sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Como os EUA capturaram um submarino da URSS, sem que os soviéticos soubessem

O submarino havia se partido — e a maior parte dele voltou para o fundo.
A CIA teria que se contentar com um pedaço de cerca de 12 metros do submarino de mais de 90 metros de comprimento.
No entanto, esses navios soviéticos nunca descobriram exatamente o que estavam testemunhando. Wetmore disse que o plano era levar o submarino para o navio à noite com a esperança de que os soviéticos não percebessem.
Mas, à medida que o submarino se aproximava da superfície, o barco soviético “soprou seu apito três vezes, que é um símbolo de “te vejo mais tarde”, adeus, e eles foram embora”, disse Wetmore.
Pouco depois, os restos do submarino foram trazidos a bordo do Hughes Glomar Explorer. O navio então dirigiu-se ao Havaí. Toda a jornada durou pouco mais de dois meses.
Então, o que a CIA encontrou?
Dois torpedos de ogiva nuclear e alguns manuais de submarinos. Coisas muito interessantes, embora não fossem o que a inteligência esperava.
A operação começou a vazar seis meses depois, com uma série de reportagens na mídia dos EUA no início de 1975.
A revista Rolling Stone apresentou um pedido pela Lei da Liberdade de Informação para obter mais detalhes. A CIA ainda não queria confirmar a operação, porém, não podia mais negá-la.
Daí a frase “Nós não podemos confirmar nem negar”.
O embaixador soviético em Washington, Anatoly Dobrynin, exigiu uma resposta do secretário de Estado Americano, Henry Kissinger.
Os documentos da CIA, citando oficiais soviéticos, dizem que Kissinger “admitiu essencialmente o sucesso parcial”.
Após a Guerra Fria, em 1992, os Estados Unidos deram à Rússia um vídeo que mostra os americanos no navio sepultando respeitosamente no mar os restos de seis marinheiros soviéticos encontrados no submarino:
Meio século depois da missão, Polmar ainda pensa que valeu a pena.
“A CIA, ao longo de um período de seis anos, fez um trabalho fenomenal de construir a capacidade de resgate para capturar um submarino, a 16.000 pés de profundidade, no meio do Oceano Pacífico, com a Marinha Soviética observando, e os soviéticos não tinham ideia do que estava acontecendo”, disse ele.
Duas notas finais:
O Hughes Glomar Explorer viveu o resto da sua vida marítima perfurando poços de petróleo no mar profundo. Há dois anos ele foi para o desmanche para virar uma pilha de sucata, vítima dos baixos preços do petróleo.
Quando a CIA inaugurou sua conta no Twitter em 2014, começou assim: “Nós não podemos confirmar nem negar que este é o nosso primeiro tweet”.
Greg Myre é um correspondente de segurança nacional

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