quinta-feira, 11 de abril de 2013

Foguete R-7 – veterano do espaço soviético


Grigori Milenin

A família dos foguetes portadores R-7 é utilizada na cosmonáutica soviética há mais de meio-século. O famoso “Sete” de Korolev, que levou ao espaço o primeiro homem e o primeiro satélite, é usado com êxito até hoje. Especialistas contam à Voz da Rússia qual a contribuição destes foguetes para a conquista do espaço e o que os espera no futuro.

Inicialmente, o foguete R-7 foi criado como míssil balístico, destinado a levar cargas termo-nucleares a qualquer ponto do globo terrestre. Entretanto suas possibilidades técnicas eram muito mais amplas do que as exigências em relação à arma balística, o que tornou o “Sete” a principal "locomotiva" da cosmonáutica soviética – assinalou o redator chefe da revista Novosti Kosmonavtiki (Notícias de Cosmonáutica) Igor Marinin:
“Os foguetes portadores da família R-7 desempenharam enorme papel positivo na cosmonáutica nacional. É que o esquema de pacote, em que os motores do primeiro e segundo estágios descem à terra, era tão avançado na época que possibilitou superar os americanos e todos os que se dedicavam à produção de foguetes. Lembremos que nosso primeiro satélite, lançado em 4 de outubro de 1957, pesava 83 quilos, diferentemente do americano, que foi lançado seis meses depois e pesava apenas cerca de 8. Por conta dessa solução técnica ímpar, nosso foguete era dez vezes mais potente. Além disso, ele era mais seguro dos que os americanos naquela época.”
Talvez não seja exagero chamar à construção do R-7 uma das soluções mais geniais do "pai" da cosmonáutica russa Serguei Korolev.Em toda a história de quase dois mil lançamentos, apenas algumas dezenas fracassaram, o que por si só é um nível sem precedentes de segurança do “Sete”. Tal como muitas obras geniais da humanidade, este foguete se destaca pela simplicidade de uso e produção – assinala o assessor do diretor do Instituto de Pesquisas Cósmicas Vyacheslav Rodin:
“Digamos assim: o foguete apresenta soluções técnicas bem sucedidas nos motores, componentes ecológicos, o que é muito importante, e uma tecnologia de produção simples. Por que razão a metralhadora Kalashnikov é considerada a melhor do mundo? Porque é simples. É simples fazê-la e simples usá-la. Este foguete é o mesmo que a Kalashnikov.”
O conjunto destas vantagens não deixa envelhecer a família R-7– assinalam os especialistas. Enquanto não surgirem novos foguetes-portadores, o “Sete” modificado ainda será por muito tempo o principal modelo da cosmonáutica russa e estrangeira – salientou Igor Marinin:
"É 100% certo que nos próximos 50 anos, nada substituirá esta família. Irão voar diferentes variantes do R-7. Uma confirmação disto foi o fato de há três anos ter sido construído um complexo de lançamento para tais foguetes na Guiana francesa, por encomenda da Agência Espacial Europeia e lá nós lançamos nossos foguetes segundo o programa europeu. Eles apostaram em nosso foguete. Mais do que isto, agora começou a construção do complexo de lançamento do R-7 em nosso novo cosmódromo Vostochny, na região do Amur."
Agora estão sendo efetuados com êxito os testes de voo da nova modificação do R-7 – o foguete portador Soyuz 21A. Em breve ele substituirá o Soyuz-U e irá colocar em órbita as naves de transporte de carga para a Estação Espacial Internacional. Realizam-se testes do foguete-portador Soyuz-21B, mais potente e com novo motor de terceiro estágio. Ele tem maior capacidade de carga (quase de uma tonelada) e provavelmente será aprovado para vôos pilotados dentro de cinco anos, quando fizer um determinado número de lançamentos.
VOZ DA RUSSIA...SNB

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