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sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Chief of Naval Operations (CNO) da US Navy no Brasil

A Marinha do Brasil recebeu nesta quarta feira (16/01) a visita do Chief of Naval Operations (CNO) dos Estados Unidos, almirante Jonathan W.Greenert, oficial de quatro estrelas e submarinista de formação. Greenert serviu a bordo de seis diferentes submarinos americanos de propulsão nuclear, sendo que o seu último comando foi o USS Honolulu (SSN-718). A agenda de atividades no Rio de Janeiro incluiu, pela manhã, uma visita a Itaguaí, sede da futura base de submarinos e estaleiro, e a tarde, na Base de Fuzileiros Navais da Ilha do Governador, o almirante participou de uma extensa lista de atividades, indo da assinatura de dois memorandos de entendimento que dispõem sobre o intercâmbio de pessoal entre as duas marinhas até uma entrevista coletiva com a imprensa especializada em Defesa, além de elaboradas exibições das capacidades operativas do Corpo de Fuzileiros Navais em operações anfíbias.Segundo o almirante Greenert “as discussões bilaterais com o seu par brasileiro incluíram uma variedade de temas como operações de submarinos, operações anfíbias, aviação tática (asa fixa) e operações de controle marítimo”. Sobre os possíveis cortes no orçamento de Defesa estadunidense, o maior do mundo, o almirante Greenert declarou "com ou sem cortes, a US Navy vai ter que dosar com sabedoria o mix de navios novos e mais antigos destacados nos diversos oceanos ao redor do mundo, para garantir que a sua missão continue a ser cumprida”. Sobre a possível transferência de navios americanos de segunda mão para a Marinha do Brasil, Greenert comentou "a deliberação do destino de navios excedentes passa necessariamente pelo interesse de marinhas amigas por eles e também é depende do cronograma de retirada de serviço dos meios navais americanos". (nota do autor) A Marinha do Brasil já vem estudando a substituição do NDD Ceará e o NDD Rio de Janeiro através de compras de oportunidade, e navios americanos da classe Whidbey Island (navios anfíbios) parecem ser os mais indicados, caso a US Navy decida pela baixa dos mesmos no curto prazo.Perguntado sobre como a US Navy via o programa de desenvolvimento e construção de submarinos de ataque de propulsão nuclear da Marinha do Brasil, Greenert surpreendeu, e a despeito de suas qualificações como comandante de submarinos, inclusive com curso de estudos em energia nuclear para oficiais submarinistas, optou por definir-se como um "não-especialista" nesta área, evitando aprofundar o tema. Ele comentou sobre sua visita à obra de Itaguaí, chamando-a de impressionante e destacando o profissionalismo e bom ritmo de andamento do programa. O próprio comandante da Marinha do Brasil, almirante Moura Neto, se encarregou de completar dizendo que "programas como o do submarino de propulsão nuclear naturalmente geram tanto vozes favoráveis ao desenvolvimento deste sistema quanto outras contra, e o objetivo da visita do almirante Greenert as obras de Itaguaí foi demonstrar a solidez e o comprometimento do governo brasileiro com o Prosub, a despeito das grandes dificuldades envolvidas até a sua conclusão. No mundo todo, apenas cinco países tem esta tecnologia de propulsão: Estados Unidos, Rússia, Reino Unido, França e China. Um sexto país é a Índia, que, ao exemplo do Brasil, se encontra em processo de desenvolvimento de sua própria tecnologia nesta área. Entrarmos para este seleto grupo de nações, com tecnologia nacional, será uma vitória histórica".


Ao ser inquirido sobre a questão da ativação da 4ª Esquadra americana, o almirante Greenert salientou que “a Fourth Fleet já existe há cinco e que, neste período, ela tem se dedicado unicamente a cooperação operacional da US Navy com as marinhas do continente sul-americano, sempre com a preocupação de respeitar as soberanias individuais dos diversos países parceiros e focando nas operações humanitárias, logísticas e combate aos narcóticos. Outra área importante desta atuação é a de consciência do ambiente marítimo, ou Maritime Domain Awareness (MDA). Inclusive estamos neste momento em negociação para interligar os sistemas de controle de tráfego civil naval dos dois países, pois nenhuma marinha pode cuidar de todos os mares ao redor do mundo sozinha. Esta cooperação visa fazer do Atlântico Sul um oceano ainda mais pacífico e seguro”.
Quando o assunto foi a possibilidade da US Navy passar a mandar seus navios para participar de exercícios da Marinha do Brasil (naturalmente excluindo a tradicional operação UNITAS) o almirante americano comentou que isso dependeria do desejo do governo americano e também da disponibilidade de meios para sua realização. Por sua vez o Almirante Moura Neto comentou que ao Brasil interessa sempre o intercambio nas áreas de planejamento e de operações, sendo algo muito crítico o compartilhamento de informação entre as marinhas durante estes exercícios.
Na continuação desta matéria aguardem fotos da impressionante demonstração do Corpo de Fuzileiros Navais durante um assalto anfíbio, resgate de piloto abatido e parada militar em continência as autoridades presentes.
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