Três porta-aviões dos EUA, o USS Nimitz, o USS Ronald Reagan e o USS Theodore Roosevelt, bem como um destroier japonês, realizarão exercícios no oceano Pacífico nos próximos dias, informou em 7 de novembro a agência Reuters. Essas seriam as terceiras manobras navais que acompanharão a visita do presidente dos EUA à Ásia.
Os porta-aviões norte-americanos, com 70 aviões a bordo cada um, estão enviando "um sinal inequívoco", afirmou Tim Huxley, especialista do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos com sede em Singapura, citado pela agência Reuters.
"Além da capacidade de projetar poder militar de grande alcance, [os EUA] podem projetar poder político e psicológico", disse ele.
Os exercícios navais são destinados a lembrar ao mundo que os EUA são um ator militar importante no Leste da Ásia, explicou à Sputnik Aleksei Fenenko, professor da Universidade Estatal Lomonosov de Moscou.
"É uma espécie de lembrete, em primeiro lugar para a China, sobre o poder norte-americano, bem como uma mensagem para seus aliados, mostrando que os norte-americanos ainda são capazes de muitas coisas", declarou ele.
Segundo o especialista, "Trump encontra-se em uma situação psicologicamente muito difícil". Desde maio, prometeu resolver o problema nuclear da Coreia do Norte, não excluindo o bombardeio do país, mas nada foi feito para fazê-lo.
Naturalmente, os aliados puseram em dúvida a força dos EUA, duvidaram da sua capacidade de cumprir as obrigações declaradas. Por isso, Trump demonstra que é forte e está pronto a fazê-lo", acrescentou Fenenko.
Entretanto, há razões para crer que a China não reagirá de maneira alguma, afirmou o especialista.
"A China não é uma nação beligerante. Sempre seguiu uma estratégia pacífica de aumento de influência. Por isso, a China não dará nenhuma resposta militar direta aos norte-americanos. Acho que vai responder com uma tentativa de fortalecer o diálogo com os países da ASEAN [Associação das Nações do Sudeste Asiático], tendo em consideração que qualquer atividade militar dos EUA causa uma reação extremamente cautelosa e irritada dos países da região", disse o especialista.
Yang Mian, especialista do Centro de Estudos de Relações Internacionais do Instituto de Comunicações chinês, chamou a atenção à presença da Índia na lista dos países que participaram dos exercícios militares conjuntos durante a visita do presidente dos EUA à Ásia.
"Trump já formulou claramente sua estratégia para a região do Indo-Pacífico. Ela aponta à necessidade de proteger o status dominante dos EUA na região para fortalecer a aliança entre os EUA e a Índia", declarou Yang Mian em entrevista à Sputnik.
Segundo o especialista, os EUA esperam que a Índia participe em seu plano de ordem internacional na região. "Seu objetivo é apontar contra a China. A influência da Índia está crescendo constantemente e está envolvida em um conflito territorial com a China".
Yang Mian disse que as manobras dos porta-aviões dos EUA visam mostrar força na península da Coreia e prevenir um teste nuclear ou de mísseis de Pyongyang durante a visita do presidente dos EUA.
Entretanto, de acordo com o analista chinês, a “escolta” do líder norte-americano é apenas uma tarefa de curto prazo para os porta-aviões.
"A longo prazo, através de exercícios conjuntos com o Japão e a Índia, os EUA planejam mostrar que continuam a ser uma força importante nesta região e que os laços entre os EUA e a Índia estão se fortalecendo. Em geral, tudo isso é dirigido contra a China", concluiu Yang Mian.
Nenhum comentário:
Postar um comentário