O governo do Chile respondeu, nesta terça-feira, o pedido feito ontem pelo presidente da Bolívia, Evo Morales, que solicitou uma proposta do governo de Sebastián Piñera para resolver os “assuntos pendentes” entre ambos os países. Evo se referia, principalmente, à reivindicação boliviana de ter uma saída para o mar, perdida em uma guerra no século XIX. O chanceler chileno, Alfredo Moreno, respondeu em uma entrevista no jornal El Mercurio que não fará nenhuma proposta e que Morales deveria “retomar o caminho do diálogo”.
“O que o presidente Morales deve fazer é voltar a sentar à mesa e retomar o caminho do diálogo sobre as propostas de desenvolvimento para os dois países, que não tem nada a ver com problemas de soberania”, afirmou Moreno. Em 2006, durante o governo de Michelle Bachelet no Chile, os dois países começaram a discutir o assunto, mas não chegaram a nenhuma decisão. Piñera suspendeu os diálogos em 2011, quando Morales anunciou sua intenção de levar a questão para tribunais internacionais.
Segundo Alfredo Moreno, o presidente chileno sustentou que as negociações com a Bolívia poderiam ser retomadas com três condições: manter o Tratado de 1904 (que pôs fim a Guerra do Pacífico, dando ao Chile o espaço territorial que antes correspondia ao litoral boliviano), não negociar questões de soberania e buscar soluções fatíveis para o desenvolvimento dos dois países.
Morales reagiu e afirmou que seu país decidiu fortalecer sua presença no Atlântico através da hidrovia Paraná-Paraguay e optar por portos peruanos para consolidar conexões interoceânicas. “Vamos nos conectar com o Brasil, com saída para o Atlântico, e pelo lado do Pacífico, por portos do Peru. Assim vamos nos fazer respeitar pelos chilenos que só querem usar (seus portos) com fins comerciais para eles”, disse o presidente.
Para o presidente boliviano, o Chile não cumpre o Tratado de 1904 porque a privatização de seus portos não garante o livre trânsito com os países vizinhos. A reclamação de Morales ganhou o apoio do presidente do Peru, Ollanta Humala. Para ele, o pedido de ter uma saída para o mar “é legítimo e justo”.
Com informações do jornal La Razón.
Nenhum comentário:
Postar um comentário