terça-feira, 10 de abril de 2012

Coreia do Norte planeja concluir montagem de foguete nesta terça-feira


Cláudia Trevisan e Lisandra Paraguassu , Enviadas Especiais, Tongchang-Ri, Coreia do Norte, O Estado de S.Paulo
TONGCHANG-RI, COREIA DO NORTE - A Coreia do Norte planeja concluir nesta terça-feira, 10, a montagem do foguete e do satélite que pretende lançar em algum momento entre os dias 12 e 16, desafiando oposição quase unânime da comunidade internacional.
Críticos dizem que lançamento contraria ONU - Efe
Efe
Críticos dizem que lançamento contraria ONU
O governo de Pyongyang insistiu ontem que o projeto tem caráter pacífico e é um presente do povo coreano para Kim Il-sung, o presidente que morreu em 1994 e cujo centenário será celebrado domingo.

Mas os críticos do lançamento sustentam que ele contraria resolução do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) que proíbe o país de realizar lançamentos de foguetes que usem tecnologia de mísseis balísticos _ os dois primeiros estágios do Unha-3 que colocará o satélite em órbita têm origem no míssil Taepodong-2, testado em 2006.
"Nós não aceitamos resoluções do Conselho de Segurança que violam nossa soberania", declarou ontem o vice-diretor do Comitê de Tecnologia Espacial da Coreia do Norte, Ryu Kum Chol, em uma rara entrevista coletiva para a imprensa estrangeira. Segundo Ryu, o país tem direito à exploração pacífica do espaço, nos termos do Tratado do Espaço.
O lançamento do satélite ocorre em uma semana decisiva para a consolidação do poder de Kim Jong-un, o jovem de 29 anos que assumiu o comando da potência nuclear em dezembro, depois da morte de seu pai, Kim Jong-il.
Nesta quarta-feira, Kim Jong-un poderá ser eleito secretário-geral do Partido dos Trabalhadores, o mais alto posto dentro da organização fundada por seu avô, Kim Il-sung, cujo centenário de nascimento será celebrado no domingo.
Outro passo poderá ser dado na sexta-feira, quando a Assembleia Suprema do Povo provavelmente nomeará Kim Jong-un para o comando da Comissão Nacional de Defesa, o posto de maior poder de fato dentro do país.
As celebrações do centenário têm enorme significado político para Kim Jong-un, que tenta reproduzir a aparência, os gestos e o estilo de seu avô, venerado como um pai pelos norte-coreanos. A identificação é uma forma de legitimar sua escolha aos olhos da população e fortalecer seu poder dentro da elite dirigente.
Se for bem sucedido, o lançamento do satélite será apresentado à população como uma conquista tecnológica da Coreia do Norte e um passo na construção da nação "forte e próspera" que havia sido prometida para 2012. O Estado de S.Paulo..SEGURANÇA NACIONAL

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