segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Residentes de cidade alemã revelam como Putin viveu no país sendo agente da KGB (FOTOS)

Vladimir Putin, presidente da Rússia, viveu cinco anos na Alemanha quando ainda era um jovem major na KGB, principal organização de serviços secretos da União Soviética. Para celebrar seu 65º aniversário, Sputnik viajou para a cidade alemã de Dresden com o fim de descobrir mais sobre esse período da vida do líder russo.
Nosso percurso "atrás das pegadas de Vladimir Putin" começa na rua Radeberger, número 101. Aqui, no terceiro andar de um prédio residencial, Putin recebeu um apartamento de dois quartos para morar com sua família.
Putin foi enviado a Dresden em setembro de 1985, com 33 anos de idade. Um ano depois, chegaram sua esposa e sua filha mais velha, Maria. A filha mais nova, Ekaterina, já nasceu na Alemanha, recorda Renate, uma vizinha que morava na mesma rua.
Rua Radeberger, número 101, onde residiu Vladimir Putin e sua família entre 1985 e 1990
© SPUTNIK/ PAUL LINKE
Rua Radeberger, número 101, onde residiu Vladimir Putin e sua família entre 1985 e 1990
"Eles eram uma família como outra qualquer, estavam frequentemente no pátio… Naquela época, era natural que grande parte da vida pessoal dos moradores se dava no pátio. Nós sempre os víamos em encontros familiares, churrascos. No resto, Putin era mais discreto, então as pessoas não sabiam muito sobre sua vida privada ", disse Renate à Sputnik Alemanha.
No entanto, as pessoas locais não gostam muito de lembrar esse período. A cinco minutos do prédio onde Putin residia, na rua Bautzener, anteriormente se situava o departamento de administração regional da Stasi, o Ministério para a Segurança do Estado da República Democrática Alemã, que era uma entidade com uma reputação semelhante à da própria KGB soviética.
O edifício na rua Bautzener onde anteriormente se situava o departamento de administração regional da Stasi, o Ministério para a Segurança do Estado da República Democrática Alemã
© SPUTNIK/ PAUL LINKE
O edifício na rua Bautzener onde anteriormente se situava o departamento de administração regional da Stasi, o Ministério para a Segurança do Estado da República Democrática Alemã
Em uma das salas do museu memorial, que substituiu a entidade secreta no mesmo edifício, se pode ver Putin em uma foto com funcionários da KGB e da Stasi. É possível identificar claramente o atual líder russo e Horst Boehm, na época o diretor regional da Stasi em Dresden.
Em um prédio na rua Angelika, o número 4, Putin, além de obter informações para a KGB, também recrutou pessoal para os serviços secretos soviéticos.
Em 5 de dezembro de 1989, cerca de 5.000 manifestantes ocuparam o centro de detenção preventiva e o próprio escritório regional da Stasi e forçaram o general Horst Boehm a demitir-se.
Alguns dos manifestantes tentaram assaltar a mansão que abrigava a unidade da KGB. Herbert Wagner, diretor do memorial na rua Bautzener, testemunhou o evento e falou com a Sputnik sobre o acontecido.
Antigo edíficio da KGB em Dresden, ex-lugar de trabalho de Vladimir Putin
© SPUTNIK/ PAUL LINKE
Antigo edíficio da KGB em Dresden, ex-lugar de trabalho de Vladimir Putin
De acordo com Wagner, um grupo de pessoas deixou o prédio da Stasi com o objetivo de atacar o escritório da KGB. A testemunha revelou que ele estava preocupado com as possíveis consequências de tal ação e, portanto, advertiu os manifestantes para terem cuidado com suas decisões.
Ao chegar ao edifício da KGB com intenção de assaltá-lo, a multidão foi recebida por Vladimir Putin e seus colegas armados. O presidente, que na época era tenente-coronel da KGB, recordou às pessoas que o lugar era um estabelecimento militar soviético.
Putin, de acordo com seu próprio testemunho, explicou que, no caso de um "atravessamento de fronteira" ilegal, os agentes da entidade poderiam recorrer ao uso de armas. A multidão se retirou, mas a unidade da KGB em Dresden foi dissolvida após o incidente.
A foto dos funcionários da KGB e da Stasi, onde Vladimir Putin aparece segundo desde a esquerda
© SPUTNIK/ PAUOL LINKE
A foto dos funcionários da KGB e da Stasi, onde Vladimir Putin aparece segundo desde a esquerda
Em seus tempos livres, Putin frequentava um restaurante chamado Am Thor, localizado na praça Albertplatz.
Um velho garçom, que durante muitos anos trabalhou no estabelecimento, disse que Putin gostava de uma cerveja Radeberger, apesar de ele não beber com frequência.
O restaurante Am Thor em Dresden
© SPUTNIK/ PAUL LINKE
O restaurante Am Thor em Dresden
O restaurante continua funcionando até hoje e alguns fregueses dizem que reconheceram Putin imediatamente quando a televisão alemã o mostrou em 1999, quando se tornou presidente interino do país após a renúncia de Boris Yeltsin.
Um pequeno canto no restaurante Am Thor faz lembrar que o presidente russo era muito bem-vindo no estabelecimento
© SPUTNIK/ PAIL LINKE
Um pequeno canto no restaurante Am Thor faz lembrar que o presidente russo era muito bem-vindo no estabelecimento
Aqui termina a nossa viagem à Dresden de Putin. Poderá o líder russo ainda se lembrar de todas aquelas pessoas que conviveu com ele na Alemanha? Em qualquer caso, os moradores de Dresden lhe desejam "saúde", "estabilidade para a Rússia" e "o sol brilhe sempre" em sua vida por ocasião do seu 65º aniversário.

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