2011 foram mostradas fotos da aeronave voando. O voo durou 18 minutos ao redor de Chengdu. A aeronave foi projetada pela CAC (Chengdu Aerospace Corporation) e Fábrica 132. Duas aeronaves forma fabricadas, número 2001 e 2002. A Shenyang Aircraft Corporation também participa do projeto com a liderança da CAC. O J-20 é um caça pesado, configuração canard-delta, cauda dupla com configuração furtiva, com exceção dos escapes dos motores que são convencionais. Oficiais chineses já tinham anunciado em 2009 que uma nova aeronave de ultima geração entraria em serviço por volta de 2017.
sábado, 29 de janeiro de 2011
Dilma quis desistir de caças e submarino
EM RECENTE ENCONTRO com o ex-presidente Lula, a presidente Dilma Rousseff, preocupada com as contas do governo, ponderou sobre a compra dos 36 caças da FAB e a do submarino nuclear pela Marinha, projetos de R$ 50 bilhões.
Dilma citou orientações do ministro da Fazenda, Guido Mantega, sobre segurar os gastos. Lula, meio à brinca, meio a sério, soltou: “Se você ficar ouvindo o Mantega, não vai conseguir fazer nada no governo”. O fato é que, por ora, os caças são esboços, e o submarino nem mergulhou num tanque.
DilmaX em Ação*
Em reunião no início de dezembro, o ministro da Defesa Nelson Jobim apresentou a proposta italiana como a escolhida pela MB e com aval do ministério da Defesa. O Presidente Luiz Inácio chancelou a aprovação e deu luz verde ao ministro Jobim que comunicasse ao Almirantado e formalizasse oinício aos procedimentos legais para as negociações com os italianos.
A futura presidente Dilma Rousseff esteve na reunião, só como ouvinte, enquanto o ministro Nelson Jobim esteve presente. Após a saída do ministro, a portas fechadas, a futura presidente argumentou ao presidente Luiz Inácio, que se era a sua administração que teria arcar com os custos do PROSUPER, ela queria rever a decisão.
O anúncio da escolha de que eram os italianos os escolhidos seria a pedra de toque das festividades do Dia do Marinheiro, comemorado em 13 de dezembro com a presença do presidente Luiz Inácio, em Brasília.
Dos dois lados do Atlântico estavam prontas as comemorações. Tão ansiosos, que jornalistas italianos ligaram para a redação de para realmente confirmar se a decisão sairia por aqueles dias.
Aliás foi a partida para iniciar esta pesquisa.
Na solenidade do Dia do Marinheiro o presidente Luiz Inácio foi módico nas palavras quanto ao futuro da Marinha do Brasil, assim como o Alm Moura Neto e o ministro Jobim e o próprio presidente pareciam constrangidos.
A revisão deste contrato que já estava praticamente assinado e havia o entendimento do Almirantado que era a melhor solução para a Marinha do Brasil está dentro do que DefesaNet nomeou de DilmaX.
Observar que no caso do acordo com a FINCANTIERI havia o entendimento comum entre o Almirantado de que a proposta italiana era a melhor, nos aspectos: técnico, industrial e financeiro.
Entendimento este que não está presente, por exemplo, em outros projetos polêmicos, tal como o Programa F-X2, onde o Estado-Maior da Aeronáutica não obtém um acordo sobre o que deseja para a Força Aérea Brasileira.
Na reunião que os comandantes: Gen Enzo Peri, Brig Juniti Saito e Alm Moura Neto tiveram com a futura presidente, na manhã do dia 20 de Dezembro, foi lhes reafirmado que os programas constantes da Estratégia Nacional de Defesa seriam efetivados, embora não no primeiro momento do seu governo. E alguns re-analisados.
A mesma posição foi feita pela futura presidente Dilma Rousseff ao Gen De Nardi, Comandante do Estado-Maior Conjunto, em reunião no dia 21 de Dezembro, quando foi lhe apresentado o conjunto dos programas.
Muito antes de anunciado ou de assumir a presidência a “Lógica DilmaX” já estava em ação pela Sra Dilma Rousseff
Importante observar que a questão do acordo de fornecimento dos navios com a Itália, por parte da então futura presidente, em nenhum momento eseve vínculado ao caso Battisti.
Dilma citou orientações do ministro da Fazenda, Guido Mantega, sobre segurar os gastos. Lula, meio à brinca, meio a sério, soltou: “Se você ficar ouvindo o Mantega, não vai conseguir fazer nada no governo”. O fato é que, por ora, os caças são esboços, e o submarino nem mergulhou num tanque.
DilmaX em Ação*
Em reunião no início de dezembro, o ministro da Defesa Nelson Jobim apresentou a proposta italiana como a escolhida pela MB e com aval do ministério da Defesa. O Presidente Luiz Inácio chancelou a aprovação e deu luz verde ao ministro Jobim que comunicasse ao Almirantado e formalizasse oinício aos procedimentos legais para as negociações com os italianos.
A futura presidente Dilma Rousseff esteve na reunião, só como ouvinte, enquanto o ministro Nelson Jobim esteve presente. Após a saída do ministro, a portas fechadas, a futura presidente argumentou ao presidente Luiz Inácio, que se era a sua administração que teria arcar com os custos do PROSUPER, ela queria rever a decisão.
O anúncio da escolha de que eram os italianos os escolhidos seria a pedra de toque das festividades do Dia do Marinheiro, comemorado em 13 de dezembro com a presença do presidente Luiz Inácio, em Brasília.
Dos dois lados do Atlântico estavam prontas as comemorações. Tão ansiosos, que jornalistas italianos ligaram para a redação de para realmente confirmar se a decisão sairia por aqueles dias.
Aliás foi a partida para iniciar esta pesquisa.
Na solenidade do Dia do Marinheiro o presidente Luiz Inácio foi módico nas palavras quanto ao futuro da Marinha do Brasil, assim como o Alm Moura Neto e o ministro Jobim e o próprio presidente pareciam constrangidos.
A revisão deste contrato que já estava praticamente assinado e havia o entendimento do Almirantado que era a melhor solução para a Marinha do Brasil está dentro do que DefesaNet nomeou de DilmaX.
Observar que no caso do acordo com a FINCANTIERI havia o entendimento comum entre o Almirantado de que a proposta italiana era a melhor, nos aspectos: técnico, industrial e financeiro.
Entendimento este que não está presente, por exemplo, em outros projetos polêmicos, tal como o Programa F-X2, onde o Estado-Maior da Aeronáutica não obtém um acordo sobre o que deseja para a Força Aérea Brasileira.
Na reunião que os comandantes: Gen Enzo Peri, Brig Juniti Saito e Alm Moura Neto tiveram com a futura presidente, na manhã do dia 20 de Dezembro, foi lhes reafirmado que os programas constantes da Estratégia Nacional de Defesa seriam efetivados, embora não no primeiro momento do seu governo. E alguns re-analisados.
A mesma posição foi feita pela futura presidente Dilma Rousseff ao Gen De Nardi, Comandante do Estado-Maior Conjunto, em reunião no dia 21 de Dezembro, quando foi lhe apresentado o conjunto dos programas.
Muito antes de anunciado ou de assumir a presidência a “Lógica DilmaX” já estava em ação pela Sra Dilma Rousseff
Importante observar que a questão do acordo de fornecimento dos navios com a Itália, por parte da então futura presidente, em nenhum momento eseve vínculado ao caso Battisti.
quinta-feira, 27 de janeiro de 2011
Itália e Brasil no topo da lista de parceiros potenciais para o FX da Turquia
Por Bekdil Gee Burak e Enginsoy Umit
Publicado em: 23 de janeiro de 2011
Ancara - As autoridades turcas estão em busca de parceiros estrangeiros para ajudar a construir o primeiro caça a jato do país e provavelmente deve iniciar conversações com a Alenia Aeronautica da Itália com a Embraer do Brasil, disseram altos funcionários da área de compras familiarizado com o programa FX turco.
"Esperamos que a TAI, a empresa aeroespacial turca, abra negociações com ambos os fabricantes ainda este ano", disse um funcionário da área de compras. "Em 2012 nós já vamos saber com quem nós vamos pegar a estrada."
O governo pediu à companhia aeroespacial nacional Turkish Aerospace Industries (TAI), para estudar como essa parceria poderia funcionar. A TAI ainda receberá US$ 20 milhões do escritório nacional de compras, ou da Subsecretaria da Indústria de Defesa (SSM), para produzir um "desenho conceitual" para um avião de caça que venha a ser construído depois de 2020.
Nos últimos anos, a iniciativa da Turquia na direção de fazer uma maior fatia dos seus sistemas de armas de ponta de linha tem produzido diversos programas nacionais para atender à sua Força Terrestre e à Marinha. O esforço FX tem como objetivo ampliar o poder aéreo turco de uma maneira cada vez mais independente da tecnologia americana, disseram analistas e funcionários aqui.
Em dezembro passado, o ministro da Defesa Vecdi Gonul disse que a Turquia iria desenvolver e fabricar seus próximos aviões de combate aéreo, por si só ou em cooperação com outro país.
Gonul disse que a Turquia poderia cooperar com a Coreia do Sul, mas indicou que essa não é uma forte possibilidade.
Autoridades da defesa turca disseram que a "opção coreana" fracassou porque Seul insistiu em assumir uma maioria esmagadora no esforço do novo avião.
Se implementado, o programa destina-se a dar à Turquia poder aéreo equivalente à sua frota presente e futura, que são feitos nos EUA.
A Força Aérea turca agora opera caças F-16 e F-4s. A Turquia também é um parceiro no consórcio Joint Strike Fighter (JSF), que está construindo o avião de caça furtivo F-35 Lightning II.
Ancara pretende comprar cerca de 100 F-35 aeronaves no valor de quase US $ 15 bilhões. Muitas empresas turcas são membros do consórcio JSF de nove nações ocidentais, e estão produzindo peças para estas aeronaves. A Turquia também vai receber 30 modernos caças F-16 Block 50 da Lockheed Martin, o mesmo fabricante do F-35, como um paliativo até que se iniciem as entregas do F-35 em torno de 2015.
Funcionários disseram que o novo caça da Turquia "seria um modelo de próxima geração, que substituiria os antigos F-4Es, feitos nos EUA, e que operaria bem com o F-16 e com o F-35."
Eles confirmaram a nova aeronave na maior parte seria primáriamente destinada ao combate ar-ar. O F-4Es são caças ar-ar, enquanto o F-16 e F-35 são projetados principalmente para operações ar-terra.
A atual frota turca de quase 90 aviões F-4 foi modernizada conjuntamente por Israel e Turquia, ficando praticamente fora do controle operacional dos EUA. Mas esses caças da era do Vietnã terão que ser retirados de serviço até 2020.
"O que a Turquia , aparentemente, pretende é ter um poder aéreo parcialmente independente dos controles operacionais EUA", disse um analista turco que pediu para não ser identificado. "A nova aeronave diferentemente do F-16 e F-35s irá servir a este objetivo estratégico. Os turcos estão buscando uma abordagem em duas vertentes: mantendo tanto uma linha dos EUA e outra nacional; EUA, com o upgrade F-16 e a introdução do F-35s, e a nacional com o programa FX. "
O programa FX significa que a Turquia abrirá definitivamente mão de comprar um dos caças europeus. Em dezembro, Gonul descartou qualquer possível aquisição do avião de caça Typhoon construído pelo consórcio Eurofighter.
Mas os funcionários da contratação turco, no entanto, manifestaram a disposição para conversações com a Alenia Aeronautica, uma das parceiras do programa Eurofighter, em negociações separadas visando o caça turco, juntamente com a Embraer.
"Entendemos que ambas as empresas como parceiros adequados para o nosso programa de compra [do caça] nacional ", disse o funcionário da área de aquisições governamentais.
Publicado em: 23 de janeiro de 2011
Ancara - As autoridades turcas estão em busca de parceiros estrangeiros para ajudar a construir o primeiro caça a jato do país e provavelmente deve iniciar conversações com a Alenia Aeronautica da Itália com a Embraer do Brasil, disseram altos funcionários da área de compras familiarizado com o programa FX turco.
"Esperamos que a TAI, a empresa aeroespacial turca, abra negociações com ambos os fabricantes ainda este ano", disse um funcionário da área de compras. "Em 2012 nós já vamos saber com quem nós vamos pegar a estrada."
O governo pediu à companhia aeroespacial nacional Turkish Aerospace Industries (TAI), para estudar como essa parceria poderia funcionar. A TAI ainda receberá US$ 20 milhões do escritório nacional de compras, ou da Subsecretaria da Indústria de Defesa (SSM), para produzir um "desenho conceitual" para um avião de caça que venha a ser construído depois de 2020.
Nos últimos anos, a iniciativa da Turquia na direção de fazer uma maior fatia dos seus sistemas de armas de ponta de linha tem produzido diversos programas nacionais para atender à sua Força Terrestre e à Marinha. O esforço FX tem como objetivo ampliar o poder aéreo turco de uma maneira cada vez mais independente da tecnologia americana, disseram analistas e funcionários aqui.
Em dezembro passado, o ministro da Defesa Vecdi Gonul disse que a Turquia iria desenvolver e fabricar seus próximos aviões de combate aéreo, por si só ou em cooperação com outro país.
Gonul disse que a Turquia poderia cooperar com a Coreia do Sul, mas indicou que essa não é uma forte possibilidade.
Autoridades da defesa turca disseram que a "opção coreana" fracassou porque Seul insistiu em assumir uma maioria esmagadora no esforço do novo avião.
Se implementado, o programa destina-se a dar à Turquia poder aéreo equivalente à sua frota presente e futura, que são feitos nos EUA.
A Força Aérea turca agora opera caças F-16 e F-4s. A Turquia também é um parceiro no consórcio Joint Strike Fighter (JSF), que está construindo o avião de caça furtivo F-35 Lightning II.
Ancara pretende comprar cerca de 100 F-35 aeronaves no valor de quase US $ 15 bilhões. Muitas empresas turcas são membros do consórcio JSF de nove nações ocidentais, e estão produzindo peças para estas aeronaves. A Turquia também vai receber 30 modernos caças F-16 Block 50 da Lockheed Martin, o mesmo fabricante do F-35, como um paliativo até que se iniciem as entregas do F-35 em torno de 2015.
Funcionários disseram que o novo caça da Turquia "seria um modelo de próxima geração, que substituiria os antigos F-4Es, feitos nos EUA, e que operaria bem com o F-16 e com o F-35."
Eles confirmaram a nova aeronave na maior parte seria primáriamente destinada ao combate ar-ar. O F-4Es são caças ar-ar, enquanto o F-16 e F-35 são projetados principalmente para operações ar-terra.
A atual frota turca de quase 90 aviões F-4 foi modernizada conjuntamente por Israel e Turquia, ficando praticamente fora do controle operacional dos EUA. Mas esses caças da era do Vietnã terão que ser retirados de serviço até 2020.
"O que a Turquia , aparentemente, pretende é ter um poder aéreo parcialmente independente dos controles operacionais EUA", disse um analista turco que pediu para não ser identificado. "A nova aeronave diferentemente do F-16 e F-35s irá servir a este objetivo estratégico. Os turcos estão buscando uma abordagem em duas vertentes: mantendo tanto uma linha dos EUA e outra nacional; EUA, com o upgrade F-16 e a introdução do F-35s, e a nacional com o programa FX. "
O programa FX significa que a Turquia abrirá definitivamente mão de comprar um dos caças europeus. Em dezembro, Gonul descartou qualquer possível aquisição do avião de caça Typhoon construído pelo consórcio Eurofighter.
Mas os funcionários da contratação turco, no entanto, manifestaram a disposição para conversações com a Alenia Aeronautica, uma das parceiras do programa Eurofighter, em negociações separadas visando o caça turco, juntamente com a Embraer.
"Entendemos que ambas as empresas como parceiros adequados para o nosso programa de compra [do caça] nacional ", disse o funcionário da área de aquisições governamentais.
O Mundo da Legião
Um jovem Legionário Brasileiro, da companhia “Les Aigles” (as águias), do 2º Regimento de Engenharia (Régiment Étranger du Génie), servindo na Legião Estrangeira Francesa, na Base de Operações Tagab-Kutschbach, perto de Tagab, no Afeganistão.
A Legião Estrangeira foi criada em 1831, como uma unidade para voluntários estrangeiros, porque estava proibido recrutar estrangeiros no Exército Francês depois da Revolução de 1830.
Foi utilizada principalmente para proteger e estender o império colonial francês durante o século XIX, mas também tomou parte em todas as guerras feitas pela França incluindo as européias como a Guerra franco-prussiana e nas duas Guerras Mundiais.
A pesar de ser considerada um anacronismo, por muitos, a Legião Estrangeira tem persistido como parte importante do Exército Francês. Sobreviveu a três Repúblicas, um Império, duas Guerras Mundiais, o início e fim do sistema de conscrição, o desmantelamento do Império Colonial Francês a perda do seu berço de origem a Argélia.
A Legião Estrangeira Francesa é conhecida por ser uma unidade militar de elite, treinada não somente nas habilidades militares tradicionais, mas com um forte “esprit de corps” entre seus membros. Como os soldados vêm de países diferentes, com culturas diversas, isto reforça os laços para trabalhar como uma equipe.
Os treinamentos e instruções são descritas muitas vezes como “brutais”, não só pela demanda física como extenuantes no campo psicológico. Isto leva a uma alta taxa de deserção, em especial nas primeiras etapas do legionário. A Legião se defende afirmando que a guerra também é brutal. O fato é de que o Legionário entra em combate mais de uma vez no seu período de 5 anos de serviço.
No passado , a Legião constituiu uma via de escape para criminosos, aventureiros e aqueles que querem mudar de vida. Ainda hoje aceita recrutas com identidades falsas. Porém são investigados para evitar a entrada de criminosos fugitivos da justiça, porém não se importa se possuem antecedentes. Assim a Legião Estrangeira tem uma aura de romantismo, que a converteu em um ícone do cinema e da literatura.
As fotos deste ensaio mostram Legionários provenientes dos mais diferentes recantos do mundo. Lutam a mando da frança no Afeganistão, como também no Congo. Ou em qualquer outro local que forem designados.
Seguidamente a redação de DefesaNet recebe pedidos de jovens brasileiros de como entrar na “Legião”. Talvez um destes seja o brasileiro mostrado neste belo ensaio do fotógrafo Joel SAGET da Agência AFP
Legionário Chinês
Legionário Francês - Sim também há franceses na Legião além dos oficiais
Legionário Indiano - lembrar as tropas gurkhas dos Ingleses
Legionário Irlandês
Legionário Russo
A Legião Estrangeira foi criada em 1831, como uma unidade para voluntários estrangeiros, porque estava proibido recrutar estrangeiros no Exército Francês depois da Revolução de 1830.
Foi utilizada principalmente para proteger e estender o império colonial francês durante o século XIX, mas também tomou parte em todas as guerras feitas pela França incluindo as européias como a Guerra franco-prussiana e nas duas Guerras Mundiais.
A pesar de ser considerada um anacronismo, por muitos, a Legião Estrangeira tem persistido como parte importante do Exército Francês. Sobreviveu a três Repúblicas, um Império, duas Guerras Mundiais, o início e fim do sistema de conscrição, o desmantelamento do Império Colonial Francês a perda do seu berço de origem a Argélia.
A Legião Estrangeira Francesa é conhecida por ser uma unidade militar de elite, treinada não somente nas habilidades militares tradicionais, mas com um forte “esprit de corps” entre seus membros. Como os soldados vêm de países diferentes, com culturas diversas, isto reforça os laços para trabalhar como uma equipe.
Os treinamentos e instruções são descritas muitas vezes como “brutais”, não só pela demanda física como extenuantes no campo psicológico. Isto leva a uma alta taxa de deserção, em especial nas primeiras etapas do legionário. A Legião se defende afirmando que a guerra também é brutal. O fato é de que o Legionário entra em combate mais de uma vez no seu período de 5 anos de serviço.
No passado , a Legião constituiu uma via de escape para criminosos, aventureiros e aqueles que querem mudar de vida. Ainda hoje aceita recrutas com identidades falsas. Porém são investigados para evitar a entrada de criminosos fugitivos da justiça, porém não se importa se possuem antecedentes. Assim a Legião Estrangeira tem uma aura de romantismo, que a converteu em um ícone do cinema e da literatura.
As fotos deste ensaio mostram Legionários provenientes dos mais diferentes recantos do mundo. Lutam a mando da frança no Afeganistão, como também no Congo. Ou em qualquer outro local que forem designados.
Seguidamente a redação de DefesaNet recebe pedidos de jovens brasileiros de como entrar na “Legião”. Talvez um destes seja o brasileiro mostrado neste belo ensaio do fotógrafo Joel SAGET da Agência AFP
Legionário Chinês
Legionário Francês - Sim também há franceses na Legião além dos oficiais
Legionário Indiano - lembrar as tropas gurkhas dos Ingleses
Legionário Irlandês
Legionário Russo
Índia celebra o Dia da República com desfile militar
Um contingente do exército indiano do regimento de infantaria Sikh Light marcha durante o desfile do Dia da República em Nova Délhi - Foto APTanques do exército indiano passam durante o desfile do Dia da República com o Palácio Presidencial ao fundo em Nova Délhi - Foto AFP
O primeiro-ministro indiano Manmohan Singh acena para a multidão enquando assiste as celebrações do Dia da República em Nova Délhi - Foto AFP
Mectron Inicia negociações com Odebrecht
Sempre considerada uma das principais empresas de tecnologia do setor de defesa do Brasil a Mectron anuncia finalmente a abertura de negociações com uma empresa do setor.
Muitas empresas internacionais procuraram uma associação com a empresa de são José dos Campos (SP), mas sem sucesso. Entre estas estavam as seguintes empresas: Rafael e Elbit (ambas de Israel)e MBDA, (consórcio Europeu). Também é uma presença constante nos programas de contrapartidas comerciais (off sets) dentro dos programas F-X1 e F-X2 e também participa do programa PROSUB.
Esta participação no programa de submarinos permitiu a aproximação com a empresa Odebrecht. Estão sendo realizados no momento ações de “Due Dilligence” para avaliação de seu patrimônio para uma futura composição entre as duas empresas.
A Odebrecht avança assim na área de defesa a passos largos. Após a participação no programa PROSUB com a francesa DCNS e a formação de uma sociedade com a européia CASSIDIAN (ex- EADS DS) a futura aquisição da MECTRON consolida a sua posição na área d defesa brasileira e internacional.
Os principais programas da MECTRON são:
- MAA1 Piranha Míssil ar-ar de curto alcance;
- MAA A-Darter em associação com a sul-africana Denel desenvolve o míssil ar-ar de guia infravermelha de quinta geração, para a Força Aérea Brasileira e a Força Aérea da África do Sul;
- MAR – Míssil anti-radiação, em desenvolvimento e já adquirido pelo Paquistão e possivelmente a FAB;
-Diversos outros projetos como radares e sistemas embarcados para Forças Aéreas e aplicações civis.
Muitas empresas internacionais procuraram uma associação com a empresa de são José dos Campos (SP), mas sem sucesso. Entre estas estavam as seguintes empresas: Rafael e Elbit (ambas de Israel)e MBDA, (consórcio Europeu). Também é uma presença constante nos programas de contrapartidas comerciais (off sets) dentro dos programas F-X1 e F-X2 e também participa do programa PROSUB.
Esta participação no programa de submarinos permitiu a aproximação com a empresa Odebrecht. Estão sendo realizados no momento ações de “Due Dilligence” para avaliação de seu patrimônio para uma futura composição entre as duas empresas.
A Odebrecht avança assim na área de defesa a passos largos. Após a participação no programa PROSUB com a francesa DCNS e a formação de uma sociedade com a européia CASSIDIAN (ex- EADS DS) a futura aquisição da MECTRON consolida a sua posição na área d defesa brasileira e internacional.
Os principais programas da MECTRON são:
- MAA1 Piranha Míssil ar-ar de curto alcance;
- MAA A-Darter em associação com a sul-africana Denel desenvolve o míssil ar-ar de guia infravermelha de quinta geração, para a Força Aérea Brasileira e a Força Aérea da África do Sul;
- MAR – Míssil anti-radiação, em desenvolvimento e já adquirido pelo Paquistão e possivelmente a FAB;
-Diversos outros projetos como radares e sistemas embarcados para Forças Aéreas e aplicações civis.
quarta-feira, 26 de janeiro de 2011
Indústria Defesa Invasões bárbaras
Carlos Frederico Queiroz de Aguiar
presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança ABIMDE
Nota DefesaNet - No dia 11 de Janeiro Assumiu a presid~encia da ABIMDe o Sr Orlando Neto da Embraer O autor permanece como VP da ABIMDE.
OBrasil virou uma espécie de Eldorado mundial. O bom momento econômico que vive o país e os bilionários investimentos públicos a serem realizados até 2030 despertam um apetite sem precedentes, e daí o título deste artigo, emprestado do filme canadense candidato à Palma de Ouro de 2003. Estamos no olho do furacão. E a indústria nacional que se segure: sem regras definidas, virá uma invasão bárbara por aí.
Só na área de infraestrutura, estima-se que investimentos públicos que precisarão ser feitos para dar cabo à agenda de eventos esportivos globais previstos até 2016 cheguem a US$26 bilhões. Some-se o setor de energia, onde só a Petrobras anuncia investimentos até 2014 de US$224 bilhões na exploração do pré-sal - felizmente, neste caso, com 80% dos recursos reservados para conteúdos industriais nacionais.
No segmento da Defesa e Segurança, há esforços para o reequipamento das Forças Armadas. Pela Estratégia Nacional de Defesa, serão investidos US$247 bilhões, até 2030, na modernização dos equipamentos da Marinha (US$70 bilhões), Exército (US$94 bilhões) e Aeronáutica (US$83 bilhões). Não é, portanto, exagero estimar-se que haverá oportunidades que chegam a US$700 bilhões. Onde mais se anuncia Eldorado semelhante?
Sou testemunha da invasão que estamos sendo alvo de empresas de todo o mundo. A Fiesp, a Firjan e a Abimde receberam ao longo deste ano delegações empresariais de países como EUA, Canadá, Inglaterra, Alemanha, França, Itália, Israel, oferecendo suas expertises. Se não houver cautela, a indústria nacional correrá imensos riscos.
No segmento industrial de Defesa, adianto ameaça adicional: a da desnacionalização. Afinal, como enfrentaríamos uma eventual invasão de nosso território, da Amazônia, do pré-sal, se a tecnologia empregada pelas nossas tropas não pertencesse a nós, mas aos nossos inimigos? As consequências já são evidentes em território nacional: aumento das importações, diminuição das exportações pela queda da competitividade em preço do produto nacional e desindustrialização.
A invasão bárbara que temos presenciado é como script de um filme conhecido, que começa com empresas internacionais se associando a brasileiras e, depois, assumindo o controle acionário. Segue-se, então, o epílogo dramático: após sorverem o que podem, elas se retiram do País com o qual jamais tiveram compromisso. Nossa Constituição não limita o capital estrangeiro no segmento da Defesa, apesar do seu caráter estratégico. Desde que o estabelecimento das empresas siga as normas legais, tudo certo. Mas pergunto: tudo certo para quem?
presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança ABIMDE
Nota DefesaNet - No dia 11 de Janeiro Assumiu a presid~encia da ABIMDe o Sr Orlando Neto da Embraer O autor permanece como VP da ABIMDE.
OBrasil virou uma espécie de Eldorado mundial. O bom momento econômico que vive o país e os bilionários investimentos públicos a serem realizados até 2030 despertam um apetite sem precedentes, e daí o título deste artigo, emprestado do filme canadense candidato à Palma de Ouro de 2003. Estamos no olho do furacão. E a indústria nacional que se segure: sem regras definidas, virá uma invasão bárbara por aí.
Só na área de infraestrutura, estima-se que investimentos públicos que precisarão ser feitos para dar cabo à agenda de eventos esportivos globais previstos até 2016 cheguem a US$26 bilhões. Some-se o setor de energia, onde só a Petrobras anuncia investimentos até 2014 de US$224 bilhões na exploração do pré-sal - felizmente, neste caso, com 80% dos recursos reservados para conteúdos industriais nacionais.
No segmento da Defesa e Segurança, há esforços para o reequipamento das Forças Armadas. Pela Estratégia Nacional de Defesa, serão investidos US$247 bilhões, até 2030, na modernização dos equipamentos da Marinha (US$70 bilhões), Exército (US$94 bilhões) e Aeronáutica (US$83 bilhões). Não é, portanto, exagero estimar-se que haverá oportunidades que chegam a US$700 bilhões. Onde mais se anuncia Eldorado semelhante?
Sou testemunha da invasão que estamos sendo alvo de empresas de todo o mundo. A Fiesp, a Firjan e a Abimde receberam ao longo deste ano delegações empresariais de países como EUA, Canadá, Inglaterra, Alemanha, França, Itália, Israel, oferecendo suas expertises. Se não houver cautela, a indústria nacional correrá imensos riscos.
No segmento industrial de Defesa, adianto ameaça adicional: a da desnacionalização. Afinal, como enfrentaríamos uma eventual invasão de nosso território, da Amazônia, do pré-sal, se a tecnologia empregada pelas nossas tropas não pertencesse a nós, mas aos nossos inimigos? As consequências já são evidentes em território nacional: aumento das importações, diminuição das exportações pela queda da competitividade em preço do produto nacional e desindustrialização.
A invasão bárbara que temos presenciado é como script de um filme conhecido, que começa com empresas internacionais se associando a brasileiras e, depois, assumindo o controle acionário. Segue-se, então, o epílogo dramático: após sorverem o que podem, elas se retiram do País com o qual jamais tiveram compromisso. Nossa Constituição não limita o capital estrangeiro no segmento da Defesa, apesar do seu caráter estratégico. Desde que o estabelecimento das empresas siga as normas legais, tudo certo. Mas pergunto: tudo certo para quem?
segunda-feira, 24 de janeiro de 2011
Adiamento leva a risco de armas sucateadas nas Forças Armadas
ANÁLISE
Forças Armadas bem equipadas e eficazes não são algo que se improvisa. O reequipamento tem de ser constante, pois a tecnologia avança.
O caso é especialmente dramático para marinhas e Forças aéreas, que dependem muito de tecnologia eletrônica e de computação.
O adiamento de programas como a compra de caças e de novas escoltas de superfície está levando a Marinha e a FAB a uma perigosa obsolescência em bloco.
Um navio de guerra, em tese, costuma operar por 30 anos, recebendo modernizações constantes, e, na sua meia-vida, aos 15 anos, é praxe uma reforma de maior porte, substituindo sensores e armamentos obsoletos.
Mas há limites no prolongamento da vida útil de um navio ou de um avião.
A Marinha fez um bom trabalho de modernização nas fragatas da classe. Substituiu mísseis e trocou os canhões manuais por automáticos.
Os navios ficaram "novos", mas foram também incorporados nos anos 70.
Não existe meio-termo quando se trata de ter Forças eficazes. O "desmanche" das Forças iraquianas nas guerra de 1991 e 2003 face a inimigos mais bem equipados e treinados deixou claro que a qualidade é fundamental no combate moderno.
Quando um navio de guerra é atingido, seu comandante tem três prioridades na hora de controlar o dano: flutuar, navegar e combater.
Do jeito que estão os recursos, os militares vão continuar flutuando, mas navegando pouco e com condições nada boas se for preciso combate.
Fonte: Folha de S.Paulo -RICARDO BONALUME NETO
Forças Armadas bem equipadas e eficazes não são algo que se improvisa. O reequipamento tem de ser constante, pois a tecnologia avança.
O caso é especialmente dramático para marinhas e Forças aéreas, que dependem muito de tecnologia eletrônica e de computação.
O adiamento de programas como a compra de caças e de novas escoltas de superfície está levando a Marinha e a FAB a uma perigosa obsolescência em bloco.
Um navio de guerra, em tese, costuma operar por 30 anos, recebendo modernizações constantes, e, na sua meia-vida, aos 15 anos, é praxe uma reforma de maior porte, substituindo sensores e armamentos obsoletos.
Mas há limites no prolongamento da vida útil de um navio ou de um avião.
A Marinha fez um bom trabalho de modernização nas fragatas da classe. Substituiu mísseis e trocou os canhões manuais por automáticos.
Os navios ficaram "novos", mas foram também incorporados nos anos 70.
Não existe meio-termo quando se trata de ter Forças eficazes. O "desmanche" das Forças iraquianas nas guerra de 1991 e 2003 face a inimigos mais bem equipados e treinados deixou claro que a qualidade é fundamental no combate moderno.
Quando um navio de guerra é atingido, seu comandante tem três prioridades na hora de controlar o dano: flutuar, navegar e combater.
Do jeito que estão os recursos, os militares vão continuar flutuando, mas navegando pouco e com condições nada boas se for preciso combate.
Fonte: Folha de S.Paulo -RICARDO BONALUME NETO
Alide entrevista o Almirante Othon: a mente por trás do programa do submarino nuclear brasileiro
Dentro da Marinha, do Ministério da Defesa e principalmente no Congresso, o “Prosub”, programa de construção dos novos submarinos da Marinha do Brasil, foi aprovado em tempo recorde, especialmente se levarmos em conta que é um contrato de defesa e orçado em quase 6,7 bilhões de Euros, um contrato de valor nada desprezível. O segredo dessa proeza certamente reside não nas quatro unidades de submarino diesel-elétrico da classe S-BR (um Scorpène modificado), mas sim da perspectiva dos franceses da DCNS nos auxiliarem no desenho e desenvolvimento/construção de um novo casco de 6000 toneladas para acomodar o sistema de propulsão so submarino de propulsão nuclear (hoje conhecido como SN-BR) que se encontra em desenvolvimento pela Marinha e pela USP há vários anos.
Muito tem se comentado sobre as várias idas e vindas do programa nuclear brasileiro e particularmente do Programa Nuclear da Marinha, mas muitas lacunas nesta história persistem. Lacunas que são do interesse do aficionado dos temas de defesa, mas que, certamente, pouco interessaria a um leitor leigo casual. Como nossos leitores não são deste tipo, ALIDE tratou de entrevistar o Almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, um dos personagens mais centrais, e controversos, desta grande aventura nuclear do Brasil.
Othon se graduou como oficial da Escola Naval no ano de 1960, vindo a trabalhar no Arsenal de Marinha entre 1967 a 1974 em diversas funções incluindo a coordenação da construção dos Navios de Patrulha da Amazônia da Classe Pedro Teixeira, das Fragatas Classe Niterói, das EDVP - Embarcações de Desembarque de Veículos e Tropa e EDCG - Embarcações de Veículos e Carga Geral. Ele também se envolveu na troca do sistema de propulsão dos navios hidrográficos da Classe Taurus, tendo atuado como chefe da Divisão de Metalurgia, Divisão de Oficinas Mecânicas e Eletricidade, Divisão de Obras Novas e Departamento de Construção Naval.
Ocupando atualmente o cargo de presidente da estatal Eletronuclear, Othon controla a empresa que reúne em si toda a construção e operação das usinas nucleares do Brasil (Angra I e II e em breve, Angra III), além de todo o ciclo industrial de produção de combustível nuclear do Brasil. A Eletro nuclear ainda é responsável pela Nuclep - Nuclebras Equipamentos Pesados - uma empresa fabricante de grandes componentes metálicos, criada para apoiar a montagem das nossas usinas nucleares e posteriormente também usada para fabricar os anéis do casco dos submarinos da Classe Tupi e Tikuna fabricados no Brasil.
No seu escritório na Rua da Candelária, no Centro do Rio de Janeiro, curiosamente localizado a pouco menos de 200 metros da entrada do Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro onde ele começou sua carreira, o Almirante Othon, ou melhor “Dr. Othon”, como é mais conhecido hoje em dia, nos ajudou a montar este quebra cabeça histórico. Em meados da década de 70, como Capitão de Corveta, quando ocupava a função de Chefe da Divisão de Obras Novas do programa das fragatas da classe Niterói. Justo neste ano, ele foi obrigado a abrir mão de cursar um curso na Naval Postgraduate School, na cidade de Monterey na Califórnia, por ser “imprescindível” na sua função. No ano seguinte, o Almirante Januzzi, então Diretor do Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro, lhe ofereceu a possibilidade de ser mandado para o Reino Unido para se juntar à Comissão de Recebimento das Fragatas que se encontravam ainda em construção por lá. No entanto, por ter sido solicitado a fazer uma apresentação para uma visita ao AMRJ do vice-presidente da república do Governo Geisel, General Adalberto, Othon, ao procurar transmitir uma visão mais “operacional”, acabou esbarrando num fato “delicado” para a ortodoxia do pensamento naval brasileiro... Já naquela época, os navios de superfície que até a década anterior encarnaram a “dissuasão” no mar pouco podiam contra os novos submarinos de propulsão nuclear. Segundo ele, os próprios chineses naquele momento já haviam identificado esta situação e, sendo assim, priorizaram a recomposição da arma submarina sobre a de superfície. Se a “primeira arma” da Marinha era claramente o submarino, porque nós não seguíamos no Brasil, esta idéia? A maioria dos nossos oficiais que ia estudar nos EUA o faziam através de um convênio que o Brasil mantinha com as forças armadas norte-americanas. Neste caso, não havia qualquer ônus para os brasileiros, mas, em contrapartida, os nossos estudantes eram obrigados a fazer relatórios regulares sobre seu progresso acadêmico para o controle dos americanos.
Quando chegou sua vez, o CC Othon acabou optando, ao invés de seguir suas atividades na Comissão de Fragatas no Reino Unido, por estudar no Massachussets Institute of Tecnology (MIT), um dos mais conceituados centros de pesquisa avançada dos EUA e inusitadamente. Lá ele cursou o mestrado em Engenharia Mecânica e a graduação em Engenharia Nuclear (Master in Science in Mechanical Engineering e Nuclear Engineer Degree) de 1975 a 1978, e não apenas a Engenharia Naval como era mais comum entre seus pares. No dia a dia ele não andava fardado na universidade, mas, de forma alguma ocultava de seus professores e colegas que era oficial da MB da ativa. Além dele, outros três oficiais engenheiros brasileiros cursavam a pós-graduação em Engenharia Naval naquela Universidade. Dentro do MIT existia um escritório da US Navy cuja função era acompanhar o progresso acadêmico dos diversos alunos militares estrangeiros e receber seus relatórios. Este curso, correria sem qualquer centavo de verba do governo americano, tudo seria pago pela própria Marinha. Esta decisão foi tomada para dar maior liberdade e privacidade a ele que desta maneira não estaria suscetível a ter que preparar os tais “relatórios de progresso”. Curiosamente, um ano após sua chegada nos EUA ele recebeu uma carta deste escritório cobrando o seu “relatório”, carta esta (e outras duas posteriores) devidamente ignorada por ele por seu curso não estar sendo pago pelo Military Assistance Program (MAP) americano.
“Neste curso nos EUA ficou claro para mim que não haveria submarino, nem programa nuclear brasileiro, sem que nós brasileiros dominássemos por completo o processo de enriquecimento do Urânio no país. Simplesmente colocando, ninguém nos venderia o combustível para mover o nosso submarino. Focando neste fato, já no meu retorno em 1978 sugeri, como primeiro passo, que iniciássemos um programa para viabilizar a criação de uma ultracentrífuga de desenho nacional. Para montar a equipe a Marinha se associou à Universidade de São Paulo para criar um laboratório dedicado exclusivamente a esta atividade nuclear. A época de ouro deste programa foi certamente no início da década de 80 onde pudemos escolher os melhores talentos disponíveis na USP e na Marinha, unindo a elite dos pesquisadores e orientadores num grande projeto”, disse com um sorriso o Almirante Othon.
Este programa foi aprovado em 8 de março de 1979 e, poucos meses depois, em 4 de setembro de 1982 apresentou seus primeiros resultados encorajadores. “Pode parecer pouco, mas sair dos 0,7% de urânio U235 da natureza para 1,1%, já colocava o Brasil, definitivamente, entre as nações com know how de enriquecimento do urânio. A ciência nuclear não é naturalmente uma atividade barata, mas este primeiro passo brasileiro custou surpreendentemente pouco: apenas US$7 milhões”, disse Othon. Muitos almirantes da engenharia da MB não acreditaram que seria possível este desenvolvimento sem o apoio direto e intensivo de países detentores desta tecnologia. Um memorando interno escrito por um importante almirante explicitamente desencorajava que se seguisse nesta direção, classificando a proposta do Comandante Othon de “uma experiência de caráter duvidoso”. Mesmo assim, a despeito da oposição nada velada, o próprio Ministro da Marinha Almirante Maximiano da Fonseca, optou por bancar a aposta naquele grupo de “loucos”. Além do ciclo de enriquecimento, a equipe do Cte Othon deveria projetar em São Paulo o reator que seria alimentado por aquele mesmo combustível.
Desenvolvido em paralelo, o projeto do submarino nuclear em si, ao menos teoricamente permaneceria aos cuidados da Diretoria de Engenharia Naval no AMRJ. O projeto teria que ser criado do zero para poder receber o reator e o sistema de propulsão criados em São Paulo. Esta separação não era prática o que fez que entre 90 e 91 todo projeto de desenvolvimento do casco fosse transferido para São Paulo, culminando com um total de 163 engenheiros passando a trabalhar no novo Centro de Projeto de Submarinos que foi criado em 1993. O novo Ministro da Marinha, Almirante Serpa, era muito menos entusiasta do programa do submarino nuclear do que seu predecessor e literalmente sentou em cima do pedido de verbas para a criação do prédio do Centro de Projeto de Submarinos por quatro meses apenas para descobrir que usando fundos do Governo do Estado de São Paulo (a USP é uma entidade do governo estadual) Othon já tinha construído e inaugurado ele, antes mesmo de receber a autorização formal da Marinha para iniciar as obras.
Enquanto o programa do sub nuclear andava em São Paulo, a Marinha se debruçava na escolha de um novo modelo de submarino convencional moderno que substituísse os três Oberon e os últimos Guppy III da nossa Força de Submarinos. A disputa estava dividida entre o modelo alemão U209-1400 e o modelo francês Agosta, o AMRJ tendia para o francês porque suas calandras (maquinas de dobrar chapas de aço) eram mais adequadas para os anéis menores do casco duplo do Agosta. Nesta época, numa visita de cortesia à Nuclep para que a MB conhecesse a “oficina mecânica para peças metálicas de alta precisão” na comitiva do Ministro Maximiano. Nesta ocasião, ao ser questionado sobrte suas impressões, Othon acabou comentando que com os equipamentos que a Nuclep tinha ela poderia viabilizar a produção no país dos anéis maiores do casco simples do U209. Nesta mesma época os alemães acenaram para a MB a possibilidade de fabricarem aqui seu projeto maior, o IKL 2000, de 2 mil toneladas de deslocamento. Este casco poderia, na visão dos alemães, ser usado para fazer o submarino nuclear tão sonhado pelo Brasil, mas segundo Othon, ”o IKL 2000 não passava de um fake, um conceito, sem qualquer perspectiva real de entrar em produção”.
No Centro de Projeto de Submarinos em São Paulo dois conceitos surgiram, o SNAC-1 (“Submarino Nacional 1 “... ) e o SNAC-2. Segundo o Almirante Othon: “com o SNAC-1, a MB não objetivava ter um submarino nuclear de ataque no estado da arte, ele seria essencialmente uma etapa intermediária para se chegar ao SNAC-2, o nosso modelo definitivo. “Outra característica peculiar do SNAC é que a variante nuclear seria obtida com a remoção do módulo de propulsão convencional e sua simples substituição por um módulo novo de propulsão nuclear.”Continuou Othon, “num submarino a propulsão, na média, ocupa cerca de metade do espaço disponível no seu interior. Os estudos do SNAC em SP se encerraram em 1994, com a responsabilidade pelo desenho do novo casco retornando para a DEN, no Arsenal de Marinha, no ano seguinte. O projeto em desenvolvimento hoje, com auxilio francês, naturalmente, seguirá adiante a partir do conhecimento acumulado nesta nossa fase anterior. Uma preocupação do time de design do SNAC era que a baixas velocidades não fosse obrigatório o emprego de barulhentas bombas hidráulicas para manter a refrigeração do sistema”.
“Para isso, o projeto fazia uso de ‘circulação natural’ em que as características térmicas e de pressão do circuito termo-hidráulico, automaticamente, puxariam a água do mar para seu interior em total silêncio”. No cento de Projeto de Submarinos de São Paulo as mesas dos projetistas ficavam em salas localizadas ao redor de um hall central onde existia uma maquete em grande escala feita de acrílico transparente que os permitia ver, em 3-D, e determinar a distribuição mais eficiente dos componentes internos a serem instalados no novo submarino. Esta maquete foi construída entre 1992 e 1993.
Naquela época, o Labgene (Laboratório de Geração Nucleo-Elétrica), o reator protótipo construído em terra, era ainda conhecido como RENAP (Reator Naval Potência). Um exemplo do poder estrangeiro de interferir no programa nuclear brasileiro ocorreu no caso do motor elétrico da propulsão. Othon relembrou que “depois de muita negociação as empresas alemãs Thyssen Siemens anunciaram que não mais desejavam construir no Brasil o motor completo. A legislação alemã mudou, o governo daquele país cedendo à pressão americana pela ‘não proliferação’ de tecnologias críticas. Foi neste ponto que a Marinha concluiu que a Alemanha poderia não ser uma ‘fonte tão confiável’ para o programa do nosso submarino nuclear. Na exata mesma época, os alemães também embargaram motores para os veículos lançadores Astros da Avibras”. Sem o motor alemão coube aos engenheiros brasileiros a tarefa de desenvolver dentro da COPESP nosso próprio motor de submarino de 100MW com tecnologia de ponta como a de pólos permanentes e comutação eletrônica. Este tecnologia é ainda usada em alguns modelos de trens de alta velocidade TGV ao redor do mundo.
Para Othon: “está provado que não existe melhor ferramenta para inibir a concentração de força do inimigo no mar do que o submarino de ataque de propulsão nuclear”. Ele continuou, “cada um dos nossos submarinos precisará de pelo menos duas tripulações completas, três até, se houver como. Mas, mesmo se somarmos todo este pessoal, cada um deles ainda precisará de menos tripulantes do que um destróier normal”.
Ao abrirmos por aqui o tema do nascimento do programa nuclear brasileiro, ALIDE espera que este programa, com seus evidentes benefícios tanto civis como militares, possa ser melhor estudado e compreendido pela população Brasileira, servindo de exemplo para outros desenvolvimentos semelhantes de grande porte na área de Ciência e Tecnologia. Esperamos que esse programa pavimente o caminho para uma crescente integração da Academia brasileira com os segmentos industriais e militares. Em breve seguiremos esta história com diversas outras entrevistas relevantes, até lá, não deixe de ler sobre a recente palestra do Almirante Fragelli, atual responsável pelo programa de construção dos submarinos brasileiros junto com os franceses.
Fonte: ALIDE
Muito tem se comentado sobre as várias idas e vindas do programa nuclear brasileiro e particularmente do Programa Nuclear da Marinha, mas muitas lacunas nesta história persistem. Lacunas que são do interesse do aficionado dos temas de defesa, mas que, certamente, pouco interessaria a um leitor leigo casual. Como nossos leitores não são deste tipo, ALIDE tratou de entrevistar o Almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, um dos personagens mais centrais, e controversos, desta grande aventura nuclear do Brasil.
Othon se graduou como oficial da Escola Naval no ano de 1960, vindo a trabalhar no Arsenal de Marinha entre 1967 a 1974 em diversas funções incluindo a coordenação da construção dos Navios de Patrulha da Amazônia da Classe Pedro Teixeira, das Fragatas Classe Niterói, das EDVP - Embarcações de Desembarque de Veículos e Tropa e EDCG - Embarcações de Veículos e Carga Geral. Ele também se envolveu na troca do sistema de propulsão dos navios hidrográficos da Classe Taurus, tendo atuado como chefe da Divisão de Metalurgia, Divisão de Oficinas Mecânicas e Eletricidade, Divisão de Obras Novas e Departamento de Construção Naval.
Ocupando atualmente o cargo de presidente da estatal Eletronuclear, Othon controla a empresa que reúne em si toda a construção e operação das usinas nucleares do Brasil (Angra I e II e em breve, Angra III), além de todo o ciclo industrial de produção de combustível nuclear do Brasil. A Eletro nuclear ainda é responsável pela Nuclep - Nuclebras Equipamentos Pesados - uma empresa fabricante de grandes componentes metálicos, criada para apoiar a montagem das nossas usinas nucleares e posteriormente também usada para fabricar os anéis do casco dos submarinos da Classe Tupi e Tikuna fabricados no Brasil.
No seu escritório na Rua da Candelária, no Centro do Rio de Janeiro, curiosamente localizado a pouco menos de 200 metros da entrada do Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro onde ele começou sua carreira, o Almirante Othon, ou melhor “Dr. Othon”, como é mais conhecido hoje em dia, nos ajudou a montar este quebra cabeça histórico. Em meados da década de 70, como Capitão de Corveta, quando ocupava a função de Chefe da Divisão de Obras Novas do programa das fragatas da classe Niterói. Justo neste ano, ele foi obrigado a abrir mão de cursar um curso na Naval Postgraduate School, na cidade de Monterey na Califórnia, por ser “imprescindível” na sua função. No ano seguinte, o Almirante Januzzi, então Diretor do Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro, lhe ofereceu a possibilidade de ser mandado para o Reino Unido para se juntar à Comissão de Recebimento das Fragatas que se encontravam ainda em construção por lá. No entanto, por ter sido solicitado a fazer uma apresentação para uma visita ao AMRJ do vice-presidente da república do Governo Geisel, General Adalberto, Othon, ao procurar transmitir uma visão mais “operacional”, acabou esbarrando num fato “delicado” para a ortodoxia do pensamento naval brasileiro... Já naquela época, os navios de superfície que até a década anterior encarnaram a “dissuasão” no mar pouco podiam contra os novos submarinos de propulsão nuclear. Segundo ele, os próprios chineses naquele momento já haviam identificado esta situação e, sendo assim, priorizaram a recomposição da arma submarina sobre a de superfície. Se a “primeira arma” da Marinha era claramente o submarino, porque nós não seguíamos no Brasil, esta idéia? A maioria dos nossos oficiais que ia estudar nos EUA o faziam através de um convênio que o Brasil mantinha com as forças armadas norte-americanas. Neste caso, não havia qualquer ônus para os brasileiros, mas, em contrapartida, os nossos estudantes eram obrigados a fazer relatórios regulares sobre seu progresso acadêmico para o controle dos americanos.
Quando chegou sua vez, o CC Othon acabou optando, ao invés de seguir suas atividades na Comissão de Fragatas no Reino Unido, por estudar no Massachussets Institute of Tecnology (MIT), um dos mais conceituados centros de pesquisa avançada dos EUA e inusitadamente. Lá ele cursou o mestrado em Engenharia Mecânica e a graduação em Engenharia Nuclear (Master in Science in Mechanical Engineering e Nuclear Engineer Degree) de 1975 a 1978, e não apenas a Engenharia Naval como era mais comum entre seus pares. No dia a dia ele não andava fardado na universidade, mas, de forma alguma ocultava de seus professores e colegas que era oficial da MB da ativa. Além dele, outros três oficiais engenheiros brasileiros cursavam a pós-graduação em Engenharia Naval naquela Universidade. Dentro do MIT existia um escritório da US Navy cuja função era acompanhar o progresso acadêmico dos diversos alunos militares estrangeiros e receber seus relatórios. Este curso, correria sem qualquer centavo de verba do governo americano, tudo seria pago pela própria Marinha. Esta decisão foi tomada para dar maior liberdade e privacidade a ele que desta maneira não estaria suscetível a ter que preparar os tais “relatórios de progresso”. Curiosamente, um ano após sua chegada nos EUA ele recebeu uma carta deste escritório cobrando o seu “relatório”, carta esta (e outras duas posteriores) devidamente ignorada por ele por seu curso não estar sendo pago pelo Military Assistance Program (MAP) americano.
“Neste curso nos EUA ficou claro para mim que não haveria submarino, nem programa nuclear brasileiro, sem que nós brasileiros dominássemos por completo o processo de enriquecimento do Urânio no país. Simplesmente colocando, ninguém nos venderia o combustível para mover o nosso submarino. Focando neste fato, já no meu retorno em 1978 sugeri, como primeiro passo, que iniciássemos um programa para viabilizar a criação de uma ultracentrífuga de desenho nacional. Para montar a equipe a Marinha se associou à Universidade de São Paulo para criar um laboratório dedicado exclusivamente a esta atividade nuclear. A época de ouro deste programa foi certamente no início da década de 80 onde pudemos escolher os melhores talentos disponíveis na USP e na Marinha, unindo a elite dos pesquisadores e orientadores num grande projeto”, disse com um sorriso o Almirante Othon.
Este programa foi aprovado em 8 de março de 1979 e, poucos meses depois, em 4 de setembro de 1982 apresentou seus primeiros resultados encorajadores. “Pode parecer pouco, mas sair dos 0,7% de urânio U235 da natureza para 1,1%, já colocava o Brasil, definitivamente, entre as nações com know how de enriquecimento do urânio. A ciência nuclear não é naturalmente uma atividade barata, mas este primeiro passo brasileiro custou surpreendentemente pouco: apenas US$7 milhões”, disse Othon. Muitos almirantes da engenharia da MB não acreditaram que seria possível este desenvolvimento sem o apoio direto e intensivo de países detentores desta tecnologia. Um memorando interno escrito por um importante almirante explicitamente desencorajava que se seguisse nesta direção, classificando a proposta do Comandante Othon de “uma experiência de caráter duvidoso”. Mesmo assim, a despeito da oposição nada velada, o próprio Ministro da Marinha Almirante Maximiano da Fonseca, optou por bancar a aposta naquele grupo de “loucos”. Além do ciclo de enriquecimento, a equipe do Cte Othon deveria projetar em São Paulo o reator que seria alimentado por aquele mesmo combustível.
Desenvolvido em paralelo, o projeto do submarino nuclear em si, ao menos teoricamente permaneceria aos cuidados da Diretoria de Engenharia Naval no AMRJ. O projeto teria que ser criado do zero para poder receber o reator e o sistema de propulsão criados em São Paulo. Esta separação não era prática o que fez que entre 90 e 91 todo projeto de desenvolvimento do casco fosse transferido para São Paulo, culminando com um total de 163 engenheiros passando a trabalhar no novo Centro de Projeto de Submarinos que foi criado em 1993. O novo Ministro da Marinha, Almirante Serpa, era muito menos entusiasta do programa do submarino nuclear do que seu predecessor e literalmente sentou em cima do pedido de verbas para a criação do prédio do Centro de Projeto de Submarinos por quatro meses apenas para descobrir que usando fundos do Governo do Estado de São Paulo (a USP é uma entidade do governo estadual) Othon já tinha construído e inaugurado ele, antes mesmo de receber a autorização formal da Marinha para iniciar as obras.
Enquanto o programa do sub nuclear andava em São Paulo, a Marinha se debruçava na escolha de um novo modelo de submarino convencional moderno que substituísse os três Oberon e os últimos Guppy III da nossa Força de Submarinos. A disputa estava dividida entre o modelo alemão U209-1400 e o modelo francês Agosta, o AMRJ tendia para o francês porque suas calandras (maquinas de dobrar chapas de aço) eram mais adequadas para os anéis menores do casco duplo do Agosta. Nesta época, numa visita de cortesia à Nuclep para que a MB conhecesse a “oficina mecânica para peças metálicas de alta precisão” na comitiva do Ministro Maximiano. Nesta ocasião, ao ser questionado sobrte suas impressões, Othon acabou comentando que com os equipamentos que a Nuclep tinha ela poderia viabilizar a produção no país dos anéis maiores do casco simples do U209. Nesta mesma época os alemães acenaram para a MB a possibilidade de fabricarem aqui seu projeto maior, o IKL 2000, de 2 mil toneladas de deslocamento. Este casco poderia, na visão dos alemães, ser usado para fazer o submarino nuclear tão sonhado pelo Brasil, mas segundo Othon, ”o IKL 2000 não passava de um fake, um conceito, sem qualquer perspectiva real de entrar em produção”.
No Centro de Projeto de Submarinos em São Paulo dois conceitos surgiram, o SNAC-1 (“Submarino Nacional 1 “... ) e o SNAC-2. Segundo o Almirante Othon: “com o SNAC-1, a MB não objetivava ter um submarino nuclear de ataque no estado da arte, ele seria essencialmente uma etapa intermediária para se chegar ao SNAC-2, o nosso modelo definitivo. “Outra característica peculiar do SNAC é que a variante nuclear seria obtida com a remoção do módulo de propulsão convencional e sua simples substituição por um módulo novo de propulsão nuclear.”Continuou Othon, “num submarino a propulsão, na média, ocupa cerca de metade do espaço disponível no seu interior. Os estudos do SNAC em SP se encerraram em 1994, com a responsabilidade pelo desenho do novo casco retornando para a DEN, no Arsenal de Marinha, no ano seguinte. O projeto em desenvolvimento hoje, com auxilio francês, naturalmente, seguirá adiante a partir do conhecimento acumulado nesta nossa fase anterior. Uma preocupação do time de design do SNAC era que a baixas velocidades não fosse obrigatório o emprego de barulhentas bombas hidráulicas para manter a refrigeração do sistema”.
“Para isso, o projeto fazia uso de ‘circulação natural’ em que as características térmicas e de pressão do circuito termo-hidráulico, automaticamente, puxariam a água do mar para seu interior em total silêncio”. No cento de Projeto de Submarinos de São Paulo as mesas dos projetistas ficavam em salas localizadas ao redor de um hall central onde existia uma maquete em grande escala feita de acrílico transparente que os permitia ver, em 3-D, e determinar a distribuição mais eficiente dos componentes internos a serem instalados no novo submarino. Esta maquete foi construída entre 1992 e 1993.
Naquela época, o Labgene (Laboratório de Geração Nucleo-Elétrica), o reator protótipo construído em terra, era ainda conhecido como RENAP (Reator Naval Potência). Um exemplo do poder estrangeiro de interferir no programa nuclear brasileiro ocorreu no caso do motor elétrico da propulsão. Othon relembrou que “depois de muita negociação as empresas alemãs Thyssen Siemens anunciaram que não mais desejavam construir no Brasil o motor completo. A legislação alemã mudou, o governo daquele país cedendo à pressão americana pela ‘não proliferação’ de tecnologias críticas. Foi neste ponto que a Marinha concluiu que a Alemanha poderia não ser uma ‘fonte tão confiável’ para o programa do nosso submarino nuclear. Na exata mesma época, os alemães também embargaram motores para os veículos lançadores Astros da Avibras”. Sem o motor alemão coube aos engenheiros brasileiros a tarefa de desenvolver dentro da COPESP nosso próprio motor de submarino de 100MW com tecnologia de ponta como a de pólos permanentes e comutação eletrônica. Este tecnologia é ainda usada em alguns modelos de trens de alta velocidade TGV ao redor do mundo.
Para Othon: “está provado que não existe melhor ferramenta para inibir a concentração de força do inimigo no mar do que o submarino de ataque de propulsão nuclear”. Ele continuou, “cada um dos nossos submarinos precisará de pelo menos duas tripulações completas, três até, se houver como. Mas, mesmo se somarmos todo este pessoal, cada um deles ainda precisará de menos tripulantes do que um destróier normal”.
Ao abrirmos por aqui o tema do nascimento do programa nuclear brasileiro, ALIDE espera que este programa, com seus evidentes benefícios tanto civis como militares, possa ser melhor estudado e compreendido pela população Brasileira, servindo de exemplo para outros desenvolvimentos semelhantes de grande porte na área de Ciência e Tecnologia. Esperamos que esse programa pavimente o caminho para uma crescente integração da Academia brasileira com os segmentos industriais e militares. Em breve seguiremos esta história com diversas outras entrevistas relevantes, até lá, não deixe de ler sobre a recente palestra do Almirante Fragelli, atual responsável pelo programa de construção dos submarinos brasileiros junto com os franceses.
Fonte: ALIDE
Nasa se prepara para lançar satélite de observação terrestre no dia 23/2
SÃO PAULO - O mais novo satélite de observação terrestre da Nasa aproxima-se do lançamento. A missão Glory deve melhorar nossa compreensão sobre como o Sol e minúsculas partículas atmosféricas chamadas de aerossóis atingem o clima da Terra.
O satélite está programado para decolar da Base da Força Aérea de Vandenberg, na Califórnia (EUA), no dia 23 de fevereiro, às 8h09 (horário de Brasília). O Glory se juntará a uma frota de satélites de observação chamada de Constelação da Tarde ou "A-train". Esse grupo, que inclui as naves Aqua e Aura, se mantém muito próximo entre si.
"A missão vai ajudar os cientistas a resolver uma das principais incertezas nas previsões de alterações identificadas pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da Organização das Nações Unidas (ONU), que abordou a influência dos aerossóis no balanço energético do nosso planeta", disse Michael Freilich, diretor da Divisão de Ciências da Terra da Nasa, na sede da agência, em Washington.
Originalmente aprovado em 2005, o satélite foi desenvolvido por uma equipe de engenheiros e cientistas de várias instituições industriais, governamentais e acadêmicas do país. A sonda chegou à Base de Vandenberg no dia 11 de janeiro, após uma viagem que cruzou os EUA, originada da Corporação de Ciências Orbitais, em Dulles, Virgínia.
"O Glory já está no lugar de lançamento, e toda as inspeções e os testes elétricos foram concluídos", afirmou Bryan Fafaul, gerente de projetos do Centro Espacial Goddard, em Greenbelt, Maryland. A nave será acoplada ao foguete Taurus XL 3110 em fevereiro.
O satélite está programado para decolar da Base da Força Aérea de Vandenberg, na Califórnia (EUA), no dia 23 de fevereiro, às 8h09 (horário de Brasília). O Glory se juntará a uma frota de satélites de observação chamada de Constelação da Tarde ou "A-train". Esse grupo, que inclui as naves Aqua e Aura, se mantém muito próximo entre si.
"A missão vai ajudar os cientistas a resolver uma das principais incertezas nas previsões de alterações identificadas pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da Organização das Nações Unidas (ONU), que abordou a influência dos aerossóis no balanço energético do nosso planeta", disse Michael Freilich, diretor da Divisão de Ciências da Terra da Nasa, na sede da agência, em Washington.
Originalmente aprovado em 2005, o satélite foi desenvolvido por uma equipe de engenheiros e cientistas de várias instituições industriais, governamentais e acadêmicas do país. A sonda chegou à Base de Vandenberg no dia 11 de janeiro, após uma viagem que cruzou os EUA, originada da Corporação de Ciências Orbitais, em Dulles, Virgínia.
"O Glory já está no lugar de lançamento, e toda as inspeções e os testes elétricos foram concluídos", afirmou Bryan Fafaul, gerente de projetos do Centro Espacial Goddard, em Greenbelt, Maryland. A nave será acoplada ao foguete Taurus XL 3110 em fevereiro.
Cargueiro Progress evacua lixo da ISS e afunda no Pacífico
MOSCOU - O cargueiro Progress M-08M se separou da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) nesta segunda-feira, 24, para evacuar resíduos e equipamento obsoleto da plataforma orbital, e seus restos afundaram posteriormente nas águas do Oceano Pacífico.
Japão lança foguete para a Estação Espacial Internacional
Dois astronautas russos fazem caminhada espacial fora da ISS
"O cargueiro se desatou às 3h43 (horário de Moscou) do módulo russo Pirs. A partir de 30 de janeiro a Progress M-09M ocupará o seu lugar e o lançamento a partir da base de Baikonur (Cazaquistão) está previsto para 28 de janeiro", informou um porta-voz do Centro de Controle de Voos Espaciais da Rússia.
Os propulsores de freio da Progress M-08M, que ficou acoplada por cerca de três meses no laboratório orbital, foram iniciados às 8h16 de Moscou e, em seguida, o cargueiro saiu de sua órbita.
"Segundo os analistas do Centro de Controle de Voos Espaciais, os fragmentos do cargueiro Progress M-08M que não se queimaram ao entrar nas camadas densas da atmosfera caíram no sul do Oceano Pacífico", acrescentou o porta-voz, citado pela agência Interfax.
A fonte lembrou que é nessa região do Pacífico, a 3 mil quilômetros da Nova Zelândia e em uma região livre de navegação marítima, onde normalmente são afundados os cargueiros russos, no denominado "cemitério de naves espaciais".
A Progress M-08M foi lançada em 27 de outubro a partir da base de Baikonur com mais de 2,5 toneladas de carga essencial para os tripulantes da ISS. O acoplamento ocorreu três dias depois de forma manual, após uma tentativa fracassada de engate automático.
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"O cargueiro se desatou às 3h43 (horário de Moscou) do módulo russo Pirs. A partir de 30 de janeiro a Progress M-09M ocupará o seu lugar e o lançamento a partir da base de Baikonur (Cazaquistão) está previsto para 28 de janeiro", informou um porta-voz do Centro de Controle de Voos Espaciais da Rússia.
Os propulsores de freio da Progress M-08M, que ficou acoplada por cerca de três meses no laboratório orbital, foram iniciados às 8h16 de Moscou e, em seguida, o cargueiro saiu de sua órbita.
"Segundo os analistas do Centro de Controle de Voos Espaciais, os fragmentos do cargueiro Progress M-08M que não se queimaram ao entrar nas camadas densas da atmosfera caíram no sul do Oceano Pacífico", acrescentou o porta-voz, citado pela agência Interfax.
A fonte lembrou que é nessa região do Pacífico, a 3 mil quilômetros da Nova Zelândia e em uma região livre de navegação marítima, onde normalmente são afundados os cargueiros russos, no denominado "cemitério de naves espaciais".
A Progress M-08M foi lançada em 27 de outubro a partir da base de Baikonur com mais de 2,5 toneladas de carga essencial para os tripulantes da ISS. O acoplamento ocorreu três dias depois de forma manual, após uma tentativa fracassada de engate automático.
Atentado suicida em aeroporto de Moscou mata ao menos 35
MOSCOU - Uma explosão no aeroporto mais movimentado da Rússia, o Domodedovo, em Moscou, matou pelo menos 35 pessoas e deixou 145 feridas, informaram funcionários do terminal. A agência de notícias Interfax, citando um funcionário do Ministério da Saúde, afirma que os mortos são 31.
A explosão, ocorrida por volta das 10h30 (horário de Brasília), foi causada por um suicida na área de entrega de bagagem do aeroporto, de acordo com o Comitê Investigativo, agência de investigações russa. Agências de notícias afirmam que a explosão ocorreu em um café perto da área de desembarque internaciona.
Testemunhas indicam que havia milhares de pessoas no terminal no momento do acidente e que havia corpos de "pelo menos 15 ou 16 pessoas sangrando muito" no estacionamento do aeroporto e fumaça saindo do saguão de entrega de bagagens. O Ministério da Saúde posteriormente afirmou que 51 pessoas foram hospitalizadas, sendo 35 em estado grave.
A agência Interfax informou que a polícia está em busca de três suspeitos de participar do ataque. Também há informações de que a bomba usada na explosão continha sete quilos de TNT e pedaços de objetos metálicos.
A polícia moscovita foi colocada em alerta e imediatamente deslocou agentes para estações do metrô da capital russa, que é alvo frequente de insurgentes do Cáucaso. Os voos destinados ao aeroporto de Domodedovo foram desviados para os terminais de Sheremetyevo e Vnukovo.
O presidente da Rússia, Dmitri Medvedev, disse que, de acordo com as informações preliminares obtidas pelas autoridades, "se trata de um ataque terrorista". Ele ainda convocou uma reunião de emergência com os chefes de segurança do país. O Banco Central russo anunciou que não espera grandes reflexos no mercado por conta dos atentados.
Nenhum grupo assumiu o atentado, mas a capital russa costuma ser alvo dos rebeldes islâmicos do Cáucaso. Os rebeldes, que lutam contra a presença das forças do Kremlin na região, juraram levar a batalha para dentro do território russo.
O aeroporto de Domodedovo é considerado o mais moderno de Moscou, mas os procedimentos de segurança do terminal tem sido questionados nos últimos anos. Em 2004, dois terroristas entraram em aviões a partir do aeroporto ao comprar passagens ilegais de funcionários do próprio terminal. Os terroristas detonaram seus explosivos e mataram 90 pessoas nos dois voos.
Nos mais recentes atentados aos sistemas de transporte da capital russa, 39 pessoas morreram e 60 ficaram feridas em dois atentados em março de 2010 no metrô. Em dezembro de 2009, rebeldes chechenos assumiram a responsabilidade pela explosão em um trem que fazia a rota Moscou - São Petersburgo, quando 26 pessoas morreram.
Após os atentados no metrô, o líder dos rebeldes chechenos, Doku Umarov, divulgou um vídeo afirmando que aqueles não seriam os últimos ataques empreendidos pelos rebeldes na Rússia. "Esta não será a última operação, estas operações vão continuar, com a vontade de Deus, em seu território".
Com informações das agências Associated Press, BBC e Dow Jones.
A explosão, ocorrida por volta das 10h30 (horário de Brasília), foi causada por um suicida na área de entrega de bagagem do aeroporto, de acordo com o Comitê Investigativo, agência de investigações russa. Agências de notícias afirmam que a explosão ocorreu em um café perto da área de desembarque internaciona.
Testemunhas indicam que havia milhares de pessoas no terminal no momento do acidente e que havia corpos de "pelo menos 15 ou 16 pessoas sangrando muito" no estacionamento do aeroporto e fumaça saindo do saguão de entrega de bagagens. O Ministério da Saúde posteriormente afirmou que 51 pessoas foram hospitalizadas, sendo 35 em estado grave.
A agência Interfax informou que a polícia está em busca de três suspeitos de participar do ataque. Também há informações de que a bomba usada na explosão continha sete quilos de TNT e pedaços de objetos metálicos.
A polícia moscovita foi colocada em alerta e imediatamente deslocou agentes para estações do metrô da capital russa, que é alvo frequente de insurgentes do Cáucaso. Os voos destinados ao aeroporto de Domodedovo foram desviados para os terminais de Sheremetyevo e Vnukovo.
O presidente da Rússia, Dmitri Medvedev, disse que, de acordo com as informações preliminares obtidas pelas autoridades, "se trata de um ataque terrorista". Ele ainda convocou uma reunião de emergência com os chefes de segurança do país. O Banco Central russo anunciou que não espera grandes reflexos no mercado por conta dos atentados.
Nenhum grupo assumiu o atentado, mas a capital russa costuma ser alvo dos rebeldes islâmicos do Cáucaso. Os rebeldes, que lutam contra a presença das forças do Kremlin na região, juraram levar a batalha para dentro do território russo.
O aeroporto de Domodedovo é considerado o mais moderno de Moscou, mas os procedimentos de segurança do terminal tem sido questionados nos últimos anos. Em 2004, dois terroristas entraram em aviões a partir do aeroporto ao comprar passagens ilegais de funcionários do próprio terminal. Os terroristas detonaram seus explosivos e mataram 90 pessoas nos dois voos.
Nos mais recentes atentados aos sistemas de transporte da capital russa, 39 pessoas morreram e 60 ficaram feridas em dois atentados em março de 2010 no metrô. Em dezembro de 2009, rebeldes chechenos assumiram a responsabilidade pela explosão em um trem que fazia a rota Moscou - São Petersburgo, quando 26 pessoas morreram.
Após os atentados no metrô, o líder dos rebeldes chechenos, Doku Umarov, divulgou um vídeo afirmando que aqueles não seriam os últimos ataques empreendidos pelos rebeldes na Rússia. "Esta não será a última operação, estas operações vão continuar, com a vontade de Deus, em seu território".
Com informações das agências Associated Press, BBC e Dow Jones.
Israel e EUA testam programa destrutivo de projeto nuclear do Irã
O complexo de Dimona, no Deserto do Negev, é conhecido como uma região fortemente blindada de Israel, embora nunca tenha admitido ser o palco de criação do programa de armas nucleares e combustível atômico do país. Nos últimos dois anos, segundo a inteligência militar e especialistas, Dimona assumiu um novo papel - secreto - como campo de ensaio crítico em um esforço conjunto de americanos e israelenses para minar os projetos do Irá em fabricar sua própria bomba, diz reportagem publicada pelo The New York Times.
Segundo os especialistas, por trás do arame farpado de Dimona, Israel teria centrífugas nucleares praticamente idênticas às do Irã, em Natanz, onde os cientistas iranianos lutam para enriquecer urânio. Eles afirmam ainda que Dimona testou com eficácia um programa destrutivo que pode ter dizimado cerca de um quinto de centrífugas nucleares do Irã, além de interromper a capacidade de Teerã em produzir sua bomba atômica.
Embora as autoridades americanas e israelenses se recusam a falar publicamente sobre as experiências em Dimona, as operações ali, bem como os esforços relacionados nos Estados Unidos, estão entre os mais novos e mais fortes indícios de que o vírus foi concebido como um projeto americano-israelense para sabotar o programa nuclear iraniano.
Segundo os especialistas, por trás do arame farpado de Dimona, Israel teria centrífugas nucleares praticamente idênticas às do Irã, em Natanz, onde os cientistas iranianos lutam para enriquecer urânio. Eles afirmam ainda que Dimona testou com eficácia um programa destrutivo que pode ter dizimado cerca de um quinto de centrífugas nucleares do Irã, além de interromper a capacidade de Teerã em produzir sua bomba atômica.
Embora as autoridades americanas e israelenses se recusam a falar publicamente sobre as experiências em Dimona, as operações ali, bem como os esforços relacionados nos Estados Unidos, estão entre os mais novos e mais fortes indícios de que o vírus foi concebido como um projeto americano-israelense para sabotar o programa nuclear iraniano.
Planalto traça 3 planos para compra de caças
A escolha do novo caça de tecnologia avançada da Força Aérea, o processo F-X2, deve ser decidido até julho, tem dito o ministro da Defesa, Nelson Jobim. A decisão está na agenda de 2011 da presidente Dilma.
O Planalto considera três hipóteses para o contrato, que prevê a compra inicial de 36 caças, podendo chegar a 120 até 2027: manter a F-X2 como está, adiar a decisão por um ano ou, em ação radical, encerrar essa operação e abrir outra imediatamente, uma espécie de F-X3 de prazo curto, única forma de admitir novos participantes.
A medida, todavia, traria desgaste diplomático. A seleção já dura 15 anos. Os três concorrentes são patrocinados por seus governos e têm investido pesado em estruturas locais de acompanhamento e de informação. O cientista social Gunther Rudzit, especialista em relações internacionais, alerta: "A imagem do Brasil será arranhada - e a postura da nossa diplomacia será questionada, afetando a aura de eficiência e profissionalismo que o Itamaraty sempre teve".
Novos aviões. A entrada de outros competidores foi bem recebida no mercado especializado. A americana Lockheed-Martin não esconde a disposição de levar à mesa de negociações o F-35 Lightning, o mais avançado caça de múltiplo emprego em produção regular no mundo.
Será o próximo avião principal dos EUA, com versões para a força aérea e a aviação naval. Construído com materiais e recursos eletrônicos stealth, para escapar da detecção por radar ou sensores laser, é tão moderno que só começa a ser entregue em 2016. É caro, mas o preço está em queda: começou em US$ 89 milhões cada e chegará a US$ 73 milhões, resultado da fabricação em larga escala - 2.376 unidades vendidas para EUA, Austrália, Canadá, Itália, Dinamarca, Holanda, Noruega, Israel, Turquia e Grã-Bretanha. Outra vez, a dificuldade será a transferência de tecnologia.
Há outros pretendentes na F-X2. A Rússia, com o Su-35 e futuro Su-50. E a União Europeia, por meio do Typhoon Eurofighter. A proposta de menor valor é a da sueca Saab, que oferece o Gripen NG, em desenvolvimento, por US$ 4 bilhões. O mais caro e o preferido da Defesa - e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva - é o francês Rafale, avaliado em cerca de R$ 6 bilhões. Entre um e outro está o americano F-18 Super Hornet.
O governo condiciona a compra à transferência de tecnologia em todas as áreas. É aí que as negociações ficam diferentes. Os franceses oferecem acesso irrestrito ao conhecimento pretendido. Os suecos convidam os especialistas militares e a indústria Aeronáutica a uma parceria ampla. Os americanos esbarram na complexa legislação do setor e no poder do Congresso para vetar o atendimento às exigências.
Os acertos entre o então presidente Lula e seu colega francês, Nicolas Sarkozy, eram fáceis em abril de 2010. No dia 22, Lula recebeu um telefonema de Sarkozy, empenhado em garantir a preferência pelo Rafale. Diante de cinco pessoas, Lula convidou-o para passar férias em Fernando de Noronha - e foi convidado a descansar no Vale do Loire. Riram e contaram piadas.
O clima desandou em maio. Lula liderou a proposta ao Irã para troca de urânio. De ambos os lados os convites foram esquecidos. O encontro de trabalho entre os dois, previsto para dezembro, não houve. E a decisão do F-X2 ficou para Dilma Rousseff.
O Planalto considera três hipóteses para o contrato, que prevê a compra inicial de 36 caças, podendo chegar a 120 até 2027: manter a F-X2 como está, adiar a decisão por um ano ou, em ação radical, encerrar essa operação e abrir outra imediatamente, uma espécie de F-X3 de prazo curto, única forma de admitir novos participantes.
A medida, todavia, traria desgaste diplomático. A seleção já dura 15 anos. Os três concorrentes são patrocinados por seus governos e têm investido pesado em estruturas locais de acompanhamento e de informação. O cientista social Gunther Rudzit, especialista em relações internacionais, alerta: "A imagem do Brasil será arranhada - e a postura da nossa diplomacia será questionada, afetando a aura de eficiência e profissionalismo que o Itamaraty sempre teve".
Novos aviões. A entrada de outros competidores foi bem recebida no mercado especializado. A americana Lockheed-Martin não esconde a disposição de levar à mesa de negociações o F-35 Lightning, o mais avançado caça de múltiplo emprego em produção regular no mundo.
Será o próximo avião principal dos EUA, com versões para a força aérea e a aviação naval. Construído com materiais e recursos eletrônicos stealth, para escapar da detecção por radar ou sensores laser, é tão moderno que só começa a ser entregue em 2016. É caro, mas o preço está em queda: começou em US$ 89 milhões cada e chegará a US$ 73 milhões, resultado da fabricação em larga escala - 2.376 unidades vendidas para EUA, Austrália, Canadá, Itália, Dinamarca, Holanda, Noruega, Israel, Turquia e Grã-Bretanha. Outra vez, a dificuldade será a transferência de tecnologia.
Há outros pretendentes na F-X2. A Rússia, com o Su-35 e futuro Su-50. E a União Europeia, por meio do Typhoon Eurofighter. A proposta de menor valor é a da sueca Saab, que oferece o Gripen NG, em desenvolvimento, por US$ 4 bilhões. O mais caro e o preferido da Defesa - e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva - é o francês Rafale, avaliado em cerca de R$ 6 bilhões. Entre um e outro está o americano F-18 Super Hornet.
O governo condiciona a compra à transferência de tecnologia em todas as áreas. É aí que as negociações ficam diferentes. Os franceses oferecem acesso irrestrito ao conhecimento pretendido. Os suecos convidam os especialistas militares e a indústria Aeronáutica a uma parceria ampla. Os americanos esbarram na complexa legislação do setor e no poder do Congresso para vetar o atendimento às exigências.
Os acertos entre o então presidente Lula e seu colega francês, Nicolas Sarkozy, eram fáceis em abril de 2010. No dia 22, Lula recebeu um telefonema de Sarkozy, empenhado em garantir a preferência pelo Rafale. Diante de cinco pessoas, Lula convidou-o para passar férias em Fernando de Noronha - e foi convidado a descansar no Vale do Loire. Riram e contaram piadas.
O clima desandou em maio. Lula liderou a proposta ao Irã para troca de urânio. De ambos os lados os convites foram esquecidos. O encontro de trabalho entre os dois, previsto para dezembro, não houve. E a decisão do F-X2 ficou para Dilma Rousseff.
Caças: Dilma desistiu de acordo após aval de Lula
BRASÍLIA. Antes de deixar o cargo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva liberou a presidente Dilma Rousseff do compromisso de manter o acordo político travado nos bastidores com o governo da França pela compra de 36 caças para a Força Aérea Brasileira à empresa francesa Dassault. Internamente, já era dada como certa no governo a aquisição dos caças Rafale. Mas, segundo interlocutores, Lula considerou que o acerto político havia perdido a validade depois que se sentiu traído pelo presidente da França, Nicolas Sarkozy, no episódio do acordo proposto por Brasil e Turquia no caso do Irã.
Segundo relato de amigos, Lula revelou que foi estimulado por Sarkozy a avançar nas negociações com o Irã para o fechamento do acordo sobre o enriquecimento de urânio daquele país. Em maio, os dois chegaram a se encontrar reservadamente em Madri para tratar do assunto, durante 6ª Cúpula União Europeia, América Latina e Caribe.
Logo depois, o Irã aceitou os termos do acordo acertado com Brasil e Turquia para o enriquecimento de urânio iraniano em território turco. Mas, para a surpresa de Lula, depois da pressão dos Estados Unidos Sarkozy voltou atrás, e a França votou a favor de sanções ao Irã no Conselho de Segurança das Nações Unidas. A adoção de sanções dependia do voto favorável de todos os integrantes permanentes do conselho.
Diante da nova posição de Sarkozy, Lula decidiu empurrar com a barriga a decisão sobre os caças e depois avisou a Dilma que ela ficasse livre de qualquer compromisso político.
Em 2009, Lula recebeu Sarkozy no Brasil e até manifestou simpatia pública pela proposta francesa. Mas, em dezembro passado, quando o negócio parecia próximo de um desfecho, Lula disse que deixaria a decisão final para sua sucessora. Agora, o novo processo de compra deve se arrastar o ano inteiro e só ser concretizado em 2012.
Segundo relato de amigos, Lula revelou que foi estimulado por Sarkozy a avançar nas negociações com o Irã para o fechamento do acordo sobre o enriquecimento de urânio daquele país. Em maio, os dois chegaram a se encontrar reservadamente em Madri para tratar do assunto, durante 6ª Cúpula União Europeia, América Latina e Caribe.
Logo depois, o Irã aceitou os termos do acordo acertado com Brasil e Turquia para o enriquecimento de urânio iraniano em território turco. Mas, para a surpresa de Lula, depois da pressão dos Estados Unidos Sarkozy voltou atrás, e a França votou a favor de sanções ao Irã no Conselho de Segurança das Nações Unidas. A adoção de sanções dependia do voto favorável de todos os integrantes permanentes do conselho.
Diante da nova posição de Sarkozy, Lula decidiu empurrar com a barriga a decisão sobre os caças e depois avisou a Dilma que ela ficasse livre de qualquer compromisso político.
Em 2009, Lula recebeu Sarkozy no Brasil e até manifestou simpatia pública pela proposta francesa. Mas, em dezembro passado, quando o negócio parecia próximo de um desfecho, Lula disse que deixaria a decisão final para sua sucessora. Agora, o novo processo de compra deve se arrastar o ano inteiro e só ser concretizado em 2012.
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