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terça-feira, 14 de maio de 2013

Novo foguete europeu dá show de versatilidade


O segundo voo do novo foguete VEGA, da ESA (Agência Espacial Europeia) foi um sucesso, completando uma missão tríplice, que colocou três satélites em três órbitas diferentes.
Foram lançados dois satélites de observação da terra, o Proba-V, da ESA e o VNREDSat-1A, do Vietnam.
A seguir, foi lançado o primeiro satélite científico da Estônia, o inovador ESTCube-1, que vai testar uma nova tecnologia de propulsão espacial, chamada vela solar-elétrica.
Foguete multiuso
Essa missão múltipla exigiu cinco acionamentos dos motores do foguete.
Depois da queima dos dois primeiros estágios de combustível sólido, o Proba-V foi liberado em uma órbita circular a uma altitude de 820 km, na costa oeste da Austrália, 55 minutos após o início do voo.
O principal objetivo da missão é monitorar a cobertura vegetal do Planeta Terra.
Depois de liberar o Proba-V, o módulo superior fez uma terceira queima, após o que a parte superior do Vega, em forma de ovo, foi ejetada.
Depois de uma quarta queima, em uma órbita a uma altitude de 704 km, o VNREDSat-1A foi liberado 1 hora e 57 minutos depois do lançamento.
O ESTCube-1 foi ejetado três minutos mais tarde.
Uma quinta e última queima pôs o foguete em uma trajetória que garante sua reentrada na atmosfera, de acordo com a nova regulamentação do lixo espacial.
O lançamento marcou o início da transição da ESA para a Arianespace como operador de lançamento do Vega. A Arianespace fez a análise do voo, a preparação e as operações, e o marketing que permitiu que o lançamento contasse com uma carga comercial.
Satélite da vegetação
A carga primária do Proba-V é um minissatélite de 160 kg construído pela Qinetiq Space Belgium.
O Proba-V baseia-se na plataforma que suportou duas anteriores missões da ESA e transporta o equipamento Vegetation, que irá mapear o coberto vegetal global a cada dois dias, seguindo-se à primeira geração de captadores de imagem a bordo dos satélites franceses Spot 4 e 5.
O Proba-V está na mesma órbita que o Spot-5, de forma a tomar o seu lugar que ele se aposentar no próximo ano.
O equipamento Vegetation é uma sofisticada tecnologia de captação de imagem, concebida para fornecer imagens com 350 metros de resolução, em quatro bandas no visível e no infravermelho, com uma largura de banda muito elevada, permitindo a cobertura de todas as áreas entre os 35-75ºN e 35-56ºS.
Além deste instrumento principal, o Proba também transporta uma série de cargas tecnológicas, tais como um receptor para detectar aeronaves em voo, um amplificador de comunicações baseado na última tecnologia de semicondutores de nitreto de gálio, um novo par de monitores de radiação e uma experiência defotônica, para testar as fibras ópticas no espaço.

Outra missão de grande interesse é o ESTCube-1.Vela solar-elétrica
Este picossatélite, pesando apenas 1,3 kg, foi projetado e construído por estudantes da Universidade de Tartu, com uma contribuição do Instituto Meteorológico Finlandês.
A sua missão consiste em soltar um cabo de 10 metros no espaço para realizar manobras aproveitando o fluxo de plasma, o que contribuirá para o desenvolvimento de velas solares electroestáticas que poderiam permitir realizar viagens interplanetárias sem combustível.
Ao contrário das velas solares normais, que possuem um fino tecido reflexivo para receber o impacto do vento solar, a vela solar-elétrica se parece mais a armação de um guarda-chuva - imagine um guarda-chuva sem o pano.
Esses fios são mantidos energizados por um pequeno canhão de elétrons, a bordo da espaçonave.
É a interação entre esses fios energizados e o vento solar que gera o empuxo para empurrar a espaçonave - o potencial dos fios repele os prótons do vento solar, ganhando impulso a partir desse choque.
Pelo menos essa é a teoria - o ESTCube-1 irá dizer se ela está correta ou não e se a eficiência do mecanismo merecerá testes maiores.
SNB

Mega, site de Kim Dotcom, poderá rastrear quem baixou projeto de arma impressa em 3D


O portal de armazenamento Mega, do alemão Kim Dotcom, poderá rastrear todos os seus usuários que baixaram arquivos para construir armas usando impressoras 3D, informou, nesta terça-feira (14), a imprensa neozelandesa.
Segundo o site "Stuff", o executivo-chefe do Mega, Vikram Kumar, afirmou que a empresa pode determinar a direção do IP daqueles que baixaram de seus servidores as cópias de uma arma batizada como "The Liberator" (A Libertadora, em tradução livre) e, inclusive, obter o e-mail destes usuários em alguns casos.No entanto, Kumar ressaltou que primeiro é necessário obter uma ordem judicial solicitando estas informações. De acordo com o ele, essa medida depende de como a Justiça americana interpretará a Lei de Armas.
A embaixada dos Estados Unidos na Nova Zelândia não se pronunciou sobre a possibilidade de as autoridades do país norte-americano emitirem a ordem judicial em questão.
As instruções para a construção da pistola citada, a primeira de fabricação caseira, foram fornecidas por meio de portais como o Mega, conhecido por ser "rápido e gratuito", para evitar que as autoridades rastreassem as atividades dos usuários.
Divulgação
Imagem das peças que compõem uma pistola Liberator, feita em impressora 3D
Imagem das peças que compõem uma pistola Liberator, feita em impressora 3D
Desde então, mais de 100 mil cópias gratuitas do manual de fabricação da arma, elaborado pela empresa americana Defense Distributed, foram baixadas, principalmente por usuários da Espanha e dos EUA. Depois que as autoridades norte-americanas começaram a investigar a "Defense Distributed" pela suposta violação das leis de controle de armas, o Mega retirou os arquivos com o manual do ar.
De acordo com Ira Rothken, advogado de Kim Dotcom, que aguarda em liberdade condicional o início do julgamento de sua extradição aos Estados unidos em um caso de suposta pirataria informática, as autoridades americanas não pediram ao Mega para apagar os arquivos da arma citada.
"Se o Mega alojou o arquivo da arma fora dos Estados Unidos, a lei desse país não se aplica ao portal de armazenamento", comentou Rothken em declarações citadas pelo portal "New Zealand PC World".
A pistola, cujos componentes de plástico foram criados por uma impressora capaz de produzir objetos em 3D, foi inventada por Cody Wilson, um estudante de Direito de ideologia libertária que defende que qualquer um pode construir sua própria arma sem ser submetido aos controles sobre posse de armas de fogo.
FOLHA DE S PAULO...SNB

GRUPO DE TRABALHO DO SABIA-MAR REALIZA WORKSHOP COM OS PROVÁVEIS USUÁRIOS DA MISSÃO


O Grupo de Trabalho da Missão SABIA-Mar (composto por membros da Agência Espacial Brasileira (AEB), da indústria, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e da Comissão Nacional de Atividades Espaciais da Argentina (CONAE)) promoveu, nos dias 13 e 14 de maio, na sede da Agência Espacial Brasileira (AEB), o Workshop SABIA-Mar Usuários Brasileiros. O encontro foi uma oportunidade para que as instituições nacionais que poderão se beneficiar com o SABIA-Mar apresentassem suas necessidades, expectativas e planos para utilização das imagens a serem geradas. O objetivo é que os dois satélites a serem desenvolvidos atendam ao maior número de demandas possível.
Segundo o presidente da AEB, José Raimundo Coelho, a Agência Espacial Brasileira está inovando na forma de conceber novas missões de satélites no Brasil. “Queremos que os usuários e a indústria estejam envolvidos em todo o processo. A missão SABIA-Mar é a primeira a ser realizada a partir dessa visão”, afirmou ao abrir o workshop. “Esta é a primeira de muitas reuniões que realizaremos com usuários de satélites”, concluiu.
Durante a reunião foi apresentado o estado atual do projeto, foram discutidos os requisitos de missão existentes até o momento e expostas aplicações potenciais. “É necessário saber o que os futuros usuários do SABIA-Mar precisam. Todos devem participar das atividades”, afirmou o gerente brasileiro da missão e engenheiro do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Marco Antônio Chamon, durante o evento.
Para o oceanógrafo da Petrobras Fernando Batista, o SABIA-Mar será essencial para o aumento da robustez do conjunto de dados hoje gerado por outros satélites; na alimentação de modelos de circulação oceânica; para melhor entendimento da circulação oceânica ao largo da costa brasileira; entre outros.
A pesquisa em bio óptica e sensoriamento remoto (SR) da cor do oceano e o ensino e extensão em SR dos oceanos são os pontos positivos que o SABIA-Mar trará de acordo com Melissa Carvalho, do Programa de Pós-graduação em Ecologia da Universidade Federal de Santa Catarina.
Os participantes receberam um formulário para preencherem com todas suas demandas e considerações. Ao final, os dados serão compilados em um relatório que será enviado para todos e poderá servir como base para o desenvolvimento dos satélites.
Também participaram do workshop o Comando da Marinha, a Comissão de Coordenação de Implantação de Sistemas Espaciais (CCISE), o Scripps Institution of Oceanography dos Estados Unidos, as Universidades Federal do Ceará e Federal do Rio Grande, a Universidade de São Paulo, dentre outras organizações.
A Argentina realizou, em março deste ano, evento semelhante.
SABIA-Mar - A missão SABIA-Mar é um sistema completo de Observação da Terra dedicado ao sensoriamento remoto de sistemas aquáticos oceânicos e costeiros incluindo águas interiores, baseado em uma constelação de dois satélites e uma infraestrutura operacional, logística e de segmento solo desenvolvidos para alcançar os objetivos propostos pelo Brasil e pela Argentina. Além da missão primária, os artefatos poderão, também, observar águas interiores, e obter dados em escala global da cor dos oceanos.
Os satélites terão aproximadamente 500 kg. Cada um levará uma câmera multiespectral, mas há possibilidade de cargas úteis secundárias. A princípio, eles utilizarão como base a Plataforma Multimissão (PMM), que é uma plataforma genérica para satélites desenvolvida pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). A partilha das tarefas no desenvolvimento dos satélites será igualitária entre os dois países.
Atualmente estão sendo desenvolvidas concomitantemente as Fases 0 (análise da missão e identificação das necessidades) e A (análise de viabilidade técnica e industrial) da missão.
As aplicações dos satélites poderão ser usadas na pesca e na aquicultura, no gerenciamento costeiro, no monitoramento de recifes de coral, de florações de algas nocivas e de derrames de óleo, na previsão do tempo, na análise da qualidade das águas, entre outras.
Entre agosto e setembro deste ano, o estudo em elaboração pelos grupos de trabalho brasileiro e argentino completará a denominada Fase A do projeto. Seu resultado trará de forma organizada os requisitos para a missão, o conceito de operação do sistema, os conceitos preliminares a serem adotados para o projeto dos satélites, os cronogramas de desenvolvimento e estimativas de custo, dentre outras informações.
Workshop SABIA-Mar Indústrias Brasileiras – Na sexta-feira (17) será realizado, em São José dos Campos (SP), o Workshop SABIA-Mar Indústrias Brasileiras. O objetivo da reunião é compartilhar com a indústria nacional informações técnicas relevantes sobre a missão e discutir o modelo de industrialização a ser adotado, assim como as possíveis formas de financiamento. Adicionalmente, o encontro também servirá para coletar opiniões e recomendação da indústria, e saber de suas expectativas para este novo projeto.
O forte envolvimento da indústria espacial brasileira na concepção e desenvolvimento das missões de satélites é uma das diretrizes estratégicas do Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE).
AEB...SNB

Enigma de Tunguska pode ser explicado em breve

Boris Pavlischev
VOZ D RU

O evento de Tunguska pode ser explicado em breve. Andrei Zlobin, colaborador do Museu Geológico Vernadsky de Moscou, divulgou no site de publicações científicas preliminares (arXiv.org) fotografias de pedras com lados derretidos e de alegados restos de corpo celeste.

Em seu artigo, o geólogo conclui que os fragmentos encontrados confirmam o fato da queda de um cometa na região de Tunguska em 1908. Muitos peritos, sem contestar esta teoria, consideram contudo prematuro tirar conclusões, partindo destes “artefatos”.
Em seu artigo, Andrei Zlobin afirma que a temperatura no terreno não subiu muito em resultado da explosão atmosférica, fazendo tal conclusão ao analisar anéis do cerne de velhas árvores. Por conseguinte, pedras não podiam derreter-se em terra. Contudo, o autor do artigo diz ter colhido ainda em 1988 no local da explosão mais de cem fragmentos do suposto corpo espacial, alguns dos quais são derretidos. Provavelmente, estes fragmentos tivessem incandescido durante a ignição do corpo na atmosfera. Este corpo foi um cometa de gelo e não um meteorito, fato com que se pode explicar o número tão pequeno de destroços.
Uma grande explosão no céu aconteceu em junho de 1908 em uma região da Sibéria próxima ao rio Podkamennaya Tunguska. Cientistas descobriram árvores caídas numa superfície em forma de círculo de 50 quilômetros de diâmetro. A explosão não formou uma cratera e não foi possível encontrar fragmentos de meteorito. Mais tarde, pesquisadores encontraram algo parecido com um fragmento transparente de vidro, que não foi estudado e se perdeu. A ciência desconhece outros fragmentos do corpo celeste.
Agora, de repente, um cientista declara sobre a existência de centenas de fragmentos. Pedras fundidas podiam de fato chegar do espaço, mas tal não significa sua ligação ao evento de Tunguska, afirma o chefe da seção de física de sistemas estelares do Instituto de Astronomia da Academia de Ciências da Rússia, Oleg Malkov:
“Para mim é estranho ouvir que de repente apareceu centena de fragmentos após as expedições realizadas nos anos 20 do século passado, que não descobriram nada. Se estes fragmentos pertencem de fato ao meteorito de Tunguska, devem ser apresentadas provas mais sérias. Podemos admitir que este foi um fragmento do núcleo de um cometa. É nomeadamente neste caso que nada devia ser encontrado. Mas o fato de ter sido descoberto algo testemunha, pelos vistos, que não se trata de um cometa, mas de algo mais denso, como pedra ou metal”.
A queda da bólide provocou incêndios na taiga, o que pode testemunhar que as temperaturas foram altas na região da explosão, diz o chefe da seção de física e de evolução de estrelas do Instituto de Astronomia da Academia de Ciências da Rússia, Dmitri Vibe:
“Olhando simplesmente para as pedras, é impossível tirar conclusões sobre sua natureza e origem. Não são publicados ainda quaisquer resultados de sua análise. Desconhecemos suas propriedades, sua composição química e isotópica. Primeiro é necessário analisá-las e só depois fazer conclusões sobre a natureza do corpo de Tunguska e se estas pedras tenham qualquer ligação a este evento ou sejam fragmentos de um outro meteorito”.
Pergunte-se também por que razão Andrei Zlobin guardou silêncio tantos anos e só agora começou a falar e decidiu publicar um artigo, sem fazer uma análise de seus “artefatos”? Na opinião do diretor do Observatório de Zvenigorod, Serguei Barabanov, Zlobin está interessado em fazer publicidade em torno de sua personalidade. É muito provável que o evento de Tunguska fosse provocado pela queda de uma parte de um cometa de diâmetro não superior a cem metros. Mesmo se a bola de gelo tivesse fragmentos sólidos, eles deveriam evaporizar-se.
Este verão mais uma expedição parte para a região de Tunguska. É possível que ela se aproxime da resposta à pergunta sobre os acontecimentos que tiveram lugar na taiga há mais de cem anos
SNB

Na Rússia será desenvolvido programa de armas hipersônicas

Oleg Nekhai
VOZ D RU

Um programa de criação de armas hipersônicas será preparado na Rússia até o início de junho. São mais de 60 empresas que participam na elaboração deste. Trabalhos relativos a mísseis hipersônicos haviam sido conduzidos ainda na altura de existência da União Soviética.

Em 2009, as pesquisas nesta matéria foram retomadas por encargo do Ministério da Defesa da Rússia.
Trata-se de um programa integral especial destinado à criação de armas hipersônicas. A entidade principal incumbida de levar a efeito os trabalhos do projeto é a corporação de Armamentos de Mísseis Táticos. Na Rússia, o desenvolvimento do hipersom não constitui algo conceitualmente novo, pois as pesquisas neste domínio foram realizadas ainda no século passado, assinala o editor-chefe do jornal Nezavisimoye Voyennoye Obozreniye (Resenha Militar Independente), Viktor Litovkin:
"Na época soviética, havia projetos muito promissores, mas devemos nos dar conta de que passou bastante tempo. Aqueles projetos ficaram tão só projetos, porquanto não havia dinheiro para sua materialização. Aliás, não havia também necessidade especial para tal... Mas presentemente, quando no Ocidente está sendo desenvolvido este tipo de armamentos, não podemos permanecer de braços cruzados, porque em determinadas circunstâncias estas armas poderiam ser dirigidas contra nós. Por isso, devemos criar algo nosso, utilizando a experiência dos desenvolvimentos realizados antes da década de 1990. Naturalmente, dali passaram mais de vinte anos, durante os quais apareceram novos materiais, software e equipamentos eletrônicos do hardware, assim como novos conceitos de criação de armamentos – tudo isso vamos tomar em conta".
De acordo com estimativas de especialistas, os mísseis hipersônicos poderão desenvolver uma velocidade incrível – dez ou mesmo mais vezes maior da do som (1.200 km/h). Semelhantes armas não são destinadas à defesa antimísseis, mas sim à superação desta, especifica o vice-diretor do Instituto de Análise Política e Militar, Alexander Khramchikhin:
"São armas de ataque, não são de defesa antiaérea nem antimísseis. Sua vantagem consiste, antes de mais nada, em grande velocidade. Se tais armas estão sendo criadas, é pouco provável que alguém possa controlar quais ogivas seriam instaladas neles. Embora, no fundo, devido a alta velocidade, esse armamento possui tal energia cinética que não necessita, em princípio, de portar ogivas nucleares nem mesmo convencionais, podendo destruir alvos precisamente pela energia do golpe".
Sabe-se que os EUA estão efetuando desenvolvimentos em matéria de armas hipersônicas, o que lhes abre uma perspectiva de criarem um míssil multifuncional antes de 2015 ou 2018. A Rússia não vai procurar ultrapassar os EUA para criar este tipo de armas antes de 2015 ou 2016, esclarece Viktor Litovkin:
"Ainda não é um fato consumado que os EUA teriam, para 2015, armas hipersônicas capazes de funcionar. E não se trata simplesmente das armas mas sim dos sistemas de armamentos. Pois, os elementos de armas não integrados em sistemas são incapazes, hoje em dia, de desempenhar qualquer papel no campo de batalha. Por exemplo, o avião dotado de tal míssil tem um maior potencial. Enquanto o míssil desprovido de veículo portador não tem potencial algum, se não pode ser lançado a partir de um bombardeiro de grande alcance ou um submarino. Devem existir sistemas integrados de armamentos – não só portadores dessas armas mas também sistemas de controle e de detecção de alvos, para além de muitos outros componentes que fazem parte do conceito de sistema de combate. Por isso, vamos criar nossos próprios sistemas de armas hipersônicas".
Ora, os especialistas russos defrontam-se com um desafio nada fácil de realizar. No entanto, o programa especial a ser elaborado determinará os pontos de referência exatos para o trabalho simultâneo em várias direções. Desenvolvimentos neste domínio possibilitarão criar sistemas de armas com propriedades conceitualmente novas.
SNB

Congresso analisa maior projeto de astronomia do Brasil


Herton Escobar - O Estado de S.Paulo
O maior projeto da história da astronomia brasileira está nas mãos do Legislativo. Dois anos depois de ter sido assinado pelo ex-ministro da Ciência e Tecnologia Sergio Rezende, o acordo de adesão do País ao Observatório Europeu do Sul (ESO) chegou ao Congresso para ratificação.
O ESO é o maior consórcio de pesquisa astronômica no mundo, formado por 14 países europeus, com vários telescópios e radiotelescópios de última geração instalados no topo dos Andes Chilenos. O contrato de adesão, no valor de R$ 565 milhões em dez anos, faria do Brasil o primeiro membro de fora da Europa e daria a astrônomos brasileiros acesso pleno a todas as instalações do grupo, além de permitir a participação do País na construção do maior telescópio no mundo, o Telescópio Europeu Extremamente Grande (E-ELT), prevista para começar no fim deste ano.
"O encaminhamento do acordo ao Congresso Nacional reafirma o apoio dado pelo governo brasileiro ao setor de astronomia no Brasil", afirma o secretário executivo do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luiz Elias, em uma carta enviada à presidência da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB) em 18 de março.
O projeto foi encaminhado pela Casa Civil ao Congresso há mais de dois meses, em 19 de fevereiro, mas isso não foi anunciado publicamente. O texto deverá passar por quatro comissões no Congresso. A primeira é a de Relações Exteriores e Defesa Nacional, na qual o deputado Emanuel Fernandes (PSDB-SP) atuará como relator. Não há prazo específico para que o Brasil ratifique o acordo, mas o cronograma de construção do E-ELT exigirá agilidade dos parlamentares, caso o Brasil queira fazer parte do projeto - não apenas como usuário científico, mas como construtor e fornecedor de tecnologia. O projeto é orçado em $ 1 bilhão.
O acordo é polêmico. A maior parte da comunidade científica o apoia, mas há pesquisadores que consideram o projeto caro demais, desigual e até desnecessário para a astronomia nacional, que já tem acesso (direto ou via colaboração) a esses e outros telescópios de ponta.
Para os defensores da adesão, é uma oportunidade que o Brasil não pode perder. "A adesão do Brasil ao ESO nos colocará no topo das pesquisas em astronomia no planeta, assegurando-nos ao mesmo tempo participar em colaborações científicas e industriais avançadas, com grandes vantagens para o País", diz a presidente da SAB, Adriana Válio, do Centro de Radio Astronomia e Astrofísica Mackenzie, da Universidade Presbiteriana Mackenzie.
"É impossível ser competitivo com acesso a pouquíssimos instrumentos - e a maioria de baixa performance - como é essencialmente a nossa situação atual", diz a pesquisadora Beatriz Barbuy, do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo.
SNB

Avião mineiro ‘Bumerangue Ex-27’ tem motor e hélice na traseira


FRANCA - Um avião diferente chamado 'Bumerangue Ex-27' sobrevoou Ituiutaba, no Triângulo Mineiro, na segunda-feira, 13. Desenvolvido com o apoio de profissionais das universidades Federal de Minas Gerais (UFMG) e Federal de Uberlândia (UFU), a aeronave tem o motor e a hélice na parte traseira.
Em fase final de testes, o Bumerangue tem condições de voar por até quatro horas sem abastecimento, em um trajeto de cerca de dois mil quilômetros. Quando entrar em produção, deverá custar cerca de US$ 250 mil.

A aeronave começou a ser desenvolvida há seis anos pela Fábrica Brasileira de Aeronaves (Fabe), empresa sediada em Uberlândia. Para poder ser comercializado, o Bumerangue precisa completar 500 horas de voo.
Com capacidade para quatro passageiros, o protótipo recebeu o prêmio de primeiro lugar na categoria Aeronave Experimental ao ser lançado na Expo Aero Brasil.

De acordo com o empresário Douglas Cunha, da Fabe, o avião é o mais rápido da categoria e também o de melhor custo benefício no País.
Equipado com paraquedas balístico, trem de pouso retrátil e piloto automático, o aparelho já está em fase final de ensaios em voo e a próxima etapa será um programa de apresentação em todo o território nacional. "A partir daí começa a captação das intenções de compra para o início da linha de produção", explica o empresário.
 especial para o Estadão....SNB

A guerra dos aviões sem piloto


O Estado de S.Paulo
Esta semana, a Marinha lançará um drone (avião não tripulado) de combate inteiramente autônomo - sem nenhum piloto no joystick - do convés do porta-aviões George H. W. Bush. O drone tentará pousar a bordo do navio, uma façanha que poucos pilotos humanos são capazes de realizar.
Esse exercício é o começo de um novo capítulo da história militar: a guerra de drones autônomos. Mas é também uma virada nefasta numa rivalidade militar potencialmente perigosa que está sendo formada entre os Estados Unidos e a China.
O X-47B, um avião invisível apelidado de "Robot" (Robô) pelos marinheiros, é um pássaro grande - 11,4 metros de comprimento e cerca de 19 metros de envergadura - que voa em velocidades subsônicas com um alcance de mais de 3.200 quilômetros. Mas é a tecnologia no interior do Robot que faz dele um elemento capaz de mudar o jogo no Leste Asiático.
Sua decolagem, combate e pouso completamente computadorizados criam a possibilidade de haver dezenas ou centenas de seus sucessores engajados num combate ao mesmo tempo.
Ele também é capaz de suportar níveis de radiação que matariam um piloto humano e destruiriam a eletrônica de um jato normal. Além de bombas convencionais, sucessores desse avião de teste poderão ser equipados para carregar um micro-ondas de alta potência, um dispositivo que emite um feixe de radiação capaz de fritar redes elétricas de um inimigo tecnologicamente equipado, destruindo todas as coisas a elas conectadas, entre as quais as redes de computadores que conectam satélites, navios e mísseis de precisão.
E essas, é claro, estão entre as principais coisas nas quais a China investiu durante sua modernização militar. Enquanto a Marinha dos Estados Unidos lança um drone autônomo, a Marinha chinesa brinca de esconde-esconde com um voo pilotado do convés de um porta-aviões.
Em novembro, a Marinha chinesa pousou um caça a jato J-15 no convés do porta-aviões Liaoning, o primeiro do país.
Embora a China ainda tenha um longo percurso para desenvolver uma frota de porta-aviões que rivalize com a dos Estados Unidos, o pouso revela suas ambições.
Com quase 500 mil marinheiros e aproximando-se rapidamente de 1 mil embarcações, sua Marinha já é, por certos parâmetros, a segunda maior do mundo.
Com essa nova Marinha, Pequim pretende projetar seu poder a uma série de cadeias de ilhas no Pacífico: a primeira se estende ao sul da Península Coreana, na costa oriental de Taiwan, contornando o Mar do Sul da China, e a segunda vai do Japão para sudeste até as Ilhas Bonin e Marshall, abarcando as Ilhas Marianas do Norte, um território dos Estados Unidos, e Guam - uma base americana crucial no Pacífico ocidental.
Alguma literatura não oficial dos militares chineses chega a mencionar uma terceira cadeia: as Ilhas Havaianas.
Para projetar esse tipo de poder, a China depende não só da quantidade de seus navios, mas também da qualidade de sua tecnologia.
Manter os americanos a meio oceano de distância requer a capacidade de ataques de precisão de longo alcance - o que, por seu lado, requer o reconhecimento por satélite, guerra cibernética, comunicações codificadas e redes de computadores em que a China investiu quase US$ 100 bilhões na última década.
Idealmente para ambos os países, os esforços da China criariam um novo equilíbrio de poder na região. Mas para compensar a vantagem numérica e os avanços tecnológicos da China, a Marinha dos Estados Unidos está apostando pesadamente em drones - não somente os X-47B e seus sucessores, mas drones de reconhecimento antissubmarinos, drones de comunicações de longo alcance, até drones submarinos.
Uma simples combinação de um drone de reconhecimento Triton e um avião antissubmarino tripulado P-8A Poseidon pode varrer 6,7 milhões de quilômetros quadrados de oceano numa única missão.
Corrida pela tecnologia. A corrida armamentista entre as maiores Marinhas do mundo compromete a possibilidade de se chegar a um novo equilíbrio de poder, e eleva a possibilidade de colisões inesperadas à medida que os Estados Unidos mobilizarem centenas e até milhares de drones e a China procurar maneiras de fazer frente ao novo desafio.
E os drones, por serem mais baratos e dispensarem um piloto humano, baixam as barreiras a um comportamento agressivo por parte dos líderes militares americanos - como farão com a Marinha da China tão logo ela faça sua própria e inevitável investida nas capacidades de drones (aliás, há relatos da semana passada de que a China está preparando seu próprio drone invisível para testes de voo).
Por si mesmas, as rivalidades navais não desencadeiam guerras. Em tempos de paz, aliás, as operações navais são uma forma de diplomacia que oferece a rivais exibições saudáveis de força que servem como elementos de dissuasão de uma guerra. Mas elas também precisam ser cercadas de relações políticas maiores.
No momento, a relação Estados Unidos-China é, sobretudo, no plano econômico. Enquanto essa relação permanecer vibrante, um confronto não é do interesse de nenhuma das partes. Mas se esse elo fino se partir restará pouca coisa de uma relação política maior, para não falar de uma aliança, para ocupar seu lugar.
A única barreira entre crise e conflito, então, seriam duas Marinhas ainda maiores e mais perigosas preparadas para travar um tipo de guerra com base em aviões não tripulados que ainda não compreendemos completamente e, por isso, somos mais propensos a enveredar por uma delas. / TRADUÇÃO DE CELSO PACIORNIK
SNB