sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Blair: Ocidente deve estar preparado para ação contra Irã

O ex-primeiro-ministro do Reino Unido Tony Blair declarou nesta sexta-feira que o Ocidente tem que estar preparado para uma ação militar contra a ameaça que o Irã representa para a segurança do mundo.




Durante seu segundo comparecimento diante da comissão que investiga a Guerra do Iraque, Blair fez um apelo aos países ocidentais para que mudem sua atitude condescendente em relação a Teerã e seu programa de enriquecimento de urânio.



Blair, que é enviado especial do Quarteto para o Oriente Médio - formado por Estados Unidos, Rússia, ONU e União Europeia (UE) -, argumentou que o Irã continuará sendo um elemento desestabilizador na região a menos que o Ocidente tome alguma medida com "a determinação necessária".



"Trata-se de uma ameaça crescente. Eu passo na região o tempo todo e vejo o impacto e a influência do Irã em todas as partes. É negativa, desestabilizadora, de apoio a grupos terroristas e o país está fazendo tudo o que pode para impedir o avanço do processo (de paz) no Oriente Médio", declarou.



"O Ocidente tem que abandonar sua atitude 'de desculpa' por acreditar que somos responsáveis pelo que os iranianos fazem", defendeu Blair, que argumentou que o regime iraniano desenvolve um programa de armas nucleares porque é "contra o estilo de vida" ocidental.



Blair mencionou os esforços do presidente dos EUA, Barack Obama, de estender a mão ao Irã e acusou os iranianos de, como resposta, "seguirem com o terrorismo, com a desestabilização e com seu programa de armas nucleares".



"Em algum momento teremos que tirar a cabeça da terra e entender que (os iranianos) vão continuar com isso", afirmou.



O ex-primeiro-ministro do Reino Unido, um dos principais defensores da invasão do Iraque em 2003, rejeitou a ideia de que a operação para derrubar Saddam Hussein tenha fortalecido a influência iraniana no país e disse que o que fracassou foi a política do Ocidente do anos 1980, que apoiou o então ditador iraquiano como forma de frear o Irã islâmico.



"A resposta ao Irã não é Saddam. Essa foi a política de 1980 e tudo o que fizemos foi criar um monstro que não pudemos controlar", concluiu.



Há um ano, em seu anterior depoimento na comissão, Blair já havia declarado que achava as políticas do Irã mais preocupantes do que as do Iraque, devido ao suposto risco de que Teerã forneça armas de destruição em massa a grupos terroristas.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Dilma deve dar resposta sobre compra dos Rafale em até quatro meses


 

Andrei Netto, de O Estado de S.Paulo
Mais três a quatro meses. Esse é intervalo de tempo informado pela administração Dilma Rousseff ao Ministério da Defesa da França para que uma decisão seja tomada a respeito do projeto FX-2, o processo de seleção para a compra de 36 aviões de caça para a Força Aérea Brasileira (FAB). O prazo foi confirmado pelo ministro da Defesa, Alain Juppé, que ao comparecer à posse da nova presidente recebeu a notícia de que o caso seria reanalisado. Desde então, os franceses cruzam os dedos.
No período, a presidente Dilma Rousseff pretende se inteirar do dossiê antes de sacramentar a compra, que pode custar aos cofres públicos entre US$ 4 bilhões e US$ 7 bilhões, entre aviões e a transferência de tecnologia. "Acho que nós podemos ficar confiantes", afirmou o ministro da Defesa há uma semana, quando de seu retorno a Paris, após participar da posse da nova chefe de Estado e se encontrar com autoridades dos ministérios da Defesa e das Relações Exteriores.
Em Paris, o discurso de autoridades do governo e da indústria aeronáutica é o mesmo, e seu tom é diplomático. Christine Lagarde, ministra da Economia, ponderou que é natural que Dilma queira se inteirar do tema antes de tomar a decisão. "É preciso afirmar sua autoridade, é legítimo", afirmou à rádio Europe 1. "Houve um enorme trabalho prévio. Eu espero que os frutos deste trabalho sejam levados em consideração. Estamos de dedos cruzados."
Fontes do meio industrial ouvidas pelo Estado ontem confirmam que o prazo estimado para uma resposta seja de três a quatro meses. Mas, acredita-se em Paris, o momento é de espera para as companhias concorrentes, Dassault Aviation, Boeing e Gripen, e não para novas ofertas. "A bola neste momento está no campo do Brasil", disse um executivo francês que acompanha de perto o tema. "Estamos esperando um anúncio sobre com quem serão abertas negociações exclusivas. Depois disso, ainda haverá vários meses, talvez um ano de negociações jurídicas sobre o contrato, para que então seja conhecido o preço final do pacote."
A Dassault, fabricante dos Rafale - os aviões preferidos pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e concorrente dos Boeing F-18 Super Hornet e dos Saab Gripen NG -, não comenta as negociações em andamento.
Enquanto espera pelo Brasil, o governo francês e a Dassault vêm retomando neste mês as negociações para a venda de 60 aviões aos Emirados Árabes Unidos. Até aqui, os Rafale não foram vendidos ao exterior.

EUA desconfiaram de Super Tucanos

Quatro anos depois de ter bloqueado a venda de aviões Super Tucano, da Embraer, para a Venezuela, o governo dos Estados Unidos concluiu que a transação com o grande desafeto do governo americano na América do Sul não significaria um apoio político do Brasil ao regime de Hugo Chávez.




"É provável que o desejo do Brasil vender Super Tucanos foi motivado pelo fato de o fabricante, Embraer, ter colocado pressão sobre o governo brasileiro para aprovar a encomenda no sentido de proteger empregos industriais na época de eleições (reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva), e não baseado em qualquer política brasileira em relação à Venezuela", diz um telegrama enviado pelo então embaixador dos EUA em Brasília, Clifford Sobel, em junho de 2009.



Os comunicados referentes a esse tipo de negócios mostra, ainda, que o Brasil alertara os EUA de que se Washington proibisse a venda - como aconteceu - Chávez compraria o mesmo tipo de aeronaves, ou modelos ainda mais avançados, da Rússia (como de fato acabou acontecendo). E advertiu que isso provocaria um desequilíbrio entre as forças aéreas da região.



O Brasil chegou a argumentar, ainda, que a venda dos aviões da Embraer à Venezuela ajudaria o governo brasileiro a ter ainda mais influência sobre Chávez - algo de interesse dos EUA. Além disso, lembrou que, se houvesse algum problema, tanto o Brasil quanto os EUA poderiam manter no chão a frota venezuelana negando apoio e peças de reposição, assim como os EUA tinham feito no caso dos F-16 venezuelanos.



A transação havia sido concluída em 28 de outubro de 2005, quando a Embraer assinou um contrato de US$169,7 milhões com a Força Aérea da Venezuela, depois que os fabricantes de peças dos EUA forneceram garantias, por escrito, que o governo americano nada tinha contra a venda.



Uma série de telegramas, entre março de 2004 e fevereiro de 2009, mostra que os EUA demoraram a confiar no Brasil em termos de vendas de armamentos para terceiros países, pressionando com insistência para que o país adotasse os mesmos procedimentos dos Regulamentos Internacionais de Tráfico de Armas (ITAR, na sigla em inglês) do governo americano.



Inspetores americanos realizaram várias visitas à Embraer, à Avibrás (mísseis e carros de combate) e à Companhia Brasileira de Cartuchos (fabricante de munição). Eles agiram de forma minuciosa. Por fim, em junho de 2009, um telegrama da embaixada americana enviado ao Departamento de Estado concluiu: "Os controles brasileiros são baseados em políticas que têm como fim não contribuir a conflitos, e observam os padrões tanto da ONU quanto outros internacionais".

França espera que Dilma considere oferta de venda de caças em nova avaliação

A ministra de Economia francesa, Christine Lagarde, se mostrou esperançosa de que a presidente Dilma Rousseff levará em conta o trabalho realizado no contrato de venda de aviões caça Rafale à Força Aérea Brasileira durante a revisão do processo de compra das aeronaves.




"Um enorme trabalho foi feito anteriormente. Espero que os frutos destes esforços sejam levados em conta pela nova presidente", afirmou a ministra à rádio "Europe 1".



A reação de Christine Lagarde ocorre depois de ter sido vazado que Dilma deve recomeçar a corrida para outorgar o contrato de 36 caças militares, estimado em entre US$ 4 e 7 bilhões.



Ao lado do caça Rafale, fabricado pela companhia francesa Dassault, concorrem pelo negócio o F-18 da americana Boeing e o Gripen, do fabricante sueco Saab.



Lagarde assinalou que a França já consentiu em firmar importantes compromissos no que se refere à transferência de tecnologia ao Brasil, ponto mencionado pela presidente como condição para voltar a examinar os contratos.



O Rafale era o avião preferido pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que no entanto preferiu deixar a decisão sobre o contrato para sua sucessora.



Lagarde assinalou que a França "cruza os dedos" para obter este importante contrato, que, caso se concretize, representará a primeira venda destes caças fora do país.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Brasil rejeitou ajudar EUA na guerra do Afeganistão, diz WikiLeaks

- O Estado de S.Paulo


Os Estados Unidos pediram ao Brasil que contribuísse na guerra do Afeganistão, mas o País rejeitou participar, revelou um telegrama confidencial da diplomacia americana divulgado ontem pelo site WikiLeaks.





No telegrama de outubro de 2008, o então embaixador americano no Brasil, Clifford Sobel, diz que o pedido tinha sido encaminhado no mês anterior a funcionários brasileiros e afirma que o Brasil "tem procurado por projetos relacionados a desenvolvimento, em detrimento a um apoio para o setor militar".



"O histórico brasileiro sugere que seria uma quebra de precedentes o Brasil apoiar uma força militar estrangeira fora do mecanismo da Nações Unidas, com o qual o governo prefere trabalhar", afirma Sobel.



"O pedido de US$ 5 milhões em cinco anos é muito maior do que muitos outros que fizemos e ficaram sem resposta. Os recursos do Brasil para assistência em geral são extremamente limitados e o governo geralmente prefere a assistência técnica para projetos de desenvolvimento social", analisa o embaixador.



Meses depois, Sobel trata novamente da questão ao reportar uma conversação com o embaixador Roberto Jaguaribe. "Há três principais obstáculos a superar com relação aos pedidos de assistência: a) o orçamento brasileiro, b) receptividade política, e c) dificuldade do Brasil em "comprar uma coisa que ele não formulou".



"Observando que Afeganistão é um país "remoto e distante" para o Brasil, Jaguaribe disse que o Brasil acompanha o desenvolvimento da situação no Afeganistão, mas não é um "ator relevante", embora Afeganistão esteja para abrir uma embaixada em Brasília e o Brasil consideraria abrir uma em Cabul".

Forças Armadas têm 506 homens na serra do RJ

EQUIPE AE - Agência Estado


Um grupo de 11 helicópteros e 506 militares já foi deslocado pelas Forças Armadas para o Rio de Janeiro, para apoiar as ações da Defesa Civil na região de serra do Estado. Os helicópteros, entretanto, não conseguiram chegar hoje à região atingida, devido ao mau tempo. Os militares têm expectativa de que amanhã as condições meteorológicas melhorem, permitindo o acesso dos helicópteros e, assim, ação plena da equipe da "Operação Serrana". O balanço da ação das Forças Armadas na região foi divulgado na noite de hoje pelo Ministério das Defesa.


As principais ações efetuadas, ressalta o ministério da Defesa, envolvem a desobstrução de vias e remoção de escombros em três cidades; o apoio à Defesa Civil na distribuição de donativos; e o atendimento médico (HCamp) em Nova Friburgo.



A partir de hoje, as operações estão sendo coordenadas pelo General-de-Divisão Oswaldo de Jesus Ferreira, comandante da 1ª Divisão de Exército (1ªDE), do Rio de Janeiro. Ele terá sob seu comando um oficial de cada uma das Forças envolvidas na operação: Marinha, Exército e Aeronáutica.



A centralização das operações em um único comando foi determinada pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, por meio da Diretriz Ministerial 01/2011, assinada hoje. O documento determina a nomeação de um comandante de um Centro de Operações Militares Federais (não envolve as forças estaduais), e o emprego dos meios necessários, além dos que já estavam sendo destinados nos dias anteriores.


O acompanhamento operacional das tropas federais será feito pelo Chefe do Estado Maior Conjunto das Forças Armadas, do Ministério da Defesa, General-de-Exército José Carlos De Nardi, que tem o papel de empregar as forças em conjunto, enquanto os comandantes das Forças tem o papel do adestramento das mesmas e do emprego isolado.

Terceira aeronave de vigilância da Índia vai a teste

Terceira aeronave de vigilância da Índia vai a teste




O terceiro Sistema Aéreo de Alerta e Controle (Airborne Warning and Control System - AWC&S) da Força Aérea Indiana, instalado em um Ilyushin Il-76, passou por testes de vôo equipado com sistemas adicionais.



A aeronave foi testada durante vôos de longa duração sobre Israel e o Mediterrâneo a partir do aeroporto de Ben Gurion, em Tel Aviv, e incluiu "alguns cenários muito complexos", segundo uma fonte. Pessoal da força aérea indiana esteve abordo da plataforma para todas as incursões.



A Índia fez um pedido por capacidades adicionais não especificadas para sua terceira aeronave Il-76-AW&CS após a entrega dos dois primeiros exemplares pela Elta Systems, subsidiária da Israel Aerospace Industries.



A entrega da terceira aeronave de vigilância Il-76 está prevista para meados de 2011, mas a IAI se recusou a ser mais específica.



A Elta também preparou várias propostas para atender à demanda da força aérea indiana por mais plataformas AEW&C, incluindo mais Il-76 ou utilizando os menores G550 Gulfstream.



Tradução: Felipe Medeiros



Fonte: Flight Global