WASHINGTON - O Estado de S.Paulo
A secretária de Segurança Interna dos Estados Unidos, Janet Napolitano, defendeu na quinta-feira em conferência no Woodrow Wilson Center uma lei proposta pelo governo do presidente Barack Obama para ampliar o controle sobre a internet. Segundo ela, os Estados Unidos estão sujeitos a um ciberataque em sua infraestrutura, com uma destruição comparável à da ação terrorista da Al-Qaeda em 11 de setembro de 2001 e aos efeitos da passagem do furacão Sandy,
"Não podemos esperar até que haja um '11 de Setembro' no mundo cibernético. Há coisas que podemos fazer e deveriam estar sendo feitas agora. Se não prevenirem (um ataque), pelo menos mitigariam a extensão de seus danos", afirmou Janet, "Um ciberataque de Estados nacionais ou de grupos extremistas violentos pode ser tão destrutivo quanto o ataque terrorista do 11 de Setembro."
Desde o ano passado, a Casa Branca impulsiona a aprovação da Lei de Proteção e Compartilhamento de Informações Cibernéticas (Cispa, na sigla em inglês). A lei permitiria às autoridades americanas acesso a conteúdos protegidos da internet e a informações confidenciais sobre segurança cibernética de companhias privadas. E-mails e conversas pessoais pela internet poderiam ser monitorados.
Submetido ao plenário do Senado, em agosto, o projeto foi rejeitado, apesar de a maioria dos membros ser do partido democrata. A Casa Branca não desistiu desse caminho e, enquanto pressiona por uma nova votação, prepara um decreto de menor amplitude.
Napolitano não está sozinha nessa pressão. Em sua sabatina na Comissão de Relações Exteriores, na quarta-feira, o senador John Kerry, futuro secretário de Estado, afirmou que a ameaça de ciberataque será, neste século, equivalente à do ataque nuclear, no século 20. O secretário da Defesa, Leon Panetta, por sua vez, teme um "Pearl Harbour cibernético". / D.C.M.
SNB
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