sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Argentina reacende luta pelas Ilhas Malvinas


No início de janeiro deste ano, a presidente argentina Cristina Fernanda de Kirchner dirigiu-se ao primeiro ministro da Grã-Bretanha exigindo a devolução das ilhas, alegando a resolução da ONU de meio século atrás, que exortava a "pôr fim ao colonialismo em todas as suas formas e manifestações".

Buenos Aires declarou que dentro de 20 anos as ilhas voltarão sob sua jurisdição. Londres respondeu dizendo que ou as ilhas permanecerão britânicas ou conquistarão a independência: tudo depende do desejo dos habitantes das ilhas, mas não dos argentinos.
Muitos especialistas supõem esta questão levantada por Kirchner é motivada não por altas considerações ideológicas, mas pelo instinto de auto-preservação política. Explica o redator-chefe da revista Rússia na Política Global, Fiodor Lukianov:
"A Argentina é um país de deceção. Nos anos 30, ela ultrapassava em desenvolvimento econômico a maior parte dos países europeus. Mas, desde que a Argentina se entusiasmou com líderes carismáticos, a partir do general Peron, ela se transformou gradualmente de líder regional em estado com consciência muito ferida. Antes de mais nada, perdeu totalmente a tradicional competição com o Brasil pela liderança na América do Sul. O Brasil agora é o líder reconhecido do continente, "astro em ascensão" da ordem mundial. E ele conduz uma política independente, mas não de confronto. A Argentina tenta entrar no proscênio através de política muito mais de esquerda do que o Brasil".
A oposição argentina considera que a política interna de Cristina Kirchner leva o país ao isolamento mundial. A Argentina virou as costas aos EUA e à União Europeia e escolheu aliados estratégicos como a Venezuela e o Irã. O especialista do Instituto da América Latina da Academia de Ciências da Rússia, Piotr Yakovlev, comenta a situação:
"A Argentina dá ênfase ao aumento do papel do Estado na economia e vida social. Trata-se de apoio material ativo às camadas pobres da população, aumento dos salários, antes de mais nada dos pobres. E para tudo isto o governo necessita de recursos financeiros muito significativos, que a atual economia argentina não pode assegurar. Por isso o governo tem de buscar fontes complementares de financiamento, como seja a nacionalização de companhias estrangeiras.
Também não são simples as relações da Argentina com o FMI. Em lugar dos países ocidentais, os Estados em desenvolvimento tornam-se os principais parceiros da Argentina. Em essência, as autoridades argentinas agora tentam criar uma nova realidade socioeconómica inclusive na política externa. E aqui há um certo perigo de a Argentina ficar à deriva, isolada no mundo moderno".
Desse modo, Kirchner reacendeu o litígio territorial, empurrada pela lógica de sua orientação política. Por outro lado a atual conduta da Argentina pode ser explicada pela deceção com o Ocidente. Explica o politólogo, professor do Instituto Estatal Moscovita de Relações Exteriores, Boris Martynov.
"É que durante toda a última década do século passado, a Argentina foi uma vitrina da via de desenvolvimento neoliberal. Ela seguia muito escrupulosamente todas as receitas do FMI. Depois, quando, em consequência de seguir uma política econômica absolutamente inaplicável à realidade concreta, a Argentina foi atingida pela pior crise de sua história em 2001, o Ocidente não moveu um dedo para ajudá-la. Agora os EUA, o Ocidente em geral não estão em melhor situação. Assim, para que seguir um modelo que derrapa? Toda a América Latina está agora num período interessante de teste de modelo próprio de desenvolvimento. Para alguns ele dá mais certo, por exemplo, para o Brasil, Colômbia, e Peru. Para outros dá menos.
No entanto, a Argentina está fortemente inserida nas estruturas latino-americanas – econômicas, políticas. Seus vizinhos em caso de quaisquer explosões, irão ajudá-la, diferentemente dos países ocidentais no início da primeira década do século XXI".
Entretanto, por enquanto, os vizinhos da Argentina limitam-se a observar o desenvolvimento da situação.POR Serguei Duz
VOZ DA RUSSIA SNB

Soyuz colocou em órbita 6 satélites Globalstar

© Roskosmos

Um foguete-portador russo Soyuz colocou em órbita mais 6 satélites de comunicação, desta vez pertencentes à empresa Globalstar. O comando dos aparelhos foi transferido ao cliente.

O lançamento do Soyuz com os satélites a bordo foi realizado na noite de quarta-feira a partir do cosmódromo de Baikonur. Originalmente, o lançamento estava planejado para a noite de terça-feira, mas foi adiado devido a ventos fortes.
Os satélites do sistema Globalstar se destinam a fornecer serviços de comunicação móvel via satélite. Cada um deles é projetado para 15 anos de trabalho.
VOZ DA RUSSIA...SNB

Entrevista com ministro da Defesa do Brasil


Apresentamos a entrevista concedida à Voz da Rússia pelo ministro da Defesa do Brasil, Celso Amorim. Ele falou, entre outros assuntos, sobre as relações russo-brasileiras na área técnico-militar. Esta foi a primeira vez que um ministro da Defesa do Brasil falou em exclusivo à mídia russa.

Celso Amorim nasceu em Santos, no estado de São Paulo, há 70 anos. Foi ministro das Relações Exteriores no governo do presidente Itamar Franco e nos dois mandatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Como diplomata, chefiou a Missão Permanente do Brasil nas Nações Unidas, em Nova York, entre 1995 e 1999, quando se tornou amigo de Sergei Lavrov, que hoje é o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia. Depois, assumiu a chefia da Missão Brasileira na Organização Mundial do Comércio (OMC), em Genebra, Suíça. Em 2001, serviu como embaixador no Reino Unido. Celso Amorim é ministro da Defesa do Brasil desde 8 de agosto de 2011.
– Muito obrigado, ministro, por essa oportunidade. A gente agradece imensamente. Fizemos até um levantamento ainda há pouco e descobrimos que essa vai ser a primeira entrevista de um ministro brasileiro para o público russo. Isso nos enche de muita esperança e muito orgulho.
O senhor esteve com a presidenta Dilma em dezembro na Rússia e foram realizados vários acordos entre os dois países. Mas, como destacou a própria presidenta, a área técnico-militar recebeu um destaque especial. Como está indo essa cooperação agora?
 Bom, o acordo de cooperação militar assinado abrange os mais diversos níveis. Por exemplo, havia uma dificuldade de treinamento dos pilotos dos helicópteros russos que nós havíamos comprado. A empresa dava um treinamento básico, mas nós precisávamos de algo mais. E, com esse acordo, nós teremos esse tipo de treinamento militar de maneira mais normal, mais fluida. Além de muitas outras coisas.
A assinatura desse acordo, em si mesma, já é algo muito importante, porque ela abre muitas outras avenidas de cooperação, de formação para trabalhar em áreas avançadas que interessam à Rússia e ao Brasil. Seja na cibernética, na área espacial ou de equipamento militar mesmo.
Houve essa aquisição dos helicópteros de combate, muito bons, e, no início, houve um pouco de dúvida sobre a manutenção. Mas já verifiquei que essas questões estão sendo encaminhadas e, naturalmente, no espírito do próprio acordo de compra, esperamos que haja uma boa transferência de habilidades e competências nessa área.
 Nós sabemos que o chefe do Estado-Maior, o general José Carlos De Nardi, esteve recentemente também na Rússia negociando alguns acordos mais concretos.
 É. A ida do general De Nardi foi resultado direto das conversas entre os presidentes. O comunicado conjunto da visita, que singulariza a área de defesa antiaérea, já previa a ida do chefe de Estado-Maior brasileiro para tratar dessa possibilidade de cooperação.
Isso envolve, naturalmente, alguma aquisição, de acordo com as nossas necessidades imediatas, mas também há a expectativa de que empresas russas possam fabricar algum desses equipamentos aqui no Brasil. Agora, as questões técnicas ainda estão sendo discutidas.
A visita foi muito proveitosa. Seguramente, terá uma continuidade agora com a vinda do primeiro-ministro (Dmitri Medvedev), e a nossa expectativa é a de que isso possa caminhar. Claro que tem muita coisa a se discutir ainda, como aspectos financeiros, orçamentários, qual a transferência de tecnologia, treinamento e todas essas coisas.
 Mas uma eventual produção no Brasil desses equipamentos modernos é de interesse brasileiro.
 Sim. Não só dos equipamentos atuais, mas quem sabe até de um equipamento que ainda está em desenvolvimento pela própria Rússia.
 Isso antecipa um pouco outra pergunta. A Rússia tem exemplos de desenvolvimento conjunto de aviões com outros países. Isso poderia ser um caminho para o Brasil também?
 Bom, nesse caso, nós não estamos falando de aviões. Estamos falando desse equipamento de defesa antiaérea. Independentemente da aquisição e da produção no Brasil de equipamentos já existentes, há a possibilidade também do desenvolvimento conjunto de equipamentos mais modernos. Isso está sendo discutido, mas essas coisas levam algum tempo. Essa sugestão surgiu já na reunião do nosso chefe de Estado-Maior Conjunto com o seu correspondente russo e com as empresas. Vou chamar a atenção para o fato de que ele foi lá com várias empresas brasileiras. O que é muito interessante porque isso já vai preparando terreno para uma eventual produção no Brasil, um desenvolvimento tecnológico conjunto.
 A Rússia nos informa que existe uma lei que protege a propriedade intelectual justamente na área de defesa entre a Rússia e o Brasil. Esse acordo, na verdade, já foi ratificado pelo parlamento russo e, segundo eles, só falta agora o Brasil ratificar também.
 Há um pequeno problema interno, mas isso vai ser superado. Nós tivemos muito recentemente uma lei de acesso à informação, que não tem nada a ver com a parte tecnológica. Então, é preciso estudar todos esses acordos  não só com a Rússia  que envolvem cláusulas de confidencialidade para que possam ficar dentro da lei brasileira. Mas eu não vejo nenhuma dificuldade nisso. É um problema puramente burocrático de atualização.
– Entendi.
Quando nós começamos a recolher as perguntas da redação russa, percebemos que lá as pessoas ainda tem pouco conhecimento dos desafios do Brasil na área da defesa. No imaginário russo, o Brasil é um gigante, muito forte, que não tem nenhuma preocupação com a defesa. Eu queria que o senhor falasse um pouco como o Brasil se vê hoje nessa questão.
 Que é um gigante muito forte, isso é verdade. E que no futebol a gente nunca se preocupou muito com a defesa  por fazer sempre muitos gols, desde a época do Garrincha , isso também é verdade. Mas, deixando a brincadeira de lado, obviamente o Brasil não pode ser uma das maiores economias do mundo, ser um dos maiores repositórios de água doce, biodiversidade, de capacidade de produção de alimento, ter a Amazônia do tamanho que é e não se preocupar com a defesa. Não é possível isso.
Embora tenhamos dez vizinhos, nós não temos problemas com nenhum deles. Todos os problemas de fronteira que nós tínhamos foram resolvidos diplomaticamente há mais de cem anos. A relação nossa com todos esses países é uma relação de amizade e cooperação. Mas isso não quer dizer também que nós não temos que defender nossas fronteiras de outras situações: grupos irregulares, traficantes de drogas, etc.
Pelas razões que eu enunciei antes, tendo toda essa riqueza natural, esse parque industrial e essa capacidade de produção que a gente tem, quem garante que, no futuro, um conflito até entre terceiros não poderá ter uma repercussão aqui? Esperamos que não, mas a melhor maneira de evitar isso é ter a nossa defesa. Por isso que eu digo: do ponto de vista regional, na América do Sul, cooperação; do ponto de vista global, dissuasão. Sem perder de vista que também tem que ter cooperação, nada é preto e branco.
 Essa é a maior preocupação então? É para dissuasão no caso desses eventos de maior envergadura.
 É para o caso de algum país querer se aventurar onde não deve.
 Essa preocupação é muito semelhante ao caso da Rússia...
 Eu acho que o Brasil e a Rússia têm muitas coisas em comum. Os dois são do BRICS, são países ricos em energia, com população semelhante, extensão territorial. Claro que há duas grandes diferenças: a Rússia tem bomba atômica e nós não temos e a Rússia é membro do Conselho de Segurança da ONU e nós não somos. Eu espero que em breve só haja a primeira diferença, porque bomba atômica nós não queremos ter.
 E quanto ao projeto do submarino?
 É um submarino de "propulsão nuclear". É sempre bom deixar claro. O que é nuclear no submarino não são as armas que ele leva. O que é nuclear é a propulsão. Ele usará energia nuclear como poderia estar usando diesel ou biocombustível.
É um projeto que está caminhando, está avançando. Os primeiros desenhos, as primeiras capacidades já foram mais ou menos adquiridas, na França. O pacote envolve um submarino nuclear mais quatro submarinos convencionais e nós estamos recebendo a primeira parte dos convencionais. Mas quanto ao desenho e ao projeto do submarino nuclear, nós já estamos bastante avançados. Agora, o que diz respeito à geração de energia é totalmente nosso. A França não tem nada a ver com isso, com a parte do propulsor. É 100% nacional.
 Sobre a licitação do avião, não sei se posso perguntar se tem alguma novidade, alguma previsão...
 Perguntar não ofende, mas não tenho nenhuma novidade para dizer no momento. No futuro, outros projetos sempre estarão em aberto.
 Se a Rússia tiver alguma chance de entrar, com seus equipamentos, é só num outro projeto... se aparecer?
 Já entrou com os helicópteros.
 Sei. Aliás, tem um projeto de outro helicóptero, pela Odebrecht, se não me engano.
 Bom, aí eu não sei se era militar ou civil. Isso não foi conversado em detalhe. O que eu posso lhe dizer sobre o que foi conversado em profundidade na visita da presidenta e gerou muito rapidamente uma missão... Em três semanas mais ou menos, nós mandamos o nosso Estado-Maior Conjunto para os rigores do frio russo...
 Me contaram que ele pegou vinte graus negativos.
Com relação a essa visita e à visita agora do primeiro-ministro Dmitri Medvedev, existe alguma expectativa de assinatura, de fechamento desses acordos?
 Eu acho que a questão da defesa antiaérea começou agora. Acho que haverá um relato, é possível que se mencione algum aspecto, algum detalhe que não tenha ficado claro. Não sei se há intenção de se fazer algum outro memorando. O acordo nós acabamos de assinar. Então, da nossa parte, não há necessariamente o desejo. Mas também não excluo a possibilidade de que, se houver uma proposta, ela será examinada..  .POR Alexander Krasnov
VOZ DA RUSSIA..SNB

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

殲31鶻鷹出击 AMF/J-21 /J-31 Gyrfalcon hit out in all directions

SNB

Top Ten U.S Military machines

SNB

Uma explicação blogueira dos Drones de Obama


Faz quase três anos que falo dos Drones aqui no blog. Durante a campanha eleitoral americana, fiquei abordando continuamente o assunto, ignorado no Brasil. Meu objetivo nunca foi criticar Barack Obama. Apenas quis mostrar que o presidente dos EUA, idolatrado entre a maior parte dos brasileiros, não é o pacifista descrito por muitos. Não que isso seja ruim. Mas, em muitos pontos, o atual ocupante da Casa Branca age como seu antecessor, George W. Bush, conforme bem colocou o Wall Street Journal.
Neste post, tentarei ser didático na questão dos Drones e também recomendo a leitura de ótima análise escrita pela minha concorrente e amiga Luciana Coelho na edição impressa da Folha de S. Paulo. Quem quiser saber mais, em inglês, indico as matérias e editorias do New York Times, a Pro-Publica, a Slate e mesmo o Wall Street Journal. Há bons artigos acadêmicos também. Mas vamos aos pontos.
Os Drones são aviões não tripulados controlados remotamente. Nos últimos anos, se tornaram a principal arma dos Estados Unidos no combate ao terrorismo. Outros países, inclusive o Brasil, os usam para espionagem. Nesta semana, esta questão passou a ganhar enorme destaque em Washington com o vazamento de um documento do Departamento de Justiça explicando a legalidade destas operações e o depoimento ao Senado de John Brennan, arquiteto destas operações e indicado por Barack Obama para dirigir a CIA.
Os críticos dos Drones citam quatro principais pontos. Primeiro, existe uma falta de transparência do governo Obama. Mais grave, o presidente questionava seu antecessor, George W. Bush, pelo mesmo motivo. Apenas depois de enorme controversa, a administração concordou em conceder para as comissões de Inteligência do Senado e da Câmara. Mas o público conseguiu ter acesso apenas a parte destes documentos através do vazamento da NBC.
Em segundo lugar, nestas operações, um número indeterminado de civis são mortos. Calcula-se que mais de 200 crianças morreram nos bombardeios que atingem principalmente o Yemen, o Paquistão e a Somália.
O terceiro ponto citado é a ausência do direito a julgamento dos supostos militantes, especialmente americanos, que teriam esta defesa garantida pela Constituição. Vale lembrar que muitos prisioneiros de Guantánamo conseguiram provar que não integravam a Al Qaeda. Os alvos no Yemen, por exemplo, não tiveram este direito. São considerados culpados sem direito a defesa.
Por último, as ações dos EUA abrem um precedente para outros países, incluindo o Irã, e atores não-governamentais utilizarem estes aparelhos. O Hezbollah recentemente conseguiu penetrar um espaço aéreo israelense com um Drone. Não duvidem que traficantes de droga no México já os utilizem para cruzar a fronteira.
Os defensores destas operações afirmam que a Al Qaeda teria sido enfraquecida. Sem dúvida, no Paquistão isso ocorreu. No Yemen, é mais controversa e a Al Qaeda na Península Arábica está mais forte. Para completar, a rede terrorista viu sua importância aumentar no Norte da África. Além disso, não está claro ainda como fica a imagem americana no exterior onde estes aparelhos são usados. Diferentemente do que ocorre no Brasil, a questão dos Drones é acompanhada em muitos países.
Certamente, de todos acima, uma maior transparência nos ajudaria a determinar a eficácia e as verdadeiras consequências dos ataques com Drones. Sem elas, dependemos de relatos que não sabemos se são totalmente corretos.DE NY A WASHINGTON 
Estado de S. Paulo SNB.... O jornalista Gustavo Chacra, correspondente do jornal “O Estado de S. Paulo” em Nova York e nas Nações Unidas desde 2009 e comentarista do programa Globo News Em Pauta, é mestre em Relações Internacionais pela Universidade Columbia. Já fez reportagens do Líbano, Israel, Síria, Cisjordânia, Faixa de Gaza, Jordânia, Egito, Turquia, Omã, Emirados Árabes, Iêmen e Chipre quando era correspondente do jornal no Oriente Médio. Participou da cobertura da Guerra de Gaza, Crise em Honduras, Crise Econômica nos EUA e na Argentina, Guerra no Líbano, Terremoto no Haiti, Furacão Sandy, Eleições Americanas e crescimento da Al-Qaeda no Iêmen.  No passado, trabalhou como correspondente da Folha em Buenos Aires. Este blog foi vencedor do Prêmio Estado de Jornalismo, empatado com o blogueiro Ariel Palacios

Embaixador russo fala sobre a visita de Dmitri Medvedev ao Brasil


O embaixador da Rússia no Brasil, Serguei Akopov, falou com exclusividade para a Voz da Rússia sobre a esperada visita do primeiro-ministro Dmitri Medvedev a Brasília, para participar da 6.ª Reunião da Comissão de Alto Nível de Cooperação Brasil-Rússia.

 Senhor embaixador, poderia falar, em breves palavras, sobre a visita do primeiro-ministro Dmitri Medvedev e da delegação russa que vem ao Brasil para discutir a cooperação bilateral?
 Sim. Estamos preparando um grande acontecimento bilateral, que será a 6.ª Reunião da Comissão de Alto Nível de Cooperação Brasil-Rússia, encabeçada pelo vice-presidente Michel Temer e pelo chefe de governo da Federação Russa, Dmitri Medvedev, a ser realizada em Brasília em 20 de fevereiro. Realmente, estamos esperando uma grande delegação, composta por vários ministros e vice-ministros de diferentes áreas, para participar dos diferentes grupos de trabalho que compõem a comissão bilateral de cooperação na área econômica e científico-tecnológica. Entre eles, o comitê agrário. Também se realizará uma reunião da área técnico-militar, à qual deve comparecer uma considerável delegação da agência Roskosmos, encabeçada por seu presidente, Sr. Vladimir Popovkin. Ele vai participar da inauguração de uma estação de rastreamento que faz parte do sistema russo Glonass, primeira estação fora da Rússia, na área da Universidade de Brasília. E ainda serão assinados dois contratos para a instalação de mais duas estações que fazem parte desse sistema Glonass.
– Já sabemos onde ficarão essas novas estações?
– No mesmo lugar, na Universidade de Brasília. Enfim, também serão discutidas todas as questões relacionadas com a ampla gama de tópicos que nós tratamos nas nossas relações bilaterais.Sistema russo Glonass

O Glonass russo, cuja criação começou ainda na União Soviética, foram desenvolvidos por ordem dos militares. No entanto, os especialistas enfatizam que as estações terrestres funcionam exclusivamente para fins civis. O vice-editor-chefe da revista “Notícias da Cosmonáutica” Igor Lissov, deu mais detalhes à Voz da Rússia:
"A precisão dos atuais sistemas de navegação por satélite não é suficiente para muitas aplicações econômicas nacionais. Em particular, para garantir a segurança de voos da aviação civil e o pouso automático, muito menos para navegar em determinados lugares – em estreitos, etc. Estas estações são instaladas a fim de melhorar a precisão dos sistemas de navegação até um nível muito mais elevado do que alguns metros".

A Rússia, no entanto, durante muito tempo instalou estações apenas em seu território. Isso reduzia a vantagem competitiva de Glonass. No entanto, nos últimos anos, Moscou se preocupou em criar uma rede mundial de estações terrestres, semelhante à norte-americana. A primeira estação deve ser construída no Brasil, diz o diretor-geral adjunto da corporação Sistemas Espaciais Russos, Grigory Stupak:
"Atualmente, estão sendo conduzidas negociações com um grande número de países. Acabam de ser concluídas as negociações e acordos com a China, e temos planos semelhantes para os EUA e Canadá. Não há perigo nenhum. Estas estações trabalham apenas com sinais recebidos e não transmitem nada. Essencialmente, são vulgares consumidores de serviços de navegação que têm um aparelho de receção – seja Glonass, ou GPS".Alexander Krasnov
VOZ DA RUSSIA ..DEFESA NET...  SNB