domingo, 13 de maio de 2012

Ahmadinejad: não é preciso guerra para 'destruição' de Israel


O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, declarou este sábado que não é necessária uma guerra para conseguir a "destruição" de Israel, segundo comentários reproduzidos pela agência oficial Irna.
"A destruição do regime sionista não requer uma guerra (...) se os países da região cortam suas relações com os sionistas e franzem um pouco a testa, este regime de fantoche se acaba", disse em discurso Ahmadinejad, que no passado já fez comentários similares sobre Israel.
Em viagem ao nordeste do país, o presidente iraniano criticou também os volumosos contratos de armas assinados pela Arábia Saudita e as demais monarquias petroleiras do Golfo com o ocidente, em particular os Estados Unidos. "Se os dirigentes desses países tivessem um pouco de cérebro, não venderiam seu petróleo para comprar US$ 60 bilhões de armas", disparou.
O regime iraniano repete regularmente que o Estado de Israel está condenado à destruição. Teerã rejeita toda a ideia de paz e de divisão de territórios entre israelenses e palestinos e apoia os grupos palestinos islamitas que combatem Israel, em particular o Hamas.....segurança nacional

Presidente do Irã chama Israel de "mosquito"


O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, disse neste sábado que Israel é um "mosquito" e atacou a "retórica belicista" do país durante um ato público na província de Khorasan Razavi, informou a agência local "Fars".
"Israel não é mais que um mosquito que não pode enxergar todo o horizonte da nação iraniana", afirmou Ahmadinejad. Segundo o líder, Israel e as potências ocidentais tentam em vão impedir o progresso do Irã com acusações sem fundamentos.
"Nossos inimigos sabem que se o Irã mantiver a rapidez no desenvolvimento se transformará numa nação avançada e nunca mais poderá ser desafiada", disse o governante.
Nos últimos meses, Israel e Estados Unidos ameaçaram atacar o território iraniano para impedir o desenvolvimento do programa nuclear do país árabe, que segundo a comunidade internacional tem fins armamentistas. Teerã, no entanto, garante que o programa é exclusivamente civil e pacífico.
O Irã respondeu que em caso de agressão dará uma resposta militar "arrasadora" e afirmou que é capaz de alcançar o território de Israel e todas as bases e navios dos EUA no Oriente Médio, Golfo Pérsico e Ásia Central.

Israel prepara arsenal para enfrentar Irã


ROBERTO GODOY - O Estado de S.Paulo
Pode ser uma série de misseis Jericó, gigantes de 15,5 metros e 30 toneladas, com ogivas de ataque de até 1.300 quilos de explosivos de alta capacidade de destruição. Ou, é mais provável, as bombas GBU-28 de 2 toneladas, despejadas por uma força combinada de ataque, formada por caças F-15I Ra'am, o Trovão, e F-16I Sufa, a Tempestade, as versões israelenses de dois poderosos jatos americanos de combate, o Strike Eagle e o Fighting Falcon.
O primeiro fogo de um ataque de Israel contra o Irã será pelo ar, e terá de ser necessariamente devastador para dificultar a reação, tão inevitável quanto a investida preventiva que especialistas dão como certa há 12 anos. É difícil.
Vai exigir certos recursos que os esquadrões da aviação frontal israelense ainda estão desenvolvendo ou aprendendo a usar.
"Esse gênero de operação implicará intensas negociações diplomáticas para obtenção das autorizações dos voos no espaço aéreo de países como Arábia Saudita, Jordânia, Kuwait e Iraque", pondera analista John Miller, do Foreing Political Center (FPC), de Washington.
O plano de ataque só será eficiente se adotar o estilo americano de bombardeio maciço em ondas contínuas. Isso depende diretamente de oferecer reabastecimento no ar. É um ponto sensível. A frota israelense de aviões é pequena, composta por sete aviões, quatro dos quais jatos quadrimotores.
De acordo com um cenário do FPC, a principal dificuldade a ser superada pela aviação de Israel é a distância até os alvos principais - Natanz, Bushehr, Isfahan e Qom, onde foram construídas, em alguns casos, dentro de imensos complexos subterrâneos, as principais instalações do programa nuclear iraniano. Um reator, uma fábrica de gás de urânio, e os centros estratégicos da pesquisa que agências de inteligência ocidentais consideram dedicadas à missão de produzir, em segredo, armas atômicas e toda uma família de foguetes lançadores.
A contar das bases da força aérea, são 1.800 quilômetros e, a partir da linha de fronteira leste, cerca 1.500 km.
Para chegar até os três objetivos com ao menos 15 ou 20 minutos de autonomia, fornecedores como Lockheed-Martin, Boeing Defense e Raytheon, dos Estados Unidos, criaram, junto com técnicos israelenses, arranjos especiais para os supersônicos F-15 e F-16. Projetaram ainda a configuração de penetração da bomba inteligente GBU-28.
Boa parte da eletrônica de bordo das aeronaves, que ganharam a letra I, de Israel, na identificação, foi projetada por especialistas locais - o novo computador central, por exemplo, da mesma forma que o sistema destinado a permitir que o piloto direcione e dispare armas, empregando só o conjunto ótico do capacete.
O F-15I pode cobrir 2 mil quilômetros sem tanques extras. Já o F-16I precisou receber reservatórios de desenho especial. A velocidade máxima do Ra'am bate no limite de 2,600 km/hora. Leva 10,4 toneladas de carga externas de combate. É um jato de grande porte, mede pouco menos de 20 metros de comprimento, C0m 15,2 metros o Sufa é menor, fica na faixa de 1,4 a 1.7 mil km/hora e de 7,7 mil quilos sob as asas. Ambos são dotados de canhões de 20 milímetros.
A força Israel estaria em condições de lançar de 75 a 100 aeronaves. Cada uma delas estaria armada com seis mísseis e bombas de precisão, do grupo GBU-28, com poder de penetração de seis metros em blindagem de concreto, e de 30 metros em terreno despreparado. A guiagem é feita por um laser, que indica a direção do alvo virtualmente sem erro. Há modelos mais leves no arsenal.
Reação pesada. A resistência do Irã está baseada em sua força de mísseis. A indústria de Defesa do regime de Teerã produz tipos de médio alcance, na faixa superior a 2 mil quilômetros, com ogivas de 500 kg a 750 kg.
Existem nove diferentes configurações. Os mísseis Shahab-2 e 3 podem chegar a qualquer ponto, em Israel e em todo o Oriente Médio. Mais que isso, o complexo de defesa aérea emprega sistemas russos avançados, preparados para identificar, simultaneamente, dezenas de intrusos, priorizando o disparo de interceptação pelo grau de ameaça.
O regime dos aiatolás é abastecido por 125 polos industriais militares. Mísseis leves, ar-ar, antitanque e terra-ar, além de armamento de porte pessoal, munição, kits de comunicações e processamento de dados táticos são fabricados nos núcleos, com tecnologia própria ou comprada na Coreia do Norte e no Paquistão.
Quando houve o golpe de 1979 o soberano deposto, Mohamed Reza Pahlevi, havia recebido dos Estados Unidos 80 moderníssimos supersônicos F-14 Tomcat. Sob embargo, a aviação iraniana ficou sem receber peças e componentes - no ano 2000, segundo o Instituto de Estudos Estratégicos de Londres, 49 caças estavam em condições de uso, embora de forma precária. Com apoio de técnicos estrangeiros "simpatizantes do regime fundamentalista", conforme análise do Instituto, de 2007, a frota remanescente foi revitalizada. A aviação iraniana estaria apta a mobilizar atualmente entre 100 e 15o aeronaves - além dos Tomcat, o inventário inclui times de MiG-29, Mirage F-1, F-5I, F-4 Phantom, e Chengdu F-7, chineses.
segurança nacional

sábado, 12 de maio de 2012

Brasil é que mais investe em segurança


RENATA GIRALDI e LUANA LOURENÇO...  VANTES  FALÇAO   AVIBRAS
Da Agência Brasil – Brasília
Na América do Sul, o Brasil e a Colômbia são os países que mais gastaram com defesa e segurança, no período de 2006 a 2010, segundo o Centro de Defesa Estratégica, vinculado à União de Nações Sul-Americanas (Unasul). Pelo relatório preliminar, o conjunto de países da região investiu US$ 126,1 bilhões no período, registrando um gasto médio por nação de US$ 25,2 bilhões.
Os valores gastos com defesa representam uma média de 4,14% do total das despesas anuais dos governos e 0,91% do Produto Interno Bruto (PIB) na região. O relatório será enviado aos ministros da Defesa da Unasul. No próximo dia 4, eles se reunirão em Assunção, no Paraguai, para avaliar o documento e adotar as políticas que considerem adequadas.
O Brasil foi responsável por gastar o equivalente a 43,7% do total investido na Unasul, seguido pela Colômbia, que aplicou 17%, Venezuela (10,7%), pelo Chile (9%) e pela Argentina (8,3%).
Entre os países que investiram menos estão o Equador (4,5%), o Peru (4%), o Uruguai (1,3%), a Bolívia (0,9%), o Paraguai (0,5%), o Suriname (0,1%) e a Guiana (0,1%).
NOVOS PAPÉIS
A presidente Dilma Rousseff disse que o trabalho das Forças Armadas tem que acompanhar os novos papéis do Brasil no cenário internacional. “Somos a sexta economia do mundo e queremos ser um país desenvolvido, com elevado Índice de Desenvolvimento Humano, as nossas Forças Armadas também têm de estar à altura do país em meritocracia, profissionalismo e capacidade técnica e, além disso, em capacidade dissuasória”, disse.
A presidente defende o fortalecimento da indústria nacional de defesa e a “recomposição da capacidade operativa” das Forças Armadas para que as instituições continuem executando funções de defesa, proteção do patrimônio, cooperação com forças civis e atividades sociais e para que o Brasil mantenha sua capacidade de dissuasão na relação com outros países.
“Somos um país pacífico, que respeita a soberania das outras nações, que vive em paz com elas e que preza suas boas e frutíferas relações com nossos vizinhos há mais de 140 anos, mas sabemos que a capacidade dissuasória do Brasil é fundamental para a continuidade desse cenário de paz e de respeito mútuo”.
Dilma citou a Missão de Paz no Haiti – liderada por militares brasileiros – e a Operação Ágata – que envolve parceria com forças militares de outros países para atuação nas fronteiras – como exemplos dos novos papéis das forças militares brasileiras.
Também lembrou da cooperação entre militares e forças civis de segurança estaduais e municipais para retomada de áreas dominadas pelo crime organizado, como ocorreu durante a instalação das unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) no Rio de Janeiro, e da participação que os militares terão na segurança de grandes eventos internacionais que o Brasil vai sediar nos próximos anos, como a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016.
 SEGURANÇA NACIONAL

CIGS realiza testes operacionais da Lancha Guardian 25

Manaus (AM) – O Centro de Instrução de Guerra na Selva realizou, na semana de 23 a 27 de abril, testes operacionais da Lancha Guardian 25, com execução de tiro real dos seguintes armamentos: metralhadoras MAG e .50 e Fuzil 7,62mm. Ao longo do ano, novos testes serão realizados com esta embarcação.SEGURANÇA NACIONAL

Agência Espacial Russa divulga 'megafoto' da Terra


A Roscosmos, Agência Espacial da Rússia, divulgou nesta sexta-feira, 11, uma imagem da Terra registrada pelo Elektro-L. É a maior imagem da Terra já registrada, com 121 megapixels.
Cada pixel da foto corresponde a aproximadamente 1 quilômetro de distância real. A imagem não é como as outras, que reúne diversos registros projetado em um modelo de globo - ela registra a Terra em sua totalidade em uma única foto.
O satélite registra uma foto como esta a cada 30 minutos para ajudar a monitorar mudanças climáticas.SEGURANÇA NACIONAL

FAB lança Processo de Seleção para Aeronaves Reabastecedoras


O Comando da Aeronáutica, em cumprimento ao Plano de Equipamento e Articulação da Força Aérea Brasileira, e de acordo com o cronograma estabelecido pela instituição, procede, nesta 4ª feira, 9 de Maio de 2012, a entrega dos Pedidos de Oferta às empresas participantes do Projeto KC-X2: Airbus Military, Boeing e Israel Aerospace Industries (IAI).
O Projeto KC-X2 visa, exclusivamente, à aquisição de duas aeronaves de reabastecimento em voo e de transporte estratégico de carga e tropa, bem como missões humanitárias e de evacuação aeromédica e substituirão as aeronaves KC-137, que, por terem sido fabricadas na década de 1960, têm tido seu custo de operação progressivamente elevado.
A partir do recebimento do Pedido de Oferta, as empresas terão o prazo de noventa dias para apresentarem suas propostas, que serão submetidas ao processo de avaliação e seleção previsto pela FAB, e que tem como base, dentre outros, os requisitos técnicos, operacionais, logísticos e industriais estabelecidos.

Brasília-DF, 9 de maio de 2012.

Brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno
Chefe do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica.SEGURANÇA NACIONAL

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Parada da Vitória: em memória dos heróis


Em Moscou foi realizada a parada solene em homenagem ao sexagésimo sétimo aniversário da vitória da União Soviética na Segunda Guerra Mundial.
Participaram do desfile mais de 15 mil militares do exército russo, mais de cem unidades de material de guerra moderno. Helicópteros desfraldaram a bandeira nacional da Rússia e os símbolos das Forças Armadas sobre a praça principal do país. Destas solenidades participaram milhares de veteranos da guerra, a direção política e militar da Rússia e convidados estrangeiros. O desfile de uma hora de material de guerra e de unidades militares, rigorosamente cronometrado, decorreu em perfeita conformidade com o roteiro elaborado de antemão.
Os habitantes do Extremo Oriente da Rússia foram os primeiros a festejar o Dia da Vitória. Ao mesmo tempo, em Moscou estavam em plena marcha os últimos preparativos para a parada principal do país. Foi interdito o tráfego de veículos e de pedestres numa grande parte da cidade, mas os moscovitas e os hóspedes da capital reagiram a isso tranquilamente. Compreendiam que isso era feito para a sua segurança e a para observância perfeita do roteiro dos festejos. De manhã, o tempo estava pouco favorável, chovia, mas melhorou quando no momento do início do desfile, o que permitiu aos espectadores sentir-se confortavelmente durante toda a parada. As badaladas do carrilhão do Kremlin marcaram o início da cerimônia.
"Parada! Para receber a bandeira naciobal da Federação Russa e a Bandeira da Vitória, Sentido! Para o encontro da esquerda, apresentar armas!"
A parada começou ao som da canção lendária de Aleksandr Aleksandrov Guerra Sagrada, interpretada por uma orquestra de mil músicos. Neste momento, na praça Vermelha fez-se o silêncio: esta canção desperta em todos um sentimento de orgulho pelo país-vencedor e pesar por os que tombaram na guerra mais cruel na história da humanidade.
O presidente da Rússia e comandante em chefe das Forças Armadas russas Vladimir Putin dirigiu-se aos participantes do desfile e aos convidados.
"Estimados cidadãos da Rússia, caros veteranos, camaradas soldados e marinheiros, camaradas sargentos, camaradas alferes e suboficiais da marinha. Camaradas oficiais, generais e almirantes, felicito-vos pelo Dia da Grande Vitória, felicito-vos pela festa da glória e do triunfo do nosso povo, pelo dia da memória, do orgulho e do pesar que une agora todos os cidadãos da Rússia. Há 67 anos, o nazismo foi derrotado. Era uma força terrível e cínica. E nós não temos o direito de esquecer como ela nasceu e se consolidou, tornando-se cada vez mais descarada aos olhos do mundo inteiro. Não temos o direito de esquecer que os bárbaros planejavam eliminar povos inteiros e governar destinos de países e continentes. É preciso reconhecer mais uma vez que as intenções agressivas dos nazistas não depararam com resistência coletiva e oportuna. É preciso reconhecer que a desconexão entre os países, a sua desconfiança mútua e a confrontação ideológica não permitiram prevenir a Segunda Guerra Mundial. A humanidade teve que pagar um preço enorme por isso. Mas, a seguir se deu aquilo que devia ocorrer inevitavelmente. A responsabilidade e a decisão comum de vencer o mal acabaram por prevalecer."
O coronel-general Valeri Guerasimov, vice-chefe do Estado Maior General das Forças Armadas, comandou a parada. O ministro da Defesa, Anatoli Serdiukov, passou as tropas em revista. Desta vez, os militares vestiam o uniforme de gala, enquanto que no ano passado tinham desfilado de uniforme de campanha. Pela primeira pela Praça Vermelha desfilaram os novos veículos blindados Rish, que são agora fornecidos às Forças Armadas. Os convidados tiveram a oportunidade de ver os tanques T – 90, canhões autopropulsionados Msta-C, mísseis antiaéreos Buk-M2, rampas de lançamento dos mísseis antiaéreos C – 400. Provavelmente o elemento mais impressionante da parada foram os complexos de mísseis Iskander-M e Topol-M. Cinco helicópteros Mi-8 concluíram o desfile de material de guerra, sobrevoando a Praça Vermelha à velocidade de cem quilômetros horários. As aeronaves mantinham a distância de 50 metros umas das outras, o que requer o máximo de atenção e de profissionalismo por parte dos pilotos.
A veterana de guerra Antonia Efremova relatou como dedicou a sua vida à eternização da memória dos heróis daquela época.
"Moro agora na cidade de Serpukhov, na região de Moscou. Construí aí um complexo memorial. Em 2005, Vladimir Putin visitou-me, deu de presente quatro milhões de rublos. Construí em Serpukhov um complexo memorial em homenagem aos 30 mil heróis que tombaram na guerra. Hoje devo obrigatoriamente encontrar-me com ele e entregar-lhe uma carta-convite. Se ele não vier, eu irei encontrá-lo, Vladimir Vladimirovich. E vou levá-lo na certa à cidade de Serpukhov para que veja o monumento que foi construído aos heróis da Quinta Divisão de Infantaria, que mereceram durante a guerra o título de unidade da Guarda."
Os veteranos que assistiram à parada, não somente recordaram o passado e se felicitaram mutuamente, mas também discutiram os problemas atuais, incluindo a política mundial. Eles conseguiram conservar o espírito de combate e o interesse em relação a tudo que se passa na Rússia e fora dos seus limites.
Além da parada da vitória, no dia 9 de maio em Moscou foi promovida uma série de ações solenes – desde fogos-de-artifício e grandiosas salvas de artilharia até espetáculos teatralizados para os veteranos da guerra e para aqueles cuja vida em paz se tornou possível graças à façanha dos heróis da guerra.segurança nacional

Indonésia suspendeu compras do Superjet-100


A Indonésia suspendeu as compras do avião russo Superjet-100 até que sejam esclarecidas as causas do acidente ocorrido em 9 de maio, informa o The Jakarta Post, alegando uma declaração da companhia intermediária indonésia PT.
Até agora, todos os peritos tem opinado que o acidente teria sido provocado pela combinação de dois fatores: um câmbio brusco as condições atmosfériacas e a organização incompetente do vôo.
Recorde-se que o avião Sukhoi Superjet-100, o projeto mais ambicioso da indústria aeronáutica civil russa, se despenhou em 9 de maio na Indonésia.segurança nacional

Fortes tempestades magnéticas ameaçam a Terra


Uma enorme zona ativa formada na superfície do Sol há várias semanas atrás, alinhará proximamente a Terra, o que poderia provocar fortes perturbações magnéticas em nosso planeta, informa o Instituto da Geofísica Aplicada, da agência Roshidromet.
Tempestades magnéticas começam na Terra quando coágulos de plasma lançados pelo Sol, batem na magnetosfera do planeta. As partículas carregadas provocam perturbações geomagnéticas e, quando estas atingem grandes proporções, podem surgir falhas nos equipamentos eletrônicos, nas transmissões de rádio e nas redes elétricas.voz da Russia..segurança nacional

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Saab e AEL Sistemas ampliam cooperação


Em 2009, a Saab e a AEL Sistemas firmaram um memorando de entendimento, identificando possíveis áreas de cooperação de acordo com o programa FX-2. Desde então, a AEL vem passando por um período de grande crescimento e evolução e isso abriu novas oportunidades para a ampliação do acordo de cooperação entre as duas empresas. Diante disso, o documento foi revisado e ampliado, passando a identificar projetos relacionados às áreas de desenvolvimento, produção e apoio logístico de longo prazo para o pacote de aviônicos do Gripen NG.

Segundo Vitor Jaime Puglia Neves, vice-presidente da AEL Sistemas “A ampliação da cooperação entre as duas organizações estabelece um avanço extremamente importante, rumo à criação de um Pacote Brasileiro Completo de Aviônicos pela AEL, bem como dos respectivos serviços de suporte logístico (CLS-Contractor Logistics Support) para o novo avião de combate da Saab”.
 
Para a Saab, o enfoque da cooperação industrial com a AEL Sistemas cobre uma abrangente gama de atividades sustentáveis em longo prazo, cujo foco não está apenas no produto, como também na realização de investimentos, na criação de empregos, na transferência de tecnologias, em manufatura, no suporte técnico, em treinamento e em cooperação científica.
 
Dan Jangblad, vice-presidente sênior e diretor de estratégia da Saab, acredita que a oferta do grupo sueco no âmbito do F-X2 é a melhor alternativa para o Brasil. O executivo defende que a Saab oferece à indústria brasileira um pacote de cooperação industrial muito competitivo que supera a exigência de 100% do valor da encomenda e esta colaboração industrial poderá criar uma oportunidade ainda maior de cooperação sueco-brasileira.
segurança nacional

Embraer participará de nova concorrência da Força Aérea dos EUA


A Embraer informou que vai participar do novo processo de seleção da Força Aérea dos Estados Unidos para a aquisição de aviões de ataque leve. As novas regras foram publicadas na sexta-feira.
O presidente da Embraer Defesa e Segurança, Luiz Carlos Aguiar, informou que se o processo de seleção for "justo, competitivo e transparente", o avião Super Tucano deverá ser novamente selecionado.
"Vamos para a competição com um pouco de preocupação pois já tínhamos assinado o contrato. Mas com as novas condições, que dão um peso importante para a experiência passada dos aviões em combate, acreditamos que vamos vencer novamente."
Dentre as novidades que agradaram à fabricante brasileira está a exigência de comprovação de experiência efetiva em operações de contrainsurgência. Essa experiência deve ser atestada por meio de correspondência enviada pelas forças aéreas de países que já utilizaram o avião em combate.
O avião Super Tucano da Embraer está em uso em seis nações, incluindo a Colômbia, o Equador e Burkina Fasso, na África.
Já o avião da concorrente Hawker Beechcraft ainda é um protótipo, tendo sido desenvolvido a partir do projeto de um avião treinador para essa concorrência.
As empresas deverão apresentar suas propostas no dia 18 de junho.Em abril, o Departamento de Estado dos EUA disse considerar "muito importante"que a Embraer participe da nova concorrência para o fornecimento de aviões de ataque leve para as tropas americanas no Afeganistão.
Segundo Thomas Kelly, primeiro sub-secretário-assistente da divisão de assuntos político-militares, o cancelamento da disputa, vencida pela Embraer no final do ano passado, "não teve nada de político" --referência às críticas de que a Força Aérea teria se curvado ao lobby político da concorrente Hawker Beechcraft.
"A decisão não teve nada a ver com a Embraer nem teve nada de político", disse Kelly, na ocasião. "O cancelamento ocorreu após uma investigação interna apontar a necessidade de rever procedimentos internos relacionados à qualidade da documentação."
O CASO
Força Aérea dos Estados Unidos cancelou, em fevereiro, o contrato de US$ 355 milhões para fornecimento de 20 aviões Super Tucano, da Embraer, citando problemas com a documentação.
O órgão disse que iria investigar e refazer a licitação, que também foi contestada na Justiça dos EUA pela norte-americana Hawker Beechcraft após sua aeronave AT-6 ser excluída da competição --o que levou o negócio a ser suspenso no começo de janeiro. O contrato havia sido concedido pela Força Aérea dos EUA para a Embraer e a parceira Sierra Nevada Corp.
O contrato, em negociação há um ano, gerou resistências, principalmente entre congressistas do Kansas, Estado-sede da Hawker. Pedidos de investigação internacional para apurar eventual subsídio do Brasil à Embraer chegou a ser cogitado.
A avaliação era que um contrato dessa magnitude (em momento de crise econômica) e um setor tão sensível não podem chegar às mãos de uma empresa estrangeira.
PACOTE DE SERVIÇOS
O negócio havia sido anunciado no final de 2011 e incluía, além do fornecimento das aeronaves, um pacote de serviços, como treinamento de mecânicos e pilotos responsáveis pela operação do avião.
Pelo contrato, a Embraer teria 60 meses para entregar esse primeiro lote, prazo que começaria a contar já neste mês. O primeiro avião teria de ser entregue em 2013.
A unidade de São José dos Campos, no Vale do Paraíba (SP), produziria grande parte do avião. A montagem final seria feita nos EUA.
A companhia mantinha expectativas de vender mais 35 aviões, o que poderia elevar o contrato à cifra de US$ 950 milhões.
DEFESA
O fornecimento das 20 unidades do A-29 Super Tucano era o primeiro contrato da Embraer com a Defesa americana.
Quando anunciou o contrato, a Embraer disse que o negócio seria "uma grande vitrine". "Esse é o primeiro contrato com a Força Aérea dos EUA. Esse é um item sensível no maior mercado de defesa do mundo. Muitos países vão olhar isso", disse na ocasião Luiz Carlos Aguiar, presidente da Embraer Defesa e Segurança.
Com esse pedido, a Embraer alcançaria 200 encomendas do modelo Super Tucano (desenvolvido pela FAB em 1995 e exportado para vários países do mundo). Apenas 40 precisam ainda ser entregues, mas esse número inclui o pedido que havia sido feito pela Força Aérea americana.
O A-29 Super Tucano, projetado para missões de contra-insurgência, atualmente é empregado por seis forças aéreas e possui encomendas de outras, segundo a Embraer.
De acordo com a licitação, as aeronaves da Embraer seriam utilizadas para treinamento avançado em vôo, reconhecimento e operações de apoio aéreo no Afeganistão.folha.com;segurança nacional

segunda-feira, 7 de maio de 2012

HINO NACIONAL cantado HD

SEGURANÇA NACIONAL

ÁGATA 4 - Força Aérea inicia operações na região Norte do país

SEGURANÇA NACIONAL

Rio+20 é teste para novo centro de defesa cibernética; leia entrevista com general


Nelson de Sá - Enviado Especial a Brasília

Na entrevista abaixo, o general José Carlos dos Santos, comandante do CDCiber (Centro de Defesa Cibernética), detalha a implantação do novo órgão, que faz sua estreia na Rio+20, a Conferência da ONU para Desenvolvimento Sustentado, a partir de 20 de junho, reunindo cerca de uma centena de chefes de Estado e governo

Folha - Vejo que o sr. está com "Cyber War", de Richard Clarke. Acabou de ler?
 
José Carlos dos Santos - Estou no finalzinho. Às vezes uso até como fonte de consulta, porque apresenta muitos conceitos doutrinários e mesmo históricos, sobre o que ele considera que já começou, que é a guerra cibernética, embora eu não concorde. Até a questão do termo, ele é mais impactante... 
É bom para vender livro.
É. Mas o que nós temos, na realidade, é uma nova arma, a arma cibernética. É uma arma de guerra, mas essa é bem diferente das demais, principalmente porque não tem fronteiras, há dificuldade de identificar o atacante. Realmente é um novo campo de batalha.
Clarke diz que um episódio de derrubada de energia no Brasil teria sido um ataque.
 
Ele cita, sim, um apagão no Brasil, mas não entra em muitos detalhes. Cita vários casos semelhantes nos Estados Unidos. É uma vulnerabilidade. É uma ameaça, sim, porque, com a automação dos sistemas, a telemetria pela internet está sendo cada vez mais comum. Hoje, a distribuição de energia é baseada em uma central de controle, em que você pode ligar, desconectar, desviar, pode redistribuir, tudo por uma rede de computadores. O sistema mais conhecido para controle industrial é o Escada, da Siemens, que permite o controle de hardware por meio de um software, de forma reduzida é isso. Como todo software pode ser alvo de um ataque cibernético, nós consideramos, sim, no futuro, essa possibilidade. Mas imaginarmos que haverá um ataque ao país, derrubando sistema elétrico, eu acho uma hipótese um pouco distante. Nós teríamos de estar num contexto de guerra, em que houvesse interesses adversários tentando paralisar nossa produção industrial paralisando nossa distribuição de energia elétrica. Mas teoricamente é possível, sim, causar um dano grande a um sistema de distribuição elétrica, principalmente pela automação e pelo uso intensivo, cada vez maior, das redes de computadores para controlar sistemas industriais, energia, tráfego aéreo.
Outro dia mesmo, como cliente, eu sofri o problema de uma companhia, cujo sistema caiu. Alguém pode até dizer, "ah, foi um ataque hacker". É possível, é possível. A partir do momento em que a gente fica dependente das redes de computadores, tudo é possível. Isso leva as empresas, as agências governamentais, as Forças Armadas a ficarem atentas e buscar maneiras de nos precavermos contra essa hipótese.
Mais recentemente, Clarke afirmou que o episódio Stuxnet, o vírus que atacou no Irã, foi a abertura da caixa de Pandora.
É. E outras coisas piores virão.
 Aquele vírus focava...
Especificamente o sistema Escada. 
Exatamente. O Brasil tem usinas nucleares desenvolvidas em projetos com a Alemanha. É uma das coisas que o sr. estuda hoje?
Nós estamos começando a estudar o assunto. O assunto é totalmente transversal, interessa não só à Defesa, mas à sociedade como um todo. Não conheço o sistema que controla Angra, mas, de qualquer forma, a distribuição da energia passa por esse sistema Escada. Então esse assunto está se tornando, sim, um assunto de preocupação de várias agências. Nós estivemos recentemente, no ano passado, na Eletrobrás para conversar sobre o assunto. Fizemos uma visita também ao sistema financeiro, no caso, a área de segurança do Banco do Brasil, trocando ideias sobre isso. E temos já algum trabalho, do próprio Rafael Mandarino, do GSI (Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República), alertando para essa hipótese e a necessidade de conscientizarmos gerentes de TI, empresas, agências, para que seja tomada alguma medida de proteção desses sistemas.

O Exército hoje trabalha por projetos. Ele tem alguns projetos denominados estratégicos. O setor cibernético é um deles; o Proteger, que trata exatamente da proteção das infraestruturas críticas, aquela preocupação com a segurança física, proteção das hidrelétricas, dos gasodutos, torres de transmissão, é outro; o Sistema de Proteção de Fronteiras, Sisfron, é um outro projeto estratégico; a viatura blindada Guarani, que implica no reequipamento de toda a força terrestre, um produto nacional. Enfim, temos sete projetos estratégicos e somos um deles. Eles se entrelaçam, a partir do momento em que esses sistemas de transmissão, de telemetria, de controle e monitoramento passam pelo setor cibernético. Como monitorar de forma segura? Como não termos esses nossos sistemas invadidos por pessoas não autorizadas? É uma preocupação inicialmente no aspecto gerencial, de que há necessidade de prover essa segurança. Então, eu acredito que, na evolução, nós teremos uma integração de todos os sistemas, em alguma central, vamos supor, do Ministério da Defesa para os sistemas militares e de alguma agência civil voltada para essa estrutura.
Nessa estrutura, em que parte entra o CDCiber?
O CDCiber é o dever de casa do Exército. Porque, com a Estratégia Nacional de Defesa, os setores cibernético, nuclear e aeroespacial foram colocados no mesmo patamar de importância estratégica para o país. E no prosseguimento dos estudos sobre o assunto o Exército recebeu a incumbência de integrar e coordenar, no âmbito das Forças Armadas. O CDCiber foi uma dedução, do Comando do Exército, de uma missão que ele tinha que cumprir.
E vai ser integrado com Aeronáutica e Marinha?
O Ministério da Defesa ainda não decidiu como isso vai ser feito, apenas definiu que o Exército é responsável pela integração e coordenação no âmbito das Forças Armadas. Da mesma forma que a Marinha o é para o setor nuclear, e a Força Aérea Brasileira, para o setor espacial. Dividiu as tarefas. Nosso Ministério da Defesa é relativamente novo. Ele distribuiu as tarefas como uma forma de otimizar os procedimentos, de melhor aproveitar os recursos. E o que estamos fazendo, em termos de coordenação e integração, é estudar o modelo de outros países, procurando as fontes de consulta que temos a respeito. Temos diversos modelos, mas todos eles apontam para uma necessidade de integração de Forças Armadas, e essa é a intenção do Ministério da Defesa: que no futuro possamos ter um setor cibernético integrado. E esse papel de sugerir medidas, propor ações, elaborar projetos, é do Exército.

A primeira preocupação nossa foi adquirir expertise, então em 2010 foi ativado o Núcleo do Centro de Defesa Cibernética. O Exército, para criar um novo órgão, precisa modificar a sua estrutura regimental, e isso só é feito mediante uma chancela presidencial. Foi feita uma proposta de criação do Centro de Defesa Cibernética, atualmente essa proposta está no Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, que logicamente estuda as implicações orçamentárias e de planejamento integrado do governo, e de lá vai para a Casa Civil, para a sanção presidencial. É um processo um pouco longo, começou em 2010 e ele não se concluiu ainda. Nós estamos aguardando. Independente desse decreto, o Exército ativou um núcleo em 2010 e esse núcleo começou a elaborar um programa para a implementação. Esse programa inicial era constituído de oito macro-projetos, bastante ambiciosos, mas necessários. Na parte inicial, de capacitação, começamentos já em 2010 a capacitar o nosso pessoal, realizando cursos.
No IME (Instituto Militar de Engenharia)?
Em várias instituições. Por exemplo, o GSI há três anos tem promovido um curso de gestão de segurança de informação e comunicações, que é oferecido às agências governamentais e ao Ministério da Defesa. É um curso de especialização, com duração de cerca de 400 horas, feito em parceria com a Universidade de Brasília. Tivemos a formação da terceira turma neste ano, para gestores de alto nível, 180 profissionais. Também alguns cursos de nível técnico, inclusive com empresas estrangeiras. No ano passado, por exemplo, a Offensive Security ministrou um curso aqui para militares das três forças, para segurança ofensiva. O que é segurança ofensiva? Você tem que conhecer as técnicas de ataque, para poder melhor defender as suas redes. Atacar redes não é essa a nossa política. A nossa política é de defesa, até coerente com a postura do país. Então nós formamos um núcleo de cerca de 30 militares, nas operações de segurança de rede, conhecendo os instrumentos de ataque. Também um curso voltado para defesa cibernética/guerra cibernética. Aí usamos o termo guerra porque é voltado para operações militares. Essa parte de capacitação é um dos grandes projetos.

Outro é de defesa cibernética. Os primeiros investimentos do Exército foram no sentido de incrementar, melhorar a capacidade de defesa das nossas redes corporativas. E como isso pode ser feito? Adquirindo, por exemplo, produtos na prateleira, "on the shelves". O Centro Integrado de Telemática do Exército, que é um órgão central, é o responsável pela instalação, exploração e manutenção de uma rede de telemática que permeia todo o território nacional, ligando mais de 600 organizações militares. Nós temos as nossas redes corporativas que precisam de uma certa confidencialidade e mesmo de segurança de que os ativos de informação terão o acesso dificultado a pessoas não autorizadas. E isso é feito capacitando nosso pessoal, comprando produtos de prateleira. Um dos mais conhecidos, para defesa de rede, é o IPS ou sistema de prevenção de intrusão. É um produto que está aí à venda e tem sido adquirido para a proteção das nossas redes. Por exemplo, uma página do Exército hospedada numa empresa terceirizada é menos segura do que uma página hospedada no nosso sistema interno. Uma empresa privada normalmente não tem investido tanto, até por uma questão de custo-benefício, como nós temos investido em segurança da informação. Nós inclusive temos sofrido alguns ataques de hackers, paralisando nossa página, e assim que possível essa página do Exército vai migrar para as nossas redes corporativas. Uma vez a cada dois, três meses, ela é paralisada por um ataque simples de se fazer.
Como é feito o ataque?
Um servidor tem uma determinada capacidade de atendimento de requisições. É o acesso à página, quando você digita o endereço ele vai acessar aquele servidor. Se esse servidor tem uma grande capacidade, ele logicamente vai resistir por mais tempo ao ataque. Mas, com as técnicas hoje de ataque bastante simples, uma delas é o que se chama de negação de serviço distribuído, os hackers conseguem espalhar em computadores de usuários um programinha que, sem o usuário saber, quando ele se conecta, começa a rodar e fazer requisições de acesso à página atacada. Com as botnets, redes de robôs, você consegue fazer milhares e milhares de requisições simultâneas, inundando o provedor, até que ele paralisa. Isso já foi feito e é quase inevitável nas maiores empresas do mundo. As agências de segurança, inclusive NSA, FBI, CIA, já sofreram esse tipo de ataque. A Sony.
Do PlayStation.
O famoso ataque do ano retrasado, do PlayStation. Instituições bancárias, no Brasil. Senado. Esse ataque praticamente não tem limites. E para que a gente consiga algum sucesso temos que investir. Então os investimentos iniciais do Exército foram nesse sentido, de aumentar a segurança das nossas redes.
E vocês fizeram uma licitação, compraram um antivírus da BluePex.
Isso. Ainda na parte de capacitação, para a experimentação doutrinária um dos equipamentos utilizados para treinar o nosso pessoal são os simuladores. Já temos um simulador israelense, da Elbit, que está sendo utilizado e preparado para os cursos que vão ser realizados ainda neste ano. Só que esse é um produto crítico. Então foi feita uma licitação e uma empresa nacional, a Decatron, foi a vencedora para desenvolver um simulador nacional. É uma das tecnologias que consideramos críticas e que devemos dominar. A outra, certamente, é o antivírus. Outra companhia brasileira já começou o desenvolvimento do antivírus nacional, que deve receber o nome de DefesaBR, para a defesa das nossa redes. Não só as redes de tempo de paz, as redes corporativas, mas também visando um emprego militar no futuro, na defesa das redes estabelecidas para uma campanha militar. Por que o antivírus é crítico? Porque ele permeia todo o software da máquina. Você tem que ter a certeza de que não tem nenhuma backdoor, nenhum instrumento de captação de ativo de informação. É a mesma preocupação, por exemplo, de quando foi montada a nossa urna eletrônica. Ele tem que passar por um processo de auditoria, para ver seus componentes, se o programa que vai rodar não tem nenhuma backdor ou trapdoor, que são formas de se alterar dados ou capturar dados não autorizados. Então, são dois produtos, mas estão sendo considerados críticos e nós procuramos parceiros para desenvolvê-los.

Falei de capacitação e defesa cibernética, agora a parte de inteligência. Existem hoje ferramentas que nos permitem monitorar uma rede. "Ah, isso é ilegal." Não, você vai monitorar as informações que estão disponíveis na grande rede. Existem hoje ferramentas que indicam tendências. Monitorando as redes sociais, você pode identificar alguma tendência que traga informação importante para a defesa, como nós tivemos um exemplo nas ocorrências da Primavera Árabe.
Geralmente em busca de palavras, palavras-chaves.
Palavras-chaves. São ferramentas de inteligência em que também investimos. A própria parte de inteligência nos levou a investir na instalação de uma sala-cofre, que provê a segurança lógica e física de ativos de informação. Por exemplo, nossos backups estão física e logicamente protegidos numa sala-cofre. Foi feito um investimento nesse sentido. E, como eu disse, podemos adquirir ferramentas que nos permitem monitorar o que está acontecendo na rede. Ferramentas que nos dizem, "olha, o acesso está crescendo, não é normal tal nível de acesso". Aí nós vamos convocar nossos técnicos e ver, "daqui a uma hora nossa rede vai cair, a não ser que a gente tome alguma medida para evitar, selecionando os acessos".
E já existe o equipamento?
Já existe, sim. O próprio IPS, que faz de forma automática uma análise de rede e começa a selecionar as requisições. Eu cito até o exemplo do Richard Clarke, na questão da Geórgia. Por ocasião da penetração militar russa, em 2008, houve simultaneamente uma paralisação das páginas governamentais da Geórgia, de modo a impedir talvez uma repercussão do que estava acontecendo, mundo afora, diminuindo protestos etc. Foram alvos selecionados. Os georgianos, a partir do momento em que perceberam, tentaram migrar para outros provedores, baseados fora da Geórgia.
Nos Estados Unidos.
Estados Unidos, ele cita. Então, algumas medidas podem ser tomadas. Isso na parte de inteligência.
Na parte de apoio tecnológico, nós temos o Centro de Desenvolvimento de Sistemas. Quando vamos desenvolver um determinado projeto, é lá que vamos contar com engenheiros militares, que vão desenvolver as linhas códigos de acordo com os padrões que podemos estabelecer, de acordo com os requisitos operacionais, técnicos, para um determinado sistema. É um parceiro nos nossos projetos. Na parte de pesquisa, que você perguntou, entra o Instituto Militar de Engenharia. Ele faz pesquisa elegendo temas para os formandos, na área de mestrado, doutorado. Por exemplo, aí avulta de importância o domínio das técnicas de criptografia. São assuntos que interessam diretamente ao setor cibernético. O IME deve fazer uma parceria com a UnB, de modo a que possamos desenvolver projetos que atendam não só aos militares mas também às agências de governo. Como eu disse, é um assunto que permeia toda a sociedade.

Temos outros projetos, um deles é a própria construção do Centro de Defesa Cibernética, o espaço físico. Estamos ocupando, nos próximos dias, o espaço de uma unidade que está sendo extinta, o Centro de Documentação do Exército, numa questão de racionalização interna, que está passando todo o seu acervo para o Arquivo Histórico do Exército, lá no Rio. O espaço foi disponibilizado no final do ano passado e estamos já com as obras bastante adiantadas para ocupar, aqui no próprio QG. Esse é um outro projeto, que é a estruturação do CDCiber. Como a construção de uma sede requer recursos e tempo, essa sede provisória acreditamos que, até a construção do centro, vai nos atender plenamente, até porque ainda não atingimos 40% do efetivo previsto.
E qual é o efetivo que vocês buscam?
Imaginamos um núcleo, porque no nosso modelo de setor cibernético não atuamos sozinhos. No centro propriamente dito, em torno de 130, 140 pessoas.
No final, quando estiver implantado.
No final, quando estiver totalmente implantado. Já estou com 35 e aos poucos estamos crescendo.
Todos militares do Exército, ainda não tem...
É, este é o Centro de Defesa Cibernética, por enquanto, do Exército. Se no futuro o Ministério da Defesa decidir que vamos exercer também o papel de Centro de Defesa Cibernética das Forças Armadas, é perfeitamente viável e até consta das diretrizes do Ministério da Defesa que tenhamos, nesse centro, militares da Marinha e da Força Aérea, como acontece com o Centro de Treinamento para Operações de Paz, no Rio. Hoje no Rio temos uma unidade que prepara militares para missões externas.
Da ONU.
Da ONU. Onde trabalham instrutores e monitores das três forças. E é uma organização do Exército lá no Rio. Imaginamos que isso venha a acontecer também conosco. Isso vai de encontro ao modelo que observamos no exterior. Estive recentemente na Inglaterra, onde fui convidado a fazer uma palestra sobre os nossos projetos na Conferência de Defesa Cibernética e Segurança de Redes, no final de janeiro, e tivemos a oportunidade de fazer uma visita ao ministério britânico da defesa e ao órgão operacional de defesa cibernética, a cerca de três horas de Londres, onde vimos esse ambiente, em que militares das três forças estavam trabalhando em conjunto, mais civis de empresas contratadas. A infraestrutura de telemática é uma coisa em que hoje as empresas estão totalmente envolvidas. Imagina-se que algo semelhante deva ocorrer no futuro, em que teríamos militares das três forças trabalhando em conjunto, e serviços prestados por empresas habilitadas.
O Cyber Command americano está sendo implantado...
Já está implantado.
Sim, mas eles também estão construindo um prédio, que ainda estaria para ser terminado.
É, o Cyber Command é de 2009 e eles foram colocados no comando estratégico americano. Na estrutura militar lá, eles têm o comando estratégico e um dos órgãos subordinados é o comando cibernético. Esse comando cibernético tem ascendência sobre os órgãos das quatro forças, porque além de Exército, Marinha e Aeronáutica eles têm lá também os marines, que lá é como se fosse uma quarta força armada.
Mas aí a NSA (Agência Nacional de Segurança) também participa.
Plenamente. O comandante da defesa cibernética americana é o diretor da NSA. É o general Keith Alexander. Ele acumula a função de diretor da NSA e comandante da defesa cibernética.
Houve uma série de discussões sobre os papéis civil e militar na defesa cibernética americana.
Ainda existe isso e me parece que os americanos estão atualmente dando ao DHS, o Departamento de Segurança Interna, a responsabilidade da difusão das práticas de defesa de redes no meio civil, não só as agências governamentais, mas também no setor produtivo americano. Grande parte dos serviços públicos lá são providos por empresas. Na distribuição de energia elétrica, no Brasil, nós temos a Eletrobrás. O nível de privatização nos Estados Unidos é maior, então há uma preocupação de que haja alguma legislação que obrigue as empresas privadas a obedecer requisitos mínimos de segurança. O Richard Clarke expressa bem essa preocupação. Mas isso passa por uma grande discussão política: até que ponto as empresas privadas têm que se submeter às regras impostas pelo governo na segurança cibernética, uma vez que isso requer investimentos de grande porte? Vamos passar esse custo, aumentando os impostos? Há uma discussão grande, lá também, a respeito disso. Mas me parece que está bem definido quem é o encarregado de conduzir o assunto fora das Forças Armadas, seria o DHS, Homeland Security.

No Brasil, esse papel institucional é do GSI, mas, como somos uma iniciativa pioneira, a partir do momento em que o Exército criou o Centro de Defesa Cibernética algumas coisas, principalmente de caráter operacional, o GSI está dividindo conosco. Já estamos colaborando, por exemplo, para o aperfeiçoamento do curso que está sob a gestão do GSI. Estamos em conjunto com a UnB discutindo esse curso, adaptando, aperfeiçoando. A nossa interação com o GSI é grande. Outro exemplo dessa interação é a rede de segurança da informação e criptografia. É uma rede acadêmica que estava sob a coordenação, a supervisão do GSI. O Exército está recebendo a gestão dessa rede, que reúne pesquisadores, universidades, institutos de pesquisa. É uma rede bastante consolidada no meio acadêmico e que pode servir como instrumento de integração do meio militar com o meio civil.
 o papel do Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados)?
O Serpro é um prestador de serviços para várias agências do governo, principalmente na infraestrutura de redes. Assim como o Exército tem seu próprio órgão, que é o Centro Integrado de Telemática, o Serpro o é para alguns órgãos governamentais.
Mas não tem integração? Porque eles cuidam de sites que são atacados.
As coisas estão acontecendo. Por exemplo, na Rio+20 o órgão encarregado da especificação da rede foi o Serpro, mas nós conversamos bastante antes. Então, estamos trabalhando, tenho recebido aqui o pessoal do Serpro, temos ido ao Serpro e trocado ideias, informações. E vamos estar juntos na Rio+20. O CNO (Comitê Nacional de Organização) da Rio+20 fez uma licitação e uma empresa privada é que vai montar a estrutura de telecomunicações. Nós estamos colaborando na especificação de requisitos de segurança, exercendo uma coordenação dos órgãos. Sob a coordenação nossa, temos o Serpro, a Polícia Federal, temos os órgãos estaduais e municipais. Então, quando se fala em coordenação de redes, um centro de coordenação, a responsabilidade é nossa. É a nossa primeira experiência real, de colaboração com uma agência civil, no caso específico o MRE, responsável pela organização da Rio+20. É um modelo.
O Ministério das Relações Exteriores.
É, o Itamaraty é o organizador e nós estamos colaborando com a segurança cibernética. Sugerimos o modelo de monitoração da rede, baseado até num modelo utilizado nos Jogos de Inverno de Vancouver, de 2010. Partindo daquele modelo, montamos uma estrutura física e lógica, de modo a colaborar com a segurança.
A Rio+20 é tida como uma espécie de teste de infraestrutura para a Copa do Mundo e os Jogos.
E eu diria que, em termos de repercussão, ele é tão importante quanto a Copa e os Jogos. Talvez até, em termos de participação mundial, seja mais crítica do que os outros eventos. Porque vai reunir cerca de cem chefes de Estado e governo, presidentes e primeiros-ministros, então tem uma representatividade mundial muito grande. Tem o aspecto de segurança da rede, porque certamente os governos usarão essa rede para trocar informação com suas bases, nos seus países. Os aspectos de segurança da informação e até de disponibilidade dessa rede serão críticos para o sucesso da Rio+20. Estamos procurando colaborar com a organização, sugerindo um modelo de monitoração e até algumas medidas que constaram do edital para a contratação de uma companhia que vai prover a estrutura de telemática. Por exemplo, a estrutura deverá contar com sistemas de prevenção de intrusão. Isso tudo estamos acompanhando.
O chefe do Estado Maior das Forças Armadas americanas esteve no Brasil e, no retorno, mencionou como uma das esperanças de cooperação exatamente a defesa cibernética. Como é que está sendo feito esse encaminhamento, não só com os Estados Unidos, mas com outros países?
Além de o setor cibernético exigir uma integração no nível nacional, para que uma defesa seja efetiva há necessidade de integração entre países, porque os tipos de ataques vão se repetir. Os ataques que hoje são feitos às redes americanas ou de qualquer outro país deverão ser os mesmos tipos ou semelhantes. O setor cibernético não tem fronteira. O movimento hacktivista tem até uma nuance filosófica, como os anarquistas no início do século 20, combatendo o controle de governos. Isso hoje passa pela internet também. No movimento hacktivista, os mais conhecidos advogam que a internet deve ser um espaço livre de controle governamental, um espaço de troca de ideias e que qualquer controle governamental vai restringir as liberdades individuais.

Essa discussão é comum no Brasil, nos Estados Unidos. Hoje a Pipa e a Sopa, dois projetos de lei, são uma discussão muito grande nos Estados Unidos, como no Brasil está sendo feita uma discussão em relação ao marco civil da internet, que basicamente diz o seguinte, "primeiro temos que cuidar dos direitos do cidadão". E tem o projeto de lei do senador Eduardo Azeredo, que busca proteção para as redes, para os sistemas bancários, procurando responsabilizar não só autores de ataques mas também as prestadoras de serviço. A partir do momento em que se discute se elas serão obrigadas a manter os registros de acesso durante três anos, isso já é encarado, pelos que defendem total liberdade, como uma forma de monitorar o cidadão. É uma discussão filosófica, política.
Que está em andamento.
Está em andamento. A solução vai ter que passar pelo Congresso, porque interfere realmente na vida dos cidadãos, na vida das empresas até, porque manter registro durante anos tem um custo. Tudo isso ainda é motivo de discussão na sociedade. Nós temos, logicamente, acompanhado tudo isso, porque tem implicações diretas na formulação das nossas políticas. Mas de maneira geral a nossa política é de defesa cibernética. É de defesa, de modo a podermos preservar nossos ativos e, numa situação de guerra, evitarmos que as nossas redes caiam, num tipo de ataque que já se teve, negação de serviço, ou mesmo de expropriação de dados confidenciais, numa operação de guerra, que dariam vantagem para o adversário.
Vamos ao CDCiber?
Eu só esclareço que estamos em obras, realmente obras civis. Mas já temos alguma coisa para mostrar. E a primeira delas, que inclusive esperamos ter já em funcionamento na Rio+20, é justamente dar aqui, ao Comando do Exército, condições de verificar em tempo real o que está acontecendo na Rio+20, em termos de monitoramento de rede. Estamos terminando a montagem do chamado Centro de Consciência Situacional, que é um centro de decisão ou, por enquanto, de acompanhamento do que se passa na Rio+20. O primeiro emprego dele é daqui a daqui a menos de dois meses.SEGURANÇA NACIONAL