domingo, 9 de outubro de 2011

Rafale C - FX-2 Project, uma das aeronaves que pode integrar a Força Aérea Brasileira.

Rafale C - FX-2 Project, uma das aeronaves que pode integrar a Força Aérea Brasileira. O Hangar FS Team disponibiliza com excluisivdade o Pack com Aeronave completa todo feito em Gmax com animação completa, novo FDE (Mais realístico), Air File corrgido e atualizado, iluminação customizada, Painel 2D e VC completos e operacionais, sons realísticos e Texturas em Hi-Res 32 bits com as possíveis cores que serão utilizadas nesta aeronave. Neste trabalho foram utilizados os esquemas de pintura oficiais do 1º GDA - Esquadrão Jaguar. Texturas by Paulo H Fagundes - Hangar FS Team Lead. Aeronave testada e aprovada no FS2004 e FSX.




Jets Fighters - DogFight - SkyFighters [HD]

Liner o míssil balístico secreto russo (vídeo

Não tinhamos conhecimento do desenvolvimento deste novo Míssil denominado “Liner”, a notícia então nos pegou de surpresa, no vídeo da RT news são dadas algumas informações sobre o míssil.




Segundo a RT, o míssil foi lançado com sucesso concluindo uma série de ensaios de disparos e considerados sucesso pelos especialistas militares Russos.



O míssil russo Liner, difere do Bulava até então tido como o melhor Míssil balístico naval russo por possuir propulsão a combustível líquido e não sólido, segundo os Russos, o Liner é a mais moderna e recém desenvolvida arma lançada a partir de submarinos, na atualidade no mundo.



O liner seria segundo eles, o míssil com maiores capacidades de carga e alcance, superando os mísseis de qualquer outro país.

Lançados por submarinos (SLBM) o Liner pode transportar até 12 ogivas nucleares de baixo rendimento (MIRV) e tem uma relação carga / massa superando qualquer míssil de combustível sólido estratégico desenhado pelos EUA, Reino Unido, França ou China, conforme anunciou em um comunicado o desenvolvedor Makeyev State rocket Center.




É muito flexível em termos de carga e pode alterar variando de ogivas mistas de diferentes capacidades.



Especialistas militares Russos afirmam que o Liner é duas vezes mais potente que o Bulava, o míssil designado para o avançados submarinos da classe Borey.



Segundo a RT o “Liner” foi testado em segredo em maio do ano passado e os ensaios agora concluídos avaliaram a suas capacidades. Ou seja, os Russos trabalharam de fato em 3 mísseis distintos, o Sineva o Bulava e o Liner.



Russian missiles, torpedoes and bombs development "Tactical Missiles Corporation



Veja entrevista com comandante da FAB sobre a Operação Ágata 2

Sara Nanni




No final de setembro deste ano teve início a Operação Ágata 2. No vídeo, o Tenente-Coronel Aviador André Monteiro, Comandante do Esquadrão Flecha, que voa caças A-29 Super Tucano a partir de Campo Grande (MS), explica como são feitas as operações de segurança na fronteira.



Durante a Operação Ágata foram interceptadas 33 aeronaves, das quais 27 estavam em situação regular. As outras seis deixaram o espaço aéreo brasileiro depois da abordagem dos pilotos.



A Força Aérea Brasileira (FAB) mantém caças prontos para interceptar qualquer aeronave em voo irregular na região de fronteira do Brasil com o Uruguai, a Argentina e o Paraguai, 24 horas por dia, todos os dias do ano.



A missão é cumprida por caças A-29 Super Tucano, que durante a operação decolam das cidades de Maringá (PR), Dourados (MS) e Campo Grande (MS), além dos supersônicos F-5EM de Canoas (RS).



Também é utilizado um Veículo Aéreo Não Tripulado (VANT) RQ-450, que fica baseado em Santa Rosa (RS), na fronteira do Brasil com a Argentina. Esse VANT ajuda a captar informações à distância – sem a necessidade de o piloto estar dentro da aeronave – que podem ser disponibilizadas e acompanhadas ao vivo enquanto outra aeronave com tripulação estiver voando.



Entenda como funcionam as operações de segurança da FAB :

Sara Nanni




No final de setembro deste ano teve início a Operação Ágata 2. No vídeo, o Tenente-Coronel Aviador André Monteiro, Comandante do Esquadrão Flecha, que voa caças A-29 Super Tucano a partir de Campo Grande (MS), explica como são feitas as operações de segurança na fronteira.



Durante a Operação Ágata foram interceptadas 33 aeronaves, das quais 27 estavam em situação regular. As outras seis deixaram o espaço aéreo brasileiro depois da abordagem dos pilotos.



A Força Aérea Brasileira (FAB) mantém caças prontos para interceptar qualquer aeronave em voo irregular na região de fronteira do Brasil com o Uruguai, a Argentina e o Paraguai, 24 horas por dia, todos os dias do ano.



A missão é cumprida por caças A-29 Super Tucano, que durante a operação decolam das cidades de Maringá (PR), Dourados (MS) e Campo Grande (MS), além dos supersônicos F-5EM de Canoas (RS).



Também é utilizado um Veículo Aéreo Não Tripulado (VANT) RQ-450, que fica baseado em Santa Rosa (RS), na fronteira do Brasil com a Argentina. Esse VANT ajuda a captar informações à distância – sem a necessidade de o piloto estar dentro da aeronave – que podem ser disponibilizadas e acompanhadas ao vivo enquanto outra aeronave com tripulação estiver voando.



Entenda como funcionam as operações de segurança da FAB :




sábado, 8 de outubro de 2011

NAe A-12 SÃO PAULO

Após cinco anos, em julho de 2010, o Nae São Paulo retornou ao setor operativo da esquadra revitalizado e com algumas modernizações. Quilômetros de tubulações de água, vapor e combustível foram substituídos, todo o seu convés foi raspado e recapeado, foram feitas obras estruturais nos conveses internos e externos.




As catapultas e os sensores foram revitalizados. A propulsão passou por uma revisão geral, sendo que trabalhos foram realizados para solucionar a vibração em um dos eixos que causou a última docagem do navio. O sistema de ar condicionado foi modernizado e ampliado. Três lançadores Simbad para defesa aérea estão operacionais

Voltou realizar testes fora da Doca, no final de Julho de 2010, e apesar da fumaça preta que foi vista a sair das suas chaminés, por ainda estar regulando seus queimadores, e procurando a mistura correta de ar/combustível para seus motores, estava muito bem encaminhado para voltar a testes de mar ainda em 2010.




Atualmente, em 2011, encontra-se em testes, através da Comissão de Inspeção e Assessoria de Adestramento (CIASA), para ser re-incorporado a Marinha do Brasil ainda durante esse ano. Espera-se ainda também esse ano a volta de operações de lançamento e recolha de aeronaves de asas fixas, do Esquadrão VF-1. Segundo informações, serão utilizadas 6 aeronaves que ainda não foram modernizadas.



A aviação do São Paulo ainda está sendo montada e só estará operacional por volta de 2013, quando estarão chegando os 12 AF-1 A-4 Skyhawks modernizados na Embraer.



As entregas estão previstas para ter início em 2012 e a conclusão se dará em 2014. Na realidade, eles irão se tornar uma escala de aprendizado doutrinário para a MB.



Projeto complexo e múltiplos interesses são desafios do satélite geoestacionário brasileiro

O projeto do Satélite Geoestacionário Brasileiro ainda está envolto em uma grande quantidade de sigilo e pouco se pode dizer com segurança sobre a formatação final do programa. Dependendo do interlocutor, a informação que se tem é que ou o projeto está em fase bastante adiantada, ou ainda bastante incompleto. Não há certeza sequer se o primeiro satélite, previsto para 2014 (mas que tem como data mais realista, livre de pressões políticas, 2016) será apenas um, pois é real a possibilidade de que sejam dois satélites menores.




O que adiciona uma grande quantidade de complexidade ao projeto é a característica híbrida do projeto, que se destina tanto ao uso militar, com a banda X, quanto à aplicação civil de atender ao Plano Nacional de Banda Larga.



Da parte militar o que se sabe, segundo informações que foram passadas pelo general Celso José Tiago, do Ministério da Defesa, durante apresentação no Congresso Latino-americano de Satélites, realizado pela Converge Comunicações e pela TELETIME nesta sexta, 7, é que o projeto visa atender ao Plano Nacional de Defesa e à Estratégia Nacional de Defesa, instituídos pelo governo em 2009 e que é naturalmente complexo por envolver o monitoramento de uma gigantesca área de fronteira que cobre 27% do território nacional (como comparação, isso é o dobro da área de fronteira dos EUA), a Amazônia, o espaço aéreo brasileiro e, sobretudo, as fronteiras marítimas. Ou seja, o satélite terá que atender a complexos planos de monitoramento e defesa que envolvem Exército, Marinha e Aeronática.



Segundo o general Tiago, a formatação dos planos e necessidades do Exército já está mais adiantada, mas ainda falta finalizar os planos da Aeronáutica e Marinha. Tudo isso passará ainda pelo acompanhamento da Agência Espacial Brasileira (AEB), vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia, e deve envolver necessariamente o total controle operacional e tecnológico por parte de brasileiros, a transferência de tecnologias a empresas brasileiras e ainda se enquadrar em um projeto maior que envolve satélites menores de monitoramento e vigilância, localização e ainda atender à capacidade de comunicação que cubra as missões brasileiras no exterior, incluindo regiões como Mediterrâneo e Oriente Médio.



Segundo o coronel Marcelo Franchitto, do Instituto de Aeronáutica e Espaço, que também participou dos debates, toda essa capacidade precisa estar disponível de forma integrada, o que adiciona um componente de dificuldade adicional.



Backhaul



Da parte de telecomunicações civil para atender o PNBL, o que se sabe é que será um satélite em banda ka destinado basicamente a backhaul para acesso banda larga. Esse propósito simplifica um pouco o projeto, pois não há a necessidade de projetar o satélite com muitas células, já que ele não se destinaria ao atendimento do consumidor final. Isso torna o satélite mais leve e barato, mas de qualquer maneira a operação em banda ka tem desafios adicionais em relação à atenuação atmosférica, o que é algo crítico em regiões como a Amazônica, onde estão boa parte das cidades em que o Plano Nacional de Banda Larga não conseguirá chegar por meio de fibra óptica. A questão da posição orbital também é crítica, pois disso depende uma cobertura mais ou menos eficiente da fronteira marítima. Hoje, fala-se no mercado que o primeiro satélite geoestacionário brasileiro poderia ocupar ou a posição 48W ou a posição 75W, mas outras estão também sendo avaliada. Se o satélite fosse apenas destinado à defesa, certamente não haveria questionamento em relação à consignação gratuita desta posição, mas algumas empresas privadas questionam como a Anatel tratará a questão considerando a participação da Telebrás no projeto.



Segundo dados da Agência Espacial Brasileira, este primeiro satélite de comunicação a ser lançado até 2014 será de porte superior a 2 toneladas, o que é um pouco acima da capacidade do foguete lançador Cyclone 4, que está sendo projetado e construído pela Alcântara Cyclone Space, empresa bi-nacional Brasil/Ucrânia. O Cyclone 4 tem capacidade para satélites de até 1,7 toneladas. Mas segundo Sergiy Guchenkov, diretor da bi-nacional, com o orçamento previsto pelo Brasil (cerca de R$ 710 milhões), é possível construir dois satélites menores que atenderão perfeitamente a capacidade militar e civil do SGB e que ainda poderiam ser lançados no Cyclone 4, o que garantiria ao Brasil a possibilidade de absorver plenamente inclusive a tecnologia de lançamento e asseguraria um backup caso seja necessário.



Transferência tecnológica



O desafio de transferência de tecnologia é um dos grandes problemas do projeto do Satélite Geoestacionário Brasileiro. Ao mesmo tempo em que as Forças Armadas colocam a necessidade de transferência desta tecnologia para empresas nacionais como uma parte fundamental do projeto, é uma posição praticamente consensual de que para o primeiro satélite, a ser lançado em 2014, terá muito pouco de sua tecnologia transferida para o Brasil, mas há ainda a expectativa de que pelo menos parte dela seja absorvida pelo integrador nacional, diz o General Tiago.



Laurent Mourre, gerente geral da Thales para o Brasil, a transferência de tecnologia é sempre uma questão que passa por um aspecto político de quem detém a tecnologia, uma questão orçamentária, uma componente de tempo e a capacidade de absorção de quem contrata. A Thales é uma empresa francesa que construiu boa parte dos satélites geoestacionários em operação hoje. Segundo Mourre, da parte do governo francês, não existe nenhuma restrição para que a tecnologia francesa seja transferida ao Brasil. “Isso está claro no projeto do submarino nuclear ou na venda dos caças para a Aeronáutica” , mas ele ressalta que a componente de tempo é complicada para que haja transferência de tecnologia já nesse primeiro satélite geoestacionário a ser lançado em 2014.



Tudo isso passará pela empresa integradora, que será a responsável pela contratação das diferentes partes e acompanhará a montagem e os testes com o satélite. Especula-se que a Embraer seja a empresa mais próxima de assumir o papel de integradora, mas não há consenso dentro do governo sobre isso (o nome da empresa não foi citado nos debates). A outra opção seria a Mectron, ligada ao grupo Odebrecht e que já hoje desenvolve equipamentos de defesa como mísseis e foguetes militares, mas essa opção é considerada mais adequada para integrar satélites menores para outros propósitos.



Fonte: Teletime



sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Agência espacial russa revisa programa após série de acidentes


MOSCOU - A Agência Espacial Russa, Roscosmos, anunciou nesta sexta-feira, 7, a revisão de seu programa de desenvolvimento após uma série de fracassos e acidentes como o do cargueiro Progress, que caiu em agosto com uma carga vital para a Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês).
"O mercado espacial mundial representa este ano US$ 267 bilhões. Nós só temos 3%", disse Vladimir Popovkin, diretor da Roscosmos, ao ser consultado pelas agências russas.
Popovkin ressaltou que a Rússia tem que aumentar sua presença no setor de serviços espaciais internacionais, que tem atraído cada vez mais países, além de antecipar que em 2015 se multiplicará por quatro o número de sondas e também se aumentarão os satélites de comunicações para operações de salvamento Cospas-Sarsat.
Sobre os satélites para o sistema de navegação russo Glonass, semelhante ao GPS americano, e que deveria entrar em funcionamento no mundo todo dentro de um mês, também serão aumentados de 24 para 30, acrescentou.
Popovkin destacou que a Rússia deve cooperar com a China, a potência espacial emergente, embora tenha enfatizado que a Roscosmos não tem intenção de ceder ao gigante asiático toda sua tecnologia.
Em relação às mudanças das datas de lançamento pela catástrofe do Progress, no final de agosto, o diretor antecipou também que um novo cargueiro será lançado em 30 de outubro "para comprovar que tomamos as medidas necessárias".
"Em 14 de novembro lançaremos uma Soyuz com três astronautas e outros três serão lançados em 21 de dezembro, data em que a Estação Espacial Internacional voltará a operar com normalidade", disse Popovkin, que antecipou também que em 8 de novembro a nave Fobos-Grunt será enviada a Marte, para instalar uma estação automática em um satélite desse planeta.
O voo da nave espacial foi adiado em setembro de 2009 para reduzir riscos e aumentar a confiabilidade da missão interplanetária.
O projeto permitirá estudar o espaço e clima próximos, como a radiação afeta a vida em Marte e ensaiar as principais tecnologias das futuras expedições a este planeta, como a realização de testes em condições de falta de gravidade e, principalmente, a operação de aterrissagem.
Por causa do acidente do Progress, a Rússia teve que interromper as atividades dos foguetes Soyuz, suspensão que se somou a dos foguetes portadores Proton e dos blocos aceleradores Briz-M.
O primeiro-ministro da Rússia, Vladimir Putin, determinou que a Roscosmos aumentasse os controles de qualidade na fabricação de naves espaciais e seus componentes, principalmente antes de seu lançamento.
O acidente do Progress foi o primeiro desde 1978 e ocorreu pouco depois que os cargueiros e as naves Soyuz russas se tornaram a única ligação entre a Terra e a ISS, após a aposentadoria das naves americanas.

Especialistas destacam disposição brasileira em controlar fluxo de bens sensíveis


Participantes de seminário em Campinas ressaltam participação ativa do Brasil nos fóruns das Nações Unidas que visam a não-proliferação de armas de destruição em massa
O empenho brasileiro para controlar o fluxo internacional de tecnologias sensíveis de uso dual foi demonstrado nas palestras de abertura do 8º Seminário de Ciência, Tecnologia e de Inovação do Ministério da Defesa, que se realiza em Campinas, com o apoio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), no Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer. Até sexta-feira, o evento irá debater questões de importância global, como o uso pacífico da energia nuclear e a não-proliferação de armas de destruição em massa e ações de contraterrorismo.
O Brasil é signatário de acordos internacionais que vedam a utilização ou estocagem de armas químicas e biológicas. A Constituição Federal proíbe a utilização de armas nucleares. O país também participa de acordos e regimes internacionais visando o controle desses produtos e das tecnologias necessárias para sua elaboração.
Agilidade e cerceamento
Uma das principais autoridades no tema, o secretário-executivo da Comissão Interministerial de Controle de Exportação de Bens Sensíveis (Cibes), Sérgio Frazão, destacou a velocidade das ações de governo na área. “Nosso esquema de atualização das listas de controle de bens sensíveis, por meio de soluções da comissão, é muito mais ágil que o sistema de atualização dos Estados Unidos ou da Rússia”, exemplificou. “As listas brasileiras podem ser atualizadas em um mês após uma inclusão de novos itens decidida em plenárias das convenções e dos regimes internacionais de desarmamento e não proliferação. Em média, os outros países levam em torno de um ano para realizar o trabalho.”
Frazão reafirmou também a qualidade da participação brasileira nos fóruns relacionados a bens sensíveis. “Mesmo as nações que procuram cercear nossos esforços de pesquisa reconhecem a transparência de nossas ações. Devemos lembrar que armas de destruição em massa não se limitam a exterminar vidas humanas. Atacam a fauna e a flora. Realizamos um trabalho humanitário, que visa a preservação de populações e do meio-ambiente”, acentuou.
Antes, o diretor do Departamento de Ciência e Tecnologia e Industrial da Secretaria de Produtos de Defesa do Ministério da Defesa, major-brigadeiro Álvaro Knupp, descrevera a amplitude dos esforços brasileiros nos organismos internacionais. “Participamos, integrados ao MCTI, de todos os fóruns de controle de bens sensíveis nas áreas atômica, biológica, química e de controle de foguetes e mísseis.” Mesmo assim, de acordo com o brigadeiro, o país precisa antecipar ações de cerceamento “impostas por países que não querem, por motivos políticos ou econômicos, que tenhamos independência tecnológica.”
Um dos gargalos citados pelo brigadeiro Knupp foi a ausência de um laboratório de pesquisas biológicas de nível 4, que oferece o maior grau de segurança no estudo de micro-organismos altamente contagiosos, como o vírus Ebola. “Há relatos de pesquisadores brasileiros que enviaram cepas de agentes patogênicos para o exterior e que não tiveram acesso ao resultado das analises por determinação de agências de controle estrangeiras”, contou. “Essa fragilidade não é admissível diante da realização de grandes eventos, como a Copa do Mundo e as Olimpíadas.”
O professor Amândio Balcão, do CTI Renato Archer, atacou a questão da segurança e defesa na área cibernética ao descrever o projeto Pandora-Sandbox, que procura malwares para estudo por meio de pesquisas em sites potencialmente malignos. “Quando encontramos um item, ele é direcionado para um servidor, que analisa a ameaça e o grau de virulência do agente.” No ano passado, segundo Balcão, foram descobertos 38 mil malwares, 17 mil deles únicos. Desse total, 22% não foram detectados por antivírus disponíveis no mercado.
Abertura
O diretor do CTI, Victor Mammana, abriu o encontro com um breve relato dos trabalhos desenvolvidos pela unidade. Em seguida, o subsecretário de Coordenação das Unidades de Pesquisa do MCTI, Arquimedes Ciloni, destacou o avanço das atividades de desenvolvimento e pesquisa no Brasil. “Hoje, ocupamos o 38º lugar em número de trabalhos publicados, logo após a República Popular da China. Nossa nota de desempenho saiu de 1,6, em 2007, para 21,2, no ano passado.”
Apesar disso, restam muitas vulnerabilidades, principalmente na área de TI. Faltam 90 mil especialistas e, seguindo o atual índice de crescimento, esse total chegará a 800 mil em 2014.
O secretário de Produtos de Defesa do Ministério da Defesa, Murilo Marques Barbosa, destacou o impacto da Medida Provisória número 544, que criou mecanismos de incentivo para indústrias estratégicas nacionais, inclusive para as de bens sensíveis e duais. Ele ressaltou os estreitos laços de cooperação da Defesa com os ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), das Comunicações e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC).
“Trabalhamos intensamente com esses órgãos para definir as características do novo satélite geoestacionário, lançado no mesmo dia da MP 544, que terá uso dual e estará operacional em 2014”, exemplificou. “Setenta por cento da capacidade será destinada à banda KA, de emprego civil, e 30% à banda X, de emprego militar.”
Com isso, será possível estender a internet de banda larga para os rincões mais distantes do território nacional, além de ampliar a capacidade de comando e controle das Forças Armadas, interligando unidades terrestres, aéreas e marítimas.

Brasil negocia participação em projetos militares com Turquia


A Turquia, aonde a presidente Dilma Rousseff chegou ontem à noite, negocia com o Brasil parceria nos campos naval e aeronáutico. As conversas com o país, membro da Otan (aliança militar ocidental), estão a cargo do ministro da Defesa, Celso Amorim.
Dois projetos em especial devem ser tratados hoje na reunião de Amorim com o colega turco, Ismet Yilmaz, em Ancara: uma participação turca no desenvolvimento do cargueiro militar KC-390, da Embraer, e uma contribuição brasileira no desenvolvimento de caças para a Turquia.
Para Amorim, Brasil e Turquia devem aproveitar o fato de serem “duas potências emergentes, que compartilham visões políticas semelhantes e possuem nível de desenvolvimento tecnológico similar”.
“A indústria de defesa turca é muito desenvolvida e possui larga experiência em joint-ventures e em absorção de tecnologias. Essa experiência pode ser muito útil ao Brasil”, disse à Folha.
O KC-390 é um avião de transporte militar, que pode substituir, no mercado internacional, o americano Hércules C-130, da década de 50. A FAB (Força Aérea Brasileira), que estabeleceu os requisitos do KC-390, já anunciou querer comprar 28 aviões.
O projeto do cargueiro já tinha virado moeda de troca na licitação para a compra de caças pelo Brasil, que se arrasta há anos. A França foi a primeira a acrescentar a promessa de compra de dez unidades do KC-390 se o Brasil optasse pela compra do caça Rafale. A americana Boeing e a sueca Saab também adicionaram o tema às suas propostas.
O Brasil tem interesse em participar do desenvolvimento turco de caças de quinta geração -mais modernos do que a FAB deve adquirir por meio da concorrência. O que o país tem a oferecer é a experiência da Embraer na área de aerodinâmica.
Amorim, no entanto, descartou a possibilidade de conversar com o homólogo turco sobre “temas de responsabilidade do Itamaraty”, como a segurança no Oriente Médio, o processo de paz entre israelenses e palestinos ou mesmo o programa nuclear do Irã. Hoje, Amorim acompanha Dilma em encontro com o presidente turco, Abdullah Gül.

Oliver VTOL anuncia conceito de aeronave militar de carga pesada tiltrotora com seis motores


A empresa Oliver VTOL LLC, anunciou nessa quarta-feira, dia 5 de outubro, uma nova aeronave de Heavy Lift Hexplane (HHL) conceito que tem o potencial para atender à necessidade dos militares de aeronaves de carga com capacidade de decolagem e pouso vertical (VTOL).
Com base na inovadora tecnologia Hexplane (seis motores) da empresa, o conceito HHL da Oliver VTOL poderá ser um forte concorrente para atender aos requisitos do programa Força Tarefa de Aeronave Vertical Conjunta (JVATF) dos militares norte americanos. As proposta das aeronaves de Transporte de Carga Pesada Conjunta ??(JHL), de Carga Pesada do Exército (AHL) e da Substituta de Carga Pesada (HLR) tem continuamente mudado desde que o programa Quad Tilt Rotor (QTR) foi proposto em 1999, principalmente devido ao crescimento das cargas úteis do Sistema Planejado Futuro (FCS) do Exército. Estima-se que a aeronave JHL custaria tanto ou mais de US$ 200 milhões cada.
O conceito Hexplane HHL da Oliver VTOL foi dado entrada num escritório de registros de Patentes dos EUA no dia 12 de setembro de 2011. O avião tem três asas e seis unidades de propulsão rotativas com uma capacidade de carga semelhante à capacidade de carga de um Lockheed C-130J-30.
Com base nas análises iniciais e simulações de vôo, o HHL Hexplane iria voar acima de 25.000 pés em velocidades de cruzeiro superiores a 450 mph com autonomia superior a 1.500 milhas. Os requisitos para pouso do Hexplane HHL são significativamente menores que os conceitos atuais QTR JHL, um fator chave para a capacidade de um VTOL de carga pesada para operar a partir de navios e zonas de pouso confinadas.
A aeronave conceito equipada com seis motores tiltrotores poderá transportar cargas que uma aeronave C-130 Hercules atualmente transporta. (Foto: Oliver VTOL)
“Independentemente da capacidade de carga, o Hexplane JHL e outros modelos de carga pesada Hexplane podem voar mais rápido, mais além e com mais segurança do que qualquer outro conceito VTOL de carga pesada existente hoje no mercado”, disse Richard Oliver, fundador e CEO da Oliver VTOL. ”Acreditamos que o Hexplane Heavy Lift ??(HHL) é uma solução muito atraente para os esforços em estudo das forças armadas para garantir diversas soluções futuras de aeronaves de carga pesada.”
O conceito HHL vem após o anúncio da Oliver VTOL no último mês do Hexplane. Com o Hexplane, a versão HHL pode continuar a executar as operações de voo vertical com peso bruto total mesmo se uma hélice do motor, ou uma caixa de transmissão falhar – o primeiro VTOL concebido com esta capacidade.
Um demonstrador de tecnologia planejado do Hexplane deverá possuir um teto operacional maior do que 35 mil pés e transportar uma carga de 1.000 quilos, num percurso de 1.000 milhas numa velocidade de 400 quilômetros por hora. Esta é uma capacidade que a Agência de Projetos de Pesquisas Avançadas em Defesa (DARPA) desafiou a indústria da aviação a realizar.
O escritório de Patentes dos EUA publicou a aplicação de patente de Richard Oliver para o Hexplane no dia 14 de julho de 2011. A empresa espera receber uma patente para as aeronaves nos próximos 12 a 18 meses.
Os membros da Oliver VTOL acreditam que a tecnologia Hexplane poderá ser usada em ambas as operações de vôo tripuladas e não tripuladas para os militares. A aeronave pode ser usado como uma ambulância aérea porque a sua velocidade e alcance permitiria o transporte de pacientes mais rapidamente e com maior acesso aos principais centros hospitalares do que atualmente possível, particularmente a partir de locais remotos. Outras aplicações incluem suporte as plataformas offshore de petróleo, tarefas de busca e salvamento, e até mesmo na aviação executiva.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Reino Unido garantirá segurança de Ilhas Malvinas, diz ministro da Defesa


O ministro da Defesa britânico, Liam Fox, afirmou nesta quarta-feira que o Reino Unido “garantirá a segurança” das Ilhas Malvinas e protegerá a população do território, que é reivindicado pela Argentina, enquanto ela quiser permanecer sob o domínio britânico.
A posição de Fox, reiterada pelo primeiro-ministro britânico, David Cameron, e pela diplomacia do país em diversas ocasiões, é de que o Reino Unido se compromete com a defesa do direito dos malvinenses de escolher seu futuro.
Fox ainda declarou sua admiração pela ex-primeira ministra britânica Margaret Tatcher (1979-1990) durante um discurso proferido no Congresso Anual do Partido Conservador, em Manchester.
O ministro disse que “uma vitória foi possível [nas Malvinas] graças à resolução de outro premiê conservador”, referindo-se a Thatcher. Ele explicou que “foi durante seu governo, em 1982, que o Reino Unido travou uma guerra com a Argentina pelo domínio da região”.
Fox, no entanto, relembrou que, diferentemente do ocorrido nos anos 1980, agora “estamos buscando relações mais próximas” com Buenos Aires.
A declaração foi feita poucas semanas após a companhia petroleira britânica Rockhopper Exploration Plc. ter anunciado um investimento de US$ 2 bilhões (R$ 3,7 bilhões) nas águas das Ilhas Malvinas para transformar a área em um polo de extração de petróleo.
As Ilhas Malvinas (conhecidas no Reino Unido como Ilhas Falkland), são um território inglês pelo qual a Argentina reclama posse desde o século 19. Em 1982, os dois países travaram uma guerra por seu domínio e, mesmo com o Reino Unido tendo sido vencedor, o governo argentino ainda reclama seus direitos sobre as ilha.

Fragata brasileira fará patrulhas no Líbano


Navio da Marinha participará de missão de paz da ONU para auxiliar no controle das fronteiras e evitar a entrada ilegal de armas no país árabe

fragata F-45 União, da Marinha do Brasil, parte na quinta-feira, 6, da Base Naval de Mocanguê, em Niterói, levando 300 militares para participar da Força-Tarefa Naval das Nações Unidas no Líbano. A missão é complexa: garantir a paz e a segurança no sul do país e “auxiliar no controle das fronteiras de modo a evitar a entrada ilegal de armas e materiais correlatos”, de acordo com o almirante Sávio Nogueira, comandante da Força de Superfície.
Roberto Godoy, de O Estado de S.Paulo
A possibilidade de um confronto é grande. Desde 2006, a Força-Tarefa inspecionou 28,2 mil embarcações e encaminhou 400 delas para inspeção do governo do Líbano. Foram disparados 69 tiros de advertência, destinados a intimidar navios que não obedeceram à ordem de verificação. Segundo o assessor da Unifil, Jean D’Escragnole, “até agora não foi necessário adotar nenhuma medida mais forte”.
A bordo da União seguem fuzileiros navais e mergulhadores de combate, os Grumec, time de forças especiais da Marinha. A fragata é a mais nova das seis – ou sete, se considerada a “Brasil”, convertida em navio-escola – compradas no estaleiro inglês Vosper Thornycroft.
Quatro foram construídas em Portsmouth. As três últimas saíram do Arsenal da Marinha, no Rio. A União é a mais nova, recebida em 1980. Revitalizada entre 1997 e 2003, a frota ganhou recursos eletrônicos atualizados, como um radar com alcance na faixa de 200 quilômetros e um sistema de combate que dá prioridade à ação antissubmarino. Um helicóptero armado Super Lynx é orgânico da F-45.
A fragata volta ao Brasil só em junho de 2012. “Se houver necessidade, o meio poderá ser substituído”, diz Sávio. A Força-Tarefa (FTM) é formada por oito navios – três da Alemanha, mais dois de Bangladesh, um da Turquia, um da Grécia e um do Brasil. O governo de Beirute dispõe apenas de embarcações leves, para patrulha em águas rasas.
O comandante da FTM é o contra-almirante brasileiro Luiz Caroli, apoiado por quatro oficiais e quatro praças, também do Brasil, o seu estado-maior.
Pelo telefone, Caroli disse ao Estado que “o objetivo da missão é colaborar com a paz e dar projeção e protagonismo internacional ao País”. Para o oficial, “trata-se de um trabalho delicado em uma região de grande tensão, uma experiência profissional única, engrandecedora”.
FONTE: Estadão

Petrobrás e Vale vão gerar energia na Antártica

SÃO PAULO - O Brasil será o primeiro país a ter energia elétrica gerada tendo como matéria-prima o etanol no continente antártico. A partir de novembro, a Estação Antártica Comandante Ferraz vai substituir o diesel mineral por etanol hidratado na produção de eletricidade.A iniciativa conta com investimentos de R$ 2,5 milhões vindos de parceria entre a Petrobrás Biocombustível, Vale Soluções em Energia (VSE) e pela Marinha do Brasil.
De acordo com o diretor de etanol da Petrobrás Biocombustível, Ricardo Castello Branco, a iniciativa abre a expectativa de criação de um novo campo de uso para o etanol brasileiro na produção de energia elétrica, além de possuir um forte efeito simbólico. "Queremos desenvolver na geração de energia elétrica limpa o mesmo conhecimento e competência que temos na área de etanol combustível", disse Castello Branco.
O executivo explica que, a partir de novembro, será realizado um teste na estação Antártica que deve durar um ano, para que a utilização de etanol sob condições climáticas extremas seja analisada.
O teste deve consumir 350 mil litros de etanol hidratado, que serão disponibilizados pela Petrobrás, assim como o transporte até a estação. "Desenvolvemos tanques especiais para levar o etanol até lá, construídos sobre trenós para que ele deslize sobre o gelo", explica.
Segundo o executivo, a utilização de etanol para geração de eletricidade pode ser um mercado importante no médio prazo. "Veja a necessidade de energia do Japão, por exemplo. Grandes geradores que funcionem a partir de etanol poderiam suprir parte dessa demanda", disse.
Parceira do empreendimento, a Vale Soluções em Energia (VSE) produziu o gerador, com capacidade de 250 quilowatts. Segundo o presidente da VSE, James Pessoa, esse volume de energia é suficiente para abastecer e iluminar toda a estação de pesquisa na Antártica. A VSE é uma parceria entre a Vale (que detém 53% da empresa) e o BNDESPar (dono dos outros 47%), que investe em pesquisa, desenvolvimento e produção de sistemas de geração sustentável.
Sem aditivo. Pessoa explica que a VSE desenvolveu o gerador que opera com etanol hidratado para geração de energia. "Ao contrário do motor que desenvolvemos para ônibus coletivos que estão sendo testados em São Paulo, o gerador da Antártica não precisa de um aditivo extra e funciona apenas com o etanol hidratado puro", disse.
A VSE também construiu geradores para a Amazonas Energia, da Eletrobrás, para produzir energia elétrica na Amazônia de forma mais limpa e reduzir a utilização de diesel na região.
Em 2012, a presença brasileira na Antártica completará 30 anos, e a expectativa é de que toda a eletricidade gerada durante a cerimônia que será realizada venha do etanol. Uma das prioridades do Programa Antártico Brasileiro (Proantar) é a qualidade ambiental das operações do Brasil na Antártica.
Por meio desse programa, gerenciado pela Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (CIRM), o Brasil realiza estudos sobre os impactos do aumento da concentração de gases de efeito estufa no planeta, além de pesquisas científicas sobre os fenômenos que ocorrem no continente.

Índia promete apoio a Karzai (e corteja o Irã)Vídeo: Aniversário de 79 anos da Força Aérea Indiana


A visita de dois dias, do presidente Hamid Karzai, à Índia, é presságio de importante realinhamento das potências regionais em relação ao problema afegão. A Índia tomou decisão cuidadosamente pensada de assumir papel chave no chamado “fim de jogo” no Afeganistão, consideradas suas aspirações como potência regional e na defesa do que entende que sejam seus interesses vitais, numa situação que ainda está em desenvolvimento no que tenha a ver com os legítimos interesses dos indianos.
Mas a Índia não deixará de enfrentar oposição a esse recente “proativismo”, com desafios relacionados a rivalidades regionais; o modo como essas rivalidades reagirão ainda não é claro. As nuvens no horizonte podem ter ficado um pouco mais escuras, a partir do momento em que o jato presidencial de Karzai decolar da capital da Índia, na 5ª-feira.
Karzai, ele também, tinha em mente um objetivo e uma missão, ao partir para Delhi. No final da tarde de 2ª-feira, véspera da viagem à Índia, falou francamente sobre a questão política. Sua política de reconciliação com os Talibã chegou a um beco-sem-saída e, para abrir uma saída, Karzai tem de obter nova autorização de umaloya jirga (assembleia tribal), que terá de reunir-se para esse fim.
Karzai culpou o Paquistão, que não teria contribuído para o processo de paz; mas, simultaneamente reconheceu que deveria ter conversado com Islamabad, independente de isso ser o que os EUA e a comunidade internacional desejavam que fizesse – e apesar da onda de sentimentos ‘anti-Paquistão’ que cresce em vastos setores da sociedade afegã, e apesar da profunda resistência que há na sua própria coalizão de governo contra qualquer entendimento com o Paquistão sobre os Talibã.
A liderança em Kabul tradicionalmente sempre recorreu à Índia como um contrapeso para o Paquistão. A visita de Karzai a Delhi (segunda visita em sete meses) encaixa-se nesse molde; mas o que dá dimensão mais ampla à missão de Karzai é que, hoje, seus principais aliados domésticos – grupos que pertencem à velha Aliança do Norte – também são forças intimamente associadas com a Índia nos últimos vários anos.
Seus dois vice-presidentes Mohammed Fahim and Karim Khalili foram figuras de destaque na resistência anti-Talibã, promovida pela Índia; e Fahim, sobretudo, é herdeiro da máquina de guerra do falecido Ahmad Shah Massoud, sempre substancialmente apoiado pelo establishment de segurança da Índia durante a resistência anti-Talibã no final dos anos 1990s.
Se Delhi decidiu assumir abertamente seu apoio ao eixo de poder Karzai-Fahim-Khalili que vai tomando forma em Kabul, foi porque a liderança política na Índia optou por aceitar várias razões de peso que lhe foram expostas pelo establishment de segurança da Índia.
Em primeiro lugar e principalmente, há a profunda desilusão quanto às políticas dos EUA e o sentimento resultante de que a Índia tem de seguir rumo independente, no que tenha a ver com o Afeganistão, para salvaguardar seus interesses de segurança. O padrão dos EUA, de alternar momentos de tensão e distensão – embora jamais deixe de depender do Paquistão para avançar em sua estratégia no Afeganistão –, irrita oestablishment indiano.
No momento em que imprensa e especialistas indianos concluem que o mais recente abalo pelo qual passaram as relações EUA-Paquistão já foi longe demais para poder ser reparado, Washington outra vez exibe-se aos beijos e abraços com Islamabad. Já se conhecem os primeiros detalhes que comprovam que a CIA-EUA contou com a ajuda do serviço secreto do Paquistão (ISI), para fazer contato com a rede Haqqani; e que os EUA garantiram aos Haqqanis um lugar no governo do Afeganistão.
O fato de EUA e Paquistão estarem trabalhando juntos para prestigiar a rede Haqqani (que os indianos consideram responsável pelos dois atentados mortais contra a embaixada da Índia em Kabul) e trazê-la para o processo de paz horroriza Delhi e desmente todas as garantias que os norte-americanos repetem incansavelmente nos contatos com funcionários indianos.
Além disso, Delhi está convencida de que o Paquistão planejou o assassinato do presidente do Alto Conselho de Paz Afegão, Burhanuddin Rabbani, aliado da Índia, como parte de plano construído para remover do tabuleiro, sistematicamente, todas as figuras políticas capazes de desafiar a supremacia dos Talibã no próximo governo, sobretudo agora, que a retirada dos soldados dos EUA está em ritmo acelerado.
Estratégia de três braços
No contexto do diálogo com o Paquistão, a liderança da Índia já se autoconteve, e obteve significativos avanços nos seus interesses no Afeganistão nos últimos tempos; mas o establishment de segurança da Índia parece ter concluído que Islamabad não pára de aumentar a pressão, com vistas a exterminar qualquer influência da Índia em Kabul, num cenário futuro dominado por seus amigos Talibã e assemelhados.
Delhi, além disso, absolutamente não confia na eficácia do plano de retirada do presidente Barack Obama. Por ironia, a Índia partilha o mesmo ceticismo já manifestado pelo comandante do exército paquistanês Pervez Kiani, que também não acredita em 2014 como prazo limite para que as forças afegãs assumam plena responsabilidade; nas atuais circunstâncias, esse prazo não é realista.
Assim sendo, a Índia está assumindo as rédeas, por assim dizer, e fará o que puder para garantir que a estrutura de poder que hoje governa Kabul (sempre muito aberta em relação à Índia) ganhe cada vez mais capacidade para manter-se lá, no futuro próximo.
O resultado concreto da visita de Karzai à Índia desdobra-se em três aspectos e deixa ver o alcance do que os indianos estão pensando.
Primeiro, a Índia está outra vez posicionada, pela primeira vez depois da era Talibã, para ocupar o papel que lhe cabia antes de os mujaheedin tomarem o poder em 1992, quando o Afeganistão vivia sob regime comunista – a saber, o papel de mentor das forças de segurança afegãs.
Segundo, Delhi posiciona-se para ter papel destacado na exploração dos recursos minerais multitrilionários que há no Afeganistão.
Terceiro, Índia e Afeganistão decidiram trabalhar suas respectivas grades de cooperação bilateral com o Irã, com vistas a desenvolver uma rota de comércio e trânsito até o território iraniano, que não passa por território do Paquistão.
A Índia vê os grupos não pashtuns no centro e norte do Afeganistão como trincheira erguida contra a volta dos Talibã ao poder no país. Mas a Índia repetirá sempre que seus contatos com aqueles grupos dar-se-ão estritamente no contexto de relação entre estados, dada a alquimia da estrutura política que apoia Karzai em Kabul.
A questão é que os corpos de oficiais tadjiques dominam, na prática, as forças afegãs, e Delhi pode confiar neles para a resistência contra a volta ao poder de grupos como os Haqqanis apoiados pelo Paquistão. Em resumo, Delhi está virtualmente de volta à raison d’être de sua política de apoio à Aliança do Norte, no final da década dos 1990s.
Delhi não descarta a possibilidade de que ecloda outra guerra civil no Afeganistão. Está revivendo seu interesse em tornar ‘operativa’ uma pista de pouso que construiu no Tadjiquistão, com fundos próprios; e já pediu permissão a Dushanbe para reabrir um hospital militar que construiu no final dos anos 1990s em Farkhor, na fronteira afegã, para oferecer tratamento médico aos combatentes da Aliança do Norte que enfrentavam os Talibã.
O Paquistão com certeza já percebeu o futuro papel da Índia como mentora das forças afegãs e a decisão, de Delhi, de ressuscitar sua infraestrutura no Tadjiquistão que sempre serviu para dar suporte às milícias da velha Aliança do Norte, como movimentos que ameaçam os “legítimos interesses” do Paquistão no Afeganistão. O cenário está montado para uma eclosão das animosidades entre Paquistão e Índia. A resposta “assimétrica” do Paquistão no passado sempre assumiu a forma de ataques terroristas contra interesses indianos.
Na Índia, a contenção foi recomendável, quando o país enfrentou o terrorismo; mas já há uma escola de pensamento na comunidade estratégica da Índia para a qual é hora de a Índia declarar que o Paquistão blefa. Seja como for, a Índia parece estar antevendo tempos difíceis e já iniciou manobras militares massivas, previstas para durarem dois meses, na fronteira de deserto com o Paquistão, no setor do Rajastão, com mais de 20 mil soldados da Força Aérea e de grupos de assalto, com a ambiciosa agenda de testar planos de ofensiva para capturar e manter território interior do inimigo.
Em segundo lugar, Delhi está encorajando os empresários a investir em recursos minerais no Afeganistão, com vistas a posicionarem-se como “acionistas” no país. Delhi está implementando uma política de aquisição de “ativos” estratégicos no exterior, e os vastos recursos minerais do Afeganistão são vasto campo para investimentos indianos.
As empresas indianas gigantes também têm manifestado interesse na ideia. Um consórcio indiano prepara-se para participar da concorrência para explorar as minas de ferro Hajigak no Afeganistão, de reservas estimadas em 1,8 bilhões de toneladas. Os dois memorandos de entendimento assinados durante a visita de Karzai a Delhi – sobre exploração de minérios e o desenvolvimento de hidrocarbonetos – marcam o interesse que os dois países partilham por facilitar grandes investimentos indianos no Afeganistão.
Fato é que os movimentos da Índia nesse campo serão atentamente observados por outros países, especialmente China e EUA, já empenhados até o pescoço, à caça dos recursos naturais na Ásia Central. Pela primeira vez na era pós-soviética, a Índia abre asas na região, à procura de “ativos”. Apesar de estar bem atrasada no processo, em comparação com a China, a Índia parece considerar que o jogo está longe de acabar.
Em terceiro lugar, a Índia precisa dar urgente atenção ao principal desafio à frente – a falta de rota para trânsito e comércio até o Afeganistão –, e a visita de Karzai foi excelente oportunidade para consultas. Delhi falou vagamente durante mais de uma década sobre a importância de uma Rota da Seda via o Irã, mas, agora, surgiu uma e urgente pressão crítica: a Índia não pode esperar ter política efetiva para a Ásia Central, enquanto não tiver rota de acesso viável e confiável até lá.
Delhi vê o Irã como parceiro ideal a escolher para essa questão. Apesar de o clima ter melhorado nas relações Índia-Paquistão e de haver hoje regime de comércio mais distendido entre os dois países, ninguém em sã consciência em Delhi espera que Islamabad facilite para a Índia uma rota de comércio e laços de investimentos com o Afeganistão, onde os dois países são rivais.
O Paquistão fincou pé contra a implementação do acordo de comércio e trânsito que assinou com o Afeganistão sobre forte pressão dos EUA. A Índia não vê qualquer possibilidade de o Paquistão incluí-la nesse tratado, como propagandeiam os EUA.
A Índia também está longe de qualquer otimismo sobre o grandioso projeto dos EUA para uma Rota da Seda que ligaria as regiões do centro e do sul da Ásia, que, provavelmente será apresentada como grande projeto regional, em conferência que se iniciará em Istambul dia 2/11/2011.
O Irã volta a ser cortejado
E assim, finalmente, depois de quase cinco anos de negligência e descaso, Delhi começa a tirar a poeira do quadro da cooperação estratégica entre Índia e Irã. Não é tarefa fácil, porque Teerã sempre manifestou profundo ressentimento por Delhi ter cedido a pressões dos EUA (e dos israelenses) e deixado que se atrofiassem os laços com Teerã. Mas já houve um reinício, de fato, dramático, recentemente, com Delhi empenhada em conseguir encontro bilateral do mais alto nível (proposta que Teerã aceitou imediatamente).
O fato de que o encontro do mês passado entre o primeiro-ministro da Índia Manmohan Singh e o presidente do Irã Mahmud Ahmadinejad tenha acontecido em New York – em solo norte-americano – já é, em si, carregado de simbolismo político. Não há dúvidas de que Delhi preparava o terreno para a já esperada visita de Karzai.
Manmohan parece estar pessoalmente empenhado em soprar nova vida na parceria estratégica Índia-Irã, a mesma que muitos o acusam de ter sufocado nos últimos anos, em deferência aos desejos de EUA.
A reaproximação entre Índia e Irã coincide com a reaproximação também com o Paquistão. O Irã será agora assiduamente cortejado pelos dois rivais sul-asiáticos. O Paquistão trabalhará para forjar uma matriz de interesses comuns com o Irã, no que tenha a ver com a situação afegã; o mesmo fará a Índia. O modo como o Irã distribua e equilibre suas muitas escolhas agora possíveis formarão interessante padrão para toda a política regional.
O Paquistão fará o que puder para evitar que se repitam os anos 1990s, quando o Irã partilhava interesses comuns com a Índia, contra o regime dos Talibã; só será possível se Islamabad acomodar os interesses do Irã no Afeganistão. Delhi, por sua vez trabalhará para dividir com Teerã suas preocupações sobre o risco de forças islâmicas com tendência wahhabista – que já mantiveram laços estáveis com a al-Qaeda – voltarem ao poder em Kabul.
O Paquistão considerará que a chave para manter a Índia fora do tabuleiro da Ásia Central e do Afeganistão dependerá de sua habilidade para ‘neutralizar’ o Irã. A Índia, ao contrário, considerará a cooperação com o Irã como parte essencial de sua estratégia rumo ao Afeganistão e à Ásia Central.
Essa curiosa virada na política regional dá ao Irã vasto espaço estratégico para manobras vis-à-vis os EUA. A estratégia de “contenção” de Washington em relação ao Irã será virtualmente tornada sem efeito se for ignorada por Índia e Paquistão e os dois países forjarem laços estratégicos com Teerã.
Os EUA, inevitavelmente, verão com inquietação o ‘proativismo” da Índia no Afeganistão, dado que esperam trabalhar com o Paquistão para reconciliar os Talibã e trazer para a mesa de negociações os intransigentes Haqqanis. Outra vez, a Índia identifica-se, pode-se dizer, como o mais forte apoiador de Karzai na região, num momento em que os EUA estão visivelmente desiludidos com Karzai e contam com o restante de seu segundo mandato para afastá-lo, seja como for, de modo que, em 2014, outro presidente possa ser empossado em 2014 em Kabul.
Os EUA e seus aliados ocidentais e a oposição afegã já festejaram abertamente algumas indicações que Karzai parece ter dado, de que não tentará reeleger-se para um terceiro mandato (proibido, além do mais, pela Constituição afegã), mas sabem, evidentemente, que o ousado presidente afegão é homem de agudos instintos políticos e nada garante que esteja, mesmo, decidido a sair de cena. O apoio irrestrito que a Índia está oferecendo a Karzai pode vir a ser uma dor de cabeça para os EUA e seus aliados que trabalhem para derrubá-lo.
Delhi, por sua vez, avaliará que seus interesses estão mais bem defendidos numa aliança com Karzai e seus velhos aliados da Aliança do Norte que mantenha Karzai no poder. Em resumo, a coalizão de Karzai, na qual se reúnem poderosos satrapas do norte, atende bem aos interesses da Índia. A forte expressão de apoio a Karzai, que se ouviu do primeiro-ministro da Índia, não deixa dúvidas sobre o que pensa o establishment de segurança em Delhi: que a Índia deve fazer o que estiver ao seu alcance para fortalecer a resistência anti-Talibã no Afeganistão.
Em conferência de imprensa, ao lado de Karzai, anteontem, Manmohan disse: “A Índia estará ao lado do povo do Afeganistão, no momento em que se preparam para assumir a responsabilidade pelo próprio governo e pela própria segurança, depois da retirada das forças internacionais em 2014.”
Karzai realçou a confiança nesse compromisso assumido pelos indianos; disse que o acordo estratégico com a Índia, assinado naquela visita, foi o primeiro acordo daquele tipo que o Afeganistão conseguiu construir. Para muitos, parece ter dito, nas entrelinhas, que está preparado para garantir à Índia o lugar de honra, como um de seus aliados mais valiosos. (Prevê-se que o acordo estratégico EUA-Afeganistão seja assinado na Conferência de Bonn, em dezembro.)
Outra vez, a decisão de Afeganistão e Índia, sobre uma rota de comércio e trânsito via o Irã incomodará gravemente os EUA. O principal objetivo do projeto ‘Rota da Seda’ dos EUA com o Afeganistão como centro regional, e que está sendo continuado com aliados europeus, visa, precisamente, a excluir o Irã (e a Rússia) no “novo grande jogo”. E, agora, Delhi, mostra dar preferência ao Irã, para obter rota de acesso que ligue a Índia à Ásia Central (e à Rússia).
Em termos gerais, Washington não apreciará esses novos movimentos da Índia no Afeganistão, mesmo que não jogue água fria no entusiasmo de Delhi quanto ao regime de Karzai. O representante especial dos EUA para o Afeganistão, Marc Grossman, chega essa semana para visita oficial à Índia. Trabalhará o mais que possa para obter explicações racionais de seus interlocutores indianos; ouvirá muito, mas falará pouco, ou nada.
A grande questão, pois, permanece sem resposta: Será Delhi capaz de fazer avançar agente própria e tão ambiciosa, de completa parceria estratégica com o Afeganistão? As esperanças subiram muito durante a visita de Karzai, mas não se podem esquecer as ravinas políticas que minam as políticas da Índia.
A Índia não tem currículo de que se possa orgulhar, em matéria de cumprir compromissos com seus ‘aliados’ (não só afegãos). Várias vezes a Índia deixou sem cumprir compromissos assumidos em pontos críticos com a Aliança do Norte, apesar do que alegou, quando a máquina de guerra dos Talibã rolava pela região de Amu Darya. Karzai, além do mais, sabe que o Paquistão é elemento central em qualquer processo afegão de paz e que a Índia de modo algum substituirá o Paquistão.
A situação em torno do Irã é crucialmente importante para todas as políticas dos EUA para o Oriente Médio e é possível que o atual governo da Índia não tenha ‘pegada’ suficiente para atos de aberto desafio estratégico contra Washington. As elites indianas não estão inclinadas a admitir que surja qualquer contradição séria na parceria estratégica entre EUA e Índia, nas questões da região – embora encarem com extremo desprazer as aberturas que Washington tem feito na direção de Pequim, para que se aproxime como fornecedor de segurança no Afeganistão e como ‘acionista’ da estabilidade regional do sul da Ásia.
O que se pode dar por garantido, hoje, é que o establishment militar e de segurança da Índia parece ter marcado importantíssimo ponto de propaganda, contra seus rivais em Rawalpindi e Islamabad, ao alcançar, depois de seis anos de esforços persistentes, o status de mentor das forças armadas afegãs. A comunidade estratégica dá sinais de estar reconhecendo que a Índia, afinal, alcançou o status de playerno “grande jogo”.
Haverá conselheiros militares indianos no Afeganistão? Se houver, a liderança política da Índia não deverá deixar de dar a máxima atenção possível ao sombrio risco de que o nascente diálogo de paz com o Paquistão desintegre-se muito rapidamente. É altamente improvável que Islamabad (ou Washington) admita presença militar da Índia no Hindu Kush.
Ao cabo de tudo, Delhi bem fará se lembrar também que todo o apoio que deu ao regime de Mohammad Najibullah – apoio político, militar, de segurança e econômico – foi pouco e não conseguiu impedir o colapso daquele governo em 1992, quando os mujahideen bateram às portas de Kabul.Vídeo: Aniversário de 79 anos da Força Aérea Indiana

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