Apesar de planejar adquirir sistemas de defesa antimíssil russos S-400, Ancara assinou um acordo com a empresa europeia Eurosam para construir seus próprios sistemas antimísseis. Mas, que objetivo persegue a Turquia ao dar tais passos?
Segundo declarou em entrevista ao canal de televisão russo RT o analista militar russo, Ivan Konovalov, o país otomano pretende "diversificar o máximo possível" suas compras armamentistas para deixar de depender das grandes empresas do setor.
"Além disso, ao contrário dos sistemas russos, os Aster SAMP/T, fabricados pela Eurosam, podem ser integrados no sistema da OTAN", explicou.
Atualmente, as Forças Armadas da Turquia não possuem seus próprios sistemas de defesa antimíssil comparáveis ao sistema estadunidense Patriot ou aos russos S-400 e S-300. Os últimos sistemas antiaéreos norte-americanos, que antes tinham sido colocados na fronteira turco-síria, foram retirados do território turco em 2015. Sem dúvida, esses sistemas eram bastante obsoletos e o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, só podia adquiri-los para mostrar sua lealdade à Casa Branca, como fez a Polônia.
Além disso, o presidente turco procura desde há muito aumentar as capacidades militares do país e planeja tornar o sector da defesa independente de terceiros países até 2023. Já há anos que Ancara estuda a possibilidade de começar a construção de um porta-aviões.
No início de junho, o diretor executivo da Rostec, Sergey Chemezov, informou que a Rússia e a Turquia aprovaram todos os aspectos técnicos de execução do contrato para o fornecimento de S-400 a Ancara.
No início de junho, Sergey Chemezov, CEO da corporação Rostec, responsável pelas exportações de produtos industriais com alto conteúdo tecnológico, declarou que a Rússia e a Turquia concordaram em todas as questões técnicas relacionadas com o contrato da compra dos sistemas S-400.
Em teoria é possível, mas na prática é difícil de imaginar", apontou o especialista russo falando sobre uso de tecnologias militares russas por parte da Turquia. Ele também indicou que nesse caso o país precisa de obter licenças para produção.
De acordo com Ivan Konovalov, os planos de Ancara são praticamente "impossíveis" de serem alcançados pelo setor militar turco. Por exemplo, na primavera de 2017, os tanques turcos Altay AHT ficaram sem motores e Ancara solicitou às empresas produtoras desses componentes — a austríaca AVL List GmbH e a japonesa Mitsubishi — a entrega das tecnologias de produção dos motores, mas as empresas rejeitaram esse pedido.
Ao mesmo tempo, o analista militar russo destacou que todos os países, incluindo os EUA, adquirem componentes militares e armamentos necessários no estrangeiro e que "a indústria de defesa turca não será capaz de alcançar um nível tão alto até 2023".
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