os EUA têm tentado desenvolver um torpedo similar desde 1997, mas ainda não conseguiram apresentar exemplares prontos. Em 2000, o cidadão americano Edmond Pope tentou clandestinamente comprar a documentação para o Shkval na Rússia, mas não o conseguiu fazer. Não obstante, os EUA possuem outro torpedo, o Mark 48, instalado nos submarinos, cuja modernização está em curso, porém, sua velocidade e alcance são muito menores em comparação com os padrões do Shkval.
No final de artigo, Khrolenko observa que a Rússia também é o único país que dispõe de antitorpedos.
"O poder naval de um país é a base da sua segurança, do seu crescimento econômico, assim como da presença e influência no oceano mundial", resume o autor.

Serão sistemas da defesa antimíssil dos EUA capazes de interceptar 'chuva de ogivas'?

A ameaça direta da Coreia do Norte em relação à ilha de Guam controlada por Washington aumentou as tensões entre os dois países e deixou de forma concreta que a possibilidade, antes hipotética, de um ataque de mísseis contra o solo americano se tornasse real. Nesta situação, poderão os EUA interceptar os mísseis norte-coreanos?
A revista The National Interest perguntou a vários especialistas em controle de armas se a defesa antimísseis estadunidense seria capaz de contrariar a ameaça norte-coreana.
Proteção do território continental
A intercepção de um projétil no espaço aéreo norte-americano é "possível, mas muito pouco provável", comentou Joseph Cirincione, presidente da fundação antinuclear Ploughshares Fund, se referindo ao status vigente do programa Ground-Based Midcourse Defense (Defesa Terrestre de Médio Alcance, ou GMD, na sua sigla em inglês).
Dos 18 ensaios da GMD, destinada a interceptar mísseis balísticos inimigos no espaço, somente 10 resultaram bem-sucedidos, dado que apenas um deles, que se deu em 30 de maio de 2017, simulou um alvo similar a um verdadeiro míssil intercontinental.
Naquela época, a prova que teve sucesso enfrentou com onda de críticas por ter ocorrido em condições "ideais", em comparação com um ataque nuclear "real" e por ter ignorado as possíveis complicações, tais como os lançamentos múltiplos, ogivas falsas e um ataque noturno.
"A política atual de uso da GMD é lançar 4 ou 5 interceptores contra um míssil e cruzar os dedos" esperando que as condições de voo coincidam com as dos ensaios bem-sucedidos, comentou o especialista em assuntos de desarmamento, Kingston Reif.
Proteção de Guam
Se Pyongyang realizar seu plano de "mostrar músculos" perante os EUA e lançar 4 mísseis de uma vez contra a ilha de Guam, isso já seria uma tarefa para os sistemas antimísseis THAAD tentarem derrubar o míssil na fase inicial de voo.
O THAAD é provavelmente capaz de tentar efetuar uma intercepção de um míssil [intercontinental], embora isso esteja perto dos limites das suas capacidades técnicas", disse à revista Jeffrey Lewis, diretor do programa para a não proliferação do Instituto Middlebury.
Colocar uns dois navios com o sistema antimísseis Aegis na zona "não seria uma ideia ruim, já que quatro mísseis de uma vez podem causar muito estresse", gracejou.
E uma 'chuva de mísseis'?
O sistema THAAD, embora tenha um registro de ensaios com sucesso, "nunca foi testado contra mais de dois alvos de uma vez", enquanto a Coreia do Norte possui "centenas de mísseis" e, no caso de um conflito de grande escala, muitos projéteis voarão em simultâneo, destaca Cirincione.
"E como se poderá adivinhar qual deles porta uma ogiva nuclear? E caso ataquem os radares de alerta precoce antes de lançá-los?", pergunta o especialista, sublinhando que a possibilidade de se defender contra "um ataque de mísseis de um inimigo determinado" é duvidosa.
Deste modo, os entrevistados coincidiram em que o simples aumento do orçamento para ampliar o programa de defesa GMD, recém-anunciado pelo presidente Donald Trump, não vai solucionar o problema: o enfoque deve ser feito nos sensores e ensaios de interceptores em condições mais realistas antes de prosseguir com o financiamento, concluiu a mídia.

Para especialista militar, Teerã pode criar seu míssil de médio alcance em breve

O fato do parlamento iraniano ter aumentado em mais US$ 500 milhões o financiamento do programa de mísseis permitirá a Teerã desenvolver e testar um míssil de médio alcance, acredita o especialista em assuntos militares russo Viktor Murakhovsky, editor-chefe da revista Arsenal Otechestva.
Mais cedo, a mídia informou que os legisladores iranianos votaram por esmagadora maioria a alocação de novos recursos para desenvolver o programe de mísseis do país em resposta às sanções recém-adotadas de Washington.
"Acredito que, com tantos recursos, eles bem poderiam lançar uma indústria nova, bem como acelerar os ritmos de construção para conseguir desenvolver um míssil de médio alcance (4.500-5.000 km). Particularmente, terminar sua construção, efetuar os ensaios e produzir em série", afirmou Murakhovsky à Sputnik.
O fato de este valor ser suficiente para o Irã, segundo o especialista, tem a ver com os custos bastante baixos das tecnologias de ponta e sua introdução na indústria militar da república islâmica.
"Para o Irã, este valor é bem alto… Já que lá tem custos inferiores de mão-de-obra, compra de licenças, patentes, inclusive para a propriedade intelectual. Os custos da própria produção, inclusive dos testes, são menores, pois não há aumento de preço dos materiais, o que é próprio do complexo industrial ocidental", resumiu.

ADVERTÊNCIA NUCLEAR DE COREIA DO NORTE

Guerra nuclear: caminho para o fim de tudo? (VÍDEO

Neil Halloran, especialista norte-americano em visualização publicou um filme de curta metragem intitulado The Shadow Peace (A Sombra da Paz) onde ele avalia as consequências de uma guerra nuclear, comunica o Rossiyskaya Gazeta.
O filme, publicado no YouTube, inicia-se com a apresentação de dados demográficos. O autor explica quantas pessoas nasceram e faleceram nas guerras durante toda a história da humanidade, inclusive no período das duas guerras mundiais.  
Neil Halloran extrapola o número de vítimas das bombas nucleares lançadas sobre Hiroshima e Nagasaki para a potência e quantidade de ogivas nucleares dos EUA, da Rússia e dos outros países para estabelecer o número possível de vítimas de um ataque nuclear. 
De acordo com os dados fornecidos por ele, cerca de 500 milhões de pessoas vão morrer nas primeiras semanas de uma guerra nuclear.
O ator, porém não consegue prever o número de vítimas que vão morrer de fome, das alterações climáticas e de outros desastres provocados pela guerra. 
No fim do vídeo, Halloran aborda o problema da proibição da proliferação das armas nucleares, exortando ao desarmamento geral e avaliando a eficiência das iniciativas já existentes.