A afirmação do ministro das Relações Exteriores britânico sobre o país ter direito a um ataque nuclear preventivo é destinada à Rússia, opinou o cientista político Mikhail Smolin no ar do serviço russo da Rádio Sputnik.
O primeiro vice-presidente do Comitê de Defesa e Segurança do Conselho da Federação russo, Frants Klintsevich, apelou a que seja dada uma resposta dura à afirmação do ministro da Defesa da Grã-Bretanha, Michael Fallon, sobre o direito de Londres a realizar um ataque nuclear preventivo.Klintsevich sublinhou, que se a Grã-Bretanha está pronta para atacar um Estado com armas nucleares, então ele mesma, "não possuindo um território grande", será "reduzida praticamente a nada por um ataque de resposta". E se o ataque for lançado contra uma potência não nuclear, isso será igual ao bombardeamento nuclear pelos EUA das cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki.
Na segunda-feira (24), em entrevista ao canal televisivo BBC Four, Michael Fallon disse que a premiê Theresa May estava disposta a usar mísseis balísticos Trident em "condições extremas", admitindo ele a possibilidade de um ataque preventivo.
As armas nucleares da Grã-Bretanha compreendem quatro submarinos nucleares Vanguard, cuja base de origem fica na Escócia. Cada submarino pode levar até 16 mísseis balísticos Trident.
O politólogo e PhD em História Mikhail Smolin acha que as afirmações do ministro britânico são dirigidas, principalmente, à Rússia.As declarações de Londres devem ser consideradas como um sinal de que as armas britânicas estão apontadas em direção à Rússia, e não a outro lado, por eles não terem outros inimigos potenciais. Acho que tudo isso está sendo feito apenas para ver nossa reação, e que não temos de reagir exageradamente, porque a mídia está cheia de anúncios desse tipo", disse o cientista em entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik.De acordo com Smolin, as armas nucleares britânicas podem mesmo representar uma ameaça, mas sobretudo por causa do estado lamentável da frota.
"Claro que as armas nucleares da Grã-Bretanha representam uma grande ameaça, levando em conta a condição lamentável da Marinha inglesa, inclusive dos submarinos equipados com armas nucleares. Ou seja, podemos nos preocupar com o destino dessas armas. Ultimamente, o exército e a marinha britânicos têm desempenhado um papel pouco significativo, sendo sua dimensão demasiado pequena para realizar quaisquer operações de grande escala. Assim, acredito que as ações do governo são apenas uma tentativa de se alinharem pela política norte-americana", concluiu o politólogo.