domingo, 13 de janeiro de 2013

França bombardeia rebeldes do Mali enquanto mais soldados chegam a Bamako

Reuters
Caças franceses bombardearam rebeldes islamistas no Mali pelo terceiro dia neste domingo, enquanto Paris enviava mais soldados para a capital Bamako, aguardando a chegada de uma força da África Ocidental para desalojar do norte do país os insurgentes ligados à Al Qaeda.
O ministro da Defesa francês, Jean-Yves Le Drian, disse que a dramática intervenção da França na sexta-feira, bombardeando um comboio de combatentes islâmicos fortemente armados, impediu que eles tomassem a capital do Mali, Bamako, em dias.
Países ocidentais temem que os islamistas possam usar o Mali como uma base de ataques contra o Ocidente, formando uma rede com os militantes da Al Qaeda no Iêmen, na Somália e no norte da África.
Le Drian disse que a ex-potência colonial França continuava lançando bombas contra a aliança de grupos rebeldes que tomou o vasto norte deserto do país em abril.
"Há ataques acontecendo agora: houve alguns na noite passada e haverá mais amanhã", disse Le Drian à televisão francesa. "O presidente está completamente convencido de que devemos erradicar esses terroristas que ameaçam a segurança do Mali, de nosso próprio país e da Europa".
Moradores disseram que aeronaves francesas bombardearam a cidade de Gao, no norte, e um porta-voz rebelde malinês disse que eles bombardearam alvos nas cidades de Lere e Douentza.
Le Drian disse que a França estava enviando mais um contingente de 80 soldados ao Mali no domingo, elevando o total para 550 soldados, divididos entre Bamako e a cidade de Mopti, cerca de 500 quilômetros ao norte. Caças Rafale seriam despachados para reforçar a operação no domingo, acrescentou ele.
Um cinegrafista da Reuters disse ter visto no domingo mais de 100 soldados franceses desembarcando de um avião de carga militar no aeroporto de Bamako, nos arredores da capital.
Bamako estava calma no domingo, com o sol aparecendo entre a poeira que envolvia a cidade por causa do vento que soprava do Saara. Alguns carros passavam com bandeiras francesas nas janelas para celebrar a intervenção de Paris.
Horas depois de abrir uma frente contra os islamistas ligados à Al Qaeda, a França montou um ataque para liberar um refém francês na Somália mantido prisioneiro por militantes da al Shabaab, aliada da Al Qaeda, mas não conseguiu evitar que ele fosse assassinado junto com um soldado francês.
Um piloto francês foi morto na sexta-feira, quando rebeldes malineses atiraram em seu helicóptero.
O presidente François Hollande deixou claro que a meta da França no Mali é apoiar o envio de uma missão da África Ocidental para retomar o norte, plano que é apoiado pela Organização das Nações Unidas, a União Europeia e os Estados Unidos. 
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França afasta jihadistas de cidade no Mali


BAMAKO - O Estado de S.Paulo
A aviação francesa bombardeou ontem combatentes islâmicos no Mali e os afastou de Konna, cidade estratégica no centro do país. Segundo o Ministério da Defesa da França, um centro de operação militar rebelde foi destruído. A Comunidade de Estados da África Ocidental (Ecowas) autorizou o envio imediato de forças militares ao país. Em razão do ataque, o presidente François Hollande reforçou as medidas antiterrorismo em todo o território francês .
Desde março do ano passado, uma aliança entre rebeldes tuaregues e radicais islâmicos inspirados pela Al-Qaeda tem se aproveitado de um golpe militar que derrubou o presidente Amadou Touré para avançar do norte do Mali rumo ao sul do país.
"Há uma ameaça de um Estado terrorista às portas da França e da Europa", disse ontem o ministro da Defesa francês, Jean-Yves Le Drian. Segundo ele, os ataques se concentraram na cidade de Konna, onde ficava o centro de comando rebelde. De acordo com o almirante francês Edouard Guillaud, um helicóptero foi derrubado durante a ofensiva e o piloto morreu.
Segundo o Exército malinês, os rebeldes saíram de Konna, mas a cidade ainda não foi totalmente controlada pelo governo. A França oferece apoio aéreo, logístico e de treinamento, enquanto tropas regulares, que devem receber o reforço de soldados da Ecowas, combatem em solo. "Estamos buscando extremistas escondidos na cidade", declarou o tenente-coronel Diarran Kone. "A retomada total de Konna não pode ser garantida ainda porque não a controlamos."
Sanda Abu Mohamed, porta-voz do grupo radical islâmico Ansar Dine, não confirmou a presença de combatentes do grupo em Konna. "Desde ontem (sexta-feira), não consigo contato com eles", disse o militante.
Em um comunicado divulgado ontem, o presidente da Ecowas, Kadre Desire Ouedraogo, disse que a entidade autorizou o envio de soldados ao Mali em razão do caráter de urgência que a crise no país adquiriu. Ele não deu detalhes, no entanto, de quantos homens serão enviados nem de quais países, dos 15 do bloco.
A ONU aprovou em dezembro uma resolução autorizando o uso da força contra os rebeldes malineses. O texto condiciona a intervenção internacional ao treinamento dos militares do Mali - medida que tem como objetivo evitar novos golpes de Estado no país. / AP
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