terça-feira, 12 de março de 2013

China lança desafio à EEI

Natália Kasho.....

A China é a única grande potência que não participa do programa da Estação Espacial Internacional. Mas no ano em curso, a China, parece, tenciona lançar um sério desfio à EEI: este verão, três cosmonautas irão habitar a estação orbital chinesa Tiangong 1(Palácio Celeste, em chinês).

Este “palácio” foi "inaugurado" em junho de 2012, quando a China conseguiu pela primeira vez acoplar uma nave tripulada com o módulo Tiangong 1. A taikonauta Liu Wang, primeira mulher chinesa no espaço, fazia parte da troika de primeiros visitantes espaciais do módulo.
O segundo acoplamento bem-sucedido da nave pilotada com o módulo orbital significará que a China criou seu sistema independente de transporte espacial. O país deu o primeiro passo nessa direção em 2003, enviando para órbita o primeiro homem. Em 2008, a China efetuo a primeira saída do homem para o espaço aberto.
Qual a razão de a China, passados dezenas de anos, percorrer o mesmo caminho que a União Soviética e os Estados Unidos haviam ultrapassado em tempos? O dirigente do Centro de Investigações e Prognósticos Políticos, Andrei Vinogradov, referiu três causas, como mínimo:
“É prestigioso ter um programa pilotado. A China, de fato, pretende um dos lugares liderantes no mundo, inclusive na ciência e técnica. Por isso, a cosmonáutica pilotada é um símbolo para o país tanto no plano internacional, como interno. Tal diz respeito também à ciência fundamental que exige consideráveis investimentos, embora não proporcione resultados imediatamente. As tecnologias que se desenvolvem para a investigação espacial serão aplicadas inevitavelmente em setores tanto civis, como militares”.
A China apoia-se em seus próprios projetos na exploração espacial mas o país também utiliza tecnologias russas modernizadas: sistemas de manutenção de vida e tecnologias de construção de escafandros, que foram vendidas à China logo após a desintegração da União Soviética. Os peritos destacam também semelhança entre as naves Shenzhou e seus congéneres da família Soyuz. Ao mesmo tempo, os análogos chineses são mais potentes e com maiores capacidades de manobra. Cientistas apontam também que o módulo Tiangong 1 é pouco diferente da estação soviética Saliut.
Ao mesmo tempo, os planos chineses imitam por enquanto as iniciativas soviéticas. A tarefa atual consiste em construir uma estação orbital, embora de menores dimensões em comparação com a Mir russa. Por outro lado, a China desenvolve sua cosmonáutica pilotada independentement da Rússia, dos Estados Unidos, da União Europeia, do Canadá e do Japão. Alguns peritos sustentam que fará isso por motivos políticos. Andrei Vinogradov tem uma opinião diferente:
“A China não tem por enquanto nada para mostrar. Se o país começar quaisquer grandes programas conjuntos, todos entenderão o nível real da cosmonáutica chinesa. Tudo que acontece hoje não passa de reconstrução do programa pilotado soviético, realizado há dezenas de anos. Os chineses devem acumular sua própria experiência, para provocar um sério interesse por parte de especialistas”.
Em qualquer caso, o agrupamento orbital da China já se equiparou ao russo pelo número de satélites. Ao mesmo tempo, a China ultrapassou consideravelmente a Rússia pelos prazos de existência ativa de satélites. Em 2010, o país equiparou-se pela primeira vez aos Estados Unidos pelo número de lançamentos. Na altura, ambos os países tinham efetuado 15 lançamentos espaciais bem-sucedidos cada um. Ao mesmo tempo, os foguetes chineses colocaram em órbita 20 satélites; os americanos – 35.
A China está entrando a ritmos impetuosos no espaço. Em 2013, o país pretende colocar em órbita 20 aparelhos espaciais. Se os lançamentos forem bem-sucedidos, a China superará por este indicador a Rússia e os Estados Unidos. Os peritos destacam que aproximadamente 75% destes satélites serão utilizados direta ou indiretamente para fins militares.
VOZ DA RUSSIA...SNB

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