Henrique: Bom dia Luiz é um prazer tê-los aqui, bem… gostaria de dizer que a OPTOVAC é uma empresa inteiramente nacional. Nós estamos ha mais de 20 anos no mercado e a Optovac nasceu com o incentivo da Marinha, que através da COPESP (Coordenadoria para Projetos Especiais), tinha o objetivo de desenvolver a tecnologia do combustível nuclear no Brasil, para submarinos. A OPTOVAC foi fundada e cresceu com este apoio mas com a crise econômica na era Collor o programa sofreu forte impacto e aOPTOVAC passou a investir muito no setor de óptica de precisão.
Hoje concluímos diversos projetos muito importantes para nossa empresa como um projeto para o INPE, para quem desenvolvemos um complexo sistema óptico para o espaço e diversos projetos para o Ctex.
Um importante marco tecnlógico para a OPTOVAC e creio, para o País, foi justamente a qualificação para uso espacial da objetiva que desenvolvemos e fabricamos para o INPE. Este processo de qualificação comprovou que nossa objetiva é capaz de suportar as severas vibrações da decolagem e as radiações no ambiente espacial em que opera, bem como, as mudanças de temperaturas no espaço.
É com orgulho que falo desse importante acontecimento para nossa empresa.
Plano Brasil: Como já dilvulgamos no Plano Brasil a OPTOVAC atuou recentemente num programa do Centro tecnológico do Exército Brasileiro o CTEx, correto?
Henrique: Isto mesmo Luiz, nós já trabalhamos muito com o CTEx, que é um importantíssimo fomentador de tecnologias avançadas e grande apoiador da indústria nacional de defesa. Tecnologia esta, e vale ressaltar, possui muitas vezes, desdobramentos significativos na área civil.
A Optovac concluiu diversos projetos na área de desenvolvimento de sistemas infravermelho, de visão noturna e sistemas optrônicos de guiamento para o CTEX. Ao final de 2009, entregamos uma luneta de imagem térmica para tiros de precisão em fuzis. A luneta foi completamente desenvolvida e fabricada no Brasil: óptica, mecânica, sistemas eletrônicos, softwares e algoritmos, tudo feito no Brasil, pela Optovac.
Plano Brasil: Você poderia falar um pouco deste equipamento?
Henrique: Esse equipamento já foi testado em campo (ver nesta matéria), foram efetuados ensaios, que englobaram inclusive, tiros noturnos. Foram feitas tambem comparações com um modelo de câmera importada.
O ensaio foi efetuado pelo pessoal das Forças Especiais do Exército Brasileiro em Goânia que atestaram e gostaram muito do desempenho. Segundo eles foi melhor do que o modelo importado e essa notícia foi inclusive divulgada no jornal do CTEx daquela época.
- Câmeras termais portáteis OPTOVAC- Foto Ricardo Pereira Plano Brasil
Este resultado foi uma satisfação muito grande para toda a nossa equipe pois compravamos que estávamos no caminho certo e a confiança que o CTEX nos despositou foi então correspondida. E mais, comprovou-se novamente, como em outras ocasiões na história da tecnologia brasileira que é possível sim, fazermos tecnologia de altíssimo nível no Brasil. Somos um país com um povo muito perseverante. E a OPTOVAC, sobretudo como pequena empresa, sempre soube perseverar e acreditar no potencial de nossa equipe.
Mas o importante é isso, a OPTOVAC não parou, hoje nós temos um modelo de câmera similar ao usado no ensaio, porém com um sensor muito mais avançado, com tecnologia mais moderna e uma câmera com algoritmos mais avançados e mais novos, com metade do tamanho da câmera utilizada no ensaio, a qual você teve oportunidade de experimentar e pode falar um pouco aos leitores.
Plano Brasil: Realmente a câmera me impressionou, não só pela definição e nitidêz como também pelo histórico do desenvolvimento, o que mostra uma progressão de modelo para modelo.
Henrique: Correto, a OPTOVAC não está parada. Hoje nós temos modelos de câmeras para diferentes aplicações, câmeras com sensores de diferentes resoluções, com tipos de saída de vídeo diferentes, micro LCD (liquid Crystal Display- Monitor de cristal Líquido), ou seja, somos muito flexíveis às necessidades do cliente.
A OPTOVAC quer expandir essa tecnologia para outros setores como empresas da área de segurança e para as forças policiais, um setor que julgamos ser de fundamental importância. Além disso, muitas empresas nacionais estão desenvolvendo VANTs, os quais estão se mostrando já bastante avançados. Porém a carga útil destes VANTs, que envolve todo o sistema de câmeras vísiveis e termais, são importados. A Optovac deseja e está trabalhando para ser um fornecedor nacional destes sistemas ópticos embarcados, num futuro muito próximo.
Plano Brasil: Você pode nos falar um pouco das perspectivas acerca do setor de segurança pública?
Henrique: A tecnologia termal permite que ninguém se esconda, seja a noite ou de dia. Permite planejar operações táticas complexas. É uma importante ferramenta para antecipar situações de risco e realizar a segurança de grandes áreas e grandes aglomerações urbanas, fronteiras marítima ou terrestres, e também a detecção de pessoas com sintomas de febre, como foi o caso recente de surto de gripe e a identificação destas pessoas antes do embarque em aeroportos. Todos os países desenvolvidos já incorporaram esta tecnologia com o uso frequente e extensivo de sistemas de imageamento térmicos.
Desenvolver esta tecnologia foi um desafio muito grande, mas a OPTOVAC venceu, e trabalhamos agora para aprimorar nossos equipamentos, elevando-os aos níveis dos equipamentos importados de primeira linha, das gigantes multinacionais.
Vou lhe citar um exemplo da aplicação dos sensores termais: caso aconteça de um sujeito fugir seja no ambiente urbano, favelas etc.. se este indivíduo adentrar num matagal, dependendo da região, o policial não consegue enxergá-lo e perseguí-lo devido a ocultação do cenário, e isso, mesmo de dia. Porém de posse de um sistema de visão termal, não tem como se esconder, porque a temperatura corpórea estará sendo evidenciada e detectada pela câmera termal. Não há como ele prender a respiração e deixar de emitir infravermelho. As principais forças policiais do mundo usam essa tecnologia em helicópteros, em armamentos e claro, em viaturas. Estamos falando uma câmera de tamanho muito reduzido, leve e muito importante, portátil.
Outro ponto imporante é que como somos fabricantes, oferecemos todo o susporte técnico, com treinamentos, assitência técnica e garantias, muito próximos aos clientes. Hoje, se uma câmera térmica da Polícia precisa de reparos, é preciso vir um técnico compotente ou enviar o equipamento, que é bastante caro, à Israel, França, ou Estados Unidos. Estamos falando de meses, de burocracia e custos elevados. Meses em que a Polícia, que fez um investimento considerável, está deixando de usar o equipamento.
E pior, com o risco e os trantornos existentes do fato de se depender de assitência técnica estrangeira, o equipamento térmico importado pode não vir a ser usado em operações com a frequência desejada inicialmente. Pois em cada operação aumenta-se o risco de se ter que antecipar uma manutenção.
O que a Optovac propõe é justamente o contrário, realizar tudo no Brasil e com agilidade. Estar próximo de nossos clientes, das Forças Policiais que precisam ter sempre um equipamento deste operacional.
Plano Brasil: Mas há uma concorrência internacional como a OPTOVAC se situa neste nicho?
Henrique: A OPTOVAC conta com um corpo de pesquisadores de alto nível. Nós já temos dois projetos com a FINEP, um plano de negócios bem estruturado para atingir o mercado. A gente não pode esquecer que hoje no mundo tem 3 ou 4 empresas que são capazes de fabricar o sensor, o único componente que nós ainda não fabricamos (o sensor infravermelho). Mas eu diria que umas 20 empresas no mundo fabricam as câmeras, tal como nós.
Nosso diferencial competitivo é uma somatória de fatores tais como preço, asistência técnica de alto nível extremamente rápida e ágil (completamente realizada no Brasil), alta flexibilidade às necessidades do cliente, câmeras com elevada taxa de atualização de frames e alta qualidade de imagem.
Henrique: Com excelente qualidade, com a presença nacional, com empregos gerados aqui e de alto nível, sistema totalmente embarcado e desenvolvido aqui.
Plano Brasil: Quais seriam então os diferenciais, ou seja o “a mais” que a OPTOVAC teria para oferecer, não pensando somente no mercado Brasileiro de Defesa e Segurança Pública, mas também no cenário latino-americano?
Henrique: Para o cliente Latino-americano certamente o custo mais baixo, o mesmo ocorre para o Brasileiro, fora isso, a assistência técnica com garantia absoluta, feita aqui no Brasil, por brasileiros, empregando mão-de-obra brasileira. Se acontecer alguma coisa com uma das câmeras do Exército ou da Polícia por exemplo, nós vamos ter câmeras para repor, ou seja, a OPTOVAC recolhe as câmeras para manutenção e coloca outras operacionais no lugar.
Tudo isto para não deixar o cliente sem câmeras térmicas para suas aplicações.
Nosso produto também apresenta um diferencial conquanto a sua velocidade de imageamento, nossas câmeras podem fornecer imagens a partir de 30 frames por segundo, o que permite que nenhum detalhe possa escapar a visão do observador. O sistema pode registrar 30 fotos por segundo em boa definição e nada vai se mover mais rápido do que isso. Pouquíssimas Câmeras análogas e de tecnologia equivalente possuem esta função e neste patamar de frames (30/s). Para aplicações militares podemos atingir 60 quadros por segundo...
Um aspecto importante que devemos ressaltar se refere aos projetos nacionais de grande envergadura como o Sisfron e o SisGAAz. A Optovac tem o máximo interesse em ser um fornecedor de alguns modelos de câmeras termais. Mas sabemos estes projetos são extremamente amplos e complexos. Neste sentido a Optovac deve ser firmar também como capaz de absorver offsets tecnológicos de