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sábado, 20 de julho de 2013

Farc dizem que capturaram soldado dos EUA

Agência Estado
As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) disseram neste sábado que capturaram um soldado dos Estados Unidos nas selvas no sul do país. Entretanto, o grupo guerrilheiro afirmou que planeja libertar o militar, em meio ao processo de paz que está sendo negociado há quase um ano com o governo colombiano.
Em comunicado, as Farc disseram que estão mantendo como refém o soldado Kevin Scott Sutay, que segundo informações do seu passaporte teria nascido em Nova York. O grupo afirmou que ele é especialista em desarmar minas, teria lutado no Afeganistão em 2010 e 2011 e deixou a Marinha em março deste ano. O soldado teria entrado na Colômbia em junho, vindo do México, e foi capturado no dia 20 de junho.
A captura, segundo as Farc, é mais uma prova de que os militares norte-americanos exercem ilegalmente um papel ativo e direto no conflito colombiano, "normalmente sob a fachada de funcionários terceirizados". Os rebeldes afirmam que, apesar do "direito" de manter Sutay preso, ele será libertado como uma demonstração de boa vontade. O grupo disse que pediu ajuda do Comitê Internacional de Cruz Vermelha e outras instituições para encontrar uma forma de libertar o soldado de maneira segura.
Sutay teria sido capturado no Estado de Guaviare, não muito longe da base militar de Barrancon. O governo colombiano não confirmou nem negou o rapto do soldado, mas o embaixador dos EUA no país, Michael McKinley, pediu sua libertação imediata. Mesmo assim, ele afirmou que Sutay não é um membro ativo das Forças Armadas norte-americanas e não tem nenhuma relação com a missão dos EUA na Colômbia.
As Farc têm quase 8 mil combatentes armados e se financiam basicamente por meio do tráfico de drogas, extorsão e mineração ilegal de ouro. O grupo tenta há quase 50 anos derrubar o governo e implantar uma administração socialista. Em novembro do ano passado os rebeldes iniciaram conversas com o governo, sediadas em Cuba, para um acordo de paz. Fonte: Associated Press. 
SNB

O risco chinês, segundo o FMI

 Estado de S.Paulo
A mudança na economia chinesa, a segunda maior do mundo, com US$ 9,02 trilhões de Produto Interno Bruto (PIB) estimados para este ano, é motivo de atenção e até de preocupação em toda parte, especialmente porque uma das novidades deve ser um crescimento abaixo da média dos últimos 15 anos. Mas a questão mais inquietante para um pequeno grupo de observadores é de outra natureza: conseguirá o governo chinês realizar a tempo as reformas necessárias para uma transição segura? Essa é a grande pergunta formulada pelos técnicos do Fundo Monetário Internacional (FMI), na conclusão da consulta anual com as autoridades de Pequim. As inovações necessárias, para esses analistas, vão muito além da mudança de ênfase do investimento para o consumo e da exportação para a valorização maior do mercado interno. "O atual padrão de crescimento é insustentável e está criando vulnerabilidades", segundo o relatório divulgado na quarta-feira passada.
A maior parte dos governos e analistas tem concentrado a atenção em questões de aparência bem menos complexa. Para as economias industriais mais competitivas, uma China mais empenhada no consumo pode representar mais oportunidades comerciais, apesar da expansão econômica menor. A mudança, portanto, acabará sendo positiva para as indústrias da Europa e dos Estados Unidos, por exemplo, mas empresas de muitos outros países poderão beneficiar-se. Para países menos eficientes e mais dependentes da exportação de commodities, como o Brasil, a alteração do modelo chinês pode ser mau prenúncio. A economia chinesa continuará demandando enorme volume de produtos básicos, mas um crescimento menor poderá afetar as condições de mercado.
É cedo para dizer como ficará o quadro depois do avanço das mudanças. Por enquanto, as exportações brasileiras para a China vão bem, mas seria bom incluir o assunto na agenda prioritária de Brasília - se ainda houver espaço nessa pauta sobrecarregada de temas eleitorais.
As preocupações indicadas pelo pessoal do FMI vão muito além das consequências comerciais de uma grande mudança no estilo chinês de crescimento. A alteração já começou, provocada em parte pela crise internacional e em parte por medidas de política interna. A economia perdeu ritmo no segundo trimestre e produziu nesse período 7,5% mais do que um ano antes, mas deve ganhar impulso, novamente, e fechar o ano com expansão acumulada de 7,75%, segundo o FMI. Uma taxa parecida está projetada para 2014. Não deve haver tombo repentino, mas é preciso garantir condições de segurança.
O governo chinês já anunciou reformas para levar a economia a um novo padrão de equilíbrio, mas a prioridade, agora, deveria ser a rápida execução de medidas para a eliminação de riscos, aconselham os técnicos e dirigentes do FMI. Eles chamam a atenção especialmente para o rápido aumento de financiamentos "não tradicionais", isto é, canalizados por instituições financeiras menos controladas do que os bancos.
Qualquer deterioração da qualidade dos créditos porá em risco todo o sistema. Além disso, a expansão desses financiamentos foi acompanhada de um endividamento maior dos governos locais. O pessoal do FMI recalculou o débito público geral de 2012, incluindo nas contas as fontes não tradicionais e os fundos extraorçamentários.
O resultado foi uma dívida equivalente a 45% do PIB, cerca do dobro do número habitualmente divulgado. O déficit do governo geral, por esse critério, equivaleria a 10% do PIB, cinco vezes o número estimado pelo padrão convencional.
Com inflação baixa, produção robusta e contas externas amplamente superavitárias, o governo chinês tem condições excepcionalmente favoráveis para os ajustes fiscais e financeiros necessários. Se deixar passar a oportunidade, o custo poderá ser enorme para o país e - é bom lembrar - para seus parceiros. O relatório do Fundo mostra um cenário chinês muito mais preocupante do que parecia imaginar, até agora, a maior parte dos observadores.
SNB

Vice-presidente dos Estados Unidos liga para Dilma e dá explicações sobre atos de espionagem no País

LISANDRA PARAGUASSU - Agência Estado
O vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ligou na noite desta sexta-feira para a presidente Dilma Rousseff para dar mais explicações sobre o caso de monitoramento e espionagem de cidadãos e instituições brasileiras pela Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês). Biden repetiu o convite para que uma comissão brasileira vá a Washington receber mais explicações técnicas e políticas sobre o caso, e a presidente aceitou. Não está definido, no entanto, quem irá e quando será feita essa visita.O convite já havia sido feito pelo embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Thomas Shannon, mas o governo brasileiro não havia decidido se iria aceitar. Não se sabe ainda se o grupo será em nível ministerial ou técnico, mas deverão participar representantes dos ministérios das Relações Exteriores, Justiça, Defesa e possivelmente do Gabinete de Segurança Institucional.
A conversa, de cerca de 25 minutos, foi cordial, de acordo com a ministra da Comunicação Social, Helena Chagas, mas também inclui cobranças duras por parte da presidente. Dilma expressou "grande preocupação" com a violação da privacidade de brasileiros e de instituições do País e afirmou que espera "mudanças de políticas para não haver um novo risco de violação da privacidade".
A presidente ainda disse a Biden que o Brasil ainda espera mais esclarecimentos porque a violação foi além do governo, mas envolveu o povo, as instituições e a sociedade brasileira. "Em nome da segurança não se pode infringir a privacidade das cidades e a soberania de um país", disse a presidente, ainda de acordo com Helena Chagas.
Biden aproveitou o telefonema para comentar a visita de Estado aos Estados Unidos, marcada para outubro deste ano. Repetiu que a relação com o Brasil é "muito importante" e que espera que o "incidente", como chamou o caso de espionagem, esteja superado na época da viagem.
Apesar das seguidas conversas com o embaixador, o governo brasileiro ainda reclama da falta de esclarecimentos por parte dos americanos. Na última segunda-feira, o chanceler Antonio Patriota deixou claro em entrevista que as explicações eram "insuficientes". Até agora, no entanto, os americanos não se dispuseram a abrir seus segredos técnicos para mostrar ao governo brasileiro exatamente que tipo de monitoramento estava sendo feito.
SNB