quinta-feira, 17 de março de 2011

FAB coloca caças de prontidão para a segurança de Obama


Força Aérea vai usar ainda aviões-radares e restringir espaço aéreo. Presidente dos EUA chega sábado ao Brasil, para primeira visita oficial.




A Força Aérea Brasileira (FAB) vai colocar caças de prontidão e posicionar baterias de artilharia antiaérea em locais estratégicos durante a visita do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ao Brasil, no próximo final de semana.



Segundo a FAB, o espaço aéreo brasileiro será monitorado por aviões-radares. Caças F-5EM, Mirage 2000 e A-29 Super Tucano estarão de prontidão em caso de necessidade. Também haverá restrições a voos.



Em sua página na internet, a Força Aérea diz que o esquema de segurança será semelhante ao implementado em outras ocasiões, como na posse da presidente Dilma Rousseff, em janeiro. Na posse de Dilma, o espaço aéreo de Brasília foi fechado.



Obama chega ao país no sábado (19), onde cumpre agenda em Brasília. Ele terá reunião com a presidente Dilma e com empresários e políticos. No domingo (20), ele estará no Rio, onde discursa na Cinelândia

terça-feira, 15 de março de 2011

Incêndio atinge reator 4 de Fukushima e radiação aumenta

O nível de radiação subiu "consideravelmente" na central nuclear de Fukushima 1, onde há um incêndio no reator Nº 4, informou nesta terça-feira o primeiro-ministro japonês, Naoto Kan. O premiê pediu à população que não saia de casa e que adote medidas de proteção contra a radiação em um raio de 30 km em torno da central nuclear.




"Um incêndio atinge o reator 4 e o nível de radiação subiu consideravelmente", declarou o chefe de governo em mensagem à Nação. "Peço às pessoas em um raio de 20 a 30 km (de Fukushima) que permaneçam dentro de casa ou em seus escritórios", disse o primeiro-ministro.



O governo já havia determinado a saída de mais de 200 mil habitantes da área dentro do raio de 20 km em torno do complexo nuclear. O porta-voz do governo Yukio Edano explicou que o hidrogênio que escapa para atmosfera carrega substâncias radioativas.



"Estamos fazendo o melhor possível para controlar o incêndio", disse Edano, admitindo que o nível de radioatividade medido no complexo nuclear é perigoso para a saúde. "Ao contrário do que ocorria até o momento, agora não há dúvidas de que o nível de radiação pode afetar a saúde de seres humanos" em Fukushima.



Terremoto e tsunami devastam Japão

Na sexta-feira, 11, o Japão foi devastado por um terremoto que, segundo o USGS, atingiu os 8,9 graus da escala Richter, gerando um tsunami que arrasou a costa nordeste nipônica. Fora os danos imediatos, o perigo atômico permanece o maior desafio. Diversos reatores foram afetados, e a situação é crítica em Fukushima, onde existe o temor de um desastre nuclear.

O Consulado-Geral do Brasil

Juntos, o terremoto e o tsunami já deixaram mais de 1,8 mil mortos e dezenas de milhares de desaparecidos. Além disso,s prejuízos já passam dos U S$ 170 bilhões. Em meio a constantes réplicas do terremoto, o Japão trabalha para garantir a segurança dos sobreviventes e, aos poucos, iniciar a reconstrução das áreas devastadas.

O Consulado-Geral do Brasil informa que até o momento não recebeu qualquer informação sobre incidentes envolvendo a comunidade brasileira em conseqüência do terremoto que atingiu o nordeste do Japão no dia 11 de março. Lembramos que Hamamatsu está localizada em uma região mais ao sul do epicentro, e por isso a intensidade foi mais baixa do que na região nordeste do país.




As linhas de telefones celulares estão congestionadas, e é normal que haja dificuldade para completar ligações. Aos que estiverem sem notícias de parentes residentes nas regiões mais afetadas, pedimos que enviem email para:



info@consbrashamamatsu.jp



assistencia@consbrashamamatsu.jp



fornecendo o maior número possível de dados da pessoa a ser localizada, para que possamos tentar contatá-las.

Empresa paulista anuncia hoje a compra da divisão de radares da Orbisat


Objetivo é expandir sua atuação nesse setor bilionário, que assiste à maior movimentação desde a ditadura



IGOR GIELOW



Pressionada pela movimentação de concorrentes, a Embraer inicia hoje a expansão de sua área de defesa. A empresa paulista anunciará a compra da divisão de radares da Orbisat, a primeira aquisição desde que criou a subsidiária Embraer Defesa e Segurança, no fim de 2010.



As vendas de equipamento de defesa, concentradas em aviões, somaram R$ 1,2 bilhão na carteira da Embraer no ano passado. Com a compra da Orbisat e a negociação pelo controle da empresa de eletrônica Atech, a Embraer visa diversificar seu portfólio de produtos militares e de segurança.



A Orbisat fabrica radares de vigilância aérea e sistemas de sensoriamento remoto. Sua linha de produtos como receptores de TV por satélite seguirá com os antigos donos. Segundo a Folha apurou, a Embraer pagou cerca de R$ 30 milhões.



A empresa já trabalha para as Forças Armadas e tem pronto um radar de vigilância, o Saber, que foi desenvolvido em conjunto com o Exército, com o objetivo de equipar o sistema de controle de fronteiras.



O projeto de R$ 10 bilhões deve ser implementado nos próximos anos, e, assim, a Embraer se posiciona para disputá-lo. A Marinha também tem plano semelhante.



Além disso, a Embraer pretende usar o radar como parte de um sistema de defesa antiaérea a ser oferecido também ao Exército. Na Copa-2014 e na Olimpíada-2016, estádios precisam, por normas internacionais, ser protegidos por baterias de mísseis contra eventuais ameaças terroristas.





EXPANSÃO DO SETOR

A jogada da Embraer, cujos planos de diversificação incluem estudos até para construir trem-bala, tem razão de ser. Desde o ano passado, quando novas leis promoveram o arcabouço jurídico para a indústria bélica nacional, o setor assiste a sua maior movimentação desde a ditadura militar.



A gigante aeroespacial europeia EADS, por meio de seu braço de defesa chamado Cassidian, associou-se à empreiteira brasileira Odebrecht, e o primeiro alvo da dupla é a aquisição da fabricante de mísseis Mectron.



A Odebrecht já tem um bilionário subcontrato do programa de submarinos da Marinha, tendo sido escolhida pela francesa DCNS para construir um novo estaleiro.

O novo submarino convencional terá quatro unidades montadas no Brasil e servirá de base para um modelo de propulsão nuclear.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Metade dos armamentos do país está indisponível

Estudo do Ministério da Defesa revela fragilidade das Forças Armadas




Blindados, navios e caças sem condições de combate e concentração de tropas no Sudeste expõem deficiência



Um levantamento reservado com uma detalhada radiografia das Forças Armadas brasileiras mostra o sucateamento do equipamento militar do país. Explicita também as conhecidas distorções na distribuição de tropas no território nacional, confrontando o discurso oficial de que a Amazônia é uma prioridade.



O estudo ao qual a Folha teve acesso é produzido pelo Ministério da Defesa e atualizado todo mês. Ele mostra que metade dos principais armamentos do país, como blindados, aviões e navios, está indisponível para uso.

O levantamento é usado provisoriamente pelo governo, enquanto não é elaborado o chamado "Livro Branco", que trará, segundo decreto assinado neste ano, todo esse diagnóstico.



O livreto obtido pela Folha tem 76 páginas e traz dados orçamentários, operacionais e de pessoal que são difíceis de encontrar com esse grau de detalhe.

Quando alguém precisa elaborar comparações com outros países, como fez a Folha em sua edição de 20 de fevereiro, a praxe é buscar fontes externas -confiáveis, mas não tão detalhadas.



O documento usado nesta reportagem traz um inventário dos chamados meios de cada Força, ou seja, os principais equipamentos para uso em guerra.



O resultado dá argumentos aos defensores do reequipamento militar, um processo caro, demorado e que costuma esbarrar em obstáculos como pressões políticas.



O caso da Marinha é paradoxal. Especialistas consideram a Força a mais bem aparelhada, mas 132 dos seus 318 principais equipamentos estão parados. Metade dos 98 navios está no estaleiro.



A aviação naval é figurativa: apenas 2 de seus 23 caças voam, e só para treino. Isso no fim de 2010 -hoje, só um funciona. O porta-aviões São Paulo ficou anos parado e agora está em testes.



DEFICIÊNCIA CRÔNICA

O Exército contribui para que o resultado geral de disponibilidade de meios atinja ilusórios 68% -isso porque a Defesa coloca na conta as "viaturas sobre rodas", que basicamente são quaisquer veículos. Dessas, 5.318 das 6.982 estão funcionando.

Dos 1.953 blindados do Exército, só metade está à disposição. Metade dos helicópteros está no chão, isso sem contar a deficiência crônica de defesa aérea, maior fragilidade militar do país.



Por fim, a Força Aérea tem indisponíveis 357 dos seus 789 meios, que incluem 48 lançadores portáteis de mísseis, todos funcionando. O governo avalia ter 85 dos seus 208 caças disponíveis, o que parece algo otimista. Seja como for, a renovação da frota de combate, unificada em um modelo, está postergada novamente por causa de cortes orçamentários.



Fica também explícito um problema que a Estratégia Nacional de Defesa editada em 2008 promete combater.



Na Estratégia, a Amazônia aparece como prioridade do Exército. Só que a disposição das tropas ainda reflete a ideia de que o país um dia poderia entrar em guerra com sua antiga rival, a Argentina, hoje longe de representar uma ameaça militar.



A região Sul concentra 25% das forças terrestres do Brasil, enquanto a área amazônica só tem 13% do efetivo. Outros 23% estão estacionados na área do Comando Militar do Leste, no Rio.



A concentração no Rio também é perceptível no poderio aéreo. Nada menos que um terço do efetivo da FAB está por lá, enquanto a enorme região Norte não soma 15% com dois comandos aéreos separados.



A Marinha também está baseada no Rio, de forma avassaladora: 71% do efetivo está lá. Há planos para criação de uma segunda esquadra no Nordeste e no Norte.

Essa concentração no Rio é uma herança dos tempos em que a cidade centralizava o poder no país.



ASSIMETRIA

A Estratégia critica essa assimetria na disposição geográfica das tropas, mas a mudança depende de vontade política e de recursos cuja justificativa sempre é difícil num país de tradição pacífica e cheio de problemas sociais.



Por fim, o mapa lembra também detalhes do comprometimento financeiro. Em outubro de 2010, o governo gastou quase igualmente com pessoal ativo, aposentados e pensionistas, somando uma folha salarial de R$ 2,9 bilhões naquele mês.



No Orçamento de 2011, antes do corte anunciado recentemente pelo governo, a despesa com pessoal representava 72% do gasto total.



Ainda sobre pessoal, destaca-se a alta proporção de oficiais-generais. Há um deles para cada 971 homens. No mais poderoso exército do mundo, o americano, esse número salta para um para cada 1.400 soldados.

domingo, 13 de março de 2011

O Lambaru

O Lambaru é um Veículo Submarino Autônomo (Autonomous Underwater Vehicle (AUV)) pequeno e leve, especialmente desenvolvido para inspeções submarinas de longo alcance. Seu alto desempenho é atribuído ao seu sistema de célula combustível de hidrogênio e oxigênio, que possibilita uma autonomia de 40 horas de operação contínua sem a necessidade de troca de baterias. São necessários somente dois minutos para recarregar os cilindros de gás, o que pode ser feito com o veículo na água, não havendo necessidade de removê-lo. O veículo é modular e pode ser configurado para utilização de uma grande variedade de sensores, os quais o habilitam para ser usado em diversas aplicações. Atualmente existem duas versões: Lambaru 400 e 800, otimizados para operações de 400 e 800 metros de profundidade, respectivamente. As missões podem ser programadas e carregadas no AUV através de uma interface gráfica. Esta também possibilita a análise de resultados da operação, como trajetória percorrida e mapas de solo oceânicos.



A XMobots é uma empresa brasileira especializada no desenvolvimento, fabricação, treinamento, manutenção e operação de sistemas não tripulados, incluindo UAVs (também conhecidos no Brasil como VANTs - Veículos Aéreos Não Tripulados), AUVs, ROVs, USVs, UGVs e Estações de Controle Terrestre. A origem de seu nome veio da união do prefixo “X”, referindo-se aos meios onde os veículos da empresa são capazes de operar, ou seja, ar (UAVs), terra (UGVs) ou água (AUVs e ROVs), com o termo “Mobots”, procedente da contração das palavras do inglês mobile robots (robôs móveis).



A empresa é composta por uma equipe multidisciplinar e altamente treinada em fluido-dinâmica / performance, estabilidade / controlabilidade, estruturas, hardware e software embarcados de tempo-real crítico, navegação, controle, guiamento e visão computacional.




Missão da XMobots:



“Contribuir para o desenvolvimento da tecnologia brasileira em veículos não tripulados, investindo, expandindo e oferecendo soluções inovadoras com produtos de alta qualidade”.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Embraer negocia pacote de jatos SuperTucano e sistemas com Guatemala

O governo da Guatemala negocia com a Embraer a construção de um "Sistema de Vigilância e Proteção da Biosfera da Guatemala", similar ao implantado pelo Brasil no Sivam (Sistema de Vigilância da Amazônia).




Segundo o porta voz do Ministério da Defesa da Guatemala, coronel Rony Urízar Gonzalez, o sistema encomendado à Embraer será composto de seis aviões Super Tucano, um centro de comando, controle, comunicação, computação e Inteligência - que na área de defesa é conhecido pela sigla C4i -, um centro de operações aéreas e um sistema de suporte operacional e de entretenimento computadorizado, para pilotos e técnicos.



A Embraer também ficará responsável pelo fornecimento e instalação de três radares primários 3D. O valor total do contrato, de acordo com o Ministério da Defesa da Guatemala, é US$ 163 milhões e o prazo de entrega e instalação do sistema é de dois anos. Os contratos assinados com a Embraer estão sendo analisados neste momento pelo Ministério de Finanças Públicas Guatemalteco e a expectativa da Defesa é que seu "trâmite seja o mais breve possível".



O próximo passo, segundo informações do Ministério, seria a aprovação pelo Congresso da República Guatemalteca. A Embraer já liderou a gestão de um sistema de C4i para o México, para o qual forneceu duas aeronaves de patrulha marítima e um de vigilância aérea.



A gestão de projetos complexos em áreas como a de C4i fazem parte dos planos estratégicos da unidade de negócios criada pela Embraer (Embraer Defesa e Segurança) para consolidar sua atuação na área de defesa e para atender às novas demandas do governo brasileiro e do mercado internacional.



O Comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, também confirmou a negociação entre a Embraer e a Guatemala. Procurada, a Embraer informou que não comenta sobre campanhas de vendas específicas, que ainda não estejam sacramentadas.



O Super Tucano, segundo a Embraer, acumula até o momento um total de 180 encomendas, das quais 152 já foram entregues. A receita obtida com a venda do modelo até agora, de acordo com a fabricante brasileira, é da ordem de US$ 1,6 bilhão. A Embraer projeta um mercado de US$ 3,5 bilhões para a classe do Super Tucano, algo em torno de 300 aeronaves.



A aeronave já foi vendida para a Colômbia, Equador, Chile, Indonésia, República Dominicana e ainda disputa um super contrato nos EUA. O governo do Peru e dois clientes na África, sendo um deles em Angola, também negociam a compra do avião faz algum tempo. Segundo o comandante da Aeronáutica, a decisão nos EUA deve sair nos próximos cinco meses e se o critério técnico prevalecer, o avião brasileiro tem vitória certa, pois é o melhor e o favorito em sua categoria.



Em entrevista anterior concedida ao Valor, o presidente da Embraer Defesa e Segurança, Luiz Carlos Aguiar, disse que a companhia já havia respondido ao Pedido de Oferta (do inglês, Request For Proposal - RFP) enviado pelo governo dos Estados Unidos. O executivo também comentou, na ocasião, que a participação da Embraer na concorrência dos EUA, seria feita através de uma associação com uma empresa americana, que também já estaria sendo negociada.



Esse tipo de associação é uma exigência do governo dos EUA. Por meio da lei "Buy American Act", as compras de equipamentos de defesa devem ser feitas diretamente das empresas nacionais e, no caso de existir o interesse por um produto estrangeiro, a lei exige que o fornecedor se associe a uma empresa americana e que a compra seja realizada a partir dela.



A Embraer participa do processo de seleção aberto pela Força Aérea dos Estados Unidos (USAF), no final de julho do ano passado, para a compra de 100 aeronaves turboélice de ataque leve, na categoria do Super Tucano. A fabricante brasileira é apontada por especialistas do setor como a grande favorita da competição, tendo em vista que o Super Tucano é o único modelo no mundo com operação comprovada em missões antiguerrilha, na Colômbia, que opera 25 aeronaves do modelo.



O Super Tucano opera hoje em cinco forças aéreas, executando missões de treinamento avançado, vigilância de fronteiras, ataque leve e contrainsurgência. A frota, segundo a Embraer, acumula mais de 100 mil horas de voo.



Com as aeronaves e equipamentos brasileiros, a Guatemala pretende fazer um melhor controle do espaço aéreo do país, para combater o tráfico de drogas, crime organizado e outras ameaças, como catástrofes naturais. Os Super Tucano substituirão os A-37B, que ainda estão em atividade na Força Aérea da Guatemala.



Fonte: Valor Econômico - Virgínia Silveira

quinta-feira, 3 de março de 2011

Avião da FAB caiu após combater traficantes na Amazônia

Informes extraoficiais dão conta que a aeronave participava de uma operação de combate a narcotraficantes na fronteira com o Peru e a Colômbia, nas imediações do Acre






NELSON TOWNES

NoticiaRo.com



Um avião de caça da Força Aérea Brasileira (FAB), um turboélice A29 Super Tucano, um dos mais poderosos modelos de aeronaves de guerra da esquadrilha de helicópteros de combate e aviões de caça estacionada na Base Aérea de Porto Velho, caiu no final da tarde desta sexta-feira (25), a 300 metros do aeroporto civil desta Capital.



As causas do acidente ainda não foram explicadas. A imprensa foi proibida de se aproximar do caça e duas avenidas de acesso ao aeroporto eimediações foram interditadas. O Comando da Aeronáutica em Brasília publicou nota limitando-se a informar que o aparelho apresentou “problemas” e forçou o piloto, o 1º Tenente-Aviador Marcelino Aparecido Feitosa, a abandonar o equipamento em vôo, ejetando-se. Ele não sofreu ferimentos, mas foi hospitalizado para observação.



Como ele caiu sobre uma árvore, não foi localizado de imediato (só a Torre de Controle do aeroporto sabia, avisada pelo militar por seu rádio portátil.)



O secretário da Segurança Pública de Rondônia, Marcelo Bessa, esteve pessoalmente comandando os serviços de busca ao piloto ao lado de oficiais do Corpo de Bombeiros e da Aeronáutica



NoticiaRo.com, por sua vez, soube que o avião vinha de Cruzeiro do Sul, no Acre, e isso causa a suposição, ainda não confirmada oficialmente (e é mais provável que a FAB, como de costume, negue) que o avião estivesse retornando de uma missão de combate a narcotraficantes e possa ter sido avariado ao enfrentar algum avião estrangeiro também armado.(Ver nota DefesaNet)



A avaria talvez tenha fragilizado o avião ao chegar a Porto Velho sob forte chuva. A FAB, que jamais confirmou os combates que ocorrem na fronteira noroeste do Brasil contra aviões do narcotráfico procedentes do Peru, da Colômbia e da Bolívia, não permitiria que os repórteres vissem marcas de balas nos aviões.



Cruzeiro do Sul, de onde vinha o A29 Super Tucano, está localizada no Vale do Juruá – rota internacional do narcotráfico. O que fazia um caça da FAB na região onde tráfico de drogas evoluiu ao ponto de dificultar as ações policiais?



Em Cruzeiro do Sul, fronteira com o Peru, distante cerca de 780 quilômetros de Rio Branco, capital do Acre, a policia vem tendo dificuldade para desmantelar a rede de narcotráfico internacional – dizem fontes dessa cidade.



Um morador disse que “as operações são lentas e demoradas, mas quando as quadrilhas são localizadas descobre-se que o poder e a influência dos traficantes vão além da força policial e judiciária.”



Localizada na regional do Juruá, Cruzeiro do Sul limita-se ao norte com o Estado do Amazonas; ao sul com o município de Porto Walter; ao leste com o município de Tarauacá e à oeste com os municípios de Mâncio Lima, Rodrigues Alves e com a República do Peru.



"A aeronave caiu por volta das 17h30 e causou grande barulho em toda a região. O piloto que comandava a aeronave conseguiu ejetar-se antes da queda. Ele caiu em uma árvore e foi resgatado por militares em um helicóptero" - relata o site Rondoniagora.



A primeira providência da Infraero foi bloquear o acesso da imprensa, que não podia se deslocar a nenhum lugar a partir da Avenida Lauro Sodré ou mesmo pela Jorge Teixeira. Essas duas vias foram interditadas completamente e o aeroporto fechado até às 18h45.

terça-feira, 1 de março de 2011

Malvinas /Falklands

Jobim diz que cortes não atingirão compra de caças

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, afirmou hoje (28) que o corte de R$ 4,1 bilhões no Orçamento de seu ministério não deverá atingir projetos internacionais, como o submarino nuclear e a compra de aviões de caça.




Jobim falou antes de aula magna proferida na Escola de Comando e Estado-Maior do Exército.“Nós devemos privilegiar a continuidade dos projetos que têm compromissos internacionais.



Os projetos nacionais podem aguardar. O Pró-Sub [de construção de submarinos em parceria com a França] continuará. O KC-390 [avião a jato de transporte de tropas fabricado pela Embraer] tem que continuar, porque nós temos um timing importante, que é 2018, quando 1,5 mil Hércules saem do mercado”.



O ministro ressaltou que a compra dos caças não deverá ser afetada pela redução de recursos porque o pagamento pelas aeronaves só começaria a partir de 2012. “Não há despesa de caças neste ano. Uma coisa é decidir o início de uma negociação, que leva no mínimo 12 meses.



Ou seja, isso é tudo para 2012 ou 2013. Mesmo que se decidisse hoje, não entraria no Orçamento deste ano.”Jobim disse que deverá levar, em breve, o assunto dos caças à presidenta Dilma Rousseff. “Vamos conversar com a presidenta nos próximos dois meses, assim que acalmar esse problema do Orçamento.



Eu gostaria que fosse [decidido] neste semestre, porque a gente já preparava as discussões todas. São contratos altamente complexos”.O ministro afirmou que deverá decidir na primeira quinzena de março onde serão feitos os cortes no Orçamento do ministério, que originalmente previa R$ 15 bilhões para a pasta.



“Nós temos que cortar porque há um problema fiscal que tem de haver participação do ministério da Defesa. As Forças [Armadas] já ofereceram as sugestões dos cortes, tanto na manutenção operativa quanto nos projetos”. A maior parte dos recursos da Defesa é empregada na manutenção do efetivo das três Forças Armadas, de 345 mil homens.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Laboratório reduz gargalo espacial

O Brasil está prestes a resolver um dos principais gargalos do seu programa espacial. Na segunda-feira, o ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, inaugura o Laboratório de Identificação, Navegação, Controle e Simulação, o primeiro em sua categoria na América do Sul, concebido para suportar as atividades de desenvolvimento de um sistema de navegação utilizado na estabilização de satélites em órbita e na orientação de um foguete no espaço.




O novo laboratório, que custou R$ 15 milhões e foi financiado com recursos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), está vinculado ao projeto Sistemas de Navegação Inercial para Aplicação Aeroespacial (SIA). Administrado pela Fundação de Desenvolvimento e Pesquisa e avaliado em R$ 40 milhões, o projeto SIA é responsável pelo desenvolvimento de uma plataforma inercial completa. O primeiro protótipo da plataforma, de acordo com o coordenador do SIA, Waldemar de Castro Leite, já está com 70% do seu desenvolvimento concluído e a previsão é que o sistema seja testado no ano que vem, durante o lançamento do foguete brasileiro VLS.



Com capacidade para testar sensores em um nível de precisão de 0,1 grau por hora, o equivalente à medição de movimentos 100 vezes menores que o de rotação da Terra, o laboratório também estará disponível para atender a empresas de outros setores não ligados ao programa espacial, na área de sistemas inerciais. "O Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial poderá testar, de forma precisa, nesse laboratório, o sistema de controle do seu veículo aéreo não tripulado, em fase de desenvolvimento", diz Castro.



A Petrobras, segundo Castro, terá a opção de fazer no Brasil a calibração dos sistemas PIG. Esse dispositivo é usado com a finalidade de limpar o interior de dutos no fundo do mar. Empresas como a Embraer e a Navcom, que adotaram sistemas de navegação inercial em seus produtos, também poderão utilizar a estrutura do laboratório para fazer a calibração desses equipamentos e economizar o investimento feito em unidades estrangeiras.



A execução do projeto SIA está a cargo do Instituto de Aeronáutica e Espaço, órgão de pesquisa e desenvolvimento vinculado ao departamento aeroespacial. O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) também participa do projeto, mas com o objetivo de montar uma malha de simulação real do sistema de controle de um satélite. O Instituto de Aeronáutica vai fornecer para o Inpe um dos sistemas da plataforma inercial, chamado de girômetro, explicou Castro.



O sistema inercial de um foguete é composto por dois sensores principais: o girômetro e o acelerômetro, que repassam as informações sobre a posição do foguete no espaço para o computador de bordo do veículo. A plataforma inercial localiza e orienta o foguete durante a sua trajetória de lançamento, indicando, inclusive, os desvios de rota que possam ocorrer nesse período.



Ao desenvolver seu próprio sistema de navegação espacial, o Brasil entra para o seleto grupo de países capazes de desenvolver um dos componentes essenciais de um veículo lançador e, por isso, deixa de se submeter a todo tipo de embargo por parte dos países desenvolvidos. "Desde 1989, nenhum foguete de sondagem brasileiro foi lançado com sistema de controle, por conta das dificuldades para se adquirir esse sistema no exterior", afirma Castro.



Os sistemas inerciais dos protótipos de foguetes lançados pelo departamento aeroespacial, nos últimos 15 anos, foram comprados da Rússia e da França, em meados da década de 1990, mas com a oposição dos Estados Unidos. Os satélites que o Brasil fez com a China levam um sistema de controle de órbita chinês. Para os novos satélites brasileiros em desenvolvimento, o Inpe está adquirindo o controle de uma empresa argentina. As aeronaves SuperTucano, da Embraer, utilizam um sistema da empresa americana Honeywell.



O domínio da tecnologia que envolve o sistema de navegação de veículos espaciais, segundo Castro, é estratégico, pois dará ao Brasil mais autonomia para o desenvolvimento do seu programa espacial, que há vários anos vem sendo afetado por sucessivos embargos tecnológicos. As negociações para a compra dos sensores da central inercial do primeiro protótipo do VLS, da Rússia, por exemplo, levaram mais de dois anos para serem concluídas e aprovadas. Os embargos ainda persistem e também afetam a compra de componentes para os satélites do Inpe.



A tecnologia do SIA, segundo o coordenador do projeto, também está sendo repassada para a indústria nacional. O desenvolvimento da plataforma inercial envolve um consórcio de empresas formado por Mectron Engenharia, Equatorial, Optsensys, Navcon e Compsis. (Virgínia Silveira, Jornal Valor Econômico)

Publicado no NOTIMP 056/2011, de 25/02

Discovery decola para sua última missão

O ônibus espacial Discovery decolou nesta quinta-feira (24) com seis tripulantes em direção à Estação Espacial Internacional (ISS), dando início à sua última missão. Após oito atrasos por problemas técnicos, a Discovery deixou a plataforma 39 A do Centro Espacial Kennedy, em Cabo Canaveral (Flórida).




O ônibus espacial deve chegar à Estação Espacial no sábado, para onde levará um módulo de armazenamento e peças de reposição, além do Robonaut 2, primeiro robô humanoide a viajar ao espaço.





Tripulação de Discovery em sentido horário Eric Boe, Steve Lindsey Alvin Drew, Steve Bowen, Nicole Stott, Michael Barratt

A missão final completa 27 anos de operações. A Discovery foi a nave que mais vezes foi ao espaço – 39 vezes – entre suas missões está o acoplamento na MIR, na Estação Espacial Internacional, colocação de satélites e reparos no telescópio espacial Hubble.



Em operação desde 1984, o ônibus espacial foi o primeiro a recuperar um satélite em órbita e trazê-lo de volta à Terra. Dos cinco ônibus espaciais usados pelo programa da NASA – Challenger, Columbia (desstruída quando volta à Terra em 2003) , Discovery, Atlantis e Endeavor – é considerado por muitos o de feitos mais excepcionais.



Em suas 39 viagens ao espaço, Discovery passou 352 dias em órbita, circundou a Terra 5.628 vezes, atingindo velocidade média de 28.000 km/h. O ônibus espacial já percorreu quase 230.136 milhões de quilômetros – o que equivale a 288 idas à Lua.



O primeiro lançamento do Discovery foi em 30 de agosto de 1984, para colocar em órbita três satélites de comunicação. Em sua segunda missão, o Discovery se tornou a primeira nave espacial a recuperar um satélite e trazê-lo para casa.



Em 1985, a Discovery se tornou a única nave a ir ao espaço quatro vezes em um único ano. Após o acidente da Challenger, coube ao Discovery retomar as missões espaciais em setembro de 1988. E foi nele que, em 1994 um russo, Sergei Krikalev, tripulou uma nave americana.



Quando concluir este voo histórico, a Discovery será o primeiro ônibus espacial a ser aposentado do programa espacial americano, o que deixará um grande vazio nas missões dos EUA.

Embraer apresenta o primeiro de três EMB145 AEW&C destinado à Força Aérea da Índia

Nesta segunda-feira, 21 de fevereiro, foi apresentado pela primeira vez à imprensa a nova plataforma para aeronave-radar da Índia que foi criada sob encomenda pela Embraer. Embora apresentando uma configuração muito semelhante ao chamado E-99 da FAB o modelo destinado à Índia apresenta muitas diferenças, entre elas um novo radar dorsal 100% desenvolvido pelo Centro de Sistemas Aerotransportados (CABS – Center for Airborne Sistems) do DRDO (Defense Research and Development Organization – Organização de Pesquisa e Desenvolvimento da Defesa) indiano no lugar do sistema Saab Erieye usado pela FAB. Os indianos escolheram assumir toda a parte eletrônica deste avião e para reduzir riscos optaram pela plataforma já provada do jato regional ERJ-145 que já gerou anteriormente uma família de aeronaves dedicada às atividades de obtenção de Inteligência, Patrulha e Reconhecimento (em inglês “ISR” - Intelligence, Surveillance and Reconnaissance) atualmente em uso operacional pelas forças aéreas do Brasil, Grécia e México.




A opção pela confiabilidade provada da plataforma do ERJ145 surgiu de uma profunda reavaliação do programa indiano após o acidente em janeiro de 1999 que destruiu o HS748 (avião mais conhecido como “Avro” na FAB) que era usado para transportar o primeiro modelo de radar indiano. Esta fatalidade custou a vida de quatro cientistas e técnicos-chave deste programa. Por isso é que o programa de radar aerotransportado indiano é um dos projetos que melhor mobiliza o sentimento de independência tecnológica nacional naquele país.



Mas a semelhança exterior inicial do avião indiano esconde um surpreendente numero de diferenças internas. Foram desenvolvidos na Índia além do radar primário “phased array” e do radar secundário (IFF), os consoles internos e seus displays, os rádios digitais, o sistema de comunicação de dados via satélite (SatCom), Contra-Medidas Eletrônicas, o Datalink, o software, os sistemas de autodefesa MAWS (Missile Approach Warning System - Sistema de Alerta de Aproximação de Míssil e RWR (Radar Warning Receive – Receptor de Alerta de Emissão de Radar) além de sistemas ejetores de chaff e flare para autodefesa. O modelo indiano apresenta cinco consoles em seu interior e conta com uma área de descanso para a tripulação capaz de acomodar sete militares. Segundo Fernando Ikedo, Diretor de Inteligência de Mercado da área de Defesa na Embraer, comentou que para os operadores a comunicação via satélite é uma “mão na roda”. O EMB-145MP mexicano, por exemplo, quase não usa mais os rádios UHF/HF, preferindo usar intensamente o seu sistema SatCom, inclusive para transmitir, em tempo real, para a base de operações em terra imagens geradas pela câmera FLIR de imagem infra-vermelha do avião. Ikedo confirmou que o formato inclinado da antena do E-99 e do AEW&C indiano deriva da necessidade dele voar na sua configuração mais econômica possível, ou seja com 6º de nariz para cima. Os aviões gregos são os únicos que têm as estações dos operadores-radar instaladas linearmente, apoiados na lateral da cabine. Para compensar o desconforto que seria causado nos operadores pelo vôo “cabrado” a Embraer colocou um sistema que nivela os teclados, painéis e as cadeiras durante o período em que o avião se encontrar “on station”. Diferentemente dos AEW&C anteriores os motores usados nesta nova versão são os Rolls Royce AE3007A-1E que também são usado na última variante do jato regional ERJ-145XR.



Os principais mudanças verificadas no AEW&C indiano em comparação com o modelo brasileiro, estão principalmente ligados à sua maior demanda por eletricidade e por refrigeração em função do novo sistema eletrônico de origem indiana. Para produzir mais energia, um segundo APU (Auxiliary Power Unit – Fonte Auxiliar de Força), semelhante ao modelo já existente foi instalado um pouco mais para baixo na cauda da aeronave. Na cauda, os dois strakes (estabilizadores que compensam o dano aerodinâmico causado pela grande antena do radar) tem espaço para receber novos sistemas defensivos, provavelmente os MAWS e o RWR. Por sua vez as duas imensas bolhas laterais escondem as antenas do Datalink Banda-C. Na aeronave apresentada pode-se ver em amarelo os componentes “padrão” da família 145, enquanto os novos anéis criados especificamente para este avião são, provavelmente aqueles na cor prata. O cilindro traseiro especial da fuselagem, aparentemente, deve ter uma estrutura mais reforçada, pois, além de sustentar o peso da antena dorsal deve ter que suportar também o peso dos tanques extras internos, semelhantes àqueles usados no E-99.



Este modelo do avião, apesar de ser construído em pequeno número, não se restringirá às unidades de testes, devendo ser colocados em operação regular num esquadrão da Indian Air Force. Segundo comentou no evento o Dr. Christopher do CABS, faz parte ainda deste programa que se encontra em permanente evolução, um futuro modelo de aeronave AEW&C para breve que usará um disco fixo na posição dorsal, semelhante ao “rotodome” do E-3 Sentry, no lugar da antena em formato de “trave” usado no avião atual. No interior do casulo aerodinâmico deste disco haverá três antenas em formato de trave, instaladas como num triangulo eqüilátero, garantindo cobertura permanente radar nos 360º. Fernando Ikedo Diretor de Inteligência de Mercado de Defesa da Embraer comentou ainda que a “os ciclos de venda deste produto é longo, o que explica a falta de vendas novas nos últimos dois anos, a empresa está continuamente preparando propostas para clientes do mundo todo, especialmente do Oriente Médio”. Ele acha ainda que “o mercado demonstra claro interesse pelas aeronaves ISR, especialmente para sistemas baseados na plataforma ERJ-145”.



Este avião apresentado deve realizar seu primeiro vôo nas próximas semanas para em seguida realizar uma série se ensaios em vôo que incluirá uma avaliação das modificações do sistema de combustível e do novo probe de reabastecimento. A previsão é que o avião siga para a Índia no final do ano de 2011. A cerimônia foi assistida por vários dignitários indianos contando inclusive com a presença do Embaixador desse país em Brasília.

Embraer revela novidades sobre o programa KC390

Nesta segunda-feira, 21 de fevereiro, aproveitando a realização do evento de apresentação do novo avião-radar para a Força Aérea da Índia, a Embraer aproveitou para chamar a imprensa especializada local e internacional para poder atualizar os principais temas ligados à empresa.




Coube a Fernando Ikedo, Diretor de Inteligência de Mercado para a área de Defesa, apresentar e discutir com os jornalistas brasileiros estes temas. A conversa começou com ele dizendo que o mercado reagiu muito bem ao anúncio da criação da nova entidade empresarial chamada “Embraer Defesa e Segurança”. Ainda não está definido que formato definitivo terá esta empresa, mas já se sabe que ela terá um conselho de administração próprio, distinto do conselho da Embraer tradicional. Isso, segundo Ikedo, “dará maior foco e velocidade na tomada de decisões”. A área de Defesa da Embraer existe na empresa desde seu início a 40 anos atrás, e conta com cerca de 1500 funcionários. A estimativa de vendas para 2011 é de US$850 milhões, com um backlog de produtos e serviços já contratados orçado em mais de US$3 bilhões. Atualmente, mais de trinta forças armadas já usam produtos fabricados pela Embraer e este número não para de crescer. Um exemplo disso, segundo Ikedo, é a recente compra pela Força Aérea da Mauritânia, na África, de um lote de Tucanos que anteriormente voavam na Força Aérea Francesa.



MPA (aeronave de patrulha marítima) futura



ALIDE perguntou para Ikedo porque que em sua última entrevista o VP de Defesa Orlando Neto tinha afirmado a ALIDE que a criação de um MPA é muito mais complexa do que todos os demais tipos de variantes militares dos aviões civis da Embraer.



O Diretor de Mercado da Embraer explicou que existem na realidade duas classes distintas de aeronaves de patrulha, a armada e a desarmada. A primeira objetiva identificar e atacar submarinos e navios de superfície, à distância, com mísseis, torpedos e minas. Já o segundo, é, essencialmente, uma versão atualizada do nosso P-95 Bandeirulha: um par de olhos que acompanha por longos períodos o movimento de navios civis na ZEE, combatendo diuturnamente ameaças como danos ambientais, pesca ilegal, pirataria e contrabando, além de realizar as cruciais missões de busca e salvamento sobre o mar. Para este segundo conjunto de missões, as mais simples, o EMB-145MP usado pelo México já se provou ser uma excelente solução atendendo à missão de vigilância e de “escuta”, a chamada inteligência de sinais (SigInt).



Ele concluiu, então, que a maior dificuldade na criação deste MPA antisubmarino e antisuperfície reside justamente na capacidade de lançamento de armamento moderno, um tipo de avião que, segundo a FAB, ela precisará ter entre 2018/2020 para poder substituir os seus P-3AM Orion.



Ele explicou que diferente do mercado civil, que é guiado principalmente por tendências de mercado, no mercado militar a maioria dos produtos nasce a partir de requerimentos claros definidos por uma única força aérea. Por isso, cabe a ela arcar com todos os custos de seu desenvolvimento. Perguntado sobre qual plataforma seria ideal para este hipotético substituto do Orion, Ikedo desconversou, alegando que tanto a família dos E-Jets como o KC-390 seriam excelentes opções de plataforma para o desenvolvimento deste novo programa, “quando ele for solicitado à Embraer pela FAB”.



KC390



Entrando no tema do novo cargueiro militar, Ikedo garantiu que o KC390 estava sendo desenvolvido para atender e para superar todas as características operacionais dos C-130 Hercules atualmente em uso ao redor do mundo, inclusive a operação na Antártica, que faz parte dos requerimentos centrais estipulados pela FAB. “O KC390 será uma aeronave multimissão, indo muito além dos simples transportes aerotático e aerologístico. Num slide da sua apresentação, eram claramente visíveis referências a evacuações aeromédicas, reabastecimento em vôo, operação em pistas não-pavimentadas e improvisadas.



Ikedo contou resumidamente a gênese do novo modelo, explicando que programa nasceu em 2005 como um estudo interno da Embraer visando produzir um cargueiro militar de médio porte. Nestes estudos, o pessoal de marketing da Embraer quebrou o mercado potencial em quatro faixas. A menor era a de aeronaves ”leves” (até 5 toneladas de "payload") compreendidas por aviões turbohélices leves incluindo aí o pequenino CASA 212, o PZL/An-28 e o Bandeirante, A faixa seguinte é a "média" que abarca do CASA 235 ao seu irmão maior C-295 e seu rival italiano C-27 além do jato ucraniano An-74 (entre 5 e 10 toneladas). Na categoria seguinte, os cargueiros “pesados” (de 10 a 20 toneladas de carga paga) estavam os C-130, An-12 e o C-160 Transall europeu. Na categoria Super Pesado (maior que 20 toneladas) estavam inseridos, por sua vez, o A400M, o C-17, o japonês C-2 e o Il-76



“A nossa análise do tamanho do mercado potencial se iniciou com o total de aeronaves capazes de transportar 5 a 20 tons de carga paga”, contou Ikedo. “Esse grupo abrangia 2800 aviões no total descartando a priori China, Coréia do Norte e Irã, países para onde provavelmente não seria nada fácil exportar por razões políticas. A etapa seguinte foi a de considerar unicamente aeronaves com mais de 25 anos de uso, por onde o número caiu para 1600 aviões a serem substituídos. Tirando deste total os grandes países produtores de cargueiros (EUA, Rússia e Ucrânia), chegamos ao número de 1000 aeronaves. Extraindo em seguida os países que já tem equacionado seu problema futuro de transporte militar, chegamos ao valor final de 700 aeronaves que poderiam ser substituídas por um avião da classe de peso e desempenho que nós queríamos construir. Segundo nossa avaliação, lutando por este mesmo segmento de mercado se encontram o A400M, o C-130J, C-27J, os Antonov An-72/74 e até mesmo os C-130 antigos modernizados.



Em 2007 foi anunciado na LAAD o inicio do desenvolvimento do “C-390”, neste ponto a idéias era a de fazer um avião que tivesse o máximo possível de componentes e sistemas em comum com a família E-Jet. A Embraer viu, então, que a FAB era um cliente perfeito, exatamente alinhado com os “filtros” que foram aplicados nos estudos para determinar o mercado potencial e que este conceito inicial não atenderia adequadamente às necessidades da FAB. Ele, a despeito de apresentar um preço de venda muito agressivo, não seria capaz de superar as capacidades operacionais do velho C-130. Ao levar em conta o vasto amplo input da FAB, foram necessários, novos motores, um novo rabo, revisar completamente o formato e o espaço interno do compartimento de carga e projetar uma nova asa com 40% mais área, otimizada para reduzir o seu arrasto transsônico.



“A FAB precisava de um avião que fizesse muita coisa além de transporte de carga e de paraquedistas, ele deveria também combater incêndios, realizar missões humanitárias, transportar feridos, transferir e receber combustível de outras aeronaves, etc,” continuou Fernando Ikedo. “Naquele ponto, as opções da FAB eram restritas, ou comprar os C-130J ou então encomendar da indústria nacional uma nova solução criada sob medida para seu problema. Na LAAD de 2009 pudemos anunciar a assinatura do contrato de desenvolvimento do novo cargueiro com a construção e certificação de dois protótipos.” Uma novidade neste caso foi a separação do contrato de desenvolvimento do contrato de fabricação, que só deve ser assinado após a entrega dos dois aviões iniciais para a FAB.



Na feira de Farnborough de 2009 a FAB anunciou sua intenção formal de compra de 28 aeronaves logo seguido pela Colômbia (12), Argentina (6), Chile (6), Portugal (6) e Republica Tcheca (2). Levando o programa para uma fase muito mais adiantada. Para Ikedo, a entrada destes países no programa foi uma negociação complexa negociada simultaneamente em três níveis distintos, governo-governo, força aérea-força aérea e finalmente Indústria-Indústria. Naturalmente o direito à participação industrial no programa estava atrelado a uma compra deste novo modelo pelos países parceiros. Fernando Ikedo, no entanto, alertou que as participações industriais de cada parceiro internacional ainda não estão totalmente determinadas, inclusive, o percentual de workshare industrial não necessariamente será diretamente proporcional ao número de aviões com o qual cada país se comprometeu até aqui. “Isso dependerá de vários fatores”, concluiu ele, “mas especialmente o nível de capacitação tecnológico de cada uma das indústrias locais”.



Ainda naquela feira aeronáutica inglesa, novas especificações técnicas foram apresentadas, com a carga paga máxima pulando de 19 toneladas (exatamente como o C-130), para respeitáveis 23 toneladas. Com uma melhora espetacular de desempenho operacional, esta nova carga máxima podia ser transportada em um vôo com o mesmo alcance previsto anteriormente para as 19 toneladas. O avião operaria a uma altitude máxima de 36.000 pés, voando a Mach 0,8 e comportaria no máximo 23,4 toneladas de combustível, desconsiderando-se o tanque extra, removível, usado para as operações de REVO. Num dos slides círculos concêntricos demonstravam que com uma carga de 19 toneladas o KC390 poderá ter um alcance de até 2000 milhas náuticas (NM), agora, se a carga transportada for cinco toneladas menor, este alcance saltará para 2600 NM.



Os KC390 naturalmente serão passíveis de ser reabastecidos em vôo, e a Embraer está trabalhando agora para dispô-los de receptáculo e/ou lança de acordo com o sistema usado pelas forças aéreas compradoras. Antagonicamente, quando ele mesmo for a aeronave transferidora de combustível, o KC390 apenas poderá reabastecer outras aeronaves equipadas com o sistema “Probe”. No estagio atual de desenvolvimento a Embraer já conta aos clientes que o novo avião será capaz de transportar blindados como o Pátria, o Boxer, o Stryker (sem precisar remover antes suas “gaiolas” antiminas terrestres), o LAV-25, o Urutu e também o blindado russo BMP-3. Ele também pode levar de uma só vez até três jipes do tamanho e peso do HMMWV (o "Humvee").



Para garantir que os dois motores turbofan do avião resistiriam às agruras das operações em pistas não-preparada, simulações de computador foram realizadas, que, ao final apenas validaram as escolhas da propulsão garantindo que a probabilidade de um objeto externo danificar o núcleo do motor (FOD) seria muito improvável. Para Ikedo essa é uma preocupação válida, mas poucas pessoas sabem que na realidade “as muitas pás do fan são normalmente mais resistentes do que as hélices de material composto, atualmente usadas nos aviões turboélice cargueiros”.



Para o desespero dos jornalistas em seguida o Diretor da Embraer levou o grupo para conhecer e explorar, sem o direito de fotografar, a mock-up (modelo 3D em escala real) feita de madeira do compartimento de carga do KC390. Esta foi a forma mais prática e simples que os engenheiros da Embraer encontraram para experimentar na primeira pessoa as dificuldade dos loadmasters teriam na operação de seu novo avião. A mock-up ficou pronta a uns oito meses e representa perfeitamente o interior e o exterior da fuselagem, mas não tem nem a empenagem traseira, nem asas ou ainda a cabine. Para quem apenas viu o KC390 em ilustrações, o primeiro contato com esta “representação dimensional” com “estrutura” feita em compensado é uma experiência impressionante.



O novo avião da Embraer é muito grande!



Internamente, o compartimento de cargas mede 17,7 metros de comprimento e dispõe de duas alturas de teto, 2,9m da cabine até um ponto atrás da estrutura da asa, passando para 3,20m daí até o seu extremo traseiro. Neste espaço podem ser acomodados facilmente até 80 soldados (ou 64 paraquedistas). A rampa traseira é enorme e a seção da porta aparenta ser bem maior do que a de um C-130. Ao contrário do Hercules, em que a porta superior entra na fuselagem ao abrir, no KC390 existem duas “pétalas” que se abrem para os lados e para fora na parte superior da fuselagem. Numa solução engenhosa, o KC390 conta com uma “porta corrediça interna estanque” instalada no alto do compartimento de carga. Ela desliza por trilhos laterais para se encaixar na rampa e vedar por completo a fuselagem. Desta maneira simples, pode-se garantir que a aeronave permanecerá devidamente pressurizada sem criar situações tecnicamente “impossíveis”, como, por exemplo, tentar vedar os encaixes das curvadas e complexas “pétalas” exteriores da porta. Outro estudo realizado validou que, mesmo com as turbinas ligadas, seria perfeitamente possível carregar e descarregar com grande facilidade e segurança pela traseira do avião pallets e outras cargas.



Um engenheiro da Embraer que trabalha com o mock-up contou a ALIDE que já foram ensaiados o carregamento e o desembarque do Astros II, do AP2A (uma viatura de combate a incêndios da FAB), do sistema de combate a incêndio MAFFS, dos jipes Land Rover, do Urutú atual e do RodoMapre (a cozinha industrial sobre rodas da FAB). Está ainda previsto testes semelhantes com os blindados Cascavel e M113.



Seguindo o exemplo de alguns dos mais novos membros da família de jatos executivos da empresa, o KC390 não contará mais com um manche tradicional, tendo agora um joystick lateral para que o piloto voe a aeronave. O avião, seguindo o exemplo dos E-Jets e dos Legacy 450 e 500, fará uso de um sistema “fly-by-wire” que reduzirá consideravelmente a carga de trabalho do piloto na cabine. Uma das maiores limitações do Hercules foi finalmente atacada, e, por isso, o novo avião conta com banheiros de verdade e também, seguindo o exemplo dos modernos aviões de longo curso, também terá um compartimento com macas para o descanso dos tripulantes adicionais que não estão voando naquele momento. Outras forças aéreas solicitaram, e a Embraer garantiu que o KC390, a despeito de ser um avião a jato, poderá ainda ser usado para reabastecer helicópteros em vôo, como hoje fazem alguns Hercules pelo mundo.



Ikedo contou que: “estamos a apenas um mês do anúncio público dos principais parceiros responsáveis pelos motores aviônicos e demais sistemas da nova aeronave. A Embraer já fez um documento de recomendações e sugestões e o encaminhou à FAB que está avaliando a opinião da empresa antes de ‘bater o martelo’, contou Fernando Ikedo. Perguntado, o Diretor da Embraer evitou dizer os nomes dos fabricantes dos motores alegando que “as turbinas terão cerca de 30.000 libras de potência cada e que elas virão dos ‘suspeitos de sempre’”



Inquirido sobre o potencial de complementariedade entre os programas do KC390 e o F-X2 para a compra do próximo caça da FAB, Ikedo reiterou que “não existe absolutamente nada a ver entre os dois programas, nenhuma intercessão”. Hoje a Embraer conta com 500 engenheiros dedicados ao programa, mas que esse número passará a 700 no final do ano e em 2012 ele crescerá mais ainda. Argüido sobre comentários recentes vindos de Brasília alegando que o Governo Americano teria condicionado o fornecimento das turbinas para o KC390 à escolha do F-18 Super Hornet como vencedor no F-X2, Ikedo foi sucinto: “não ouvi esta história, mas, acho isso muito improvável”.



O primeiro vôo do avião está previsto para 2014. Para concluir a apresentação, um slide revelava sem rodeios o que pensa a Embraer sobre este importante programa: “O KC390 vai redefinir todos os padrões existentes no seu segmento

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Notícias de Agosto de 2002

A FAB entregou ao governo os resultados da avaliação técnica do programa FX BR com os seguintes resultados de acordo com os critérios da FAB: em primeiro ficou o Sukhoi Su-35/Su-35UB e em segundo o Saab/BAe JAS-39 Gripen Block III;

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Novo míssil antimísseis israelense é testado com sucesso

Israel realizou com êxito nesta terça-feira um novo teste com sua nova geração do míssil antimísseis Hetz, cujo projeto teve metade do valor financiado pelos Estados Unidos, indicou um comunicado do ministério da Defesa israelense.




O novo míssil Hetz (que em hebraico significa "flecha") conseguiu interceptar um míssil balístico em pleno voo, cuja trajetória simulava um ataque ao território israelense, segundo a nota oficial.



"O sistema Arrow, equipado com um Pino Verde (radar), conseguiu detectar o míssil balístico, transmitir suas informações para o controle chamado Limoeiro e depois lançar um projétil de interceptação e calcular a trajetória de um míssil balístico antes de destruí-lo", segundo o ministério da Defesa.



O alto comando do exército israelense expressou sua "satisfação" após o tiro realizado na manhã desta terça-feira.



Em outros testes realizados com sucesso, o Hetz II conseguiu interceptar de dia e de noite e em todo tipo de condições atmosféricas mísseis comparáveis aos Shihab-3 terra-terra, usados pelo Irã.