Na base das Forças Aéreas indianas de Bangalore abriu-se a exposição Aero India 2013, que tradicionalmente goza de um interesse ativo por parte de fabricantes e fornecedores russos de armas e equipamentos militares. Tendo em conta o crescimento dos orçamentos militares dos países da Ásia-Pacífico, o papel das feiras de armamento asiáticas só irá aumentando.
Execução de contratos antigos à expectativa de contratos novos
Os mercados asiáticos já são tradicionalmente considerados como "domésticos" dos produtores russos. No período pós-soviético, a China, a Índia e o Sudeste Asiático vêm assegurando uma importante porção da demanda externa de armas russas, e o processo de modernização das Forças Armadas dos países da Ásia, obviamente, irá continuar. Entre os parceiros asiáticos da Rússia, a Índia ocupa um lugar de destaque: a cooperação com este país começou ainda na década de 1960 e segue continuando sem parar até a data. No entanto, não valeria a pena esperar que a presente edição da exposição de Bangalore trouxesse novos contratos recordistas, pois a Rússia associa as principais perspectivas neste mercado de armamentos com a aparição, nos próximos anos, de equipamentos de nova geração.
Hoje em dia, a Federação da Rússia e a Índia continuam a cooperação executando os contratos anteriormente assinados, incluindo os mais recentes. Assim, em dezembro de 2012 foi fechado um contrato de fornecimento à Índia de mais 42 kits para a ensamblagem de jatos Su-30MKI. Para o presente momento, o pacote de encomendas do Su-30MKI para a Força Aérea da Índia totaliza 250 aparelhos, dos quais 150 já foram entregues.
A cooperação irá continuando também na área de helicópteros: os Mi-17, máquinas bem experimentadas e seguras, seguem sendo fornecidos para as Forças Armadas indianas, e espera-se que, num futuro próximo, haverá outro contrato para prover desses aparelhos o Ministério do Interior da Índia. Podemos lembrar igualmente a cooperação assaz ativa com a Marinha indiana, que vai de reparação de submarinos construídos na Rússia na década de 1990 a entrega do porta-aviões Vikramaditya que se espera neste ano.
O desenvolvimento conjunto do caça de quinta geração do projeto T-50/FGFA promete ser, nos próximos anos, o processo mais interessante no quadro de cooperação entre a Rússia e Índia. Na década de 2020, a Força Aérea da Índia deverão receber 200 a 250 aeronaves deste tipo. O valor do programa, compreendendo a manutenção de máquinas e o fornecimento de equipamentos e armas, pode exceder 40 bilhões de dólares.
Esperanças depositadas na defesa antiaérea
A defesa antiaérea da Índia segue sendo tradicionalmente uma "coisa em si". Nesta matéria os indianos fazem aposta em seus próprios desenvolvimentos e na parceria com Israel. No entanto, a Rússia irá tentar a sorte na próxima concorrência, oferecendo à Índia uma versão de exportação do S-300V4, um dos melhores sistemas de defesa antimíssil existentes hoje, destinados à interceptar mísseis de curto e médio alcance.
Ainda é cedo dizer quão bem sucedida seria essa licitação para a Rússia: a experiência patenteia que uma concorrência indiana corretamente organizada pode durar, da convocação até a atribuição da encomenda, uns dez anos.
Desenvolvimentos conjuntos
A Índia, bem como outros grandes países emergentes, está interessada, em maior grau, em desenvolvimentos conjuntos do que no fornecimento de armas em si. Hoje em dia, dentre os projetos conjuntos russo-indianos, para além do já referido T-50 que é, incontestavelmente, o êxito absoluto do programa de cooperação, pode-se destacar os mísseis BrahMos, incluindo o hipersônico BrahMos-2, e o avião multifuncional de porte médio Il-214 (MTA).
Esses projetos também têm um período de execução bastante longo e serão dispendiosos em termos de recursos materiais e financeiros. No entanto, a cooperação com a Rússia constitui hoje para a Índia uma das poucas oportunidades de obter acesso a tecnologias militares modernas, e sem sérias limitações que impõe a cooperação com a UE e os EUA. Por outro lado, para a Rússia, é uma oportunidade de ganhar dinheiro através de exportações e desenvolvimentos de altas tecnologias, e sem aqueles danos que muitas vezes acarreta a cooperação similar com a China.
VOZ DA RUSSIA ..SNB
Nenhum comentário:
Postar um comentário