terça-feira, 10 de abril de 2012

Carro voador deve ter versão comercial em 2014


Efe
A empresa holandesa PAL-V quebrou a famosa frase de Calderón de la Barca que diz "os sonhos, sonhos são" ao tornar realidade a fantasia de criar um carro voador, cuja versão comercial poderia sair à venda em 2014."Estamos buscando investidores em todo mundo para conseguir os 10 ou 15 milhões de euros que faltam para lançar a versão comercial do carro voador, e esperamos que isso ocorra em 2014", disse à Agência Efe, Robert Dingemanse, um dos cofundadores da firma.
O diretor disse estar "orgulhoso de demonstrar que é possível fazer um carro voador". Nesta semana, após o período de provas, o veículo realizou um voo inaugural bem-sucedido, com o qual fechou a fase experimental e abriu a preparação para saída ao mercado.
Na etapa inicial, a empresa contou com um orçamento de 8,5 milhões de euros, 6 deles fornecidos pelo setor privado e 2,5 provenientes dos cofres públicos, oriundos dos orçamentos de três ministérios.
O automóvel de ar e terra (PAL-V, em sua sigla em inglês) funciona em solo como um veículo esportivo, capaz de alcançar 180 km/h e com um desenho aerodinâmico de três rodas que "combina a comodidade de um carro com a agilidade de uma motocicleta".
No ar, o PAL-V voa como um girocóptero graças ao movimento gerado por lâminas situadas na parte superior e ao empurrão de uma hélice dobrável. A velocidade máxima no ar é também de 180 km/h e a autonomia de voo é de 350 a 500 quilômetros.
"O projeto começou graças ao financiamento do nosso sócio John Bakker, com o qual pensamos em mudar a forma de voar para poder deslocar de porta a porta", explicou Dingemanse.
Para pôr em prática a iniciativa, os inventores contaram com profissionais de alto nível vinculados ao Laboratório Aeroespacial Holandês e a Universidade de Delft, que se encarregaram de desenvolver a tecnologia.
A empresa planeja agora poder lançar em 2014 os 30 primeiros modelos ao mercado e aumentar o fornecimento no primeiro ano a até cem unidades. "Em um primeiro momento pensamos como possíveis clientes cidadãos comuns, mas também em profissionais como policiais, médicos e até empresas de transportes", indicou o diretor.
Para poder dirigir o PAL-V não serão necessárias infraestruturas especiais, pois o automóvel cumpre com as regulações existentes nos principais mercados e não requer outro combustível diferente da gasolina.
Os motoristas interessados deverão tirar não somente a permissão de dirigir, mas também uma licença privada de vôo. No entanto, há um complicador maior: o preço. Estima-se que o veículo custará entre 250 mil e 500 mil euros.
segurança nacional

Governo institui sistema para integrar pesquisas com nanotecnologia


Agência Brasil
Para aumentar a interação entre os pesquisadores brasileiros que desenvolvem pesquisa básica e avançada com matérias de tamanho atômico, o governo criou o Sistema Nacional de Laboratórios em Nanotecnologias (SisNano). Portaria do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) publicada nesta última segunda, 9, no Diário Oficial da União, institui o novo sistema.
A nanotecnologia é considerada uma área estratégica para o desenvolvimento industrial e para o fornecimento de soluções que vão desde a produção de medicamentos até vestuários. O mercado internacional de nanotecnologia deverá atingir US$ 693 bilhões até o final deste ano e US$ 2,95 trilhões em 2015 (dado da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial).
A portaria associa o desenvolvimento da nanotecnologia ao Plano Brasil Maior criado pelo governo federal para aumentar o peso da atividade industrial no Produto Interno Bruto.
De acordo com o documento, o SisNano deve “estruturar a governabilidade” para as nanotecnologias; desenvolver um programa de mobilização de empresas instaladas no Brasil e de apoio às suas atividades; e otimizar a infraestrutura de pesquisa de 16 institutos nacionais de ciência e tecnologia (INCTs) dedicados a estudos na área. A maior parte dos estudos está concentrada em São Paulo, especialmente na Universidade de São Paulo (USP). segurança nacional

Embraer reenviará proposta de venda de caças aos EUA


A Embraer deve reenviar a sua proposta de vender 20 aviões Super Tucanos para a Força Aérea americana, uma vez que for reaberta a concorrência suspensa no fim de fevereiro pelas autoridades americanas.
O presidente da Embraer, Frederico Curado, disse a jornalistas em Washington que ficou "desapontado" com a reversão do processo - a empresa foi anunciada como vencedora em janeiro-, mas disse confiar que a companhia tenha "não o melhor, mas o único" produto adequado às necessidades da licitação.
"Ficamos muito desapontados (com o cancelamento da licitação), e esperamos, quando o processo for reaberto, que as mesmas razões que nos levaram a vencer pela primeira vez nos levem a vencer pela segunda", disse Curado.
Não há previsão para a retomada da concorrência - possivelmente em questão de semanas- nem se sabe se haverá mudança nos critérios de escolha.
A licitação no valor de US$ 355 milhões foi aberta para adquirir aeronaves de monitoramento para a Guerra no Afeganistão. A Embraer afirma que os versáteis Super Tucanos, concebidos para combater o tráfico de drogas na Amazônia, têm o perfil adequado para combater a contrainsurgência afegã.
Entretanto, a concorrência foi cancelada depois que a empresa perdedora na disputa, a Hawker Beechcraft, questionou o processo na Justiça.
Embora as autoridades tenham alegado um suposto problema na sua própria documentação, muitos observadores levantaram fatores políticos - sobretudo em relação à criação de empregos - que, crêem, podem ter influenciado na disputa.
O presidente da Embraer evitou endossar essas interpretações. "Nós temos em princípio confiar no que nos dizem", disse Curado. "Temos de crer que vamos ser selecionados novamente, o que provaria que não houve influência política na decisão."
Guerra do emprego
Um dos pontos levantados pela Hawker-Beechcraft em defesa de seu AT-6 foi o de que o avião é fabricado nos Estados Unidos.
A companhia alegou que a escolha de uma empresa estrangeira na disputa colocaria em risco 800 postos de trabalho em Kansas e Arkansas, e mais 600 em outros Estados.
A Embraer e sua parcera americana, Sierra Nevada, refutam o argumento. As empresas ressaltam que a construção das 20 aeronaves implicaria um investimento industrial em Jacksonville, na Flórida (a Embraer já tem uma fábrica em Melbourne, no mesmo Estado), a contratação de 50 trabalhadores qualificados e, por causa do alto conteúdo local do avião, a manutenção de outros 1,2 mil empregos no país.
"Nós temos um grande compromisso com o conteúdo local", disse Curado, acrescentando que o contrato também inclui a prestação de serviços e manutenção, que também exigiriam empregados locais. "O argumento de que esta é a razão para tirar o contrato da Embraer/Sierra Nevada é impreciso."
A Embraer, líder no mercado de aeronaves executivas, vê a licitação como um "nicho de mercado". Curado ressaltou que o mais importante, neste processo, é a "parceria estratégica" que a empresa travaria com o governo americano.
O Super Tucano é uma geração além do Tucano, uma aeronave usada por cerca de 15 Forças Armadas de diversos países. No caso americano, a demanda após a entrega dos 20 primeiros poderia até dobrar, segundo Curado.
O executivo, que fez parte da comitiva que acompanhou a presidente Dilma Rousseff aos Estados Unidos, disse que o governo brasileiro mencionou o tema para o governo americano durante a visita, "com delicadeza, para não ferir questões de soberania nacional".
Na sua declaração final do encontro, os governos de ambos os países anunciaram a criação de um canal de diálogo bilateral no setor de defesa. Para o presidente da Embraer, a prestação de serviços para o Departamento de Estado americano "se encaxaria perfeitamente nesse contexto". BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC. segurança nacional

Coreia do Norte planeja concluir montagem de foguete nesta terça-feira


Cláudia Trevisan e Lisandra Paraguassu , Enviadas Especiais, Tongchang-Ri, Coreia do Norte, O Estado de S.Paulo
TONGCHANG-RI, COREIA DO NORTE - A Coreia do Norte planeja concluir nesta terça-feira, 10, a montagem do foguete e do satélite que pretende lançar em algum momento entre os dias 12 e 16, desafiando oposição quase unânime da comunidade internacional.
Críticos dizem que lançamento contraria ONU - Efe
Efe
Críticos dizem que lançamento contraria ONU
O governo de Pyongyang insistiu ontem que o projeto tem caráter pacífico e é um presente do povo coreano para Kim Il-sung, o presidente que morreu em 1994 e cujo centenário será celebrado domingo.

Mas os críticos do lançamento sustentam que ele contraria resolução do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) que proíbe o país de realizar lançamentos de foguetes que usem tecnologia de mísseis balísticos _ os dois primeiros estágios do Unha-3 que colocará o satélite em órbita têm origem no míssil Taepodong-2, testado em 2006.
"Nós não aceitamos resoluções do Conselho de Segurança que violam nossa soberania", declarou ontem o vice-diretor do Comitê de Tecnologia Espacial da Coreia do Norte, Ryu Kum Chol, em uma rara entrevista coletiva para a imprensa estrangeira. Segundo Ryu, o país tem direito à exploração pacífica do espaço, nos termos do Tratado do Espaço.
O lançamento do satélite ocorre em uma semana decisiva para a consolidação do poder de Kim Jong-un, o jovem de 29 anos que assumiu o comando da potência nuclear em dezembro, depois da morte de seu pai, Kim Jong-il.
Nesta quarta-feira, Kim Jong-un poderá ser eleito secretário-geral do Partido dos Trabalhadores, o mais alto posto dentro da organização fundada por seu avô, Kim Il-sung, cujo centenário de nascimento será celebrado no domingo.
Outro passo poderá ser dado na sexta-feira, quando a Assembleia Suprema do Povo provavelmente nomeará Kim Jong-un para o comando da Comissão Nacional de Defesa, o posto de maior poder de fato dentro do país.
As celebrações do centenário têm enorme significado político para Kim Jong-un, que tenta reproduzir a aparência, os gestos e o estilo de seu avô, venerado como um pai pelos norte-coreanos. A identificação é uma forma de legitimar sua escolha aos olhos da população e fortalecer seu poder dentro da elite dirigente.
Se for bem sucedido, o lançamento do satélite será apresentado à população como uma conquista tecnológica da Coreia do Norte e um passo na construção da nação "forte e próspera" que havia sido prometida para 2012. O Estado de S.Paulo..SEGURANÇA NACIONAL

Marinha enviará nova fragata para o Líbano nesta terça-feira


SÃO PAULO - A Marinha do Brasil enviará nesta terça-feira, 10, uma nova fragata, com tripulação de 251 militares, para substituir a embarcação brasileira que integra a esquadra da Unifil, a missão de paz da ONU no Líbano desde 2011.
Nova fragata deve chegar a Beirute em 11 de maio - Reprodução
Reprodução
Nova fragata deve chegar a Beirute em 11 de maio
A fragata Liberal partirá às 15h da Base Naval do Rio de Janeiro e deve chegar a Beirute em 11 de maio. Ela substituirá a fragata União, que voltará ao Brasil em junho.
A participação militar brasileira na Unifil resulta de um esforço do Itamaraty - iniciado no governo do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva - para tornar o Brasil um ator relevante no cenário do Oriente Médio.
A negociação entre a ONU e o Brasil para o envio de tropas à região começou no primeiro semestre de 2010, quando o governo italiano iniciou um movimento de retirada de suas tropas da missão de paz no Líbano para enviá-las ao Afeganistão.
A ONU passou então a buscar uma nação que pudesse assumir o papel de fornecedora de tropas para a Unifil - despertando o interesse do Itamaraty.
Em fevereiro de 2011 o Brasil assumiu o comando da força tarefa naval da ONU e nomeou o então contra-almirante Luis Henrique Caroli para chefiar um grupo de nove navios internacionais.
Contudo, ele comandou essa esquadra a partir de um escritório em terra por cerca de oito meses, devido à demora do Ministério da Defesa em enviar uma embarcação militar brasileira ao país.
A fragata União só foi enviada ao Líbano em outubro de 2011, após o governo brasileiro receber forte pressão da ONU.
Missão 
A missão da frota da ONU no país é patrulhar o litoral libanês e impedir a entrada de armas ilegais para grupos extremistas.
Outro ramo da missão, que opera na fronteira terrestre do Líbano com Israel e não conta ainda com participação brasileira, tem o objetivo de evitar confrontos armados entre israelenses e a milícia xiita Hizbollah.
Segundo a Marinha, será feito um revezamento de navios e militares engajados na força tarefa naval a cada seis meses. A fragata Liberal e sua tripulação devem ser substituídas somente em dezembro.
Após disponibilizar navios de guerra para a missão, o Brasil obteve no último mês de fevereiro autorização da ONU para apontar um novo comandante da esquadra e assim garantir a chefia da força tarefa naval por mais um ano.
O atual comandante da unidade militar é o contra-almirante Wagner Lopes de Moraes Zamith, que já está no Líbano.
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segunda-feira, 9 de abril de 2012

SGB e o fratricídio francês


Desde setembro de 2011, o projeto do Satélite Geoestacionário Brasileiro (SGB) se tornou o principal tema de interesse do Programa Espacial Brasileiro pela indústria espacial estrangeira. E com frequência, surgem notícias sobre os preparativos e as movimentações para a viabilização do projeto, a ser executado pela BR1SATjoint-venture a ser constituída pela Embraer Defesa e Segurança e a estatal Telebrás, sob os auspícios e interesses dos ministérios das Comunicações e Defesa.
À medida que o projeto vai se viabilizando, também acontecem as movimentações de empresas e indústrias interessadas, e o blog passará a abordar algumas dessas movimentações de bastidores.
De acordo com informações que chegaram ao conhecimento do blog Panorama Espacial, houve uma tentativa francesa para uma proposta conjunta para o governo brasileiro, envolvendo a Thales Alenia Space e a Astrium, num solução turn-key, com a entrega do satélite em órbita. Seria umaproposta similar a que está sendo feita pela Astrium e Thales Alenia Space para a empresa espanhola Hisdesat envolvendo o satélite militar Hisnorsat. A Thales, no entanto, teria recusado a proposta.
Na opinião de quem observa atentamente as movimentações empresariais relacionadas ao SGB, a decisão da Thales demonstra a importância que o eventual contrato brasileiro representa para a empresa. Em 2011, o único contrato para a construção de um satélite geoestacionário de comunicações conquistado pela companhia foi com governo do Turcomenistão. Não houve encomendas comerciais. Oficialmente, as dificuldades em conquistar novos negócios teriam um motivo principal: a desvalorização do euro frente ao dólar, o que estaria minando a competitividade da indústria espacial europeia. Mas, mesmo com a desvalorização do dólar, a também europeia Astrium fechou em 2011 cinco novas encomendas de satélites geoestacionários, inclusive de clientes comerciais, como a DirectTV e Eutelsat.
A Thales Alenia Space é a contratante principal do Syracuse, o sistema francês de comunicações militares por satélite, e tem esperanças de que seu expertise na área, aliado ao acordo de parceria estratégica entre o Brasil e a França, sejam determinantes para a sua escolha como fornecedora principal do satélite do SGB.
A competição vai se desenhando
Em declarações públicas feitas há algumas semanas, Marco Antônio Raupp, ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação não perdeu a oportunidade para falar sobre a aguardada abertura de concorrência internacional para a seleção do fornecedor do SGB, o que tem causado certa aflição em setores industriais e mesmo no governo.
Primeiro, Raupp falou da possibilidade da participação norte-americana, e embora não tenha citado nomes, fato é que a Space Systems Loral (selecionada pela brasileira Star One para a construção do Star One C4) já esteve em Brasília para contatos relacionados a uma possível participação no SGB, conforme já revelado pelo blog. Além da Loral, cogita-se também sobre o possível interesse da Boeing, que, em mais de uma ocasião, demonstrou estar atenta a oportunidades espaciais no Brasil.
Diz a lenda, a Loral, que é bastante conhecida por suas propostas competitivas, muitas vezes com valores percentuais até dois dígitos mais baratos, já conta com experiência (e habilidade) em suportar “desaforos” sul-americanos. A Boeing, por sua vez, apesar de ter sistemas de comunicações considerados caros, há alguns anos decidiu voltar com força ao mercado, e colocou o Brasil como um dos seus mercados de atenção, particularmente pelo Programa F-X2, que prevê a aquisição de novos caças pela Força Aérea Brasileira.
Raupp também esteve na Índia, integrando a comitiva que viajou ao país asiático no final de março. Nesta ocasião, o ministro convidou os indianos a analisarem o projeto SGB e eventualmente participarem da concorrência. A Índia conta com uma tecnologia recentemente madura em satélites geoestacionários, principalmente em plataformas de médio porte, mas ainda depende de fornecedores estrangeiros para componentes e cargas úteis, como os transpônderes de comunicações, usualmente fornecidos pela europeia Astrium. A empresa do grupo EADS e a Antrix Corporation (braço comercial da agência espacial indiana, a ISRO), aliás, mantêm vários acordos de cooperação, como em lançamentos de cargas úteis, satélites, entre outros.
Fratricídio?
Para muitos observadores, a indústria espacial francesa sempre foi vista como uma das mais bem posicionadas para o SGB, posicionamento este que ganhou reforço com o acordo de parceria estratégica celebrado em dezembro de 2008. Uma falha da indústria da França em unir esforços para uma oferta conjunta para o SGB poderia resultar num movimento fratricida, que só traria prejuízos a sua própria indústria. Falhas estas, aliás, que muitas vezes levaram a indústria francesa a ser surpreendida e perder negócios em que já era entendida como vitoriosa, mesmo no Brasil (uma pessoa ouvida pelo blog citou o caso, pouco conhecido em detalhes, da tentativa francesa em vender e transferir tecnologia de pequenos satélites de observação).
Fonte: Panorama Espacial ...SEGURANÇA NACIONAL

Para general, Alemão é mais violento e complexo que Haiti em 2007


O general Tomás Miguel Miné Paiva Ribeiro, que deixa nesta segunda-feira (9) a função de comandante da Força de Pacificação do Exército nos Complexos do Alemão e da Penha, afirmou ao iG que a missão no Rio é muito mais difícil e violenta que a que a Missão de Paz no Haiti em que atuou como subcomandante do Batalhão Brasileiro (Brabatt), em 2007.
Assume a função o general Carlos Sarmento, da 9ª Brigada de Infantaria Motorizada, no Rio, último contingente militar na área, antes de a Polícia Militar implantar as UPPs na região. Sarmento já comandou a Força de Pacificação, em 2011.O general Tomás esteve no Haiti entre maio e outubro de 2007, período imediatamente posterior à “pacificação” real de Cité Soleil, a mais perigosa favela da capital Porto Príncipe, antes dominadas por gangues. A Minustah (Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti) começara lá em junho de 2004. A última ação de massa na região, em Bois Neuf, foi uma operação com 600 militares dos países da Minustah e ocorreu sem tiros, em 28 de fevereiro. General Tomás esteva lá ainda como coronel e observador, preparando-se para assumir o posto.Recebemos muito menos tiros lá no Haiti do que aqui (nos Complexos do Alemão e da Penha). Mudamos até a maneira de empunhar os fuzis: quando chegamos lá, era arma carregada, destravada e pronta para atirar. No meio da missão, já andávamos com armas abaixadas. Recebemos pouco tiro lá, muito menos que aqui. Aqui foram mais de 100 tiros contra a tropa nesses dois meses e meio”, afirmou o general Tomás.
Patrulhamento de becos aumenta e violência dispara desde janeiro
Foto: Reprodução
Militares brasileiros da Força de Paz distribuem mantimentos a haitiana
Desde que assumiu o comando da Força de Pacificação, em 27 de janeiro, general Tomás implementou uma rotina mais reforçada de patrulhamento a pé e de moto de becos e vielas, priorizando essas áreas e “saturando” a área com os cerca de 1.600 homens operacionais distribuídos pelos complexos do Alemão e da Penha.
A reação dos traficantes foi clara. Dispararam as hostilidades em relação à tropa. Só em fevereiro, foram 102 “ações hostis”, na contabilidade da Força de Pacificação.
Até então, desde janeiro de 2011, o maior número tinha acontecido em maio de 2011, quando houve 34 ações, um terço do ocorrido em fevereiro – a média anterior mensal era de 16 casos.
Foto: Fernando Quevedo / Agência O GloboAmpliar
Militares da Força de Pacificação do Exército deixam o Complexo do Alemão com a chegada da PM
Nesse período de cerca de dois meses e meio em que as tropas de Campinas (SP) e de Santa Maria (RS) ficaram na região, foram alvo de 22 tiros de fuzil, 114 tiros de pistola ou revólver, além de 37 bombas caseiras ou rojões, jogados em direção aos soldados. Houve ainda 70 casos de pedras, paus, garrafas e tijolos lançados contra os militares e 42 “formações de turba” – como no dia da visita do príncipe Harry.
Seguindo a orientação do CML (Comando Militar do Leste) – de “proteger a população” –, o contingente informou ter dado 42 tiros de advertência de fuzil, 16 tiros de pistola, como resposta. A arma mais usada pelo Exército entre o fim de janeiro e hoje foi a espingarda calibre 12 de munição de borracha, não-letal, com 400 disparos, associados às granadas de luz e som (32), e gás de pimenta.
“No Haiti, a tropa chegou pronta para combater, não para manutenção da paz, mas para imposição da paz. Tinha atirado muito em treino e estava segura. No Haiti a situação social é muito pior que aqui. Mas aqui há uma cultura do tráfico ainda muito forte”, disse.
Foto: Divulgação
Militares da Força de Pacificação apreendem drogas nos complexos do Alemão e da Penha
No período, cresceram também as apreensões de drogas e armas. Em fevereiro e março, foram apreendidas 11 armas, sendo quatro réplicas de fuzis, maior média desde o início da Operação Arcanjo.
Os militares apreenderam 7208 papelotes de cocaína, 2896 sacolés de maconha, 2896, 300 comprimidos de ecstasy: 376 pedras de crack e 36 de haxixe.
Foram recolhidos pela tropa ainda um carregador de fuzil, 58 cartuchos de fuzil calibre 7.62mm, 29 cartuchos de pistola 9mm, 18 rádios portáteis, 30 celulares, um par de binóculos e 11 veículos roubados.
As ações de inteligência passaram a priorizar, pela ordem, armas, sistemas de informações das “forças adversas” – traficantes –, procurados, tráfico 
SEGURANÇA NACIONAL